Tópicos | Análise Tática

A campanha do Ceará, adversário do Sport na final da Copa do Nordeste, já é conhecida por todos. Em dez jogos, o Vozão venceu cinco partidas, empatou três e perdeu apenas duas, chegando à decisão com 60% de aproveitamento. O time cearense ainda tem o melhor ataque da competição e o artilheiro Magno Alves com sete gols. Tudo isso capitaneado pelo técnico Sérgio Soares - é ele um dos principais responsáveis por essa campanha e por montar uma equipe que prioriza o ataque.

A estrutura tática do Ceará é bem parecida com a do Sport, montado no 4-2-3-1 ou 4-3-3. Formação que começou a ser utilizada devido ao bom momento de Assisinho. Antes, o Alvinegro atuava no 4-4-2, mas sempre ao ataque. O time base é formado por: Luís Carlos; Samuel Xavier, Sandro, Anderson e Hélder; João Marcos, Ricardinho e Souza; Assisinho, Bill e Magno Alves.




O sistema defensivo, mesmo tomando oito gols – três a mais que o Sport -, passa confiança ao torcedor. Anderson e Sandro encaixaram na equipe de Sérgio Soares e ainda se arriscam no ataque nas bolas paradas. Pelas laterais, Samuel Xavier costuma aparecer na frente, inclusive, marcou um dos tentos do Vozão na goleada por 4x0, no primeiro jogo da semifinal, diante do América-RN.

O volante João Marcos é o principal marcador do meio-campo. É ele quem tem a missão de não deixar a defesa desguarnecida. Já Ricardinho atua como volante, porém, com liberdade para trabalhar na criação das jogadas com Souza. Não à toa é o segundo atleta alvinegro a acertar mais passes e sempre contribui com assistências. Além disso, o camisa 8 tem a bola parada como uma de suas armas. Seja em cobranças de falta direto ou alçadas à área.

Já o poderoso ataque, que balançou as redes 20 vezes, é formado por Magno Alves pela esquerda, Bill pelo centro e Assisinho na esquerda. No entanto, eles não ficam em posição fixa. É comum o centroavante abrir pelas pontas e os outros dois inverterem de lado. E o camisa 7 ainda ajuda na marcação descendo com o lateral adversário.

Assim, o ofensivo Ceará terá pela frente a forte marcação do Sport. O que não indica que um time irá apenas defender e o outro atacar. As características dos dois times não permitem isso e os dois duelos prometem ser de muita estratégia.

Números do Ceará na Copa do Nordeste

Jogos: 10

Vitórias: 5

Empates: 3

Derrotas: 2

Gols pró: 20

Gols contra: 8

Média: 2 gols por jogo

Artilheiros: Magno Alves (7 gols); Bill (4 gols); Tadeu (2 gols), Diego Ivo, Ricardinho, Souza, Samuel Xavier, Leandro Brasília, Sandro e Anderson (1 gol)

Muita marcação, poucas chances de gol e falhas individuais deram o tom da primeira partida da semifinal da Copa do Nordeste entre Sport e Santa Cruz. Com formações táticas idênticas (4-2-3-1), Vica e Eduardo Baptista buscaram neutralizar as intermediárias e desafogar nas laterais. O Tricolor teve mais posse de bola: no primeiro tempo foi 67,3% contra 32,7%, mas erros defensivos deixaram o Rubro-negro em vantagem para o jogo da volta.

Mesmo ficando mais tempo com o controle da bola, a equipe coral pouco criou perigo. Tanto é que Magrão quase não trabalhou. Carlos Alberto começou a partida mais participativo do que no último Clássico das Multidões. Porém, cansou com 30 minutos, correu menos e logo foi anulado pela marcação de Ewerton Páscoa. Léo Gamalho voltou a sair muito da área e, por vezes, foi às laterais para cruzar, quando deveria estar na área para cabecear. Renatinho e Flávio Caça-Rato tiveram mais atitude. Mas faltou qualidade.






De ponto favorável ao Santa Cruz, comparado ao último encontro dos dois times, apenas a postura. A marcação não foi frouxa como na derrota por 3x0, pelo Campeonato Pernambucano. A disposição tricolor foi maior, no entanto, insuficiente para superar o bloqueio rubro-negro.

No Sport, o lado direito não funcionou tanto, apesar do bom desempenho de Felipe Azevedo. A preocupação com Renatinho inibiu a aproximação de Patric ao atacante. Contudo, a lateral esquerda com Danilo, substituto do suspenso Renê, ganhou mais força defensiva. Além de melhorar a qualidade nas bolas paradas. A marcação do Leão também foi eficiente e os volantes Rodrigo Mancha e Ewerton Páscoa foram os melhores rubro-negros em campo.

No próximo duelo, o técnico Eduardo Baptista deve manter a formação e o time titular, tirando apenas Ewerton Páscoa, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Não é preciso fazer mudanças drásticas para conseguir a classificação. O mesmo não pode ser dito a Vica. Como disse o próprio técnico coral, será necessário se reinventar e buscar soluções dentro do elenco para tentar surpreender.

A aplicação tática aliada ao ímpeto dos rubro-negros foram os fatores primordiais para a goleada do Sport sobre o Santa Cruz por 3x0. Os prognósticos apontavam para um duelo equiparado devido a qualidade das duas equipes. E, posicionadas em campo antes do apito inicial, a semelhança na formação tática também indicava um jogo parelho. Leão e Cobra Coral com os esquemas que estão acostumados a atuar, porém, o equilíbrio parou por aí.

Eduardo Baptista no seu tradicional 4-2-3-1 e apenas uma diferença em relação aos últimos jogos, na escalação: Felipe Azevedo na vaga de Érico Júnior. Já Vica também foi na mesma formação, com Cassiano abrindo pela direita no sistema defensivo e atuando como segundo atacante no momento de avançar. Contudo, como foi dito anteriormente, a aplicação tática e a vontade fizeram a diferença em prol dos donos da casa.

Treinadores não surpreenderam e repetiram as formações táticas



Os jogadores do Sport foram fiéis a tudo o que foi pedido pelo treinador. Os volantes sempre atentos aos homens de criação, mesmo sem precisar tanto já que Raul e Carlos Alberto tiveram atuações apagadas. Aílton ajudando na marcação no meio e os pontas Felipe Azevedo e Ananias pegando os laterais. Além dos próprios laterais rubro-negros atacando e defendendo. Assim, o Leão foi compacto e deu pouco espaço ao adversário. Marcando próximo e sempre com um na sobra.

Atacando, os rubro-negros usaram o lado direito – o mais forte do time. Felipe Azevedo e Patric se aproveitaram da inexperiência do lateral-esquerdo tricolor Patrick e da morosidade de Carlos Alberto. Com isso, tiveram facilidade por aquele setor. Tanto é que foi justamente a dupla rubro-negra a marcar os tentos da partida. Isto, claro, com a participação importante de Neto Baiano como pivô. O centroavante, brigador como sempre, deixou os companheiros na cara do gol.

O Santa Cruz foi a antítese do rival. A equipe de Vica jogou com os setores afastados, principalmente o de meio-campo. Cassiano, Raul e Carlos Alberto ficaram distantes dos volantes Luciano Sorriso e Sandro Manoel. A consequência foi o espaço conquistado pelo Sport na zona central. Se já não bastasse esse problema, os camisas 10 e 11 não ajudaram na marcação e reposição foi feita de forma lenta.

Na parte ofensiva coral, apenas Oziel e Léo Gamalho tentaram, mas só no segundo tempo. Os dois participaram de, pelo menos, três jogadas. E em um dos cruzamentos do lateral-direito para a área, o atacante cabeceou com perigo e acertou a trave. Foi o mais próximo do gol que o Tricolor conseguiu chegar.

Quando o assunto é estratégia defensiva, o técnico Lisca vem demonstrando ter conhecimento apurado. Desta vez, não houve surpresas como no último duelo entre Náutico e Sport. Com um posicionamento bem definido – e polêmicas à parte -, o Timbu venceu o Leão por 2x1, na Arena Pernambuco. O gol marcado logo no início deixou claro qual seria a postura Alvirrubra na partida. Com um 4-2-4 posicionado atrás da linha da bola, o Timbu priorizou a marcação e buscava a saída no contra-ataque.

Entre as duas linhas de quatro, os volantes Elicarlos e Yuri, mas era na frente que começava o combate. Da esquerda para a direita, Pedro Carmona, Marcos Vinícius, Dê e Hugo trataram de travar a saída de bola rubro-negra. A intenção de Lisca era neutralizar as laterais e evitar as subidas dos volantes, principalmente a de Ewerton Páscoa. Por consequência, deixar os pontas Felipe Azevedo e Érico Júnior presos.  Ainda assim, o camisa 11 ainda levou vantagem por várias vezes sobre Izaldo, mas com pouco perigo.

O Sport teve mais posse de bola e dominou parte do clássico. Porém, sem espaço para jogar, o controle não chegou a ser efetivo. No primeiro tempo, apenas uma chance clara de gol com Ewerton Páscoa após cobrança de escanteio, além de outras duas finalizações de Patric e Neto Baiano. No restante do tempo, trocas de passes excessivas e lançamentos de Durval para o ataque.



Com o empate no início do segundo tempo, o Leão tentou aumentar a pressão e deixar o Timbu desnorteado. Ainda assim, não demorou para a partida voltar a ficar equilibrada e o desempate acontecer dos pés de Pedro Carmona. O 2x1 no placar remeteu ao cenário da etapa inicial, com os rubro-negros com a bola e pouca criatividade. Por isso, sem maiores sustos, o Náutico conseguiu segurar o resultado.

A estratégia de Lisca para o clássico foi clara. A marcação foi prioridade para neutralizar todos os setores do Sport. Mas, a transição aconteceu de forma lenta. Alguns contra-ataques foram desperdiçados, mantando a possibilidade de criar mais oportunidades, sobretudo, após o primeiro tento de Pedro Carmona.

Enquanto, no Sport ficou evidente - assim como aconteceu na partida diante do CSA - de que é preciso criar variações de esquemas táticos. Os adversários, de maneira ofensiva ou defensiva, estão encontrando formas para segurar a formação montada por Eduardo Baptista.

Pela segunda vez o Sport enfrentou um time que tinha praticamente a mesma formação tática. A primeira foi contra o Náutico, na estreia de Eduardo Baptista, pegando o técnico Lisca de surpresa. E a segunda foi diante do CSA, no Rei Pelé, onde as duas equipes entraram em campo no 4-2-3-1. A diferença é que Oliveira Canindé não foi surpreendido. Pelo contrário, já conhecia a forma como o Leão joga e soube armar bem a equipe.



A atitude inicial do Azulão foi marcar a saída de bola rubro-negra. Com o sistema defensivo sufocado, o Sport abusou das tentativas de ligações diretas. Por consequência, ficou pouco tempo com a bola, fugindo de suas características. Por outro lado, o CSA avançou a linha de zaga quase ao meio-campo, montando uma blitz e deixando Neto Baiano isolado no ataque. Todos os outros rubro-negros estavam da zona central do campo para trás.

Os laterais alagoanos avançaram com liberdade e ainda contaram a boa atuação de Daniel Costa pelo meio. O camisa 10, diferente da partida de ida, estava em noite inspirada e, inclusive, foi o autor do único gol da partida. Novamente recebeu a marcação individual de Ewerton Páscoa, enquanto este esteve em campo, mas soube sair graças às alternativas criadas pelos lados com Diego Clementino e Jefferson Maranhense.

Além dos méritos alagoanos, houve, também, os defeitos rubro-negros e eles não podem ser desprezados. Principalmente quando se refere aos jogadores de criação. Pelas pontas, Érico Júnior e Ananias foram inoperantes. Tanto é que no intervalo, Felipe Azevedo ganhou a vaga do camisa 11. Os dois pouco contribuíram no ataque, e na defesa não acompanharam as subidas dos laterais Pedro Silva e Mineiro. Sobrecarregando, assim, Patric, Renê, Ferron e Durval. O meia Aílton foi também foi peça nula em campo.

Apesar do teor decisivo da partida e de tudo que a envolve, fica o alerta ao técnico Eduardo Baptista pelo fraco desempenho do time. É preciso testar variações táticas com os rubro-negros. Sobretudo, para não ficar à mercê de atuações apagadas como as que aconteceram em Maceió.

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Passou longe de ser um primor de partida. O Clássico das Emoções foi mais de marcação do que ataque. E muito isso se deve às formações de Santa Cruz e Náutico, na quarta-feira (19), no Arruda. Os dois treinadores povoaram o meio-campo: Vica repetiu o plano tático no 4-5-1, assim como fez diante do Guarany de Sobral, e Lisca apostou numa variação deixando o time no 4-1-4-1.

Com o mistério dos técnicos antes da partida, o primeiro tempo foi de estudo e muita marcação. O Náutico só teve criatividade pelas laterais, já que a transição pelo meio era feita de forma lenta. E o Santa Cruz, ainda que tenha conseguido a posse de bola, não teve espaço para criar jogadas. Por vezes, o atacante Cassiano precisou sair da área para buscar o jogo.


O cenário do Clássico das Emoções mudou apenas no segundo tempo, ainda que não tenha havido substituições no início. O Timbu, desta vez, não pensou apenas em marcar e também atacou. Com apenas Elicarlos à frente da defesa, Yuri e Dê tiveram mais liberdade para subir ao ataque e, claro, dar os primeiros combates na saída de bola adversária. Por vezes, os alvirrubros estavam em superioridade numérica no setor ofensivo.

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O atacante Hugo teve função importante e foi um dos melhores em campo. Finalizou pouco a gol, na melhor delas acertou a trave de Tiago Cardoso. Mas, foi como pivô que se destacou. Deixou Pedro Carmona e Marcos Vinicius – que contribuiu para a melhora do Náutico na etapa complementar -, com possibilidades de abrir o placar. Chances que pararam nas mãos de Tiago Cardoso.

No Santa Cruz foi difícil achar um atleta que tenha sido acima da média. Por outro lado, os que foram abaixo são fáceis de apontar: Luciano Sorriso e Raul. O primeiro pecou nas saídas de bola e, por pouco, não entregou um gol ao Timbu. Já o armador coral foi nulo na criação das jogadas, aceitou passivamente a marcação e saiu de campo vaiado pela torcida.

 

 A dupla de zaga do Sport há quatro jogos é formada por Ferron e Durval. É possível falar em quatro jogos porque no primeiro desta sequência, Oswaldo iniciou a partida como titular, mas foi substituído nos primeiros minutos do clássico contra o Náutico. E, desde então, o Leão não sofreu mais gols. Os zagueiros deram mais consistência ao setor, mas o bom momento do sistema defensivo deve-se também aos homens de frente, e foi reconhecido pelo próprio técnico Eduardo Baptista após a vitória contra o CSA.

“O Neto Baiano corre atrás dos zagueiros, os atacantes anulam os laterais e os volantes anulam os meias. Os nossos laterais pegam e os zagueiros estão sempre bem posicionados”, explicou o comandante rubro-negro. “Quando se fala em não tomar gol, fala no grupo inteiro. Eles entenderam que é necessário correr junto com o companheiro e ter espírito de equipe”, completou.

O que o treinador falou na entrevista coletiva pôde ser observado nos últimos jogos. Érico Júnior pela direita e Ananias pela esquerda pressionando os laterais e acompanhando-os até a defesa rubro-negra. Neto Baiano, com seu estilo brigador e de muita raça, apertando a saída de bola a partir da zaga adversária. E Aílton dando combate nos volantes.



A imagem exemplifica o que aconteceu no duelo diante do CSA e, neste jogo, Eduardo Baptista colocou o time com uma marcação mista. Além de por zona, Ewerton Páscoa ficou responsável por seguir e anular o meia Daniel Costa. O camisa 10 é o jogador mais criativo da equipe alagoana, mas pouco produziu na Ilha do Retiro.

Com essa força-tarefa começando desde o ataque, são poucos os lances que exigem dos zagueiros. Porém, quando é necessário, eles estão sendo eficientes. O mesmo pode ser dito de Magrão, que também agradece pela marcação realizada desde o campo ofensivo.

Para acertar o time no presente - e golear o Guarany de Sobral por 3x0 -, o técnico Vica teve olhar para o passado recente. Depois de alguns jogos escalando o time no 4-4-2, o comandante tricolor voltou a colocar a equipe em campo no 4-5-1 – assim como nas primeiras partidas do ano - contra o Guarany de Sobral, pelas quartas de final da Copa do Nordeste. A mesma formação que o técnico Marcelo Martelotte testou, em 2013, em clássico contra o Náutico, venceu, convenceu e seguiu até a conquista do Campeonato Pernambucano.

É bem verdade que Vica optou por esta formação porque não podia contar com o atacante Léo Gamalho. Ainda assim, teve o dedo do treinador para a melhor partida do Tricolor na temporada até agora. A diferença é que a equipe não foi tão compacta como na época de Martelotte, porém, não prejudicou no duelo contra o Guarasol.

O criticado sistema defensivo foi seguro durante, praticamente, os 90 minutos. Não só os zagueiros, como também os laterais Tiago Costa (depois Panda) e Oziel e os volantes. Afinal, Sandro Manoel e Luciano Sorriso souberam o momento decisivo entre sair para o ataque atacar e resguardar a defesa. O segundo, inclusive, teve papel importante na parte ofensiva.



Já no setor de criação, Jefferson Maranhão, Raul e Carlos Alberto foram os responsáveis pelo volume de jogo coral. Pela esquerda, Maranhão se destacou na partida, porque além de atacar, marcou com eficiência e estava sempre acompanhando o lateral adversário até a defesa. Carlos Alberto começou pela direita, mas com a entrada de Natan – outra boa peça na engrenagem, no último sábado - foi para o meio e seguiu com o futebol eficiente.

A dúvida de Vica é se manterá o time nesse esquema ou se volta para o 4-4-2. Cassiano marcou o terceiro gol, mas não ficou tanto na área como deveria devido às suas características. Mas, assim como todo o time, fez uma boa partida.

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