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O terceiro dia de desfiles da São Fashion Week Outono-Inverno 2014 teve clima de Occupy São Paulo. Muito urbanismo e moda utilitária. A jornada começou com um endereço: Avenida Paulista, 2.064. Em plena rua, Fause Haten trouxe sua nova coleção e apresentou sua proposta de moda que vai além do show de roupas e ocupa a cidade.

A expectativa em torno da apresentação era grande há algumas semanas. E, ao divulgar o endereço apenas uma hora e 15 minutos antes do horário marcado, às 10h15, o estilista mobilizou os fashionistas para a esquina da Paulista com a Rua Augusta.

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O desfile, uma performance urbana, ou um flash mob fashion, parou por instantes a faixa de pedestres da avenida para que Fause e suas modelos passassem com looks coloridos, com franjas, plumas e perucas para compor o styling. Em clara referência à cultura hindu, os looks traziam estampas das divindades indianas e modelos com perucas que remetiam ao universo mangá.

Para acompanhar, o estilista convocou os bailarinos da Cia Hiato, que conduziram as modelos do backstage (no Conjunto Nacional) até a calçada oposta. Os bailarinos levaram também uma caixa de som, típica dos protestos que tomam conta da Paulista todos os dias (a propósito, um protesto passou por lá durante o desfile). Então, começaram uma performances de dança indiana, o cosmic dance, com o coreógrafo Thiago Amaral à frente. Todos de dourado, com turbantes verde e roxo, fizeram um contraponto colorido e lúdico, no melhor estilo color block, ao tom black block que a metrópole tem sido palco.

Em seguida, o Teatro Municipal virou palco fashion e abrigou o desfile da Ellus, que apresentou sua coleção de inverno 2014 no salão nobre do teatro. Lá, um coral de 40 vozes masculinas e a top Carol Trentini. Segundo o estilista da marca, Rodolfo Souza, "a coleção parte de uma ideia de expedição de montanha, em que os elementos utilitários dos esportes montanhescos migram para o jeanswear de luxo". Nessa levada, a marca apresentou uma coleção esporte, com o denin sem lavagem e com tingimento natural que aparecem em calças, macacões e coletes. As peças recebem aplicações de couro, franjas e bordados florais negros. Texturas de tweed e jacquard aparecem em jaquetas que ganham golas de pele ecológica de ovelha.

O único desfile de moda masculina do dia, de João Pimenta, também trouxe uma proposta utilitária ao trazer uma modelagem básica para um homem real. "Tenho cada vez mais feito peças por encomenda. E os clientes que me procuram têm barriguinha, ombros largos, gordurinhas. Desenvolvi uma estrutura que chamei de ‘tubular’. Com ela, que é básica, posso vestir o homem e ajustar o que for preciso", contou o estilista, que se inspirou no "Brasil que sente frio", ou seja, o sul do País, e trouxe nas estampas o xadrez e nas cores uma pesquisas de tons de vinho e cru.

Já a Forum desembarcou em São Paulo com uma coleção que traz elementos característicos da metrópole. Urbana e casual, em que os prédios, postes, fios, ruas, noite, carros e faróis servem como inspiração para looks que trazem formas arquitetônicas e grafismos. O edifício Copan, por exemplo, é homenageado em vestidos e casacos longos que ganham estampas e traços de sua arquitetura. Os galpões industriais da Mooca também tem seu espaço na coleção de Marta Ciribelli, assim como a Bienal do Parque do Ibirapuera que tem sua arquitetura desenhada em vestidos Midi.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Cavalera, que tem tradição em escolher locais inusitados e interessantes para realizar seus desfiles, fecha nesta quarta-feira (30)o terceiro dia de desfiles com uma apresentação no Anfiteatro do Parque Villa-Lobos. "Ao mesmo tempo em que se está no parque, também não se está. A gente passa o dia todo na tenda, mas não vê exatamente o parque", comento Alberto Hiar, diretor criativo da Cavalera, que para esta coleção se inspirou na cultura islâmica, no universo do punk islam, que tem um de seus maiores ícones o filme Os Taqwacores, e, claro, as referências culturais de sua família libanesa.

A ideia nasceu, não por acaso, da vontade de Hiar homenagear suas raízes e sua mãe, dona Jamile, que promete estar nesta quarta no desfile. "Minha mãe sempre contava suas histórias. E tem a questão das minhas origens, do árabe que é confundido com o muçulmano, com o terrorista, com o turco... É uma mistura louca", contou o diretor criativo. "Tinha coisa que eu gostava muito. E outras que não. Um dia pensei que tinha que contar esta minha história. E surgiu também a vontade de contar o Islã, que tem uma história muito bonita. Não pelo viés religioso, mas pelo cultural. É uma cultura muito rica, muito bonita, com muita história.

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Alberto conta ainda que pensou em como poderia representar as formas lindas das mesquitas, das vestimentas das mulheres e dos homens, e transferir isso para o dia a dia. E neste processo de pesquisa do universo islâmico de cidades como Líbano, Turquia, Indonésia, Londres e Paris surgiu o longa Os Taqwacores. "Este filme, de certa forma, conta a história da minha vida. Do tradicionalismo árabe, libanês, do conservadorismo, versus o fato de eu querer buscar o novo, de querer de sair da cultura enraizada, muito tradicional, que o libanês tem", conta. "E percebi que não preciso perder minha tradição, deixar minhas origens. E nem deixar de gostar do novo. Eu fui o primeiro da família a gostar de rock n roll, skate, surfe. E sempre fui muito questionado por causa disso."

Romper estas pequenas barreiras é uma luta. "Quem não quer evoluir não quer que a gente evolua, porque eles não conseguem. E em vez de subir, querem puxar a gente para baixo. Minha família sempre achava que eu era diferente. E meu mundo é tudo. Nunca escondi minha história, nem minha origem. Sempre fiz questão de falar que minha mãe é analfabeta. Mas ela tem uma cultura e uma inteligência brilhante, que muitos intelectuais não têm. É uma mulher brilhante. Não tenho vergonha disso. Ela tem outra história. Não posso exigir dela o que ela também não teve."

É exatamente sua história e as raízes da cultura milenar islâmica que Hiar mostra nesta quarta. "Nesta coleção, falo o que eu sinto. Esta é a coleção em que eu finalmente consegui. Foram dois anos de pesquisa. Várias cidades do mundo visitadas, com uma cultura islâmica muito enraizada."

Já o filme surge como inspiração contemporânea de um universo rico, que foi se abrindo conforme Hiar e a equipe Cavalera viajava para diversos países, conhecia os bairros muçulmanos de grandes metrópoles como Londres, Paris. "Em que a cultura é muito forte e a gente mal conhece", diz Hiar, que cita ainda a cultura dos tuaregues como forte referência. "Eles têm uma cultura musical incrível, os homens cobrem o olho... São inspiradores demais", acrescenta ele, que para a trilha sonora do desfile traz a música tradicional de sua cidade, no norte do Líbano.

Uma presença ilustre na plateia deve ser Dona Jamile que, de 86 anos, não vai aos desfiles da Cavalera há três. "Minha mãe gosta de fazer um charme. Mas na última hora ela vai. Ela é vaidosa. Ela gosta. Árabe gosta de festa", brinca o filho.

Acessórios

Sobre a pesquisa de acessórios desta coleção, Hiar revela que ele e sua equipe fizeram uma pesquisa de acessórios minuciosa. "Há muitos anéis, pulseiras antigas, de origem islâmica, que a gente conseguiu trazer para o desfile, que vão dar um ar especial. É tudo original."

Alguns acessórios foram customizados e vão para a linha e para as lojas. Outros são peças únicas. Outros há três ou quatro, que vão para a loja de acessórios.

Alexandre Herchcovitch não quis nem discutir. "Moda é uma expressão cultural como qualquer outra. Não há mais o que falar sobre isso", disse. E, em seu desfile, que abriu ontem, 29, o segundo dia da São Paulo Fashion Week Outono-Inverno 2004, levou a cultura de sua moda à cúpula do Teatro Municipal.

Ao som Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que se apresentou ao vivo, o estilista mostrou uma impecável coleção inspirada na underwear feminina, mais precisamente as românticas camisolas do século 18. Como contraponto ao romantismo dos bordados, da renda e das cores suaves, o estilista trouxe a alfaiataria masculina, que foi desconstruída e reestruturada em casacos que se transformaram em vestidos, ganhando versões mais contemporâneas.

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A linha de inverno passeia pelo romantismo, tem ar poético e de época, apostando em algodão, malha, lã e até em tecidos nobres como o cashmere e a renda. Se depender de Herchcovitch, o inverno vai ser delicado e leve, em tons de branco, bege, off white, cinza claro, passando pelo magenta e chegando ao preto.

Já a coleção que pretende apresentar com o apoio do incentivo fiscal, por meio da Lei Rouanet, e que vai abordar o movimento da antropofagia cultural brasileira, ainda é plano para o futuro. "Quando eu conseguir o patrocínio, será realizado o desfile. Nem comecei ainda o processo de busca de apoio. Mas será o caminho normal, de ir atrás e, então, realizar", declarou o estilista.

O segundo desfile do dia, da Acquastudio, também teve apelo retrô e propôs o retorno da elegância da década de 1940. A estilista Esther Bauman criou silhuetas marcadas, formas ajustadas e alongadas para sua coleção de inverno. Quando criou a coleção, a estilista pensou em uma mulher feminina e forte, sexy e com estilo. Destaque para os bordados em pedraria feitos à mão em formato geométrico, que dedicam brilho às peças, e os florais e abstratos em linhas. Na cartela de cores, preto, vermelho, cinza e rosa claro.

Já Fernanda Yamamoto foi buscar nos anos 50 a influência certa para criar um inverno em que a feminilidade retrô encontra as artes plásticas. O resultado foi uma coleção rica em formas, imagens, cores e padronagens. Para esta coleção, a estilista pensou em silhuetas mais alongadas, como nos casacos, vestidos e saias godês de cintura alta e bem marcada. Fernanda brincou com a mistura de tecidos, recortes, sobreposições e volumes. Destaca-se o tecido que nasceu a partir de um desenho de canetinha, giz, lápis de cor e de cera, criado pela própria estilista.

O quarto desfile do dia, Vitorino Campos, também trouxe uma coleção baseada em formas amplas e soltas. Minimalista, o jovem estilista, que molhou a passarela por onde as modelos desfilaram sua linha de inverno - talvez em uma alusão à Pauliceia chuvosa -, apostou em uma moda sensual e bem estruturada. Camisas em manga curta sempre brancas ganharam remendos coloridos e com pedrarias para quebrar o ar de seriedade. As saias lápis marcam a cintura, alongam-se até o joelho e ganham sensualidade fendas que se estendem até o as coxas em um zíper aberto. Destaque para o trabalho de texturização, em que flores surgem a partir de círculos retorcidos em plástico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Começa oficialmente nesta segunda-feira, 28, a 36ª edição da São Paulo Fashion Week, no Parque Villa Lobos. Até a próxima sexta-feira, 01, os fashionistas poderão acompanhar 26 desfiles com as apostas para o outono/inverno 2014. Entre as novidades, há o retorno do estilista Pedro Lourenço, a estreia da estilista Patricia Motta, a volta de Gisele Bündchen na passarela da Colcci e a vinda das tops Candice Swanepoel, que desfila para a Forum, e Karlie Kloss, para a Animale. Alexandre Herchcovitch irá desfilar sua coleção feminina no Teatro Municipal.

Para esquentar o clima, um evento inédito aconteceu neste domingo, 27, no Metrô de São Paulo. Quem passou pela linha verde foi surpreendido por um desfile de 40 modelos que transformaram em passarela os vagões das estações Vila Madalena, Ana Rosa, Alto do Ipiranga e Vila Prudente.

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Confira o line-up publicado em www.facebook.com/spfwoficial:

SEGUNDA-FEIRA (28/10)

Animale - 17h30

Uma Raquel Davidowicz - 18h30

Tufi Duek - 20h

Osklen - 21h30

TERÇA-FEIRA (29/10)

Alexandre Herchcovitch (Fem) - 10h30

Acquastudio - 16h

Fernanda Yamamoto - 17h30

Vitorino Campos - 19h

Juliana Jabour - 20h

QUARTA-FEIRA (30/10)

FH Fause Haten - 10h30

Ellus - 11h30

João Pimenta - 17h

Forum - 19h

Triton - 21h

Cavalera - 22h

QUINTA-FEIRA (31/10)

Pedro Lourenço - 10h30

Gloria Coelho - 14h

Ronaldo Fraga - 16h

Patricia Motta - 17h30

Lino Villaventura - 19h

Colcci - 20h30

SEXTA-FEIRA (01/11)

Reinaldo Lourenço - 14h30

Amapô - 17h

Têca por Hêlo Rocha - 18h30

Alexandre Herchcovitch (masc) - 19h30

Samuel Cirnansck - 21h

ACADEMIA DA ZONA SUL INVESTE EM TECNOLOGIA DE PONTA

Os empresários Rodrigo Longman e Rodrigo Colaço, da Academia R2, preparando-se para a Copa do Mundo, desde já, com um videowall, inédito nas academias de ginástica da cidade, com nove TVs de 47 polegadas. A ideia tem levado alegria aos frequentadores com imagens dos eventos da casa, dos parceiros e partidas de futebol. Outro objetivo é reunir os malhadores-torcedores em um só lugar para fazer a festa durante grandes partidas da Copa. Outra novidade já lançada antes da abertura do verão são as 16 Bikes italianas da Technogym, líder mundial no segmento. Usadas, inclusive pelos Clubes Flamengo, Milan e Chelsea e Scuderia Ferrari na preparação dos jogadores e pilotos.

 

ENDEREÇO BADALADO

Depois que o casal de empresários Diogo e Daniely Meier, decidiram chamar a jornalista e colunista deste LEIJA.COM Ana Claudia Thorpe, para convidar alguns seletos nomes da arquitetura de interiores para curtir um semanal e descontraído happy hour, a loja deles, no Pina, passou a ser ponto de referencia quando o assunto é décor e design... Nas fotos, Daniely Meier ladeada pelos arquitetos Marcelo Costa e Newman Belo, e ao lado a arquiteta Andrea Danzi com Aline, Clarice e Maria Adélia Correia em visita ao badalado showroom. 

 

GASTRONOMIA E ARQUITETURA

Muito profícua a iniciativa da empresaria Ana Paula Sá de convidar três arquitetos pernambucanos para participar do Livro Evviva de Gastronomia, no qual os profissionais convidados (na foto com Ana Paula, Neide Cirne, Anderson Aragão e Manu Bacelar) passam para os leitores suas receitas prediletas.

 

REPORTAGEM ESPECIAL NA BIENAL

Quem está de bagagem pronta para Sampa é a blogueira Cecília Macedo.  A especialista em beleza feminina, no seu blog dicas de cosméticos, vai contar para o mulherio antenado em maquiagem e tendências, tudo o que vai rolar de novo na SPFW que começa nesta semana. Em tempo: Cecília, também, vai gravar uma série de reportagens nos bastidores e nos desfiles, da maior semana de moda da América do Sul, especialmente para o Programa Revista DeAaZ/TVNOVA NE. Não perca!   

 

JUSTIÇA PARA AS MULHERES AGORA E SEMPRE

Mais um ponto para a atuação dinâmica da Secretária Estadual da Mulher, Cristina Buarque (na foto ladeada pela juíza da mulher Marylúsia Feitosa e a colunista Ana Claudia Thorpe) que iniciou um evento no Cecon, falando dos avanços de medidas de proteção a mulher e de pontos essenciais a serem investidos que são eles: punição, proteção, prevenção e educação. A Secretária trouxe alguns números super atualizados: Doze mulheres são assassinadas por dia no país e no estado de Pernambuco a média é de 20 homicídios de mulheres/mês. A cobertura do evento, com as principais cenas, foi feita pela equipe do Programa Revista DeAaZ, exibido diariamente na TV NOVA NE, CANAL 22 e 21 Digital.

A São Paulo Fashion Week (SPFW) do outono-inverno de 2014, que começa no dia 28, traz novidades. Além da estreia de Patricia Motta, e da volta de Pedro Lourenço (que há um tempo só desfilava em Paris), esta edição também conta com o retorno de Gloria Coelho, Reinaldo Lourenço e Vitorino Campos (que na última temporada apresentou um vídeo e as roupas em manequins).

Para a temporada primavera-verão 2015 (que ocorre em março/abril de 2014), chegam nomes como Gabriela Sakate, Der Metropol, Lolitta e Giuliana Romano. Nessa edição, também voltarão ao line up grifes como Do Estilista por Marcelo Sommer e Alphorria. Entre os estilistas que sempre são figuras sempre presentes, também há novidades. Alexandre Herchcovitch vai apresentar sua coleção feminina no Theatro Municipal. Fause Haten mais uma vez ousa ao organizar na Faap um desfile aberto ao público. O estilista, que já havia surpreendido o público da SPFW na última edição da semana com o Mundo Maravilhoso do Dr. F, desta vez vai revelar a 'linha de montagem" da moda com o desfile A Fábrica do Dr. F, que vai transformar o Museu de Arte Brasileira em uma verdadeira fábrica fashion.

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O SPFW Verão 2014 terminou na última sexta-feira (22) e, 25 desfiles depois, as tendências do próximo verão já foram apontadas: grafismo, assimetria, pedraria e o clásssico preto e branco estão entre os recursos mais esperados para a estação.

Os bordados com miçangas, canutilhos e afins andam mais fortes do que nunca nas ruas. Para o verão 2014, eles ganham a companhia das pedrarias. As roupas se destacam com elementos aplicados, nada discretos, garantindo o brilho que a temporada mais quente do ano pede. O preto e o branco se encontram em listras, estampas, aplicações de tecidos ou na simples composição de peças.

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Babados, peças de um ombro só e recortes inusitados propõem uma assimetria divertida para a estação. Listras, xadrez, poás e zigue-zagues decretam: o grafismo está em alta. E, desta vez, vale até apostar na mistura de dois ou mais, formando um mix de estampas bem ousado.

Na passarela da moda, as roupas de festas ganham cada vez mais espaço. Além das marcas especializadas, quem fazia uma moda mais casual também está embarcando no chamado black tie, caso de Alexandre Herchcovitch. O estilista mostrou, na quinta-feira (21), uma coleção sofisticada, com tecidos fluidos como a seda e o cetim, no penúltimo dia da São Paulo Fashion Week.

"Acho que a linha festa é uma boa opção comercial. Apesar de não ser o meu forte, já que faço prioritariamente uma moda prêt-à-porter, desenho sim vestidos sob encomenda", diz Herchcovitch, que cria produtos para um público bem variado. O estilista tem acesso a vários tipos de consumidores, com linhas mais populares, como a de jeans. "Mas acho interessante a ideia dos vestidos de festa."

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O sob medida dá dinheiro. Gloria Coelho, que não participou da SPFW, é uma das estilistas que também entraram para o mercado de vestidões. "Vendo mais roupa de festa do que a roupa casual", conta ela. "Quando chega a hora do casamento, as mulheres não medem tanto assim os custos como no dia a dia." Dos 25 desfiles do calendário da temporada de verão, quatro são conhecidos pelas roupas de festa. É o caso de Fause Haten, que desfilou na quarta-feira (20). "A roupa sob medida realiza sempre um sonho da mulher", diz Renato Peaiutto, estilista de Fause Haten. "A cliente paga pela exclusividade do modelo." Isso quer dizer que na festa não haverá vestido igual.

Oscar

Em todas as edições da SPFW, um dos desfiles mais esperados sempre é do estilista Samuel Cirnansck, que exibiu, na quinta-feira (21), sua coleção. O público já sabe o que vem - muitos vestidões do tipo "vou à festa do Oscar" -, mas todos adoram e aplaudem. Ele faz embarcar no clima de sonhos até mesmo quem sai do desfile certo de que nunca usará uma das roupas dele.

Na quinta-feira (21), ainda teve Vitorino Campos, baiano que estreou na SPFW no ano passado. Nesta edição, ele não aparecia no calendário oficial, porque resolveu fazer um desfile econômico, via web, às 11h. "Gosto de ter uma coleção completa, do casual à festa", explica.

Nesta sexta-feira, a temporada acaba com dois estilistas de festa. Primeiro, vem o paulistano Rodrigo Rosner, de 33 anos. "A roupa de festa é o meio mais fácil para o estilista mostrar técnica e, principalmente, fazer uma roupa mais bem acabada, em uma época em que a tendência é o fast fashion", costuma dizer Rosner, quando explica por que escolheu esse nicho. Por último, tem Lino Villaventura, outro clássico dos vestidões da SPFW. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Buscar uma nova forma de apresentar um desfile vem sendo o desafio de alguns estilistas desta edição da São Paulo Fashion Week. Na segunda-feira, Cavalera colocou 40 dançarinos para mostrar a coleção. E, na quarta-feira (20), Fause Haten, encantou a plateia ao abrir o terceiro dia de desfiles substituindo as tradicionais modelos por 19 marionetes.

As bonecas eram inspiradas em mulheres que o estilista gostaria de ter na sua passarela - como a top Naomi Campbell e a atriz Julianne Moore. Mostrar uma coleção completa desse jeito poderia dar muito errado, mas foi um sucesso. Fause trocou as salas da Bienal, no Parque do Ibirapuera, na zona sul, pelo teatro da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no Pacaembu, zona oeste.

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No comando das marionetes, um time de seis bonequeiros, que conseguiram reproduzir com muita delicadeza movimentos típicos da passarela. Elas andaram, deitaram fazendo poses e até deram paradas com direito a mão no quadril. Arrancaram aplausos entusiasmados da plateia - e até algumas lágrimas de emoção.

Com o tema, O Fabuloso Mundo do Dr. Fause, o estilista exibiu vestidos de festa em tons terrosos e pastel, feitos de tafetá, seda e cetim. "Crio o lúdico e o sonho no desfile. E cada vez mais me interesso pelo que é menos comercial e menos corporativo possível. Meus desfiles e coleções não têm padrão nem massificação, duas coisas que são tão comuns à moda hoje", diz Fause.

Com 70 cm de altura, as bonecas de fato lembravam as feições das mulheres homenageadas. Para que tivessem o corpo esguio, como o das tops, Virgílio Zago, bonequeiro e arquiteto, criou bonecos especiais. "As marionetes convencionais possuem cabeças grandes, mas pernas e braços curtos para facilitar o movimento das cordas. O time de top de Fause precisava de pernas longas, o que restringiu um pouco a manipulação dos movimentos", conta Zago.

Custo

O novo formato do desfile também tem o objetivo de cortar custos. "Com a mudança do calendário do evento, poucas empresas aguentam os gastos", diz Fause. No ano passado, excepcionalmente, a SPFW organizou três edições, não duas. "Ter um casting lindo tem seu custo. É preciso criatividade para colocar essas mulheres no palco", diverte-se Fause.

Vitorino Campos, designer baiano, que estreou na SPFW no ano passado, apresenta amanhã, às 11 horas, a coleção de verão por meio de um vídeo. Será uma transmissão online, feita pelo endereço oficial do evento na internet, o FFW, e pelo site da própria grife. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Palhas de aço usadas como peruca causaram polêmica na São Paulo Fashion Week, na terça-feira (20). O recurso foi usado na cabeça das modelos do desfile de Ronaldo Fraga, que fez na passarela uma homenagem ao futebol de várzea. Mas, na quarta-feira (20) ele foi acusado de racismo por entidades que lutam pelos direitos dos negros.

Um post publicado no site Afrokut diz que "fazer analogia do Bombril com o cabelo negro é nos remeter a uma situação racista e constrangedora. Onde o negro tem seu núcleo básico de força abalado, ou seja: autoestima, que foi e é alvo desde sempre de várias investidas racistas, na tentativa de inferiorizar a raça negra".

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Antes de montar e produzir o desfile, Fraga fez uma grande pesquisa sobre a história do futebol. "Mostro uma época em que o esporte começa a deixar de ser da elite e que os negros passam a jogar", disse. O maquiador Carlos Costa, de 47 anos, usou a palha de aço como recurso cênico. "Não sou racista. Até porque sou filho de pai negro com mãe branca." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O segundo dia de desfiles do São Paulo Fashion Week nesta terça (19), no prédio da Bienal no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, foi marcado por presenças ilustres, como o da apresentadora Fernanda Lima – que desfilou para a grife Forum – e do ator Ariel Goldenberg, do filme Colegas - que assistiu a um desfile de moda pela primeira vez.

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A grife Adriana Degreas abriu o segundo dia apostando na transparência e em peles à mostra, enquanto a Forum também levou sensualidade com recortes generosos inspirados na bossa nova e no universo náutico. Além disso, o grande destaque da Forum foi os vestidos com estampa de barquinho assinadas por Iracema Trevisan, que deram o tom ao verão romântico.

Já a Acquastudio, comandada por Esther Bauman, apresentou sua coleção inspirada no universo navy, com listras, grafismos, off-white e azul-marinho. Seguindo a programação do SPFW, Ronaldo Fraga, por sua vez, apresentou sua coleção inspirada no futebol dos anos 30, 40 e 50, influenciado pelo swing dos negros no esporte, transformando a passarela em um verdadeiro campo de terra. E, finalizando a noite, a grife Ellus trouxe para as passarelas o universo dos motoqueiros com peças de jeans branco desgastados.

O SPFW continua sua programação nesta quarta (20) com FH por Fause Haten (11h), Fernanda Yamamoto (15h), João Pimenta (16h), Água de Coco por Liana Thomaz (18h), Neon (20h) e Triton (21h30). O evento segue até a sexta (22).

As tendências da moda não se restringem às coleções lançadas pelos estilistas. Na passarela, as tops também precisam atender aos padrões de beleza, que mudam com o tempo. Se antes as brasileiras emplacavam pelo exotismo, agora a receita está mais inflexível. O ideal é ter mais de 1,78 metro de altura, quadril estreito e rosto de boneca.

Hoje, de cada 100 modelos que batem à porta de uma agência, apenas duas conseguem uma chance de fato de entrar para o mundo fashion. "Mudanças sempre ocorrem. O mercado vive de novidades. O padrão de medidas está se igualando ao do mercado europeu, onde as modelos tem no mínimo 1,78 metro de altura e 87 cm de quadril", diz Ale Gusmão, dono da agência Closer.

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Além do número de modelos ter aumentado no mercado, as marcas, em geral, procuram mulheres que encantem em qualquer lugar do mundo para atender ao mercado globalizado. E para isso, sorte de quem nasceu com rosto de boneca do tipo Jennifer Lawrence, vencedora do Oscar deste ano. Mas não é preciso ser necessariamente loira. "Uma negra com os traços europeus também tem muito potencial para dar certo", ressalta Gusmão.

Bienal

Nessa temporada de desfiles de verão, que vai até sexta-feira, na Bienal, já é possível ver o reflexo dos novos padrões. Uma das queridinhas das passarelas da edição é Kamila Ransen, de 19 anos, a nova aposta da agência Ford, que até agora já foi escolhida por 13 marcas. A pernambucana tem olhos verdes, cabelo preto, pele clara e perfil perfeito - do tipo Audrey Hepburn. Com biotipo oposto, Amanda Santana também vem aparecendo na maioria dos desfiles da SPFW, segundo especialistas, porque segue a tal da beleza clássica, que está em voga.

Atitude

Aliados aos quesitos físicos, há ainda a questão da postura profissional. "A modelo precisa chegar na frente do cliente muito preparada. Não pode demorar na troca de roupa e tem de conhecer bem a marca que vai desfilar. Ela deve chegar já a incorporar a atitude ideal para despertar o desejo de compra do produto", diz Anderson Baumgarten, da Way.

As agências patrocinam cursos para deixá-las dentro do padrão. Falar baixo, ter um bom português e ótima comunicação fazem hoje parte do currículo base. "O problema é que são tantas as candidatas que, ao serem treinadas, ficam todas na média", diz Gusmão. "Temos muitas modelos boas. Poucas ficam de fato famosas. A última foi Carol Trentini, que surgiu há uma década, e está na lista das modelos ícones do mundo.

Hoje, as grifes internacionais estão de olho nas russas e nas holandesas. "Para se destacar internacionalmente, vai precisar de muita dedicação", diz Baumgarten. "Quando uma menina reclama na sessão de fotos, o cliente já descarta e pede para entrar outra." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 3ª edição do São Paulo Fashion Week temporada verão 2014, que iniciou nesta segunda (18), no prédio da Bienal no Parque do Ibirapuera em São Paulo, finalizou o seu primeiro dia em clima de festa com a Cavalera. Com a presença de Tony Tornado e Nelson Triunfo na passarela, a grife apresentou sua nova coleção no estilo dos anos 70 com patchwork em jeans, seda e tricoline estampados, shorts, calças, saias, coletes e vestidos abertos misturado com um mix de cores vivas e fortes.

Ao som de Soul, os modelos entraram dançando em duplas, deixando a plateia animada. Além disso, o cantor Serjão Loroza cantou ao vivo durante o deslife. Nesta terça (19), as grifes Adriana Degreas, Acquastudio por Esther Bauman, Ronaldo Fraga, Forum e Ellus desfilam no SPFW que segue até o dia 22 de março.

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Confira a programação completa do evento aqui.

Pela primeira vez, os alunos dos 48 Centros Educacionais Unificados de São Paulo (CEUs) vão assistir aos desfiles de moda que começaram na segunda-feira (18), no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Trata-se de uma parceria entre a organização da São Paulo Fashion Week (SPFW) e a Prefeitura. "O projeto deve se repetir nas outras edições", promete Cesar Callegari, secretário municipal da Educação. "É uma forma de sensibilizar os alunos a se interessarem por novas carreiras."

Durante esta semana, em todas as unidades será exibido o documentário SPFW 15 anos. Haverá ainda workshops, exposições de fotos e até mesmo desfiles. Conhecido pelos vestidos de festas, Samuel Sirnansck dá palestra, nesta terça-feira, no CEU de Tiquatira, zona leste. Na quinta-feira (21), na unidade do Butantã, será a vez de Ronaldo Fraga mostrar a mesma coleção que exibe na Bienal, nesta terça-feira às 17 horas.

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"Estou muito ansioso para ver a reação dos alunos. Acho que é uma experiência de mão dupla", diz Fraga, que fez uma coleção inspirada no futebol de várzea. Antes da apresentação, o estilista vai explicar aos alunos, onde e como nasceu sua coleção. "Minha pesquisa começa quando o futebol deixa de ser um esporte de elite. Uma época em que os negros precisavam passar pó de arroz no rosto para jogar. O esporte é a primeira vitória da mestiçagem nacional."

Passarela

Fraga encarou o desafio de partir de roupas masculinas de futebol para desenvolver peças femininas. "No início os uniformes eram de linho e os distintivos bordados à mão. Depois vieram as listras, mas eram para confundir o adversário", revela.

Soul

Nesta temporada, Alberto Hiar, dono da Cavalera, deixou de lado pela primeira vez o universo do rock, que sempre esteve presente nos seus desfiles. Ontem, o desfile da marca fechou o primeiro dia da semana de moda, fazendo uma homenagem à música negra americana. E, para isso, trouxe ao palco o dançarino Nelson do Triunfo, que mora na Penha, zona leste, onde ensina a garotada a dançar.

"A coleção foi inspirada no funk americano, o soul. Nelson é um ídolo na periferia, apesar de ser anônimo para as pessoas que vão assistir ao desfile", diz Alberto Hiar. Figura inconfundível, com uma cabeleira black indomada, Nelson se apresentou com um time de 40 dançarinos.

O ator e cantor Tony Tornado, que viveu em Nova York, no auge do soul, também participou do show. O cenário do desfile foi baseado no programa da TV americana, Soul Train, que ficou no ar de 1971 a 2006. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após uma temporada no Parque Villa Lobos, o São Paulo Fashion Week (SPFW) retorna ao prédio da Bienal no Parque Ibirapuera e abre a temporada nacional de Verão 2013/14. A 35ª edição, que contempla 16 anos de vida do evento, festeja mais uma vez a natureza criativa do Brasil concebida e curada pelos irmãos Humberto e Fernando Campana.

As grifes Reinaldo Lourenço, Maria Bonita, André Lima, Jefferson Kulig, Movimento, Maria Garcia, Paula Raia e Vitorino Campos ficam de fora desta edição. Além disso, a marca Iódice que também pula o SPFW passa a desfilar sua coleção no Fashion Rio.

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Confira o line-up completo do SPFW Verão 2013/14:

Segunda (18)

Animale – 17h

Cori – 18h30

Tufi Duek – 20h

Cavalera – 21h30

Terça (19)

Adriana Degreas – 12h

Acquastudio por Esther Bauman – 15h30

Ronaldo Fraga – 17h

Forum – 19h30

Ellus – 21h

Quarta (20) 

FH por Fause Haten – 11h

Fernanda Yamamoto – 15h

João Pimenta – 16h

Água de Coco por Liana Thomaz – 18h

Neon – 20h

Triton – 21h30

Quinta (21)

Alexandre Herchcovitch – 15h

Amapô – 16h

Juliana Jabour – 17h30

Osklen – 18h30

Samuel Cirnansck – 20h

Colcci – 21h30

Sexta (22)

Gloria Coelho – 14h

Uma Raquel Davidowicz – 17h

Têca por Helô Rocha – 18h30

R.Rosner – 20h

Lino Villaventura – 21h30

A 35ª edição do São Paulo Fashion Week, que traz as tendências para o verão 2014, acontece entre os dias 18 e 22 de março com algumas mudanças. A primeira foi a modificação do local, que era no Parque Villa-Lobos, para a Bienal do Parque Ibirapuera, anunciada em dezembro de 2012. E, recentemente, um dos consagrados estilistas do SPFW, Reinaldo Lourenço, divulgou que não vai mostrar sua coleção nesta temporada. 

Além disso, a Iódice, do estilista Valdemar Iodice, também não vai exibir suas roupas na semana de moda paulistana. Porém, deve fechar participação no Fashion Rio, que acontece entre os dias 15 e 19 de abril. 

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Principal evento de moda da América Latina, o SPFW reúne cerca de 30 mil empresas, que movimentam anualmente U$ 63 bilhões e empregam 1,7 milhão de brasileiros. A 35ª edição, temporada verão 2014, acontece entre os dias 18 e 22 março, contemplando 16 anos de vida.

O São Paulo Fashion Week (SPFW) divulgou suas novas datas para a edição Verão 2013/2014. A nova edição ocorrerá entre os dias 18 e 22 de março de 2013. O evento, que em outubro foi realizado no Parque Villa-Lobos, volta a ocorrer na Bienal do Parque Ibirapuera, em São Paulo. As novas datas fazem parte do processo de reformulação do evento, que, para se adequar ao calendário internacional da moda e acompanhar as principais semanas fashion do mundo (Nova York, Londres, Milão e Paris), teve as datas de suas edições mudadas: a edição verão passou a ser em março e a de inverno, em outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A jovem moda brasileira, que esta semana mostra suas armas na nova edição da Semana de Moda de São Paulo (SPFW), busca a melhor maneira de melhorar sua competitividade e se abrir para o mundo, transpondo obstáculos que hoje a forçam a voltar-se quase que exclusivamente para o mercado interno.

Apesar de ser o quinto produtor têxtil do mundo e o quarto em confecções, o Brasil não exporta sua produção, não deixa sua marca nas vitrinas mundiais e seu impacto nas grandes tendências continua sendo limitado.

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"Nossos produtos manufaturados sofrem ainda o chamado 'custo Brasil', com altos impostos, problemas de infraestrutura de transportes e leis trabalhistas", disse em entrevista à AFP Oskar Metsavah, estilista da Osklen, uma das cerca de 20 marcas presentes na 34ª edição da Semana de Moda.

A Osklen, conhecida por seu 'casual chic' sofisticado e modelagem inovadora, é uma das poucas marcas brasileiras que conseguiu abrir espaço além das fronteiras, com lojas nos Estados Unidos, Argentina e Japão.

Segundo Paulo Borges, diretor do evento, cerca de 95% da produção de moda do Brasil é destinada ao mercado interno.

"Por que poucas marcas brasileiras conseguiram abrir lojas no estrangeiro? Do meu ponto de vista, é pela falta de originalidade e qualidade da grande maioria", disse Metsavah.

Para esta edição da SPFW aconteceram algumas mudanças. A semana de inverno foi adiantada para outubro/novembro e a de verão para março/abril, o que vai aumentar o intervalo entre o lançamento das coleções e a chegada das peças nas lojas, dando mais tempo para a confecção.

O novo calendário situa melhor o Brasil no circuito mundial da moda e tem como objetivo "profissionalizar" e expandir uma indústria que ainda "é muito jovem", segundo Paulo Borges.

"A moda brasileira não conseguiu se impor como produto e marca no mercado global por uma questão de custos e dificuldades de financiamento. Mas é também uma coisa de maturidade, porque é uma indústria jovem que está descobrindo há pouco tempo sua maneira de ser", acrescentou.

Com 194 milhões de habitantes, o Brasil se transformou nos últimos anos na jovem bonita com a quel todos querem dançar.

A dinâmica classe média brasileira reúne milhões de pessoas e abarca hoje mais de 50% da população total do país, sexta economia mundial.

Se multiplicam os centros comerciais para o mercado de luxo e marcas famosas internacionais se instalam no país, como a Louis Vuitton, que nesta sexta-feira abriu em São Paulo uma megastore de 1.200 m2, a primeira deste tipo na América Latina.

Mas diminuir o 'custo Brasil' é uma das maiores reivindicações do setor produtor, que se queixa de altos impostos, difícil acesso a créditos, alto custo de mão de obra, infraestrutura e logística deficiente.

"Os produtos utilizados na confecção são caros, a mão de obra é muito cara e os impostos que as empresas têm que pagar são muito altos", disse à AFP Fabienne Muzy, encarregada do planejamento do grupo Luminosidade, que faz a promoção e organização dos maiores eventos de moda brasileiros.

"Se você comparar um produto brasileiro com um internacional de marcas como Prada ou Chloé, resulta no mesmo preço. Mas o que as pessoas preferem? Um Prada, claro", acrescentou esta francesa radicada há anos no Brasil.

"Há criatividade, há qualidade. Mas o problema é o precio", disse Fabienne.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confeção (Abit), o setor faturou 63 bilhões de dólares em 2011.

"O Brasil é um grande produtor e um grande consumidor têxtil, mas ainda não é um grande ator nas transações mundiais de confecções", disse à AFP Fernando Pimentel, um dos diretores da Abit.

Por tudo isso, a indústria da moda brasileira pede que o governo de Dilma Rousseff o beneficie com medidas como diminuição de impostos, similares às dadas para impulsionar a indústria automobilística.

João Pimenta, estilista de moda masculina também presente na SPFW, disse que "a moda brasileira tem ainda muito medo de experimentar".

"O novo calendário de desfiles nos faz mais globalizados e da mais tempo para produzir as coleções, para vender. Acredito que é a coisa mais importante que está acontecendo na indústria da moda brasileira, que nos permitirá encontrar nosso lugar no mundo", acrescentou.

A 34ª edição do São Paulo Fashion Week inverno 2013 começa nesta segunda-feira (29), desta vez em novo endereço. Este ano, os desfiles deixam de acontecer no Prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera - como de costume - e passam a ser realizados no Parque Villa-Lobos. A mudança ocorreu devido à ocupação do antigo local pela 30º Bienal das Artes de São Paulo, que segue até janeiro. As novidades para a temporada de inverno 2013 são apresentadas por 19 grifes, a começar pela Osklen, que inaugura a passarela às 12h.

Ainda nesta segunda (29), desfilam Ronaldo Fraga, Têca por Helô Rocha e FH por Fause Haten. Tufi Duek, Triton e Ellus encerram este primeiro dia de desfiles. As novidades desta edição ficam por conta de Paula Raia, que fará uma exposição em fotos e looks no dia 30 de outubro, em sua própria loja, além da Neon e Fernanda Yamamoto, que apresentam suas peças por meio de vídeos.

A terceira edição do São Paulo Fashion Week 2012 fecha a transição para o novo calendário da moda brasileira. A partir de 2013, os desfiles da coleção verão acontecerão em março de cada ano e os da coleção inverno em outubro. Confira o line up completo desta edição:

Segunda-feira (29)

12h - Osklen

15h - Têca por Hêlo Rocha

16h - Ronaldo Fraga

17h30 - FH por Fause Haten

19h - Tufi Duek

20h - Triton

21h - Ellus

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Terça-feira (30)

16h - João Pimenta

17h30 - Uma Raquel Davidowicz

19h -Samuel Cirnansck

20h30 - Lino Villaventura

21h30 - Colcci

Quarta-feira (31)

11h30 - Gloria Coelho

16h -Alexandre Herchcovitch

17h30 - Maria Garcia

19h -R.Rosner

20h15 - Vitorino Campos

21h30 - Forum

Quinta-feira (1)

11h - Reinaldo Lourenço

Moda que cura e dá amor. Esta foi a frase que o código de barras, usado para estampar peças da coleção, formava e propagava para o próximo verão. Gloria Coelho se inspirou na singularidade, no código binário, nas listras (sempre as simples e misteriosas listras) e no universo quântico para criar um verão de sensualidade sutil e de construções quase arquitetônicas.

A estilista segue em sua pesquisa pelas formas e pela fluidez das peças, mas sem abrir mão de materiais tecnológicos, do couro, organza, da zibelina, do cetim e da tela (ou segunda pele). "Quero continuar pesquisando os tecidos desta coleção antes mesmo que cheguem às lojas. A organza é um material incrível, mas é um tanto rígido. Quero que esta coleção tenha fluidez sempre", explicou a estilista para o jornal O Estado de S.Paulo no backstage do desfile.

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Ainda que Gloria queira maleabilidade em seu verão, são exatamente as estruturas arquitetônicas que ela tão bem cria que fazem de sua moda única no Brasil. As listras, por exemplo, que a perseguem e são perseguidas por ela há anos, abriram o desfile em um estudo dos limites das formas. Ora verticais ora horizontais, ganhavam mais dimensões ainda com os casacos e casaquetos de levíssimo e opaco plástico, que sugeriam a sensação de holograma buscada por Gloria. É uma roupa que, assim como o holograma, muda de acordo com a luz, o ponto de vista, o clima...".

Questionada por uma jornalista francesa sobre o que de sensualidade brasileira suas coleções têm, ela foi direta: "Pouco. Quer dizer, da sensualidade óbvia, das pernas sempre à mostra, de tops curtos etc, tem pouco. Mas tem a leveza, a graça..."

De fato, esta nova coleção, calcada em tons de cinza, prata, branco, vermelho, pink e fúccia, é leve e encorpada ao mesmo tempo. A mistura de influências, e das décadas, proporcionou a criação de vestidos que variam do tubinho ao lady-like anos 50. Impecável o vestido godê transparente com estampas de código binário. As dezenas de zeros e uns que estampavam a peça formavam a frase: Moda que cura e dá amor.

A mesma mensagem parecia tatuada no corpo em outro look de segunda-pele e saia. Destaque para as meias-calças holográficas. Transparentes na frente, com uma faixa colorida na panturrilha, as meias davam a impressão de que as faixas ou era tatuadas ou flutuavam nas pernas das modelos. Sensualidade de fato nada óbvia e ultradelicada.

Cristais Swarovski e aviamentos de metal criaram um brilho futurista.

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