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Faz cinco edições que o estilista João Pimenta vem conquistando o público especializado na moda com desfiles arrojados. Laços, fitas, volume nas calças e saias de todos os estilos - itens que fazem parte do guarda-roupa feminino - estão sempre presentes na grife masculina desenhada pelo estilista. Sim, ele quer mostrar coisas novas, que saiam do comum, que não estejam ali na vitrine da primeira loja de rua. Mas, nesta edição da São Paulo Fashion Week, ele resolveu deixar a roupa com mais cara de homem.

"Acho que tenho que ser experimental, mas preciso vender roupa", disse ele pouco antes do desfile na quinta-feira. Isso porque o entusiasmo do consumidor não é exatamente o mesmo da plateia das salas de desfile. "Nessa coleção quase não coloquei saia na passarela. Ela foi usada como um recurso cênico, para dar o clima."

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Pimenta optou por cores mais sóbrias, como o azul marinho e o cinza. "Homem não gosta de roupa clara, principalmente se for calça. Fiz um mocassim de palha para ser usado com bermuda, tenho certeza que vai ter cliente perguntando na loja se não tem na cor preta."

As calças estão enxutas. Tem modelo skinny. "Resolvi fazer uma roupa para um jovem moderno, que não quer usar um terno que pareça um caixote." Na boca da calça tem botões para regular sua largura. O blazer segue um corte clássico, porém, um pouco mais acinturado, e com um toque fashion. Há modelo sem gola, e quando tem é bem pequena. "Insisti bastante para que o público masculino aceitasse novas formas de se vestir, mas se o mercado não acompanha, sou eu que tenho de mudar."

A moda masculina é conhecida na semana de moda paulistana por ser muito "conceitual". Das 32 marcas que se apresentam na São Paulo Fashion Week, apenas duas delas são exclusivamente voltadas para os homens: João Pimenta, que se apresentou na quinta-feira, e Alexandre Herchcovitch, que mostra a coleção na sexta-feira no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo.

A reportagem do jornal O Estado de S.Paulo ouviu dez homens, entre 30 e 60 anos de idade, para descobrir o que eles acham da moda masculina da SPFW. São empresários, advogados, cineastas e publicitários. Eles avaliaram três looks. Além de um modelo de Herchcovitch e outro de Pimenta, havia também uma roupa da Ellus - marca que faz roupas femininas e masculinas.

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Todas são roupas jovens e modernas, mas a marca que mais agradou no conjunto foi a Ellus. Nove dos entrevistados, até mesmo os mais conservadores disseram que usariam a roupa. "Eu vestiria isso na praia", disse o advogado Renato Sterman, de 47 anos, que costuma andar de terno todos os dias.

O look proposto por Herchcovitch no desfile da última temporada, em janeiro, causou polêmica. Os homens, a maioria deles, gostou da calça curta e da camisa, mas não aprovaram a jaqueta curta. "Amo quase todas as roupas de Herchcovitch, mas essa combinação de camisa social e casacão de esqui forçou a barra. Esse casaco acima do umbigo já não ficou bom neste modelo, imagina em qualquer homem com barriga", diz o cineasta Gustavo Rosa, de 37 anos.

Seis dos entrevistados disseram que não usariam o look de Pimenta, que propõe blazer com camisa floral e um laço para arrematar. Ele é conhecido por colocar na passarela saias para homens. "Agora estou apostando numa coleção mais básica", diz o estilista.

Água de Coco foi passear pela Turquia e trouxe para o verão 2013 cores, bordados, texturas, perfumes e muita sofisticação. Tudo isso previamente registrado pelo fotógrafo Edu Rezende. As imagens foram escolhidas pela estilista Liana Thomaz e, em seguida, estampadas com tecnologia digital em tecidos que deram forma a coloridos caftãs, saias, maiôs, tops e biquínis.

Se nos biquínis predominou a forma mais ampla (shortinho), nos tops surgiram várias opções de recortes, decotes e entrelaçados. Nas estampas, mesmo que impressas digitalmente, o ar é artesanal, como tops com cara de cestaria, em amarelo açafrão, quadriculados que remetiam aos belíssimos azulejos turcos e até mesmo aos arabescos, impressos contra paredes caiadas em branco. Os maiôs e tops ganham entrelaçados de tiras em viés, trançados e tressês com cara de cestaria antiga.

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Destaque para as peças pós-praia. Batas e saias de seda, caftãs de cambraia supercoloridos e sofisticados, e batas de seda com estampas dos típicos balões da Capadócia. Nesta profusão de referências, tão rica quanto a paisagem e a cultura turca, o risco de cair no folk ou no exagero era grande. Mas a grife cearense se saiu bem e trouxe uma coleção ao mesmo tempo étnica e contemporânea.

Se a Animale foi fazer um safári noturno de verão, a Ellus resolveu dar um mergulho pelo fundo do mar. À noite, claro. Com Adriana Bozon à frente da criação, a coleção apresentada nesta terça-feira não trouxe grandes experimentações nas formas, mas opções interessantes no uso de materiais.

Evocando a atmosfera subaquática, o desfile foi aberto pela top Alicia Kuczman e começou com imagens em branco e preto de tubarões em um imenso telão na entrada da passarela. Na trilha, uma poderosa combinação de música eletrônica e tambores de maracatu. Levantou a plateia e contrastou bem com o frio que os tons de cinza da coleção exibiam.

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Por falar nisso, se a coleção comandada trouxe ótimas ideias, também apresentou uso de texturas que se assemelhavam à pele de tubarão, à camuflagem dos peixes, escamas, "brilho molhado", entre outras. Já nas texturas "fora d'água", não poderiam faltar a rede, o metalizado, o neoprene, o jeans com cara de couro...

Por falar em couro, o material casa bem com o verão e não poderia faltar na peça que já se tornou um clássico do guarda-roupa: a jaqueta perfecto. Na Ellus, ela ganha versões mais curtas (ideal para o verão) e vai bem com os vestidos e shorts.

Na cartela de cores, mesclando a leveza do mar e do verão com o sombrio da noite, tons de cinza, chumbo, azul marinho, preto e branco.

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O primeiro dia da 33ª edição do São Paulo Fashion Week verão 2013 reuniu na última segunda (11), cinco grifes na Bienal do Ibirapuera. Quem a briu a temporada de verão da maior semana de moda do Brasil foi a grife Animale, assinada pela estilista Priscilla Darolt com a top model britânica Rosie Huntington-Whiteley na passarela e a presença de Izabel Goulart.

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As tops Ana Beatriz Barros e Ana Cláudia Michels também desfilaram para a marca, que apresentou uma coleção inspirada em um safari noturno com peças de estampas animais, transparências e tecidos como a seda e o couro.

O estilista Alexandre Herchcovitch se inspirou nos anos 1980 e no ícone pop da década, o cantor Boy George do Culture Club, para criar sua coleção de verão.  Estampas marcantes como o xadrez, em diversos tamanhos e espessuras ganharam espaço na passarela, além das cores vivas e do abuso das figuras geométricas que marcaram sua nova coleção. Tecidos como o tafetá e jacquard foram usados durante toda a coleção.

O destaque de Fause Haten, terceira coleção apresentada na noite, foi a junção da moda com a  música, duas das  maiores paixões do estilista. Para isso, ele armou uma apresentação ao vivo com a cantora Paula Lima em seu desfile. Maxicolares de cristais se sobressairam  na passarela. A coleção trouxe peças com transparências, decotes e brilhos aplicados em tecidos megacoloridos e tons pastéis. Os looks ainda transitaram pela inspiração setentista e africana.

Depois do desfile da Tufi Duek - que apostou nos babados em peças de seda, explorando toda uma cartela de cores - a Triton  fechou o primeiro dia da temporada de verão 2013. A grife mostrou uma coleção com referências da arquitetura japonesa, sobretudo da Aoyama Dori, uma avenida de Tóquio. A inspiração oriental pôde ser vista em peças como vestidos, saias e macacões que lembram os tecidos dos quimonos com brilho dourado e cetim e colagens com símbolos urbanos.

Nesta terça (12), desfila a marca pernambucana Movimento, assinada por Tininha da Fonte, única estilista a colocar uma grife local no evento. Pernambuco também está sendo representado pelo artista Zé Cafofinho durante a apresentação da coleção do mineiro Ronaldo Fraga, que utiliza as músicas do pernambucano em seu desfile. As grifes Ellus, Iódice e Paula Raia também apresentam suas novas coleções para o verão 2013 nesta terça (12).

A atriz inglesa Rosie Huntington-Whiteley, de 25 anos, abriu ontem, segunda-feira, o primeiro desfile da 33.ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera, zona sul. Entrou na passarela pela Animale, grife que elegeu a África como tema. Depois foi a vez de o estilista Alexandre Herchcovitch apresentar roupas femininas inspiradas no cantor e compositor Boy George, ícone pop dos anos 1990.

Apesar do olhar globalizado do primeiro dia, a semana de moda paulistana - que vai apresentar até sábado as tendências da primavera e do verão 2013- está muito influenciada pela cultura do Norte e do Nordeste do País.

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No térreo da Bienal, em vez de uma exposição de moda internacional - como ocorreu na edição passada -, fotos de Várzea Queimada, no coração do semiárido do Piauí, ocupam o local. Lá, o arquiteto Marcelo Rosenbaum coordenou um projeto de desenvolvimento social baseado no design. Alguns objetos produzidos pela comunidade estão à venda na Bienal - entre eles, um cesto usado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para fazer graça.

A cultura regional estará também por todo o calendário. Hoje, o estilista Ronaldo Fraga - que pulou a edição passada - apresenta a coleção intitulada Turista Aprendiz na Terra do Grão-Pará, que valoriza a fauna e a flora da região amazônica.

Pará

Ele transforma a passarela em uma vitrine de acessórios feitos pela Cooperativa de Biojoias de Tucumã, no Pará. São anéis, pulseiras e colares de sementes de açaí, jupati (palmeira), morototó (árvore popularmente conhecida como mandioqueiro), entre outras. "Mais do que um colar, cada peça produzida pela cooperativa traz um desejo de transformação", diz Fraga.

As roupas acompanham o estilo dos acessórios. Têm cores fortes e vivas, caso de uma estampa com fundo azul e pássaros vermelhos, elaborada pelo estilista.

A paraense Helô Rocha, que desfila pela primeira vez na SPFW, no sábado, também promete mostrar na passarela um pouco de sua terra natal nas peças que produziu para sua marca, a Teça.

Bahia

No mesmo dia, a estilista Fernanda Yamamoto apresentará uma coleção de lingerie inspirada na baiana Ivete Sangalo - ninguém confirma se a cantora vai aparecer como convidada ou modelo para o desfile.

Já a Cavalera se inspirou no punk de Salvador. "Não vou fazer um desfile com cores muito fortes, como esperam. Elas já cansaram", diz Alberto Hiar, dono da grife. Um dia antes, na sexta-feira, estreia na passarela o baiano Vitorino Campo, que faz roupas de festa e ainda é pouco conhecido em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A 33ª edição do São Paulo Fashion Week, maior evento de moda do Brasil, tem início no próximo dia 11, na Bienal do Ibirapuera, São Paulo. As tendências do verão 2012/2013 serão mostradas  por 32 grifes divididas em seis dias. Com o tema A Gente Transforma: histórias que contam, O SPFW irá valorizar, esse ano, o debate sobre a sustentabilidade do ponto de vista econômico, social e cultural.

A grife Movimento se faz presente, mais uma vez, na semana de moda mais importante do País. A dona da marca, Tininha da Fonte, continua sendo a única estilista pernambucana a colocar uma grife no local no evento. A Movimento desfila dia 12 com uma coleção de inspiração tropical com interferência militar. As cores rosa, verde-oliva, coral e branca compõem a coleção com tecidos de strech, fluity, seda e piquet de algodão.

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Entre as novidades desta edição destacam-se o retorno do estilista mineiro Ronaldo Fraga - que terá seu desfile embalado pelas músicas do artista pernambucano Zé Cafofinho - e Paula Raia, que não participaram da última edição. A volta da Forum depois de seis anos sem desfilar e as estreias de Vitorino Campos e Têca por Helô Rocha também marcam esta edição.

Confira a programação de desfiles:

11 de junho (segunda-feira)

Animale: 16h30

Alexandre Herchcovitch (fem): 17h45

Tufi Duek: 19h00

FH por Fause Haten: 20h30

Triton: 21h30

12 de junho (terça-feira)

Paula Raia: 11h00

Ellus: 15h30

Movimento: 17h00

Iódice: 18h30

Ronaldo Fraga: 20h30

13 de junho (quarta-feira)

Agua de Coco por Liana Thomaz: 17h00

Uma Raquel Davidowicz: 18h30

Adriana Degreas: 20h00

Forum: 21h30

14 de junho (quinta-feira)

Neon: 15h30

João Pimenta: 16h30

Juliana Jabour: 17h30

Jefferson Kulig: 18h30

Osklen: 20h00

Colcci: 21h30

15 de junho (sexta-feira)

Reinaldo Lourenço: 11h30

R.Rosner: 15h30

Gloria Coelho: 17h00

Alexandre Herchcovitch (masc): 18h30

Vitorino Campos: 20h00

Lino Villaventura: 21h30

16 de junho (sábado)

Cavalera: 11h00

André Lima: 13h00

Têca por Hêlo Rocha: 15h30

Fernanda Yamamoto: 17h00

Amapô: 18h30

Samuel Cirnansck: 20h00

A 33ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), evento que acontece entre os dias 11 a 16 de junho no prédio da Bienal, já tem seu line-up fechado. Entre as novidades do evento, a volta do estilista mineiro Ronaldo Fraga, da Forum depois de seis anos sem desfilar no evento e a estreia da Vitorino Campos e Têca por Hêlo Rocha no evento.

Confira abaixo o line-up completo do SPFW Verão 2012/2013:

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11 de junho (segunda-feira)

Animale: 16h30

Alexandre Herchcovitch (fem): 17h45



Tufi Duek: 19h00



FH por Fause Haten: 20h30



Triton: 21h30

12 de junho (terça-feira)



Paula Raia: 11h00



Ellus: 15h30



Movimento: 17h00



Iódice: 18h30



Ronaldo Fraga: 20h30



13 de junho (quarta-feira)



Agua de Coco por Liana Thomaz: 17h00



Uma Raquel Davidowicz: 18h30



Adriana Degreas: 20h00



Forum: 21h30



14 de junho (quinta-feira)



Neon: 15h30



João Pimenta: 16h30



Juliana Jabour: 17h30



Jefferson Kulig: 18h30



Osklen: 20h00



Colcci: 21h30



15 de junho (sexta-feira)



Reinaldo Lourenço: 11h30



R.Rosner: 15h30



Gloria Coelho: 17h00



Alexandre Herchcovitch (masc): 18h30



Vitorino Campos: 20h00



Lino Villaventura: 21h30



16 de junho (sábado)



Cavalera: 11h00



André Lima: 13h00



Têca por Hêlo Rocha: 15h30



Fernanda Yamamoto: 17h00



Amapô: 18h30



Samuel Cirnansck: 20h00

Em breve temporada pelo País para participar da semana de moda São Paulo Fashion Week, na segunda-feira (23), o ator Ashton Kutcher interrompeu seu almoço para se meter no meio da enxurrada de água ocasionada pela forte chuva quem vem caindo nos últimos dias.

O ator, que estava almoçando em um dos restaurantes chiques no bairro dos Jardins, não se importou com a procedência da água e, vestindo suas havaianas, fingiu surfar no meio da rua para postar a foto em seu Twitter. "Surfing in the streets of Sao Paulo", comentou no microblog.

Faltam dois dias para o início da São Paulo Fashion Week no Parque do Ibirapuera, na zona sul da cidade, mas eventos que têm moda como tema já estão movimentando a cidade. Até dia 24, cinemas e centros culturais terão um roteiro de exposições, filmes e oficinas. Tudo gratuito e aberto ao público.

A programação está espalhada por sete endereços da cidade, como a Pinacoteca do Estado, o Cinema da Universidade de São Paulo (Cinusp) e o Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu - sim, o esporte mais popular do País tem a ver com moda.

Lá haverá, por exemplo, uma oficina de origami na qual as crianças aprenderão a fazer uniformes de futebol. Além de um exposição histórica com camisetas de clubes e uma palestra de como o futebol de várzea determina a moda na periferia. "Os uniformes dos clubes de várzea são elaborados pela própria comunidade do bairro, que escolhe cores e até modelagem. Mais do que uniformes, as camisetas do time, muitas vezes, viram objeto de desejo" explica Fernando Zelman, de 30 anos, organizador do evento. Curador e pesquisador, ele estará no dia 24 no Museu do Futebol, às 15 horas, para ministrar a palestra Futebol, Cultura Jovem e Arte.

"O evento tem o objetivo de democratizar a moda e aproximá-la do dia a dia das pessoas", diz o curador Zelman. "Muita gente não sabe que moda não é apenas ir ao shopping comprar o modelito da estação. Moda é documentação histórica, expressão de arte e cultura."

Fotografia - É exatamente a documentação histórica do trabalho de grandes costureiros que o público verá na exposição Coulisses de La Mode, na Galeria L'Oleil, da Aliança Francesa, em Santo Amaro, zona sul. São 40 fotos em preto e branco feitas pelo francês Bruno Pellerin. Nos 30 anos passados nos bastidores das principais semanas de moda do mundo, ele registrou o dia a dia das modelos e momentos de descontração das equipes que muitas vezes tinham as ruas da cidade como cenário. A exposição pode ser vista até 11 de fevereiro.

"Pellerin ainda tem um trabalho de luz e sombra muito interessante", diz Juliette Streitwieser, de 36 anos, coordenadora cultural da Aliança Francesa. Na unidade dos Jardins, de 24 de janeiro a 10 de março, a escola ainda promove a exposição Lumière de Soie, dos irmãos Dorothy e Nido Campolongo. Ela tem um conhecido trabalho internacional com seda e ele, com design de objetos sustentáveis. "O título é uma brincadeira em francês com o conceito 'luz de si' e 'luz de seda'", explica Juliette.

Saint Laurent - No dia 29 de janeiro, às 9 horas, no Reserva Cultural, também está marcado um café típico francês -com direito a croissant e pão de chocolate - antes da sessão do filme O Louco Amor de Yves Saint Laurent. Depois, haverá palestra com profissionais de uma agência de modelos. Participa também do Circuito de Moda e Arte o Museu Lasar Segall, que ontem recebeu o historiador Bruno Braga para a palestra "A Moda no Brasil durante a Semana de 22".

Na próxima edição, segundo os organizadores, haverá exposições e mostras de filmes também na periferia da zona sul e norte da cidade.

Historiador por formação, Adriano Marcena é o que podemos chamar de um verdadeiro "escavador cultural". A partir de uma necessidade observada nas escolas, onde detectou uma carência de conhecimento sobre a história, comportamento e os costumes que permeiam o universo simbólico pernambucano, Marcena debruçou-se durante 11 anos em pesquisas e viagens, que resultaram no calhamaço de mais de mil páginas chamado Dicionário da Diversidade Cultural Pernambucana (Cel Editora), lançado em 2010.

A temática regional do livro agora ganha projeção nacional durante o São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontece de 19 a 24 deste mês, no prédio da Bienal, no Parque de Ibirapuera, em São Paulo. O escritor teve trechos de sua obra espalhados pelas páginas da revista Mag!, publicação do evento que este ano homenageia o estado de Pernambuco, sendo um dos entrevistados da edição. No próximo sábado (21), Marcena participa de uma noite de autógrafos que vai servir como lançamento nacional de sua obra.

O Dicionário esmiúça desde termos “banais” como carro-de-boi ou coloral, a expressões e gírias populares utilizadas em futebol, culinária, fauna, flora, datas comemorativas, personalidades importantes, geografia, entre outros. Partindo do significado do termo, Marcena realiza um verdadeiro estudo de contexto, costumes e comportamento, traçando um verdadeiro raio-x de Pernambuco. “A ideia era fazer um livro que contemplasse esses elementos da cultura pernambucana, agora também numa perspectiva histórica e antropológica. Que explicasse um pouco da nossa trajetória cultural. Em termos de facilitar a consulta, eu pensei num dicionário”, explica o escritor.

Depois do reconhecimento por unanimidade através do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho de Educação, o livro obteve repercussão muito boa dentro das universidades e no exterior. A novidade este ano é o lançamento da edição escolar que vai servir como ferramenta para os professores dentro da sala de aula. “Depois disso começo a adaptação para a versão mini”, revela.

 

Quebrando barreiras - Inicialmente surpreso pelo contato inusitado com a organização da SPFW, Marcena conta que ficou feliz com o resultado do trabalho. “Meu livro acabou servindo de base para a produção da revista, que soube traduzir bem o que viria a ser esse sentimento nosso de pernambucanidade”, comenta. Apesar de termos regionais como “saia de xita” ou “sandália de couro” estarem aparentemente distante da moda cosmopolita nos holofotes da SPFW, Marcena diz que a aproximação entre esses dois “mundos” se faz necessária.

“Eles foram muito atenciosos porque se detiveram na questão cultural. Termina sendo um abrir de portas, porque nós, de certa maneira, ainda temos um complexo de vira lata muito grande, quando é necessário ir lá pra fora para sermos legitimados aqui dentro. Precisamos olhar para nós mesmos como uma contribuição. Acredito que o livro veio para quebrar essa lógica perversa, porque ele fala de nós daqui de dentro enquanto construção cultural”, conclui.

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