Tópicos | Ana Cristina Siqueira Valle

Na madrugada desta terça-feira (21) a ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Cristina Siqueira Valle, fez uma publicação nas redes sociais ironizando sua convocação para depor na CPI da Covid-19. Apontada como uma “peça-chave” para entender a atuação de um suposto lobista da Precisa Medicamentos, ela questionou se estava sendo chamada para o que classificou de “CPI do Lula”.

A comissão decidiu convocar Ana Cristina para esclarecer o teor das mensagens trocadas com Marconny Albernaz, que compareceu ao plenário na última quarta-feira (15). Em seu depoimento, Albernaz, suspeito de atuar como lobista da Precisa Medicamentos na negociação sobre a compra da vacina indiana Covaxin, disse que conheceu Ana Cristina através do intermédio de Jair Renan Bolsonaro, fruto do casamento dela com o atual chefe do Executivo.

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Embora tenha negado qualquer envolvimento com a ex-esposa do presidente, mensagens obtidas pela CPI sugerem que Ana Cristina pode ter trabalhado pela nomeação de figuras indicadas por Marconny no Governo Federal. O possível lobista fazia parte de movimentos simpáticos ao bolsonarismo, a exemplo do “Vem Pra Rua” e outras organizações da direita “anticorrupção”.

Ana Cristina Siqueira Valle também é investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Atual assessora parlamentar em Brasília (DF), ela é indicada como a operadora financeira do esquema de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Em decorrência deste caso, Ana Cristina teve a quebra do sigilo bancário autorizada pela Justiça nesta semana.

 

A Justiça autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal da assessora parlamentar Ana Cristina Siqueira Valle, durante o período em que esteve casada com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ela é investigada no inquérito sobre a prática de “rachadinha” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). As informações são da Folha de S. Paulo.

Segundo a Folha, a suspeita dos promotores é a de que o vereador mantinha um esquema semelhante ao anteriormente atribuído ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), seu irmão, já acusado de liderar uma organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato e apropriação indébita.

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O papel de Ana Cristina, neste caso, teria ligação com o que Fabrício Queiroz supostamente fazia no gabinete de Flávio, como operador financeiro da “rachadinha”, um esquema em que o parlamentar fica com a maior parte do salário dos funcionários. Durante os últimos 20 anos, ao menos sete parentes da assessora parlamentar foram registrados como funcionários de Carlos.

A determinação da Justiça permite que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tenha acesso a dados bancários de Ana Cristina desde maio de 2005 até maio de 2021. Bolsonaro e ela oficializaram o divórcio em junho de 2008, em um processo litigioso com acusação de furto e relato de patrimônio não-declarado do casal a partir de 2007.

Em meio a separação, a ex-mulher do atual presidente relatou que ele chegava a alcançar uma renda mensal de R$ 100 mil. Para isso, Bolsonaro, até então deputado, que recebia R$ 26,7 mil como parlamentar e outros R$ 8.600 como militar da reserva, precisaria de uma “renda extra”, cuja origem não foi especificada.

 

O esquema da 'rachadinha' que atinge diretamente o núcleo do clã Bolsonaro, envolvendo o atual presidente e seus filhos, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, também resvalou na segunda esposa de Jair, Ana Cristina Siqueira Valle, tida como 'peça-chave' da operação. 

A publicação investigativa do UOL, apontou que a família tinha um esquema que funcionava sistematicamente nos gabinetes do então deputado federal, Jair Bolsonaro, do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro. Em todos os gabinetes, Ana Cristina esteve empregada.

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Andrea Siqueira Valle, irmã da ex-esposa de Jair Bolsonaro, ficou empregada no gabinete do deputado por oitos anos, mas segundo o UOL, um ano depois da saída da irmã, Ana Cristina Siqueira Valle, ficou com todo valor acumulado da conta que Andrea surgia como titular. O valor é de 54 mil reais.

De início, o esquema colocava Queiroz como operador, mas como traz a coluna de Leonardo Sakamoto, Ana Cristina também era peça interessante no tabuleiro. 18 familiares da ex-esposa do presidente recebiam salários e desses, 10 já estão sob investigação. Além disso, chefiou o gabinete de Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro. O gabinete também é alvo do inquérito e reforça a tese da importância de Ana no esquema. Na Alerj foi funcionária fantasma de Flávio por 10 anos.

Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, deverá prestar depoimento, nesta quinta-feira (9), ao Ministério Público do Rio. O interrogatório se dá no âmbito da investigação contra o filho "02" do mandatário, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, que é suspeito de empregar funcionários fantasmas e de praticar "rachadinha" na Câmara Municipal. Ana Cristina, que não é mãe dele, é uma das que teriam sido empregadas sem de fato trabalhar para o gabinete.

O depoimento será por videoconferência. A ex-mulher do presidente vive em Resende, no sul fluminense, cidade em que também moram outros parentes dela acusados de participarem do esquema. Ao Estadão, a defesa de Ana Cristina confirmou a existência do depoimento, noticiado pelo jornal O Globo, mas não disse o horário em que será dado.

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Hoje assessora na Câmara de Resende, Ana Cristina ficou de 2001 a 2008 lotada no gabinete de Carlos. Mesmo morando em outro município, outros parentes do então deputado Bolsonaro também ganharam empregos na Câmara do Rio, o que passou a ser considerado nepotismo pelo Supremo Tribunal Federal apenas em 2008.

A investigação contra Carlos começou em julho do ano passado, um ano depois do processo contra o filho "01" do presidente, Flávio, ser aberto. Era, até este mês, tocada por um grupo ligado à Procuradoria-Geral de Justiça, por causa do foro especial. Agora, contudo, com base em decisão recente do STF sobre a ausência de foro para vereadores, o caso desceu para a primeira instância do MP.

Na atual etapa do processo, os depoimentos não são obrigatórios. Os outros familiares de Ana Cristina, por exemplo, não falaram aos investigadores.

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