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Os professores da rede municipal de ensino de Caruaru, município do agreste pernambucano, decretaram estado de greve e reduziram o tempo de aula como forma de protesto contra a prefeitura, devido aos reajustes para adequação piso salarial determinado pelo Ministério da Educação (MEC) para o ano de 2017. Uma nota oficial divulgada pela prefeitura na última terça-feira (25) afirma que está havendo negociação com os professores, que as férias e salários em atraso já foram pagos e que o piso salarial está sendo pago a todos os educadores do município. No entanto, o coordenador do Sindicato de Trabalhadores em Educação de Caruaru (Sindetuc) Fred Santiago contesta a versão oficial da prefeitura. 

Para Fred, a afirmação de que a prefeitura pagará o piso salarial a todos os professores é falsa, pois apesar do reajuste para os concursados que recebiam menos que o mínimo determinado pelo MEC, há professores com contratos temporários recebendo um salário mínimo.

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“Existem em torno de 1200 professores em Caruaru trabalhando com contratos temporários e recebendo um salário mínimo, sem reajuste para o piso de R$ 2.298,80 para uma jornada de 200 horas/aula por mês  no início da carreira”. 

Além disso, Fred também afirma que o salário dos professores que já ganham esse valor não tiveram nenhum reajuste salarial nos últimos quatro anos e apenas parte dos professores tiveram aumento, o que causaria prejuízos ao plano de cargos e carreiras. 

Fred afirma, também, que a mesa de negociação criada pela prefeitura não está atendendo às expectativas do sindicato. 

“A prefeitura criou uma mesa de negociação com representantes das secretarias de Fazenda, Finanças, Administração, Planejamento e Procuradoria do município. A Secretaria de Educação não esteve em nenhuma das reuniões, o que pra nós é estranho já que o debate é com professores. Não sai nada de concreto mesmo depois de duas reuniões”.

Mobilização e protesto 

Os professores decretaram estado de greve e, segundo Fred Santiago, a categoria paralisará as atividades na greve geral da sexta-feira (28) e na próxima semana haverá uma assembleia em que pode acontecer a deflagração da greve. 

No momento, a aula que dura 50 minutos está sendo reduzida para 30 minutos por dia como forma de protesto. Fred também afirma que além da nota da prefeitura não refletir a realidade, está acontecendo perseguição. “Acontece forte perseguição e assédio moral contra os professores que estão fazendo as mobilizações, essa nota é ofensiva à inteligência dos professores porque não tem tido negociação nem valorização mas a nota diz o contrário”, diz ele. 

Confira a íntegra da nota divulgada pela prefeitura de Caruaru: 

"A Secretaria de Educação informa que 127 das 137 escolas da rede municipal de ensino funcionaram normalmente nesta terça-feira (25), com os mais de dois mil professores em sala de aula. A Prefeitura comunica aos pais e responsáveis que está adotando as medidas necessárias para que as aulas permaneçam acontecendo normalmente, sem prejuízo para os alunos, e convoca todos a estarem juntos neste propósito. A Prefeitura reafirma o compromisso em garantir os direitos dos professores, entre eles o piso, que já é pago aos servidores efetivos, de acordo com a Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008".

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