Tópicos | agosto 2014

A demanda por transporte aéreo doméstico retomou o crescimento em agosto, após ter registrado uma baixa expansão durante o período da Copa, e apresentou crescimento de 5,9% em relação a agosto de 2013, informou, nesta terça-feira, 23, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que reúne os dados das principais aéreas brasileiras (TAM, GOL, Azul e Avianca).

A Abear destacou que a taxa ficou próxima da registrada no acumulado de 8 meses, que é de 5,6%, o que mostra que nem toda a reprogramação de viagens do ano ficou concentrada no primeiro semestre. Nos primeiros meses do ano, o setor registrou uma forte taxa de expansão, e a Abear indicou que o desempenho era resultado do adiantamento de compromissos de negócios e calendário corporativo, tendo em vista a Copa e as eleições.

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Já a oferta seguiu controlada e mostrou um recuo de 0,9% na mesma comparação. Com isso, a taxa de ocupação alcançou um recorde para agosto, mês tradicionalmente mais fraco, atingindo os 79,3%, o que corresponde a uma expansão de 5,1 pontos porcentuais. No total, foram embarcados ao longo do mês passado 6,7 milhões de passageiros, alta de 4,1%.

Em participação de mercado, a TAM segue na liderança, pelo critério de RPK (passageiro-quilômetro transportado), respondendo por uma fatia de 39,1%, seguido pela Gol, com 35,6%, Azul (16,3%) e Avianca (9%) .

No mercado internacional, o crescimento da demanda também foi classificado como "surpreendente" para agosto, com uma expansão de 14,7%, bastante superior à demanda do mercado doméstico. Já a oferta foi ampliada em 5,2%, levando a taxa de ocupação a avançar 7,1 pontos porcentuais, para 85,3%, também um recorde histórico. No segmento, a TAM tem 84,7% do mercado, enquanto a Gol ficou com 15,3%. As duas empresas embarcaram juntas 433 mil passageiros no mês, 12,1% a mais que em agosto de 2013.

O mercado brasileiro foi palco de 76 operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) em agosto, considerando as transações anunciadas e concluídas, queda de 8,4% em relação ao observado ao mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Transactional Track Record (TRR), enviado com exclusividade ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.. Em valores as operações somam R$ 31,5 bilhões, ante R$ 9,16 bilhões em agosto de 2013.

Ainda de acordo com o TTR, de janeiro a agosto deste ano o número de transações envolvendo empresas brasileiras já soma 504 com um valor total movimentado de R$ 131,88 bilhões, ultrapassando assim o valor total registrado no ano passado (R$ 127 bilhões).

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Os fundos de private equity e venture capital representaram 13% e 15% respectivamente do total das transações em agosto no mercado brasileiro. O segmento de internet foi o mais ativo do mercado transacional, com 11 transações registradas neste mês de agosto, sendo que no acumulado do ano as empresas que atuam neste segmento foram as que mais atraíram investimentos de companhias estrangeiras, com 21 transações no total. O financeiro e de seguros veio em seguida com 10 operações, e o de tecnologia com 8 companhias.

Entre as transações de agosto, o TTR destaca a conclusão da venda, pela mineradora Vale, de 26,5% da Vale Logística Intergrada (VLI) para a Brookfield Brasil, subsidiária da Brookfield Asset Management. O valor total da transação foi de R$ 2 bilhões.

Os fundos de ações se mantiveram como destaque de valorização em agosto, diante da forte alta do Ibovespa no período, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), nesta segunda-feira, 08. Os fundos com maior rentabilidade foram os do tipo Ações Ibovespa Indexado (9,65%), Ações IBrX Ativo (9,10%) e Ações Setoriais (8,95%), o último impulsionado por Petrobras e setor de energia.

Já no acumulado do ano, segundo a Anbima, as modalidades Ações Ibovespa Indexado e Ações Setoriais apresentaram rentabilidade de 17,34% e 17,19%, respectivamente.

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Entre as demais categorias, os fundos de Renda Fixa Índices valorizaram 2,61%, acumulando rentabilidade de 11,19%, no ano. Na categoria Multimercados, os fundos Estratégia Específica têm valorização de 2,25% no mês, acumulando alta de 10,68%, no ano.

Por outro lado, ainda segundo a Anbima, as categorias Ações, Renda Fixa e Multimercados registraram resgate líquido no mês. Os fundos de ações tiveram resgates líquidos de R$ 1,4 bilhão em agosto, os de renda fixa saída de R$ 1,1 bilhão e os multimercados resgates líquidos de R$ 100 milhões, ainda em relação ao mês passado. No outro sentido, o fundo referenciado DI foi líder na captação líquida, refletindo a Selic em dois dígitos, e teve entrada líquida de R$ 16,6 bilhões.

A indústria de fundos apresentou em agosto captação líquida de R$ 12,1 bilhões. No acumulado dos oito primeiros meses do mês passado a diferença entre entrada e saída de recursos foi de R$ 23,7 bilhões.

As medidas do Banco Central (BC) para impulsionar o crédito parecem ter surtido efeito na economia. É o que aponta o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado nesta segunda-feira, 08, que aumentou 6,6% em agosto, na comparação com julho, e 1,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar disso, no acumulado do até agosto, a quantidade de pessoas que buscou crédito registra queda de 5,2% ante igual período de 2013.

Economistas da Serasa Experian avaliam que as medidas anunciadas pelo BC no final de julho impulsionaram os consumidores a buscar crédito, "com um pouco mais de ímpeto", ao longo de agosto. Em nota distribuída à imprensa, os analistas da empresa ponderam, contudo, que o desempenho em relação ao mesmo mês do ano passado e no acumulado do ano continua "enfraquecido", em razão dos juros mais elevados e do baixo grau de confiança do consumidor na economia brasileira.

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Faixa de renda e região

Na análise por faixa de renda, o indicador mostra que a demanda por crédito cresceu entre todas as camadas de rendimento em agosto. A maior alta, de 7,4%, foi para pessoas que ganham entre R$ 500 e R$ 1 mil por mês, seguida por avanço de 6,4% para consumidores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil. Nas demais faixas, a procura por crédito apresentou resultados próximos, indo de 5,5% na camada de rendimento mensal abaixo de R$ 500 até 5,9% para aqueles que recebem entre R$ 2 mil e 5 R$ 5 mil.

Entre as regiões do País, o maior avanço da demanda do consumidor por crédito ocorreu no Sul, onde houve alta de 10,7% em agosto ante julho. Em seguida, aparece o Sudeste, com aumento de 8,4%. Já no Nordeste, foi registrado avanço de 2,5% no período, enquanto no Centro-Oeste o aumento foi de 1,2%. Das cinco regiões, apenas o Norte apresentou recuo (0,8%) na demanda por crédito no mês passado em relação a julho.

A inadimplência do consumidor caiu 2,8% em agosto ante julho, mas subiu 1,5% na comparação com agosto do ano passado, de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) divulgados nesta segunda-feira, 08. Com o resultado, os registros de inadimplência acumulam altas de 2,5% até agosto deste ano, em relação aos oito primeiros meses de 2013, e de 2,2% em 12 meses, quando comparada aos 12 meses anteriores. O valor médio real das dívidas incluídas em agosto foi de R$ 1.061,76, após ajustes estatísticos.

Na análise regional, houve uma redução generalizada da inadimplência em todas as regiões do Brasil na passagem de julho para agosto. O maior recuo ocorreu no Nordeste (-3,2%) e Sudeste (-3,1%). Nas demais regiões, os resultados foram: -2,7% no Centro-Oeste; -1,5% no Sul; e -0,2% no Norte. Analisado apenas o varejo, todas as regiões também apresentaram queda na variação mensal, com destaque para Centro-Oeste (-5,5%) e Norte (-2,8%). Já no acumulado do ano, todas as cinco regiões do País registram aumento da inadimplência geral.

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Economistas da Boa Vista SCPC avaliam que a expectativa é de que, até o fim do ano, haja poucas oscilações nas variáveis condicionantes na economia para inadimplência. Segundo previsão de analistas, a maior seletividade das empresas que concedem crédito, o desaquecimento no mercado de trabalho e as taxas de juros devem permanecer em níveis próximos aos atuais. Diante disso, a instituição projeta que o número de registro de consumidores inadimplentes deve fechar 2014 com crescimento em torno de 2,5%.

Após cinco meses consecutivos de queda, as consultas para vendas a prazo cresceram 0,78% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2013. De acordo com o indicador apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). O Indicador de Vendas a Prazo foi divulgado nesta quinta-feira, 04, pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Em relação a julho deste ano, as consultas para vendas parceladas cresceram 1,86%.

"Apesar da interrupção da trajetória de queda do volume de vendas a prazo, a expansão da atividade varejista no mês de agosto não foi suficiente para reverter a tendência de desaquecimento das vendas no comércio. No acumulado dos oito primeiros meses, frente a igual período de 2013, o indicador soma uma queda de 1,01%", disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

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A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, avalia que o resultado reflete a economia em declínio, em cenário "influenciado principalmente pela manutenção dos juros em patamares elevados, pela persistência da inflação no limite da meta, pelo menor crescimento da renda dos trabalhadores e pelo maior rigor na concessão de crédito".

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, afirmou nesta terça-feira (2) que a entidade foi surpreendida com a queda de 7,38% nas vendas de automóveis e veículos leves em agosto ante julho e de 17,12% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo ele, a falta de crédito no mercado continua sendo o principal fator que limita as vendas. Ele acredita, no entanto, que o segmento deve se recuperar no último trimestre do ano.

"Fomos surpreendido com um mês de agosto menor até mesmo que junho, época da Copa do Mundo", afirmou Meneghetti durante entrevista coletiva para comentar os resultados de agosto. Ele avalia que as indústrias estão se "reajustando", embora os estoques continuem elevados. O presidente da Fenabrave prevê que o setor vai se recuperar nos próximos três meses, principalmente em novembro e dezembro.

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Meneghetti avaliou que as medidas anunciadas ontem por bancos estatais, de diminuir taxas de juros para 0,99% ao mês para financiamento em 36 meses, vão ajudar nessa recuperação. "Quando isso acontece, agrega mais consumidores", explica. De acordo com ele, também deve contribuir para isso a expectativa de modernização da legislação que trata sobre a inadimplência.

Estoques

Meneghetti afirmou também que os estoques de automóveis nas fábricas brasileiras estão variando, em média, de 40 a 50 dias por marca. De acordo com ele, as marcas de grandes volumes estão com estoques variando mais próximos de 50 dias. Ele destacou, contudo, que, no caso das marcas de nicho, esse prazo pode chegar a cerca de 30 ou 35 dias.

Em entrevista coletiva para comentar os resultados do setor de agosto, Meneghetti também avaliou que as eleições gerais deste ano não devem alterar o comportamento do consumidor. "Vai alterar é o do empresário que investe. Esse vai estar esperando para ver o que vai acontecer", disse. Ele lembrou que a inadimplência vem caindo e que, apesar de estar atualmente em 4,7% - nível acima do considerado normal, de 3% -, é menor do que o patamar de 8% visto no passado.

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