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Uma greve organizada por sindicatos de tralhadores do setor aéreo causou o cancelamento de 71 voos das companhias Aerolíneas Argentinas e Austral, que afetou mais de 10 mil passageiros na Argentina.

O terminal mais afetado foi o Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, utilizado predominantemente para voos de carga. O Aeroporto Internacional de Ezeiza, na periferia de Buenos Aires, também sofreu com a paralisação, assim como outros pequenos terminais no interior do país.

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A greve foi convocada por sindicatos de pilotos, funcionários de terra, técnicos e afiliados da Associação de Funcionários Aeronáuticos do país. As entidades protestam contra o atraso de pagamentos de salários e o não-cumprimento de acordos firmados com a empresa.

"A Aerolíeas Argentinas reitera sua permanente vocação para o diálogo com seus trabalhadores. Sem embargo, as reclamações dos sindicatos não foram acompanhadas de uma proposta formal, o que impede a companhia de conversar sobre as diferenças que podem haver", disseram fontes da empresa ao portal de notícias argentino Infobae.

Da Ansa

Um piloto da companhia aérea Aerolíneas Argentinas se tornou um herói ao realizar uma aterrissagem de emergência na Bolívia para salvar a vida de um menino de oito anos que passou mal em um voo que ia para os Estados Unidos. "Tivemos que declarar estado de emergência médica. Se não tivéssemos aterrissado, o desfecho poderia ser outro", disse nesta sexta-feira (2) o piloto do avião no qual o episódio aconteceu, Martin Hugues, ao voltar a Buenos Aires.

O menino, identificado apenas como Matías, estava viajando para a Disney com seus pais e sua irmã e teve que ser hospitalizado com urgência na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra após sofrer um pneumotórax durante o voo. Após ser operado, o garoto agora está se recuperando na terapia intensiva de um hospital da região.

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"A tripulação me avisou que havia um menino que estava passando mal. Assim, falei com os médicos que os estavam atendendo e concluímos que devíamos fazer o desvio. Declaramos emergência médica e analisamos onde realizar a aterrissagem de emergência", disse Hugues.

O piloto, que também afirmou que "foi emocionante saber que o garoto [já] estava bem", contou que o diagnóstico da primeira médica que atendeu Martín durante o voo foi fundamental. O argentino também elogiou a atenção e disposição dos funcionários do aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra, em especial os do controle aéreo. "A verdade é que temos que agradecê-los. Deixaram tudo fácil para nós", comentou Hugues.

Uma das aeromoças, María Lorena Lecca, contou que a janta havia acabado de ser servida para os passageiros quando a mãe do pequeno disse que seu filho estava mal. "Em seguida, chamamos um médico e, por sorte, havia uma doutora especialista em pneumotórax. Ela foi a primeira que se apresentou e depois apareceram outros dois médicos", disse Lecca. Após a aterrissagem, o menino foi encaminhado ao hospital da cidade boliviana e o avião decolou para Miami, destino original da aeronave. O episódio heroico aconteceu no último dia 31 de maio, mas só começou a ser mais comentado nesta sexta (2).

A Aerolíneas Argentinas cancelou mais de 300 voos, contando os que decolariam nos últimos quatro dias e provocaram grandes filas no Aeroparque - o aeroporto doméstico de Buenos Aires - e os que foram suspensos até o dia 30 de julho. A medida afeta principalmente voos locais, mas atinge estrangeiros em conexão e algumas viagens diretas do Brasil. Na quarta-feira (22), a empresa atribuiu os problemas a fatores ligados às férias de inverno, iniciadas segunda-feira.

A empresa dirigida pelo kirchnerista Mariano Recalde, que ficou fora do segundo turno pelo governo da prefeitura de Buenos Aires no domingo, informou que "a ocupação de seus voos chegou a 100% nos primeiros dias e viajaram efetivamente, desde o começo do recesso, a quantidade recorde de 35.000 passageiros diários, quando a média habitual é de 25.000". Na prática, a justificativa é que a companhia não estava preparada para operar com 100% da capacidade.

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Em outro trecho de um comunicado, a companhia alega que "a meteorologia desfavorável em destinos argentinos como Bariloche, Chapelco e Iguazú, somada à necessidade de realizar tarefas de manutenção em algumas aeronaves, deram lugar a inconvenientes na operação". A empresa citou ainda como causa dos cancelamentos os conflitos entre sindicatos, que negaram ter qualquer participação nos problemas. A companhia admitiu a prática do overbooking, vendendo mais lugares do que na realidade tinha disponíveis.

A Gol e a Aerolíneas Argentinas iniciarão a partir de 1º de maio as operações de compartilhamento de voos. Na primeira fase, a aérea argentina passará a vender os voos da Gol do Rio de Janeiro, de Brasília e de Confins em seus canais de venda. Em setembro, a previsão é ampliar o compartilhamento, com as duas empresas passando a oferecer todos os destinos no Brasil e na Argentina como também na América do Sul e do Norte.

O presidente da GOL, Paulo Sérgio Kakinoff, destacou que, com o compartilhamento das malhas, passageiros das duas empresas terão 188 opções de voos semanais entre os dois países. "Se fossem implementados em apenas dois pontos, seriam tipicamente uma ponte aérea", comentou Kakinoff. ´Somente a Gol oferece 77 voos semanais entre Ezeiza, Aeroparque, Córdoba, Rosário e Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis.

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Apenas entre os principais destinos, as empresas oferecerão 10 voos diários entre Buenos Aires e São Paulo, e cinco entre a capital argentina e o Rio de Janeiro. "Sempre foi desejo da Gol ter serviço e frequência próprios de uma ponte aérea e isso não poderia ser executado por uma só companhia", disse.

"Esse é um acordo que dá vantagens e benefícios não só aos passageiros como também às companhias aéreas e aos países, porque vai permitir um fluxo mais cômodo e eficiente, com melhores horários e mais frequências para intercâmbio turístico e para o intercâmbio comercial e de negócios", disse o presidente da Aerolíneas Argentina, Mariano Recalde.

No ano passado, as duas companhias começaram a receber as autorizações necessárias para o compartilhamento e há cerca de um mês oficializaram a parceria, sem dar prazo para o início das operações.

Expansão

Os executivos sinalizaram com a possibilidade de expansão da parceria, seja para um compartilhamento da manutenção das aeronaves - já que as duas empresas operam com o mesmo equipamento - seja para novas rotas.

Kakinoff salientou que as companhias passarão a planejar a malha aérea de forma conjunta. "Isso permite uma expectativa positiva, de que será oferecida a melhor conexão entre os dois países, fruto do redesenho de malha, com vasta vantagem para as empresas e a melhor oferta para os passageiros dos dois países."

O presidente da Gol acrescentou que as duas aéreas devem estudar rotas compartilhadas, que não se justificariam com a base de clientes de apenas uma delas. Uma primeira rota que será iniciada pela Gol em menos de dois meses faz parte dessa visão, segundo Kakinoff: em 10 de maio a Gol inicia uma nova operação entre Ezeiza e Fortaleza.

Mas outros voos, não só entre os dois países como também em outros destinos do Cone Sul ou da América Central, podem ser criados. "Vamos mapear as possibilidades, segundo os acordos que estão vigentes entre os países, mas há um potencial em função da similaridade de destinos desejados", comentou Kakinoff.

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