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Às 17h desta terça-feira (26), Dia Mundial de Proteção dos Manguezais e da Orixá Nanã, o Fórum Suape apresenta o documentário "SANGUE: Vidas e lutas quilombolas em defesa do rio", no Núcleo de Poerinha, no Quilombo das Mercês, em Ipojuca. Com duração de meia hora, o filme retrata a luta da comunidade quilombola pela liberação do Rio Tatuoca, represado pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) durante 14 anos, trazendo prejuízos ao ecossistema local e aos modos de vida das populações pesqueiras.

Em 2008, o rio teve seu curso interrompido pela construção de um dique de enrocamento, que, a princípio, serviria como passagem provisória para o Estaleiro Atlântico Sul, por dois anos. A situação, contudo, se prolongou por mais de uma década, fazendo com que a Associação Quilombola de Ilha de Mercês, com apoio do Fórum Suape, travasse um longo processo de incidência contra Suape.

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Em 9 de agosto de 2021, a empresa iniciou a reabertura parcial do rio, com a retirada de 34 metros do dique de enrocamento irregularmente mantido na foz do rio. O canal, contudo, segue com um total de 136 metros no curso d'água. A população local afirma que a reabertura parcial já possibilitou algum alívio para o rio, com reaparecimento de espécies de moluscos, crustáceos e peixes que há muito tempo não eram encontrados no manguezal. 

Ficha técnica do documentário:

Direção e roteiro: Débora Britto

Fotografia: Ana Olívia Godoy

Assistente de Fotografia: PH Reinaux

Imagens aéreas: Ana Olívia Godoy/Hamilton Tenório - Ação Comunitária Caranguejo Uçá

Som: Ana Olívia Godoy e PH Silva

Montagem: Ana Olívia Godoy

Finalização: Ana Olívia Godoy

Design de créditos: Ana Olívia Godoy

Produção executiva: Débora Britto

A comunidade quilombola de Ilha Mercês, localizada no município de Ipojuca lança, nesta segunda (26), ao lado do Fórum Suape e da Ação Comunitária Caranguejo Uçá, uma campanha para cobrar a recuperação do Rio Tatuoca, essencial para a subsistência da população. O curso d’água foi interrompido por um dique, o qual a princípio deveria ser provisório, construído para dar acesso ao Estaleiro Atlântico Sul, em Suape. Intitulada “Rio livre, mangue vivo”, a iniciativa conta com apoio das organizações Both ENDS e Fundo Casa Socioambiental.

A luta da comunidade contra o fechamento do rio ocorre há mais de dez anos.De acordo com o Fórum Suape, o dique permanece no local bloqueando a foz do rio, sem possuir licenciamento ambiental. A instituição aponta que a estrutura é ilegal e impede o meio de vida de mais de 213 famílias quilombolas, além de causar danos graves ao ecossistema de mangue existente no local.

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“O maior desejo dessa comunidade tradicional é ver o rio livre, o mangue vivo e, assim, poder restaurar seu modo de vida. O rio e o mangue são as principais fontes de sustento da comunidade e ter os dois vivos e preservados é preservar também o povo de Mercês.A data de 26 de julho, inclusive, não foi escolhida à toa para o lançamento da Campanha. Trata-se do Dia Mundial da Proteção aos Manguezais, e também o dia de Nanã, orixá da terra molhada e da vida que dela brota. No lançamento, pescadores e pescadoras sairão em barqueata, num ato simbólico, para exigir a reabertura total do rio”, informa o Fórum Suape, em comunicado à imprensa.

A campanha, voltada para a divulgação da causa, contará com a publicação, nas redes sociais, de peças de comunicação (fotos, vídeos, podcasts etc.) abordando os problemas envolvidos no fechamento do rio e as dificuldades da população para sobreviver sem sua preservação. As peças apresentam, sobretudo, a visão dos moradores da comunidade de Mercês, de pescadores e pescadoras afetados pelo barramento, de representantes da sociedade civil, pesquisadores, comunicadores, bem como de membros de organizações jurídicas.

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