Magno Martins

Magno Martins

Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Carnaubeira aposta em ficha suja

Magno Martins, | ter, 11/10/2016 - 11:41
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Em Carnaubeira da Penha, a 510 km do Recife, no Alto Sertão pernambucano, a população fez vista grossa à Lei da Ficha Limpa. Elegeu o ex-prefeito Manoel José da Silva, do PR, que governou o município por duas gestões – pleitos de 2008 e 2012 – e não conseguiu passar no teste das contas sadias no Tribunal de Contas do Estado em 2007, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014. Mas não virou ficha suja porque manobrou, impedindo que a Câmara de Vereadores julgasse todos os processos enviados pelo TCE antes da eleição.

O que as urnas falaram, para desespero da população, está envolto num grande mistério, a começar pelo impressionante índice de abstenção: 16,26%, o maior já visto na história do município. Na prática, 1.703 dos 9.231 eleitores aptos a votar não apareceram para exercitar a cidadania, o que gerou um rastro de desconfiança de que o prefeito eleito montou um esquema poderoso para evitar a ida de muita gente até a sua secção eleitoral.

E grande parte desse eleitorado teria alinhamento ao atual prefeito Simão Lopes Gonçalves, o Doutor Neto, do PSB, que perdeu por uma diferença de 1.004 votos. Em 37 sessões, votaram 8.598 eleitores, dos quais 4.801 em Manoel (55,84%) e 3.797 (44,66%) em Neto. Brancos totalizaram 111 votos e nulos 522 votos. O que mais chamou a atenção da população é que as contas mal assombradas do prefeito eleito estavam na pauta de julgamento da Câmara na semana que antecedeu o pleito, mas um parecer do juiz de Floresta acabou favorecendo o republicano.

Há um inconformismo geral no município com a manobra, pelo fato de ter permitido que o candidato do PR não viesse a ter sua candidatura impugnada. Agora eleito, as chances de Manoel ter suas contas julgadas antes da posse são mínimas. Restou para os que não queriam a sua volta choro e inconformismo, até porque suas duas passagens pela Prefeitura só trazem péssimas recordações.

“Durante o tempo em que ele foi prefeito, a água que chegava às nossas casas vinha contaminada de fezes. Não tínhamos merenda de qualidade na única escola municipal que temos na zona urbana. Já chegou a morrer pacientes no único hospital que funcionava por falta de oxigênio”, relata uma leitora indignada pelo fato de o juiz de Floresta não ter permitido a votação das contas do ex-prefeito.

NA LINHA DE FRENTE– O presidente Michel Temer exonerou três ministros para garantir a aprovação da PEC que limita dos gastos públicos. Além de Marx Beltrão, de Turismo, Bruno de Araújo (Cidades), do PSDB, e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), do PSB. A decisão do Palácio do Planalto foi tomada porque a suplente de Marx Beltrão não está em Brasília e o Governo quer dar demonstração de força e unidade na base aliada. Temer coordenou diretamente o processo de votação da PEC, porque se constituiu em seu grande teste de fogo para o start das reformas necessárias ao País.

O ministro tem a força– Por falar no ministro de Turismo, o alagoano Marx Beltrão, indicado para o cargo pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ele deu nas urnas uma demonstração de uma grande liderança em ascensão na terra de Floriano Peixoto. Elegeu cinco prefeitos da sua família no litoral sul do Estado: irmãos, tios e primos. Mais do que isso, arrastou a maioria dos municípios da região. O que se diz nas Alagoas é que Marx tende a ser candidato a senador nas eleições de 2018.

Primeiras pesquisas– Sai, amanhã, pela TV-Globo, segunda edição do NE-TV, a primeira pesquisa do Instituto Datafolha da eleição de segundo turno para prefeito do Recife. Na segunda-feira, o segundo levantamento, desta feita do Ibope. Quanto a Olinda, Jaboatão e Caruaru, serão divulgadas pesquisas do instituto Datamétrica, contratada pelo Diário de Pernambuco, e do Instituto Opinião, esta pelo meu blog. As do Datamétrica já serão publicadas já na próxima quinta-feira.

Cantou vitória antes da hora– Em Casinhas, no Agreste Setentrional, a 135 km do Recife, a prefeita Rosineide Barbosa (PP) era vista e apontada como reeleita, até por uma pesquisa que virou panfleto durante a campanha, mas acabou sofrendo uma derrota acachapante de 1.575 votos para o ex-prefeito João Camelo, do PSB. Casinhas fica a menos de 20 km de Surubim, onde ocorreu uma das eleições mais disputadas do Estado, sendo eleita a socialista Ana Célia.

Governo tripudiado em Garanhuns– A reeleição do prefeito de Garanhuns, Izaias Régis (PTB), representou, na prática, a manutenção de um tabu: ali, desde 2008, com a vitória de Luiz Carlos (PDT), que desbancou Zé da Luz (PSB), apoiado pelo ex-governador Eduardo Campos, o Governo anda na contramão do povo. Além de obter 68% dos votos válidos, Régis elegeu todos os vereadores, pois Johny Albino, irmão de Sivaldo Albino, adversário que disputou pelo PPS e levou a maior surra eleitoral da história do município, acabou sendo impugnado. Três outros vereadores que apostaram na força de Sivaldo acabaram ficando, também, sem mandato.

CURTAS

EM JABOATÃO– Manoel Neco, candidato do PDT a prefeito de Jaboatão, arrebatou, ontem, o apoio da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva. “Neco tem a identidade e as raízes do povo de Jaboatão. Ele conhece de verdade a cidade e com certeza na Prefeitura vai avançar muito na luta pelo povo, dando melhor qualidade de vida à população”, disse o presidente estadual da legenda, Roberto Leandro.

ALÔ, RIACHO DAS ALMAS!– Hoje, piso, mais uma vez, em solo de Riacho das Almas, no Agreste, ao lado de Caruaru, para produzir uma reportagem especial sobre a eleição mais apertada do Estado. Apenas cinco votos garantiram a reeleição do prefeito Mário da Mota, do PSB, que derrotou o candidato do PSDB, Dió Filho, filho do ex-prefeito Dioclécio Rosendo.

 

Perguntar não ofende: Temer também terá êxito na reforma da Previdência? 

Caruaru vai engolir o acordão?

Magno Martins , | qui, 06/10/2016 - 17:45
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Em política, o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. Esta máxima pode ser aplicada, rigorosamente, ao acordo fechado em Caruaru entre dois políticos fortes e tradicionais do município, que já falaram a mesma língua no passado, mas que nos últimos anos capricharam no exercício da chamada política figadal na busca incessante pelo poder. Refiro-me ao prefeito José Queiroz (PDT) e ao ex-governador João Lyra Neto (PSDB), que, ontem, deixaram as idiossincrasias de lado para tentar eleger a tucana Raquel Lyra, herdeira política de Lyra, prefeita do município.

O inimigo comum que provocou a reconciliação entre os Lyra e os Queiroz atende pelo nome de Tony Gel, ex-prefeito por dois mandatos, o mais votado na eleição de primeiro turno como candidato do PMDB. A notícia, confirmada em anúncio oficial no comitê de Jorge Gomes (PSB), candidato que Queiroz apoiou no primeiro turno, tendo desempenho pífio, ficando em quarto lugar entre os mais votados, caiu como uma bomba em Caruaru. Tudo porque nos últimos anos, desde que Queiroz foi reeleito em 2012, Lyra e Queiroz adotaram o ringue como lugar comum para o bombardeamento de ataques que derivaram da política para o campo pessoal.

Quando João Lyra não apoiou a reeleição de Queiroz em 2012, com uma nota paga nos jornais do Estado, o prefeito devolve com uma agressão bem-humorada. “Sei que João consertou o coração, mas não sei o que há com a cabeça dele. Ele não anda bem das faculdades mentais”, disse Queiroz. O ex-governador havia se submetido a uma cirurgia para implante de pontes de safena em São Paulo.

“Queiroz fez uma administração pífia, não se modernizou e com ele Caruaru não avançou”, disse em outra oportunidade o ex-governador, numa entrevista a uma emissora de rádio do Recife, provocado a fazer uma avaliação da gestão do desafeto e agora aliado. E acrescentou, para irritação do prefeito: “Só vejo de concreto nas ruas de Caruaru o asfalto e não temos nenhuma obra estruturadora na cidade”.

Numa entrevista ao Frente a Frente, programa que ancoro em rede estadual com 44 emissoras, Queiroz disse que o governador João Lyra Neto (PSB), embora natural de Caruaru, não fez absolutamente nada em favor do seu desenvolvimento ao longo dos nove meses de gestão. “João não fez nada por Caruaru”, desabafou.

E acrescentou: “A única coisa que João Lyra fez em Caruaru foi abrir uma sala para funcionar o Expresso Empreendedor”. Queiroz lamentou que o governador não tivesse acatado nenhuma sugestão por ele levada em audiência no primeiro dia de seu mandato, em abril. “Apresentei um conjunto de 14 obras e nenhuma saiu do papel”, afirmou.

Queiroz e Lyra se agrediram muito mais do que isso. Tão logo o acordo foi anunciado, ontem, pelas redes sociais explodiram uma porção de áudios reproduzindo declarações de ambas as partes de agressões mútuas. Caruaru vai compreender o acordão, que provavelmente passa pelo apoio do grupo de João Lyra à reeleição do deputado federal Wolney Queiroz, filho do pelo apoio do grupo de João Lyra à reeleição do deputado federal Wolney Queiroz, filho do prefeito, em 2018? Só as urnas no próximo dia 30 serão capazes de dar essa resposta.

LYRA ESTENDEU A MÃO– Quem tomou a iniciativa da reconciliação em Caruaru foi João Lyra Neto (PSDB). Tão logo saiu o resultado da eleição em primeiro turno, domingo passado, confirmando o segundo turno entre Tony Gel (PMDB) e Raquel Lyra (PSDB), o ex-governador ligou para prestar solidariedade a José Queiroz pela derrota do seu candidato, o atual vice-governador Jorge Gomes (PSB). E acertaram a primeira conversa para o dia seguinte, após Raquel falar também com o prefeito e o seu filho, o deputado federal Wolney Queiroz (PDT), que perde uma Prefeitura importante para o seu projeto de reeleição em 2018.

Água e óleo se misturam? – Se Louise Caroline, principal liderança do PT em Caruaru e que completou a chapa de Jorge Gomes como vice, vier a declarar apoio a Raquel Lyra, como já fizeram José Queiroz e Wolney Queiroz, pai e filho, entrará para a história como a principal responsável pela quebra de um tabu histórico: PT se aliando ao PSDB. O que dirá então a direção nacional do Partido dos Trabalhadores?

Propaganda adiada– Tanto no Recife quanto em Caruaru, os candidatos que disputam as eleições de prefeito no segundo turno fecharam entendimento para a propaganda eleitoral no rádio e na televisão, que já seria permitida a partir de amanhã, começar somente na próxima segunda-feira. As eleições de segundo turno estão marcadas para o próximo dia 30 e cada candidato terá direito a dez minutos no guia eleitoral no início da tarde e a noite, isso sem falar nas inserções ao longo do dia.

Atentado em Amaraji– O presidente do PV em Amaraji, José Roberto Peixoto da Silva - mais conhecido como Boi do Barro – sofreu um atentado na madrugada do último domingo, e veio ao Recife na quarta para pedir providências à Secretaria de Defesa Social. Ele foi vítima de uma emboscada quando trafegava por um canavial, naquele município. Com ferimentos no rosto e três dentes a menos, relatou que sua moto foi cercada por três automóveis, com homens que começaram a lhe agredir. Boi do Barro contou que deixou a moto, saiu correndo por uma ribanceira e terminou ficando mais de 20 minutos em um rio, para se livrar dos agressores, escondendo-se depois no meio do matagal.

Governador com Tony– Embora no primeiro turno o governador Paulo Câmara tenha apoiado Jorge Gomes em Caruaru, por ser o candidato oficial do PSB, não vai acompanhar a decisão do prefeito José Queiroz (PDT) de alinhamento à candidatura da tucana Raquel Lyra, porque esta, no primeiro turno, recebeu o apoio do senador Armando Monteiro Neto, provavelmente o adversário de Câmara em 2018, quando o socialista tentará renovar o seu mandato. Foi por isso que Jorge Gomes, candidato de Queiroz, não apareceu, ontem, no anúncio do prefeito a Raquel. O palanque de Câmara será o do peemedebista Tony Gel.

CURTAS

DÍVIDAS– A sanção da lei que autoriza a renegociação de dívidas de crédito rural de agricultores do Nordeste foi o tema da reunião de ontem da bancada no Congresso, da qual participou a presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Kênia Marcelino. A medida beneficia agricultores dos projetos públicos de irrigação da Codevasf.

O MAIS VOTADO– Proporcionalmente, o vereador mais votado no Estado não foi Adelson Enfermeiro, do Pros de Lajedo, conforme noticiamos. Ele foi batido pelo republicano André Ferraz, de Floresta, no Alto Sertão. Enquanto Enfermeiro obteve 8,71% dos votos, André chegou a 9,72% dos votos, obtendo 1.829 votos.

Perguntar não ofende: João Paulo vai querer Lula como cabo eleitoral no Recife?

Recorde de prefeitos reprovados

Magno Martins, | qua, 05/10/2016 - 00:00
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Nas eleições municipais de domingo passado, Pernambuco bateu um recorde: 74,45% dos prefeitos que tentaram um novo mandato receberam o cartão vermelho dos eleitores. Nem mesmo gestores ao final do segundo mandato conseguiram eleger seus sucessores. Os casos mais emblemáticos são Caruaru e Petrolina, isso sem falar em cidades como Olinda, onde o desgaste do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) arrastou a deputada Luciana Santos, também do mesmo partido, para a jaula dos leões.

E Luciana, vale a ressalva, aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto. Nas urnas, entretanto, acabou em quarto lugar. Em Caruaru, Jorge Gomes, candidato do PSB apoiado pelo prefeito José Queiroz (PDT), também foi reprovado pelo eleitorado, ficando em quarto lugar, abaixo do delegado Erick Lessa (PR) e Raquel Lyra (PSDB), esta com passaporte carimbado para o segundo turno contra Tony Gel (PMDB) por uma diferença ínfima em relação ao delegado.

Em Salgueiro, santuário eleitoral do PSB, a legenda socialista perdeu o poder depois de controlar por 16 anos para o empresário Clebel Cordeiro (PMDB). Em Vitória de Santo Antão, o prefeito Elias Lira (PSD), numa disputa acirrada voto a voto do seu candidato Paulo Roberto (PSD) ante Aglailson Júnior, levou desvantagem e a Prefeitura volta para as mãos do PSB. A mais surpreendente derrota, no entanto, se deu em Limoeiro, onde o prefeito Thiago Cavalcanti (PTB), sobrinho do deputado federal Ricardo Teobaldo, perdeu para o tio Joãozinho, do PSB.

Na Grande Recife, apenas os prefeitos de Paulista, Júnior Matuto (PSB), de Abreu e Lima, Pastor Marcos (PSB), de Igarassu, Mário Ricardo (PTB), e de Araçoiaba, Joamy Alves (PDT), conseguiram se reeleger. Já na Zona da Mata Norte, formada por 19 municípios, somente os prefeitos de Tracunhaém, Belarmino Vasques (PR), e de Camutanga, Armando Pimentel (PB), saíram consagrados das urnas.

Ainda na Zona da Mata, derrotas emblemáticas, também, ocorreram em Timbaúba, reduto fechado do deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB). Ali, a oposição emplacou o tucano Ulisses Felinto, enquanto em Carpina e Paudalho os prefeitos Carlinhos do Moinho (PSB) e José Pereira, respectivamente, sofreram derrotas acachapantes. Fugiram à regra, porém, prefeitos bem avaliados.

É o caso de Luciano Duque (PT), de Serra Talhada, que, embora tenha tido uma frente menor do que se esperava, foi reeleito sem dificuldades, caso semelhante a Arcoverde, município em que a socialista Madalena Brito impôs a maior e histórica derrota ao grupo do deputado federal Zeca Cavalcanti. Proporcionalmente, os prefeitos que receberam as maiores votações – Graça do Moinho (PSB), de Lagoa de Itaenga, com 88,7% dos votos, e José Patriota (PSB), de Afogados da Ingazeira, com 83,25% dos votos, não tiveram adversários competitivos, surfando numa eleição sem disputas.

A DERROTA DE FLORESTA– Em Floresta, a prefeita Rorró Maniçoba (PSB), embora com uma gestão beirando aos 70% de aprovação, não elegeu o sucessor porque o deputado Rodrigo Novaes (PSD), além de ter criado dificuldades para escolha de Isabela Maniçoba, a preferida pela prefeita, permitiu que um parente da família, Rinaldo Novaes, disputasse em faixa própria pelo PT. Com 1.125 votos, Rinaldo atrapalhou a vitória de Obadias Novaes, escolhido em comum acordo entre a prefeita e o deputado. Em tempo: Rinaldo é o atual vice-prefeito de

Floresta, indicado por Rodrigo. Na prática, o deputado cavou a sua própria sepultura e contaminou Rorró.

Tucano vence guerrilha em Gravatá – A vitória mais comemorada no campo da oposição no Agreste foi a do tucano Joaquim Neto. Desafiando o Governo, que manobrou o tempo todo através do líder na Assembleia Legislativa, Waldemar Borges (PSB), Joaquim impôs uma derrota desmoralizante ao candidato do PSB, João Paulo, obtendo 59% dos votos válidos. Ali, o tucano comeu o pão que o diabo amassou, a ponto dos adversários difundir em panfletos apócrifos que o tucano estava com sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral.

Um parlamento de suplentes– Nunca uma eleição municipal provocou tanto efeitos na composição da Assembleia Legislativa como a do último domingo. Pelos cálculos mais pessimistas haverá a dança de 11 cadeiras com a eleição de deputados com mandato e suplentes. Se em Caruaru for eleito Tony Gel ou Raquel Lyra, do PMDB e PSDB, respectivamente, a 11ª vaga de suplente estará assegurada, porque mais dois suplentes no exercício do mandato também foram eleitos – Maviael Cavalcanti, do DEM, em Macaparana, e Manoel Botafogo, do PDT, em Carpina.

Rorró sai estadual– A prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PSB), não sai tão derrotada quanto Rodrigo Novaes, seu hoje aliado com quem deve romper nas eleições de 2018 por causa de interesses contrários. Ela conseguiu eleger o sobrinho Bernardo Maniçoba, do PMDB, prefeito de Itacuruba. E seu marido, Dário Ferraz Novaes, o Gatão, emplacou a cunhada Sandra da Farmácia, do PT, prefeita de Calumbi, no Sertão do Pajeú. Com isso, é bem provável que seja candidata a deputada estadual.

Campeão de voto no parlamento– Proporcionalmente, o vereador mais votado de Pernambuco foi Adelson Enfermeiro, do Pros de Lajedo, no Agreste Meridional. Ele saiu das urnas com 2.013 votos, correspondente a 8,71% dos votos válidos. Enfermeiro concursado da rede municipal de saúde em Lajedo, Adelson já foi vereador em duas legislaturas sendo o mais votado em ambas às eleições, mas estava sem mandato porque foi candidato a vice-prefeito na chapa derrotada de 2012. Sua popularidade está alicerçada no fato de atender, gratuitamente, a população pobre fazendo curativos e os primeiros socorros nas comunidades pobres da cidade e na zona rural.

CURTAS

COM NECO– Apesar de filiado ao PDT, o deputado federal Carlos Eduardo Cadoca não apoiou o candidato do partido, Manoel Neco, a prefeito de Jaboatão no primeiro turno. Mas ontem, num telefonema trocado com o próprio Neco, ficou de confirmar, hoje, o seu ingresso no movimento que está sendo fortalecido para garantir a eleição do pedetista, com chances reais de levar um grupo de vereadores eleitos que esteve no palanque de Selva.

A VIOLA E A MUDA– Em Tabira, a briga pelo poder foi travada entre um violeiro e uma muda – Sebastião Dias, bom de verso e viola, e Nicinha de Dinca (PMDB), que fez a campanha sem abrir a boca para um único discurso, ganhando o apelido de muda. Quem falava em seu nome era o marido Dinca, ex-prefeito. Prevaleceu à força da poesia. Sebastião foi reeleito por uma diferença de apenas 319 votos. Zé de Bira, do PSB, conseguiu, por outro lado, uma façanha: nunca uma terceira via no município conseguiu passar dos 500 votos. Ele bateu a casa dos 2.339, sendo considerado também um fenômeno eleitoral.

Perguntar não ofende: Em que palanque vai subir o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), no segundo turno?

Geraldo ganha luz própria

Magno Martins, | sex, 30/09/2016 - 11:02
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O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), trilha uma rota de descolamento da figura do ex-governador Eduardo Campos. Alçado pelo ex-presidenciável, morto em trágico acidente aéreo em 2014, Júlio saiu da condição de poste, modalidade de político que nunca disputou eleição nem para síndico de prédio, para adquirir luz própria. É líder absoluto nas pesquisas de intenção de voto.

Caso não cometa deslizes, ele desbancará o ex-prefeito João Paulo (PT), candidato apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, colocando o Partido dos Trabalhadores em delicada situação em Pernambuco, que beira à extinção. Eduardo Campos voava rumo à Presidência da República  quando perdeu a vida.

Tinhoso, como se diz no Nordeste, ele continua na memória do pernambucano. Era teimoso e bancou sozinho a eleição do atual prefeito, em 2012. No entanto, quatro anos se passaram e Geraldo Júlio precisou caminhar com as próprias pernas. Mas será que a criatura superou o criador? A aparente vitória será o carimbo da força política do neto de Miguel Arraes? Geraldo Júlio tem credenciais que considera imbatíveis nesta eleição.

Inaugurou três obras pouco antes da campanha, ao estilo Eduardo Campos. Em janeiro, apesar de dois anos de atraso, começou a funcionar a pista leste da Via Mangue, na Zona Sul do Recife. A obra custou R$ 433,2 milhões, sendo 95% dos recursos financiados pela Prefeitura do Recife. Em maio, ele inaugurou o Hospital da Mulher Doutora Mercês Pontes da Cunha, com previsão diária de 60 consultas e 180 ultrassonografias. Localizado no bairro do Curado, o hospital dispõe de 150 leitos de internação.

Em março, abriu-se o primeiro Centro Comunitário da Paz (Compaz), batizado de governador Eduardo Campos, no Alto Santa Terezinha. Trata-se de um espaço de cidadania e promoção de Cultura de Paz e oferece diversos atendimentos e atividades esportivas. Com a carteira de inauguração de obras, Geraldo Júlio caminha para a reeleição. De acordo com a última pesquisa Ibope, o socialista tem 40% das intenções de voto, contra 26% de João Paulo. Parece que o homem tomou gosto pela política.

Não há espaço - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, descartou o aumento de impostos neste ano. Ninguém se iluda: não se trata de bondade de sua excelência. Pelo contrário. Meirelles, se possível, teria elevado os impostos no primeiro dia do governo Michel Temer. Mas os aliados avisaram que não se aprovará tributo em plena eleição municipal. O brasileiro precisa ficar com os olhos abertos. O trem pode descarrilhar no próximo ano, caso as reformas econômicas do governo não surtam o efeito esperado.

Um ou dois turnos? – Até o próximo domingo devem ser divulgadas mais três pesquisas de intenção de voto para prefeito do Recife, mas a do Instituto Maurício Nassau, publicada ontem no JC, apontou que Geraldo Júlio, que disputa a reeleição pelo PSB, está a um passo de ganhar o pleito no primeiro turno, estando com 47% dos votos válidos. Se conseguir avançar mais quatro pontos, resolve a fatura num único turno. O debate da TV-Globo, ontem, pode ter alguma influência nessa direção.

Agronegócio - O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novaki, visitará quatro países (Itália, Japão, Rússia e Armênia) para impulsionar o agronegócio brasileiro. Na mala, ele levará estudo da Embrapa para desmontar a lorota do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, de que o agronegócio brasileiro prejudica o meio ambiente. O levantamento mostra que 61% das terras brasileiras estão preservadas. A agricultura ocupa 8% do território nacional e a pecuária, 19%. Terras indígenas são 13%.

Desejo oculto - Fernando Henrique Cardoso alimenta o sonho de disputar eleição indireta para presidente da República, caso o Tribunal Superior Eleitoral derrube a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, eleita em 2014. Temer, que assumiu o comando do Brasil após o impeachment de Dilma, e o senador Aécio Neves (MG) não ficaram contentes. Criticado pelo ex-presidente Lula, que o sucedeu, FHC acredita que o retorno seria a volta por cima. Trata-se de tentativa derradeira de mostrar “que o sociólogo”, como Lula costuma provocá-lo, é capaz de fazer um mandato tampão de qualidade, sendo aprovado pela população. Seu segundo governo acabou de forma desastrosa, em 2002.

Abuso de poder - A deputada federal Eliziane Gama (PPS), candidata à prefeitura de São Luís (MA), entrou com ação contra o prefeito Edivaldo Holanda Jr (PDT), que concorre à reeleição. Apoiado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), Holanda entregou dezenas de ônibus novos à população a menos de 72 horas do início da votação. A conduta configura abuso de poder político e o uso indevido do cargo com finalidade de obter votos e desequilibrar as eleições, segundo norma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

CURTAS

Praça de guerra - O atentado que matou o candidato à prefeitura de Itumbiara (GO) José Gomes da Rocha (PTB), o Zé Gomes, e o cabo da PM Vanilson João Pereira, acende um alerta perigoso na política. Milicianos crescem no meio político. Ou controlamos os crimes ou viramos uma Colômbia.

Na véspera das eleições - Michel Temer usou a máquina pública para favorecer aliados. Ontem, anunciou regras para o primeiro lote de contratações do Minha Casa Minha Vida. Ideia é contratar 40 mil moradias da faixa 1,5, criada por Dilma Rousseff para beneficiar a classe média baixa, mas que nunca saiu do papel.

Perguntar não ofende - O ex-presidente Lula conseguiria se eleger, pelo menos, a síndico do prédio onde tem um tríplex no Guarujá?

Lava Jato na porta de Lula

Magno Martins, | ter, 27/09/2016 - 09:27
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A Operação Lava Jato voltou a rondar a porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A prisão do ex-ministro Antonio Palocci (PT), durante a 35ª fase da Lava Jato, deflagrada ontem (26) pela Polícia Federal (PF), pressiona o ex-presidente. Procuradores da força-tarefa da operação, em Curitiba, destacam que vários ministros de Lula já foram para a cadeia: José Dirceu, Guido Mantega e Paulo Bernardo. Preocupado, o PT acredita que nova ação poderá levar o chefe máximo do partido para a prisão.

A Polícia Federal acreditava que uma operação contra o ex-presidente só seria deflagrada no primeiro semestre do próximo ano. Com a prisão de Palocci, diz-se, nos bastidores da organização, que Lula deve ser preso ainda em 2016. Por ora, um instante de calmaria. O alívio decorre do Código Eleitoral: a lei prevê uma “pausa” em prisões, que só podem ser efetuadas até cinco dias antes da eleição e somente 48 horas após o fim do pleito. Mas petistas estrelados estão receosos com o destino de Lula.

Por outro lado, o PT reclama da demora da operação em atingir graduados peemedebistas. A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não levou um único integrante do partido para o centro do furacão. No Congresso, os petistas acusam a Lava Jato de ser seletiva, perseguindo membros do partido.

Todos os ministros presos tiveram importante participação no governo Lula, o que o coloca em situação delicada. A verdade é incontestável: a Lava Jato chega cada vez mais à porta do duplex no Guarujá, aquele reformado por empreiteira enrolada justamente no esquema de corrupção que roubou a Petrobras.

PT domina Dataprev - Acuados após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff, os petistas não querem perder boquinhas no governo Michel Temer. Chegou à mesa do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) a indicação de Paulo de Tarso Campolina para a presidência da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV), um nome defendido nos bastidores pelo ex-ministro Carlos Gabas, que atuou no governo Rousseff. Os aliados de Michel Temer ficaram revoltados com a indicação, que precisa ser aprovada por Meirelles.

Forasteiro e playboy – No Frente a Frente de ontem, o candidato do PSB a prefeito de Jaboatão, Heraldo Selva, classificou o candidato do PR, Anderson Ferreira, de forasteiro. Disse que não tem o sentimento da cidade e por isso suas propostas são bem próximas a um livro de ficção. Já Manoel Neco, candidato do PDT, que falou em seguida na Rede Nordeste de Rádio, tendo direito e dez minutos, foi mais objetivo. Afirmou que Anderson e um playboy que cai de paraquedas em Jaboatão. Ambos aceitaram ao convite de participar do programa com muito interesse e naturalidade. Já o “playboy”, como diz Neco, mandou avisar pela sua assessoria que estava sem espaço na sua agenda.

Aposta nos debates - Candidato à Prefeitura do Recife, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) tem uma tarefa inglória. Sem decolar nas pesquisas, ele tenta chegar ao segundo turno com o prefeito Geraldo Júlio (PSB). No último Datafolha, Geraldo apareceu com 38%, seguido por João Paulo (PT), 29%. Daniel ficou com 13%. Ainda assim, ele demonstra otimismo. “A diferença para João Paulo está caindo em todas as pesquisas”, disse em conversa com o blog. “Estamos animados e apostando no debate.”

Segundo turno - Confirmadas as pesquisas de intenção de voto, o Brasil terá o menor número de disputas resolvidas em primeiro turno desde 2000 nas eleições municipais de outubro. Haverá, no máximo, 8 disputas finalizadas já no dia 2 de outubro. Até então, 2012 foi o ano com menos disputas encerradas no primeiro turno: 12. Com os resultados, 21 das 26 capitais devem ter segundo turno. Uma das explicações para os dois turnos é o crescimento da fragmentação do sistema partidário e a existência de um ambiente político mais crítico.

Paredão - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, está como a cabeça na guilhotina. O presidente Michel Temer ficou estarrecido com a declaração do ministro em agenda eleitoral em Ribeirão Preto. Ele afirmou que ficou sabendo um dia antes da Operação da Lava Jato, que prendeu o ex-ministro petista Antonio Palocci. O ministro chega a Brasília nesta terça-feira (27), mas precisará ser convincente. Qualquer derrapada representará sua demissão. Moraes falou no domingo, durante evento de campanha de Duarte Nogueira à prefeitura de Ribeirão Preto (SP), que nova etapa da Lava Jato seria deflagrada nesta semana.

CURTAS

Casal 20 - O Supremo Tribunal Federal decide, hoje (27), se recebe denúncia contra a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, no âmbito da Lava Jato. O casal é investigado por suspeita de ter recebido R$ 1 milhão de propina de contratos entre empreiteiras e a Petrobras.

Gastos públicos - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acredita que haverá pouca “margem para mexer” na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que define teto de gastos públicos. Ele prometeu ao presidente Michel Temer empenho para aprovar a proposta até a primeira semana de novembro.

Perguntar não ofende - Por que a Lava Jato só prende político do PT e esquece do PMDB de Renan Calheiros?

Prisão revogada não isenta Mantega

Magno Martins, | sex, 23/09/2016 - 11:12
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A revogação da prisão temporária de Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda (2006 a 2014), não o isenta de esclarecer a acusação de recebimento de R$ 5 milhões do empresário Eike Batista para pagar dívidas de campanha do PT em novembro de 2012. Alvo da 34ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Arquivo X, Mantega foi liberado após decisão do juiz federal Sergio Moro.

"Observadas as restrições constitucionais quanto à inviolabilidade domiciliar, a prisão pode ser efetivada em qualquer lugar. Isso vem claramente estatuído no Código de Processo Penal", opinou o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal. Na avaliação do líder tucano no Senado, Paulo Bauer (SC), “a revogação não significa que as investigações estejam erradas ou que o que foi levantado até agora seja inconsistente”.

Não demorou a reação do PT. Em vez de explicar a denúncia, os petistas se apegaram ao momento da prisão, quando a mulher do ex-ministro se dirigia para uma cirurgia no Albert Einstein, em São Paulo. A Polícia Federal pretendia prendê-lo em sua residência, no bairro de Pinheiros (SP). Na casa, só estavam o filho, de 16 anos, e a empregada doméstica. Os agentes foram ao hospital, onde o ex-ministro se apresentou espontaneamente.

O cumprimento do mandado de prisão respeitou os devidos limites legais. Mas por que dar regalias para os crimes de “colarinho branco”? O cidadão comum, em situação semelhante, estaria preso. O medo de suas excelências decorre justamente do tratamento duro que recebem agora da Justiça. Com a Lava Jato, poderosos tornaram-se sócios de presídios, com frequência pouco antes vista na história do Brasil.

É preciso, sobretudo, esclarecer o esquema que roubou o cidadão brasileiro, que desviou recursos da educação e da saúde, e não entulhar a sujeira debaixo do tapete. Como lembrou o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Mantega era “um dos articuladores da estratégia econômica do PT que quebrou o País e nos levou a crise atual”. De resto, saúde e paz à mulher do ex-ministro.

Fala, Cunha - Em meio à expectativa sobre a prisão do ex-presidente Lula, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) levanta suspeita sobre um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Java Jato. Aliado do ex-presidente da Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) não acredita que o peemedebista entregará ex-aliados. Opinião divergente tem o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). Ele supõe que Cunha já está em negociação. “Seria bom para o País”, avisa.

Gadelha fala em surpresa - Candidato do PSL a prefeito de Itamaracá, o ex-vice-prefeito do município, Cláudio Gadelha, garante que o candidato apoiado pelo presidente da Alepe (Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco), Guilherme Uchoa, conhecido como Tato, do PSB, não polariza a briga com o prefeito Paulo Batista, do PTB. "O futuro prefeito da ilha sou eu, isso está provado pelo clima de rua", diz Gadelha.

Reforma política, um sonho - A reforma política é discutida há duas décadas no Congresso. Sem consenso, nunca avança. Da mesma forma, a proposta em debate no Senado caminha para encalacrar na Câmara. A redução do número de partidos e o fim das coligações proporcionais afetam as eleições dos deputados federais. Em reunião com empresários, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou: “A reforma encontra resistência”. A maioria da Câmara é contra tais pontos.

Todos falam pelo governador- Segundo informações colhidas por fontes deste blog no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, impressiona e causa indignação nos gabinetes a quantidade de "interlocutores" que se apresentam aos servidores e desembargadores falando em nome do governador fazendo pedidos de "atenção especial" para salvar ou condenar este ou aquele candidato a prefeito. Só falta agora apresentar o crachá!

O agasalho de Silvio - Perguntado sobre a situação irreversível de insucesso nas urnas de prefeitos aliados na corrida municipal, o deputado Silvio Costa (PTdoB) jogou a toalha, mas fez juras de fidelidade. "Vou agasalhar todos, meu cobertor é mais amplo e super aquecedor para os que vão ficar no sereno", disse. Costa foi o maior defensor da ex-presidente Dilma Rousseff durante o processo de impeachment. Ninguém pode reclamar de falta de fidelidade de sua excelência.

CURTAS

Itamaraty em greve - O senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou requerimento de convite ao ministro das Relações Exteriores, José Serra. O petista cobra explicação sobre a paralisação de diversos serviços do Itamaraty em função de greve dos servidores do ministério.

Lembranças do passado - Ex-aliado de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, determinou que se apagassem as lembranças do peemedebista. Na área onde suas excelências concedem entrevistas à imprensa, trocaram o painel colocado por Cunha. Em outras partes, desfaz-se o “legado” de Cunha.

Perguntar não ofende – Após a prisão do ex-ministro Guido Mantega, Lula já comprou seu tênis para caminhar até Curitiba?

Lula traz Lava Jato na mala

Magno Martins, | qui, 22/09/2016 - 11:45
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Para mostrar resistência às mãos hábeis do juiz federal Sérgio Moro, que carregam a balança da deusa da Justiça Têmis no combate à roubalheira desvendada pela Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca, hoje, no Recife, para dar continuidade a um tour pelo Nordeste. Em vez de impulsionar as vacilantes candidaturas de aliados a prefeitos nas capitais dos estados da região, que já foi reduto eleitoral do PT, Lula traz na mala a crise da Lava Jato.

Em Fortaleza (CE), Lula participou, ontem, de comício em apoio à candidatura da deputada Luizianne Lins (PT). De acordo com pesquisa Datafolha, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob o protocolo CE-05460/2016, a ex-prefeita aparece em terceiro. Nem sequer disputará o segundo turno. Hoje, Lula participa de encontro para turbinar a candidatura do ex-prefeito João Paulo (PT), que aparece 11 pontos percentuais atrás do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição.

De acordo com pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral Pernambuco (TRE-PE) sob o protocolo PE-09778/2016, Geraldo tem 38% das intenções de voto contra 27% do petista. O ato terá concentração em frente à Câmara Municipal do Recife, às 16 horas. “Estaremos juntos com ele (Lula) e João Paulo”, conclama o senador Humberto Costa.

Pela manhã, o ex-presidente visitará Natal, onde apoiará o petista Fernando Mineiro, que aparece em quarto na pesquisa Ibope, registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) sob o número 06747/2016, com fabulosos 5% das intenções de voto. Se as candidaturas dos aliados já correm risco sem nenhuma intervenção de Lula, a situação se agrava com declarações do ex-presidente contra a Justiça e o juiz federal Sérgio Moro.

Seus truques retóricos ficaram obsoletos e perderam o efeito. Além disso, o brasileiro defende a Operação Lava Jato. Lula envelheceu – e não apenas em relação à idade. Está longe de ser aquele político que deixou a Presidência da República com 80% de aprovação. Tornou-se uma cruz para os aliados, difícil de carregar.

Demissão à vista – O presidente Michel Temer foi surpreendido com a defesa do ministro Geddel Vieira Lima em relação à proposta que anistia a prática de caixa 2 em campanhas eleitorais. Geddel levou Temer às cordas na luta contra a corrupção. A permanência do ministro tornou-se insustentável, na avaliação de aliados do Planalto. Se o peemedebista não pedir demissão, passará a impressão de que o presidente concorda com as declarações do ministro. Deputados petistas celebram a trágica fala de Geddel.

Osório lidera em Pedra – A pesquisa do Instituto Múltipla no município de Pedra, no Agreste, aponta o candidato do PSB à Prefeitura, Osório Filho, em primeiro lugar nas intenções de votos. O socialista lidera o levantamento com 54%, abrindo 14 pontos percentuais em relação a Zeca Vaz (PTB), candidato à reeleição, que surge com 39,7%. A pesquisa está registrada com o número 09499/2016, no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Prestação de contas - Autor do requerimento que criou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar irregularidades em recursos da Lei Rouanet, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) promete que a comissão focará repasses aos artistas vinculados ao PT, como o ator José de Abreu. Segundo ele, os aliados do PT receberam muito dinheiro durante os governos Lula e Dilma Rousseff, mas não realizaram a devida prestação de contas.

Subiu no telhado - O mercado financeiro anda pessimista com as promessas de reforma do Governo Michel Temer. Após encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, empresários disseram que o Governo “vendeu a ideia de que aprovaria com facilidade” a proposta que limita o teto dos gastos públicos. Aliados acreditam que o projeto passará na Câmara até o início de novembro. No entanto, como são necessários dois turnos, o Senado só aprovará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no primeiro semestre de 2017.

Estresse palaciano – Todo o estresse eleitoral nesses dias que antecedem as eleições municipais esbarra no gabinete do secretário estadual da Casa Civil, Antônio Figueira. Ontem a temperatura subiu por ali quando o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Coelho (PDT), foi reclamar do secretário estadual de Transportes Sebastião Oliveira. Segundo ele, apenas com o intuito de beneficiar eleitoralmente o seu candidato, Sebastião encheu as ruas da cidade de Itamaracá com máquinas e outros equipamentos, para passar a impressão de que estaria começando a pavimentar uma estrada reivindicada e sonhada há muito tempo pela população.  “Isso é uma concorrência desleal”, berrou Uchôa. Em tempo: na ilha, o presidente da Alepe tenta emplacar o genro na Prefeitura e Sebastião apoia a reeleição do prefeito. Briga de cachorro grande!

CURTAS

Oposição em ação - O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) acredita que o Governo conseguirá aprovar as reformas da Previdência e do Trabalho. No entanto, fala um alerta em relação à oposição: “O sucesso do governo é a comprovação do fracasso de Dilma Rousseff”.

Censura - A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) mapeou os casos de censura no Brasil e revelou que, desde 2002, foram registradas 2032 ações na justiça contra a divulgação de informações da imprensa. No ranking por autor, a ex-presidente Dilma Rousseff aparece em terceiro, com 18 ações.

Perguntar não ofende – O que o ex-presidente Lula, que virou réu no caso da Lava Jato, poderá acrescentar aos candidatos petistas?

A trapalhada da anistia aos políticos

Magno Martins, | qua, 21/09/2016 - 14:01
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O ex-deputado federal Ulysses Guimarães costumava responder as críticas à Câmara desta forma: “Estão achando ruim o nível do Congresso? Esperem a próxima (Legislatura), que será pior ainda”. Era uma profecia em relação ao fracasso de uma manobra que retrata a decadência do atual Congresso Nacional, que não se cansa de criar manobras para escapar de punições.

 Acostumados a se esconder atrás da “imunidade parlamentar”, os deputados decidiram, no apagar das luzes da última segunda-feira, colocar em votação o projeto de lei que anistia políticos envolvidos em esquema de caixa dois. Pipocaram críticas à engenhosa proposta, que tenta melar a Operação Lava Jato.

A manobra parou na crítica dos únicos partidos que não participaram da “brincadeira de criança”, conforme definiu o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ): PSOL e Rede. Os partidos aliados de o presidente Michel Temer queriam criar um tipo penal específico para o caixa 2 eleitoral. Mas a prática já é criminalizada no Brasil.

“É uma proposta de diversos partidos”, disse o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP). Nos bastidores, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acertou a votação com os líderes na semana passada. Maia contou com apoio do PSDB, que se acovardou diante da minoria barulhenta contrária à proposta.

No momento, a Câmara recolheu o arsenal. Não significa que houve desistência em anistiar os políticos e empresas enrolados com caixa dois. A proposta pode entrar, novamente, no apagar das luzes. No fundo, foi um teatro de horror, que Ulysses Guimarães nem fazia ideia.

Burrice - Em reunião com empresários, na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou como “burrice” do Governo mandar a reforma da Previdência antes das eleições, que ocorrem em 2 de outubro. Segundo ele, o Palácio do Planalto deveria, primeiro, “vencer a PEC que limita os gastos públicos”. Na avaliação do deputado, misturar dois temas tão polêmicos antes da eleição dificultará à aprovação de ambas as propostas.

No Frente a Frente – Depois de entrevistar os candidatos a prefeito do Recife, o companheiro Magno Martins, que ancora o programa Frente a Frente, iniciou, ontem, a série de entrevistas com os postulantes à Prefeitura de Jaboatão, com Adelson Gomes, do PCB. Hoje, será a vez do Pastor Cleiton Collins, candidato do PP, e amanhã Manoel Neco, do PDT. Heraldo Selva, do PSB, confirmou para a próxima segunda-feira e Anderson Ferreira, do PR, ainda não definiu a data em sua agenda.

Questão de tempo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dormiu, ontem, com enxaqueca. Após a Justiça Federal do Paraná aceitar a denúncia contra ele, sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, relatou a aliados que “os opositores querem vê-lo na cadeia”. Lula, que inicia, hoje, um tour pelo Nordeste, onde pretende turbinar candidaturas de petistas a prefeito, receia que seu próximo destino seja Curitiba, coração da Operação Lava Jato.

Prova e convicção - O PT tentou desqualificar as denúncias do Ministério Público, criando ilusionismo atribuído ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato. A declaração ventilada nas rodas petistas diz: “Não temos prova, mas convicção”. Dallagnol desmentiu o teatro e recomendou a leitura da denúncia. Desta vez, o juiz federal Sérgio Moro, que julgará Lula, tem provas e convicção suficientes para levá-lo para a prisão. A bancada do PT no Senado “lamentou a decisão”.

Vida de celebridade - Concluído o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal é tratada com o glamour das celebridades. “As pessoas estão me parando na rua e me agradecendo”, surpreende-se. Uma das autoras do pedido que originou a cassação da petista, Paschoal é parabenizada por “ter livrado o Brasil do PT”. Segundo ela, são pessoas simples que a cumprimentam e “não a elite”. Os petistas acusam a chamada elite golpista de tramar o impeachment de Dilma.

CURTAS

Babalorixá atrapalhado - “Quem estava presidindo, não merece nosso respeito”, diz o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) sobre a reunião que discutiu o projeto que anistia políticos envolvidos em caixa dois. Era o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

Jornalismo político - Nesta quarta-feira (21), às 19 horas, a Faculdade Joaquim Nabuco, no Recife, realiza encontro sobre o tema “Jornalismo Político: independência e isenção”. O jornalista Romualdo de Souza, correspondente da Rádio JC em Brasília, é um dos palestrantes convidados.

Perguntar não ofende - Anistiar os corruptos foi a receita encontrada pela Câmara para acabar com a corrupção?

Temer testa popularidade

Magno Martins, | ter, 20/09/2016 - 10:44
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A falta de credibilidade da economia nacional coloca nas cordas o Governo Federal, que precisa atrair investimentos privados para superar a crise que assola os brasileiros, com desemprego de 12 milhões de pessoas. Com gasto público abusivo, que levou o País a registrar uma carga tributária de 32,66% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, o presidente Michel Temer tenta retirar o Brasil do buraco onde foi jogado pelo Governo da ex-presidente Dilma Rousseff.  A favor, Temer conta com a disposição por parte dos investidores estrangeiros, que enxergam a economia com menos desconfiança.
No entanto, para recolocar o Brasil na rota do crescimento, o mercado cobra corte gastos públicos e as reformas econômicas, como da Previdência e do Trabalho. Mesmo com base aliada sólida, uma nuvem negra paira sobre esses projetos. O Governo terá força para votá-los? Considerada prioridade máxima pelo Ministério da Fazenda e prevista para votação em outubro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece limite para os gastos públicos enfrenta dura resistência na sociedade, por ser “um remédio forte”.
Levantamento do Palácio do Planalto mostra que o parecer do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) será aprovado com folga na comissão especial que discute o teto de gastos: 27 votos favoráveis e seis contrários. O placar dilatado não representa tranquilidade. Para aprovar a PEC na comissão, exige-se maioria simples. Mas a batalha mais difícil será travada no plenário, onde Michel Temer precisa do apoio de 308 deputados, em votação em dois turnos.
O governo está ciente de que a população não aceitará aumento de impostos e tributos, o que pode levar sua base a se colocar contra algumas medidas. Passado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Temer testará, finalmente, a fidelidade da base aliada.
Cara da elite - No Senado, Fátima Bezerra (PT-RN), foi surpreendida por Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Ela acusou o Governo Michel Temer de atender aos interesses da “elite”. Contrariado, Ataídes questionou o recebimento de dinheiro para campanha de empresas enroladas em corrupção. Na prestação de contas de Fátima, constam doações da JBS (R$ 1,16 milhão), da Sucocitrico Cutrale (R$ 475 mil) e da Andrade Gutierrez (R$ 425 mil). A petista nada esclareceu e atacou o senador: “Suplente e sem voto, assim como o governo ilegítimo”.
Bola murcha - O PT anunciou que o ex-presidente Lula, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público, inaugura um roteiro pelo Nordeste, onde participará de campanhas de candidatos petistas a prefeitos: de Luizianne Lins, em Fortaleza (CE), e de João Paulo, no Recife. As duas candidaturas andam capengas. Luizianne deve ficar fora do segundo turno. João Paulo está a dez pontos do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição.
Fora de cena - Confirmadas as pesquisas de intenção de voto, registradas no Tribunal Superior Eleitoral, o PT não deve eleger um único prefeito no Nordeste. Abatido com denúncias de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato, o partido do ex-presidente Lula só lidera em duas capitais em todo o País: Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), ambas na região Norte.
 
Conta paga - No Senado, repercutiu a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que qualificou como "vergonhosa" a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de fatiar a votação do impeachment de Dilma Rousseff. A avaliação de aliados do governo é que Lewandowski prestou “seu último favor ao governo do PT”. O ministro tem base na região do ABC, em São Paulo, reduto do ex-presidente Lula, que o indicou para o Supremo. O clima esquentou nos bastidores do Judiciário. Lewandowski não gostou da declaração.
Ostracismo - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convive com o ditado popular “Rei morto, rei posto”. Cassado na semana passada por votação acachapante (450 votos a 10), Cunha caiu no esquecimento. Ele já sente falta do período em que vivia cercado por políticos. O ostracismo virou rotina de Cunha. Em sua última aparição, ele foi hostilizado no aeroporto de Brasília.
CURTAS
Agenda cheia - O presidente Michel Temer cumpre agenda voltada à área econômica nesta terça-feira (20). Entre outros, ele tem reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e participa da abertura da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Ex-primeira-dama - Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dona Ruth Cardoso completaria 86 anos nessa segunda. Para desespero dos petistas, foi a ex-primeira-dama quem implantou vários programas sociais no Brasil. Lula só mudou o nome deles.
Perguntar não ofende - Michel Temer, que inventou dados sobre refugiados no Brasil, teve aula com Dilma Rousseff sobre como manipular números de interesse do governo?

Lula, o maestro do saque à Petrobras

Magno Martins, | qui, 15/09/2016 - 11:06
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O ex-presidente Lula sofreu, ontem, um tremendo revés: o Ministério Público Federal (MPF) o denunciou, junto com a mulher Marisa Letícia, e mais seis pessoas, no âmbito da Operação Lava Jato. O procurador Deltan Dallagnol afirmou que o Ministério Público reuniu provas que indicam que Lula era o "comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato".

Segundo o procurador, Lula recebeu R$ 3,7 milhões em propinas da OAS, pagas de forma dissimulada, como a compra e reforma de um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e o armazenamento de bens do ex-presidente. Dallagnol afirmou que há 14 conjuntos de evidência contra o petista, que teria sido o "maior beneficiário do esquema".

O Instituto Lula afirmou que desde janeiro deste ano tornou públicos documentos que "provam que ele não é dono de nenhum apartamento no Guarujá". A denúncia do MPF diz que todo o mega esquema envolve o valor de R$ 6,2 bilhões em propina, gerando à Petrobras um prejuízo estimado em R$ 42 bilhões. Os crimes imputados a ele são corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Caberá à Justiça decidir se os denunciados se tornarão réus.

"O Petrolão era parte de um quadro muito maior", disse Dallagnol, afirmando tratar-se de uma "propinocracia", que seria um governo regido por propinas. Segundo ele, um cartel de empreiteiras conseguia contratos com a Petrobras e pagava valores indevidos a operadores financeiros, funcionários da estatal e políticos. "No centro do núcleo político está o senhor Lula."

Dallagnol afirmou que Mensalão e Lava Jato dependiam de duas máquinas para virar: uma máquina de governo, por causa das nomeações, e uma máquina de partido, que coletava e administrava a propina. "Lula era o elo comum e necessário para as duas máquinas que faziam o esquema rodar. Todas as provas nos levam a crer, acima de qualquer dúvida razoável, que Lula era o maestro desta grande orquestra concatenada para saquear os cofres da Petrobras e de outros órgãos públicos. Era o general que estava no comando da imensa engrenagem desse esquema, que chamamos de propinocracia", disse o procurador.

SÓ COM PROPINA– O procurador afirmou que o Petrolão não estava restrito à Petrobras, mas também envolviam a Eletrobrás, os ministérios do Planejamento e da Saúde, a Caixa Econômica, entre outros órgãos públicos. A Petrobras era a "galinha dos ovos de ouro do esquema", segundo o procurador, pois a estatal chegou a responder por 75% dos investimentos federais em determinado momento. Segundo ele, só era possível obter um cargo alto na Petrobras quem aceitasse participar do esquema e receber propina.

Fato novo de Olinda– Ao comentar, ontem, a subida de cinco pontos percentuais na pesquisa do Instituto Opinião para prefeito de Olinda, saindo de 12% para 17%, o que lhe garantiu empate técnico com a ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB), o professor Lupércio, do Partido Solidariedade, afirmou que é resultado da boa campanha de rua e por representar a quebra da polarização entre duas forças tradicionais, do PCdoB, há 16 anos no poder, e dos Urquiza, que tentam voltar a comandar a Prefeitura com Isabel Urquiza (PSDB). “Somos o verdadeiro fato novo de Olinda”, afirmou.

Rumo ao delegado?– Depois de jogar a toalha, o ex-candidato a prefeito de Caruaru pelo PHS, Rivaldo Soares, anuncia, hoje, qual candidato o partido vai apoiar. Ontem, em reunião na sede do sedo partido, em Caruaru, os filiados à legenda e os candidatos a vereador deram largada

ao processo de discussão com o presidente do partido, o próprio Rivaldo, e a ex-candidata a vice-prefeita, Cida Assunção. Há quem acredite que, pelas posições que assumiu e por ser adversário histórico dos grupos tradicionais, como os Lyra, Queiroz e de Tony Gel, Soares leve o partido para apoiar o candidato do PR, delegado Erick Lessa.

A versão de Renildo– Em contato, ontem, com este blogueiro, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), garantiu que tem sido presente em praticamente todos os atos da campanha de Luciana Santos, sua candidata. “Luciana tem orgulho da nossa gestão e não estou mais envolvido na sua campanha porque tenho que cumprir minha agenda administrativa”, afirmou. O que se comenta em Olinda, entretanto, é que Luciana excluiu o prefeito da sua campanha decido ao alto índice de rejeição da sua administração.

Favorito em Vertentes– Em mais uma pesquisa, o Instituto Opinião traz hoje, em parceria com este blog, o cenário da sucessão municipal em Vertentes, no Agreste Setentrional, a 151 km do Recife. Ali, o franco favorito é o tucano Romero Leal, que já administrou o município por dois mandatos, tendo como adversário Igor Miranda, do PRB. O clima de campanha nas ruas de Vertentes não é tão quente quanto Surubim, João Alfredo e Orobó, cidades vizinhas que pegam fogo.

CURTAS

JABOATÃO– Três comunidades de Jaboatão foram visitadas, ontem, pelo candidato a prefeito Anderson Ferreira (PR). Ele esteve em Jardim Prazeres, Areeiro e Coquinhos, onde encontrou uma população carente de muitas coisas. Ao conversar com a dona de casa Adriana Silva, ouviu que Jardim Prazeres precisa de melhorias em todos os sentidos. “Precisamos de educação, saneamento básico, as ruas não são calçadas. A gente carece de muita coisa, mas só ficamos na promessa, nos últimos anos”, contou Adriana.

NO FRENTE A FRENTE– Os candidatos a prefeito de Caruaru participam, amanhã, do primeiro debate em rede estadual de emissoras, durante uma hora, das 18 às 19 horas, tempo do programa Frente a Frente, que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio. Será mediado por este blogueiro direto dos estúdios da Rádio Cultura. Confirmaram Jorge Gomes (PSB), Raquel Lyra (PSDB), Erick Lessa (PR) e Tony Gel (PMDB).

Perguntar não ofende: Lula só será preso depois das eleições?

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