A seleção brasileira fará nesta quarta-feira a primeira partida de sua história na Bombonera, mítico estádio do Boca Juniors, em Buenos Aires. Quem já jogou lá sabe que a arquitetura da casa do Boca coloca os torcedores praticamente dentro do campo. A pressão é intensa, mas nem assim a equipe do Brasil parece intimidada. O goleiro Diego Cavalieri e o técnico Mano Menezes, por exemplo, conhecem bem a Bombonera e garantem que não há motivo para ter medo do estádio.

Cavalieri esteve na casa do Boca duas vezes neste ano para enfrentar o clube mais popular da Argentina pela Copa Libertadores, com uma vitória e uma derrota. Segundo ele, jogar lá não é nenhum bicho de sete cabeças. "É um estádio que tem muita história, com uma grande atmosfera. Jogar lá é uma experiência fantástica", comentou o goleiro do Fluminense. "Mas jogar lá não atrapalha em nada, o gramado é ótimo, a iluminação também é, então não tem problema."

Mano Menezes não tem boas lembranças de sua passagem pela Bombonera. Lá ele perdeu por 3 a 0 o primeiro jogo da final da Libertadores de 2007, quando dirigia o Grêmio. Mesmo assim, o treinador está convencido de que o estádio não será uma arma poderosa para a equipe argentina na noite desta quarta-feira.

"Estádio não ganha jogo. O Boca não ganha atualmente como ganhava no passado porque tem menos time do que tinha", disse o treinador. "Para ganhar lá, é preciso jogar bem, melhor do que o adversário. Como em qualquer estádio."

Como só pôde convocar jogadores que atuam em clubes brasileiros, Mano Menezes acabou por abrir a porta para alguns novatos na seleção brasileira que vai enfrentar a Argentina, quarta-feira, em Goiânia. A equipe, que se reuniu nesta segunda-feira na capital de Goiás, tem nomes poucos conhecidos do grande público, como os laterais Marcos Rocha, do Atlético-MG e Lucas, do Botafogo, chamado de Lucas Marques pela CBF.

Um dos novatos está mais do que acostumado a vestir a camisa da seleção. Fernando, volante do Grêmio, foi campeão sul-americano sub-15, sub-17 e sub-20, além de ter conquistado o título mundial júnior. Agora ele tem a primeira chance no time principal e quer aproveitar para buscar o seu espaço.

"A partir do momento que você passa a vestir essa camisa qualquer sonho é possível. Comigo não é diferente. Estou realizando um sonho ao estar na seleção principal, já estive nas seleções de base. É um prazer muito grande estar representando a seleção em dois clássicos. Espero fazer um bom trabalho para ser lembrado em outras oportunidades", comentou o volante do Grêmio.

Já Bernard, do Atlético-MG, não tem história nas seleções de base, mas promete marcar seu nome com a camisa do Brasil. Revelação do campeonato nacional deste ano, ele promete buscar seu espaço com Mano Menezes. "Fiquei bastante feliz (com a convocação). É um reconhecimento do trabalho que a gente vem fazendo. Espero continuar honrando a camisa da seleção igual a gente honra do Atlético-MG."

Com a carência de grandes jogadores na lateral-direita, a posição teve como surpresa as convocações de Lucas Marques, do Botafogo, e Marcos Rocha, do Atlético-MG. Os dois disseram terem sido surpreendidos ao se verem na lista de Mano.

"Foi uma surpresa. Tinha acompanhado o jogo contra a China, depois fiquei acompanhando a convocação. Faz parte do processo de evolução. a gente sempre sonha em vestir a camisa da seleção. Agora é se dedicar ao máximo, se entregar ao máximo para ser lembrado outras vezes", comentou Lucas. "Foi um momento único, que vai ficar marcado na minha carreira. Espero que possa fazer uma bela apresentação para que possa estar figurando mais vezes", complementou Marcos Rocha.

TREINO - Neymar e Arouca foram os dois últimos jogadores a se apresentarem a Mano Menezes. Os dois jogadores do Santos, que perderam o voo de São Paulo a Goiânia, chegaram por volta das 13h30 em Goiás.

Com o grupo completo, a comissão técnica optou por fazer apenas um treino regenerativo na tarde desta segunda-feira. O único treino antes de pegar a Argentina será terça, às 17h, no Serra Dourada, que terá portões abertos para a torcida.