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Chegar à frente dos demais concorrentes é a principal meta de qualquer atleta em competições de velocidade, mas esse não é o caso de Emílio Russell. O pernambucano de 59 anos vai participar pela 26ª vez da Regata Recife - Fernando de Noronha (Refeno), mas não com o objetivo de vencer e sim de completar sua 50ª travessia para o arquipélago, já que o velejador também realizava travessias independentes para o local. São poucos que participaram de todas as edições do evento, mas o pernambucano de 59 anos é um deles.

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“Nos primeiros anos eu competia mesmo. Agora, vamos nos divertir, passear e fazer mais um diário de bordo. Somos apenas um ‘barco à velha’”, brinca o velejador, que vai participar da edição de 2014 com mais cinco amigos na tripulação. A expectativa do barco de Russel, chamado de Lampião é chegar a Noronha após 40 horas da largada. A partida será dada no próximo sábado (27), por volta do 12h, no Marco Zero, com cerca de 90 embarcações de 11 estados do Brasil e três países: Argentina, Holanda e França.

A bordo desde a primeira edição, em 1987, o velejador já encarou a regata em diversas embarcações e passou por bons e maus momentos. “Antigamente diziam que chegar a Noronha era praticamente impossível. Achavam que só podia ser que o mapa era quadrado e que o barco fosse cair quando chegasse ao seu limite. Até que o idealizador Maurício Castro viu que era possível, sim, chegar ao arquipélago”, disse.  Além disso, o velejador contou que chegou a cair do barco e precisou ser socorrido pelos outros tripulantes em alto mar.

“Estávamos no meio de uma pequena tempestade com mais seis homens na embarcação. Então, fomos organizar as velas e eu desequilibrei e cai do barco. Passaram mais de cinco minutos para eu ser socorrido, se demorasse mais um pouco eu poderia ter desaparecido da vista dos meus companheiros”, lembrou.

Apesar de alguns momentos de perigo durante a Refeno, Russell também passou por algumas situações impressionantes na regata. “Há doze anos, um radio amador próximo a Fernando de Noronha nos informou que uma nave soviética passaria próximo à nossa localização e informou o horário que iria acontecer. Ficamos impressionados com a exatidão da informação e vimos aquele objeto passando feito um cometa”, revelou.

Russell participou de muitas edições competindo. Chegou a ganhar mais de cinco vezes o primeiro lugar na sua classe. Sua melhor colocação foi em 2013, quando terminou no segundo lugar geral. Depois de tanto tempo, o velejador contou que muita coisa mudou nesse período. Além do percurso, as tecnologias e os barcos estão modificados.

“Dá saudade daquela época. Era uma navegação mais romântica. Mas hoje tudo é mais seguro. E isso é que importa. Com um aparelho de GPS ficou mais fácil. E agora todos chegam ao seu destino, a não ser que haja algo pelo meio do mar. Hoje encontramos mais de 30% das embarcações são catamarãs, os barcos são bem maiores chegam a mais de 50 pés”, comentou.

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