Popularmente conhecido como Tsunami da Educação, o protesto contra o contingenciamento de verbas para os ensinos básico e superior é realizado nesta terça-feira (13), em todo o Brasil. O evento, realizado na Rua da Aurora, na área central do Recife, reúne estudantes, professores e classes sindicais em todo o país. No encontro, docentes criticaram o projeto Future-se e os cortes nas instituições federais de ensino.
Para a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jaboatão dos Guararapes, Eugênia Lemos, o Future-se mascara o objetivo do Governo de privatizar o ensino superior. "Quando um governo promove que organizações sociais passem a comandar a administração de uma universidade, isso não tem como ser outra coisa além de privatização. O governo quer sucatear o ensino superior e traz um grande programa para recuperá-la, quando na verdade não é isso", disse, em entrevista ao LeiaJá.
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O presidente da Associação de Professores da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Edeson Siqueira, salienta os problemas que a instituição tem passado por conta do contingenciamento na pasta da educação. "Só temos verba para funcionarmos até setembro. Após isso, não vamos ter como pagar conta de energia nem contrato dos terceirizados. Como o professor vai dar aula, se não vai ter energia para ligar o computador? Quem vai fazer a limpeza da instituição?", questionou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambucano, Fernando Melo, acrescentou que o programa de cortes traz problemas para os estudantes que ainda estão no ensino médio. "Eles não vão ter educação, universidade nem aposentadoria", cravou.
Estudantes também se mostram contra Future-se
Para a presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e gestora de cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirela, o ato marca uma luta que já é realizada há meses pelas categorias. "O Future-se nada mais é do que a privatização do ensino superior da forma mais velada possível. O ministro diz que organizações sociais poderão investir nas universidades e isso é a entrada de capital privado inicial como uma forma de privatizar depois", pontuou.