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Uma nova exposição, que entra em cartaz nesta quarta-feira (1º) no Cinesesc, na capital paulista, vai homenagear o cartunista e chargista Angeli e o cinema em stop motion, técnica de animação que é filmada quadro a quadro para simular o movimento. Para isso, o Cinesesc está apresentando réplicas, cenários, bonecos e até um set de filmagem, que foram utilizados na produção da premiada animação Bob Cuspe, Nós Não Gostamos de Gente, dirigido por Cesar Cabral.

A ideia da exposição, chamada A Arte da Animação Stop Motion, é mostrar ao público a trabalhosa produção que é exigida para se criar um filme desse gênero, o que pode durar anos. “O stop motion é um processo em que você movimenta um personagem frame a frame, fotografama a fotograma. É o princípio do cinema: uma sequência de imagens que gera a sensação de movimento”, explicou Cabral. “Para se ter uma ideia do que é fazer stop motion, em um dia bom de animação, em que se trabalha oito horas, são produzidos três segundos de cena”.

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A mostra foi idealizada pelo próprio diretor do filme e também por Ivan Melo. “Aqui é um pouco do nosso processo de produção. Sempre sinto que o stop motion produz esse carisma com o público, que quer ver como se faz uma animação”, disse Cabral, em entrevista à Agência Brasil.

“Aqui vamos contar toda a trajetória: como se chega a um set de filmagem e como se produz uma animação. Vamos passar primeiramente pelo que é a direção de arte, em que você começa a pensar os desenhos, também pela produção dos moldes, pela construção dos esqueletos dos bonecos, até a construção e montagem dos cenários e um set de filmagem com câmeras e computadores. Acho que a pessoa vai sair daqui com a sensação e o entendimento do que é fazer um stop motion”, afirmou.

O objetivo, segundo o diretor, é que as pessoas possam descobrir esse universo e, quem sabe, começar também a produzir suas próprias animações. “Queremos colocar a sementinha da animação nas novas gerações. O stop motion é um tipo de animação difícil e caro, mas tem essa coisa especial, do processo artesanal. Cada vez mais vemos que ele está aí presente, como é o caso de Pinóquio, de Guillermo del Toro, que foi indicado ao Oscar”, disse Cabral.

A mostra apresenta três salas expositivas. Na sala de espera do Cinesesc podem ser vistos alguns dos bonecos que foram utilizados na animação, como o próprio Angeli e dois dos mais famosos personagens criados por ele: Bob Cuspe e Rê Bordosa. Há também uma coleção de pequenos rostos com bocas abertas, fechadas e semiabertas para mostrar como é produzida uma sequência de fala de um dos personagens. É nessa sala que também se encontra uma parede repleta de lambe-lambes com frases que já foram utilizadas nas tirinhas de Angeli.

No anexo 1, prédio que fica ao lado da sala de cinema do Sesc, foram instaladas réplicas de uma oficina real de construção de bonecos, demonstrando como cada um deles foi produzido a partir de moldes, silicone e metais. Ali o público vai descobrir que cada parte do corpo dos bonecos é elaborada de forma individual e só então encaixada por meio de metais para ser movimentada. Nesse anexo também são mostrados os troféus conquistados por essa animação brasileira e réplicas de cenários utilizados no filme.

No andar superior do Cinesesc está uma sala que reproduz um set de filmagem, com os cenários montados, a máquina de fotografar instalada e os computadores acessíveis para a edição e montagem quadro a quadro.

A entrada na exposição é gratuita. Escolas e grupos também poderão visitá-la mediante agendamento prévio. Mais informações podem ser obtidas no site da exposição.

Após receber o diagnóstico de afasia progressiva primária, o cartunista Angeli, de 65 anos, anunciou o fim da carreira. O artista colaborou por mais de 50 anos no jornal Folha de São Paulo e inspirou diferentes gerações de cartunistas no país. 

A informação do afastamento de Angeli foi divulgada pela própria Folha, nesta quarta (20). “Chargista ícone do underground, Angeli está guardando o lápis na gaveta e encerrando uma carreira que revolucionou a arte que se podia fazer em jornais nos últimos 50 anos”, publicou o veículo em suas redes sociais. O cartunista foi o responsável pela criação de personagens icônicos como Rê Bordosa e Bob Cuspe. 

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No artigo que explica a aposentadoria do artista, ele é citado como “nome que ajudou  a escrever a história dos quadrinhos no Brsil”.  Angeli interrompe suas atividades por conta do diagnóstico de afasia progressiva primária (APP), uma doença degenerativa que atinge a linguagem e se encontra dentro do conceito de doenças demenciais, como o Alzheimer. A condição não tem tratamento e nem cura. 

Criar um espetáculo que tivesse a "cara de São Paulo": foi esse o convite que Hugo Possolo recebeu da organização do Festival de Curitiba e do Itaú Cultural. Mas o que, afinal, poderia representar a cidade tão multifacetada? "Depois de quebrar a cabeça um pouco percebi que só poderia ser o Angeli", diz o diretor. "Essa conexão com a realidade que ele nos oferece diariamente pelo jornal com suas obras."

Em "Parlapatões Revistam Angeli" - que tinha sua estreia nacional programada para esta quarta-feira na capital paranaense e depois segue para São Paulo -, Possolo alinhava a união entre sua companhia de comediantes, as criações do cartunista e a música de Branco Mello. Para a montagem, o titã criou uma trilha que inclui três canções originais. Todas em ritmo de rock pesado, tentativa de sublinhar o espírito de contestação que permeia as tiras de Angeli.

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"Não dava para fazer um musical clássico, com a gente cantando e dançando, tinha de ter a atitude do rock’n’roll", pontua o encenador, que assina as letras das músicas e também está presente em cena, ao lado de Raul Barreto, Paula Cohen, Rodrigo Mangal e Hélio Pottes.

Ainda que Angeli tenha aceitado rapidamente participar do projeto, os Parlapatões precisaram correr contra o relógio para levantar a criação em menos de dois meses. "A direção do Festival nos disse que poderia ser só uma leitura. Mas fui visitar o ateliê do Angeli, ele me mostrou os originais. Me apaixonei de tal maneira que não teve jeito", revela Possolo, após um ensaio em que tentava ajustar incontáveis "últimos detalhes" antes da estreia.

No lugar de uma simples leitura, o grupo de palhaços paulistanos concebeu uma encenação com cadência acelerada e dezenas de trocas de luz e figurinos. Uma sucessão de quadros curtos por onde desfilam os personagens do cartunista da Folha de S.Paulo. "Lembra o que fizemos em PPP@WllShkspr.br, só que na época tivemos muito tempo de ensaio até chegar naquele resultado", considera o diretor.

Outra referência estética é o teatro de revista. O gênero tradicional da dramaturgia brasileira é composto por esquetes cômicos musicais. Também se caracteriza pelos comentários satíricos que faz a episódios políticos e sociais da época. E como não poderia deixar de ser, Possolo convoca à cena algumas das figuras mais emblemáticas do artista, entre elas, Rê Bordosa, Bob Cuspe e Os Escrotinhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARLAPATÕES REVISTAM ANGELI

Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Alvares Cabral, s/nº). Tel. (011) 3629-1075. Dias 12 e 13/4, 21 h. R$ 20.

Foi divulgada nesta quinta-feira (17) a programação da 10ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, de 4 a 8 de julho deste ano.

Em 2012, participam nomes de destaque no cenário da literatura mundial. No segundo dia da festa, marcam presenças na mesa Autoritarismo, passado e presente, Luiz Eduardo Soares e Fernando Gabeira, com mediação de Zuenir Ventura. Já nos dias 6 e 8 de julho, o poeta homenageado do evento, Carlos Drummond de Andrade é tema das mesas Drummond o poeta moderno, com Antônio C. Secchin e Alcides Villaça e Drummond o poeta presente, com com Armando Freitas Filho (em vídeo), Eucanaã Ferraz e Carlito Azevedo, ambas mediadas por Flávio Moura. 

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Cidade e democracia é o tema de uma das mesas do dia 7, que traz Richard Sennett e Roberto Da Matta e mediação de Guilherme Wisnik. No último dia da programação, na mesa Livro de cabeceira, autores convidados leem e comentam trechos de seus livros prediletos. Ainda participam da programação o francês Le Clezio, o quinto ganhador de um prêmio Nobel que participa da Flip desde a primeira edição da festa, a americana Jennifer Egan, ganhadora do Pulitzer Prize for Fiction em 2011, os cartunistas brasileiros Laerte e Angeli e a aplaudida escritora portuguesa Dulce Maria Cardoso.

 

10 anos da Flip - Compondo a programação especial da comemoração, serão lançados dois livros e um DVD que retratam a história da Flip. A primeira celebração será feita pelo cronista gaúcho Luis Fernando Veríssimo, na conferência de abertura do evento, quando ele presta uma homenagem fazendo uma crônica a partir do título Flip ano dez, comentando as mudanças vividas pelo Brasil nesses dez anos.

Editado pela criadora da festa, Liz Calder, o livro 10/Ten, ilustrado por Jeff Fisher, traz contos e ensaios inéditos dos autores brasileiros Bernardo Carvalho, Milton Hatoum, Cristóvão Tezza, Beatriz Bracher e Reinaldo Moraes e de cinco estrangeiros: Ian McEwan, Margaret Atwood, Nadine Gordimer, Julian Barnes e Colm Toibin. Também vai ser lançado o livro Flip - Dez Anos, que foi escrito como reportagem pelos jornalistas convidados Zuenir Ventura, Angel Gurría Quintana, Sergio Augusto e Humberto Werneck, com imagens e textos exibindo os momentos mais importantes das edições anteriores.

Além dos lançamentos literários, o DVD O Ofício do Escritor mostra uma montagem temática a partir das apresentações dos autores nas mesas sobre alguns tópicos, como a criação de personagens e o ritual de escrever. O DVD, dirigido por Gustavo Moura e com curadoria de Flávio Moura, é o primeiro material que reúne os registros das mesas e debates das edições anteriores.

Durante os dias da Festa Literária, uma exposição com fotos de Walter Craveiro ficará em cartaz, com registros de todas edições da Flip. Também comemorando a primeira década da festa, a Flip publica periodicamente em seu novo blog depoimentos de autores, curadores e amigos que fizeram parte da história da festa. Participam desta homenagem o pernambucano Xico Sá, Marçal Aquino, Valter Hugo mãe e Zuenir Ventura.

Os ingressos começam a ser vendidos no dia 4 de junho pela internet, no site da Tickets for Fun. Os valores variam entre R$ 40 (tenda dos autores), R$ 30 (show de abertura) e R$ 10 (casa da cultura). Após o dia 3 de julho, as entradas só podem ser compradas em Paraty.

Serviço
10ª Festa Literária Internacional de Paraty 
4 a 8 de julho
Paraty, Rio de Janeiro
www.flip.org.br

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