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Nesta sexta-feira (6) o Comitê Norueguês do Prêmio Nobel deve conceder o Prêmio Nobel da Paz de 2023, em um mundo cada vez mais assolado por conflitos armados, crises climáticas e insegurança alimentar. Para o público ocidental, a guerra na Ucrânia tem dominado as manchetes, mas como o prêmio foi concedido a personalidades ligadas à Rússia nos últimos dois anos, é provável que o comitê opte por uma outra opção.

Único entre os Prêmios Nobel sediados na Suécia, o Prêmio Nobel da Paz é escolhido por um comitê norueguês de cinco membros selecionado pelo parlamento daquele país. De acordo com o testamento de Alfred Nobel, ele é concedido a alguém que tenha trabalhado na "fraternidade" entre as nações, reduzindo exércitos e realizando congressos de paz. O prêmio se expandiu para envolver todos os tipos de defesa, desde organizações internacionais, como o Programa Mundial de Alimentos, até médicos que ajudam sobreviventes de estupro.

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Os possíveis motivos políticos do prêmio são sempre examinados de perto para ver que tipo de mensagem o comitê está enviando ao mundo. O prêmio de 2022 foi para ativistas de direitos humanos da Rússia, Ucrânia e Belarus, embora as indicações tenham sido encerradas antes da invasão. Em 2021, o prêmio foi para defensores da liberdade de imprensa, incluindo um da Rússia.

Aqui está uma lista de candidatos escolhidos pelo Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo, que já escolheu vencedores no passado.

Direitos das mulheres

O retorno do Taleban ao poder no Afeganistão e a revolta "Mulher, vida, liberdade" no Irã, após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da polícia de moralidade do Irã por uma suposta violação do código de vestimenta conservador do país para as mulheres, chamaram a atenção para as mulheres que lutam por direitos nesses países e em outros.

A ativista afegã Mahbouba Seraj não se esquivou de se manifestar quando a tomada do poder pelo Taleban em agosto de 2021 trouxe consigo novas restrições às mulheres, especialmente seu direito à educação.

"Pelo amor de Deus, por favor, abra as escolas para meninas", disse ela ao porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid, em um documentário de agosto na Al Jazeera. "A menos que resolva isso, Mujahid, o mundo inteiro ficará contra você."

Ao contrário de muitas mulheres ativistas no Afeganistão, Seraj se recusou a fugir e continua a operar vários projetos para mulheres no país.

Mas com a ajuda internacional se esgotando e o Talibã expandindo ainda mais as restrições, Seraj parece estar cada vez mais exasperada, dizendo em uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2022: "Quantas vezes devo gritar e dizer: ‘Mundo, preste atenção em nós; estamos morrendo?

A ativista e jornalista iraniana Narges Mohammadi, que iniciou sua carreira de décadas promovendo a sociedade civil e os direitos das mulheres, trabalha na prisão se opondo às condições em que ela e suas colegas detentas são mantidas.

Acusada de "espalhar propaganda", Mohammadi, de 51 anos, está cumprindo 10 anos na famosa prisão Evin, em Teerã. No ano passado, ela publicou o livro "White Torture" (Tortura Branca) sobre o uso do confinamento solitário e da privação sensorial pelo Irã contra ela e outras prisioneiras.

No aniversário da morte de Amini, Mohammadi e outros fizeram um protesto dentro da prisão de Evin, queimando seus lenços de cabeça, de acordo com uma publicação em uma de suas contas de mídia social.

Um colega da ativista, falando sob condição de anonimato devido a preocupações com a segurança, disse que Mohammadi "é uma das poucas que não apenas permaneceu no Irã, mas continua ativa, esteja ela fora ou presa".

O Irã está realizando ondas de prisões que têm como alvo ativistas, jornalistas e intelectuais, em uma tentativa de eliminar a dissidência e aumentar as restrições sociais. Depois que os protestos eclodiram após a morte de Amini no ano passado, as autoridades iranianas prenderam cerca de 20.000 pessoas.

Lutas indígenas

Victoria Tauli-Corpuz, uma Kankanaey Igorot da região montanhosa do norte das Filipinas, começou seu ativismo como líder jovem durante a ditadura de Ferdinand Marcos, protestando contra uma barragem polêmica que teria inundado o domínio ancestral de seu povo.

Décadas depois, ela é mais conhecida como relatora especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas de 2014 a 2020.

Em 2018, o governo filipino do então presidente Rodrigo Duterte incluiu Tauli-Corpuz em uma lista de supostos terroristas. Os observadores de direitos humanos afirmam que esse ato de "marcação vermelha" - associar pessoas ao comunismo e ao terrorismo - é uma tática de intimidação usada como arma para atingir os críticos do governo. Muitas vezes, também precede agressões e até mesmo assassinatos, o que levou Tauli-Corpuz a deixar o país.

Ela "passou a encarnar o próprio problema que vem documentando como relatora especial: a criminalização de ativistas indígenas", escreveu o New York Times em 2018.

O pesquisador da Human Rights Watch, Carlos Conde, saudou sua inclusão na lista de pré-selecionados para o Prêmio Nobel da Paz, dizendo que o assédio e os desaparecimentos forçados de ativistas indígenas nas Filipinas continuam sob o comando do sucessor de Duterte, Ferdinand Marcos Jr. "Sua indicação, por si só, destacará a grave situação pela qual eles têm passado e deve levar a comunidade internacional a agir", disse ele.

Juan Carlos Jintiach, do povo Shuar do Equador, passou décadas defendendo as comunidades indígenas, protegendo a floresta amazônica e trabalhando para combater as mudanças climáticas. Ele é o secretário executivo da Aliança Global de Comunidades Territoriais, uma plataforma de organizações indígenas de três países.

O Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina deste ano será anunciado nesta segunda-feira, as 6h30 da manhã, no horário de Brasília. A grande aposta deste ano é que alguma descoberta relacionada ao coronavírus (Sars-CoV-2) e à pandemia de Covid-19 seja finalmente premiada.

Além da medalha e do diploma, o laureado leva para casa uma quantia substancial em dinheiro, 11 milhões de coroas suecas (em torno de R$ 4,8 milhões). O prêmio de Medicina vem sendo entregue desde 1901, quando a premiação teve início, seguindo as diretrizes deixadas postumamente no testamento do químico e inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896).

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Ao todo, 113 prêmios de Fisiologia e Medicina já foram concedidos. No ano passado, o grande vencedor foi o geneticista sueco Svante Paabo, responsável pelo sequenciamento do DNA dos Neandertais - uma espécie extinta de hominídeos. Paabo também foi o responsável pela descoberta de uma nova espécie de hominídeo, os Denisovan.

E, o mais importante: o geneticista demonstrou como esses hominídeos atualmente extintos se relacionaram com o Homo sapiens há 70 mil anos, quando nossos antepassados começaram a deixar a África para conquistar o restante do planeta, nos legando parte de seu código genético.

Uma curiosidade sobre Paabo: ele é filho do bioquímico sueco Sune Bergstorm (1916-2004), ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina em 1982 - exatos quarenta anos antes de seu filho ser agraciado com o mesmo prêmio. Bergstsorm foi laureado junto com outros dois cientistas por suas descobertas sobre as prostaglandinas - compostos lipídicos com efeitos similares aos dos hormônios. Trata-se da única dupla de pai e filho agraciada com o prêmio de Medicina.

Em 2021, o Nobel de Medicina foi para David Julius e Ardem Patapoutian "pela descoberta dos receptores de temperatura e tato". No ano anterior, Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M.Rice foram os laureados por conta da descoberta do vírus da hepatite C. William G Kaelin, Peter J. Ratcliffe e Gregg L. Semenza foram premiados em 2019 "por terem descoberto como as células se adaptam à disponibilidade de oxigênio".

Em mais de um século de premiação, apenas 12 mulheres foram agraciadas com o Nobel de Medicina. A primeira delas só em 1947, a americana Gerty Cori, que dividiu o prêmio com dois homens. Um deles era seu marido, Carl Ferdinand Cori, com quem desenvolveu pesquisas essenciais para a melhor compreensão da diabetes.

A única mulher a conquistar a láurea sem compartilhá-la com outros cientistas nesta categoria foi Barbara McClintock, em 1983, por suas descobertas sobre os chamados "genes saltadores", que transitam no genoma e são capazes de se mover e se replicar em segmentos do DNA.

O romancista japonês Kenzaburo Oe, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1994 e um ícone progressista que desafiou o conformismo da sociedade moderna, morreu aos 88 anos, informou a editora Kodansha nesta segunda-feira (13).

"Ele morreu de velhice na madrugada de 3 de março", disse a editora em um comunicado, e indicou que sua família já realizou o funeral.

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Conhecido por sua postura pacifista e antinuclear, Oe fez parte de uma geração de escritores "profundamente feridos" pela Segunda Guerra Mundial, "mas cheios de esperança de um renascimento".

Nascido em 1935, Oe cresceu em um vale florestal na ilha de Shikoku, no oeste do Japão, um lugar remoto que ele frequentemente evoca em seus escritos como um microcosmos da humanidade.

Embora traumatizado pela capitulação do Japão após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki em 1945, ele rapidamente aderiu aos princípios democráticos do ocupante americano.

Adolescente, decidiu ir estudar literatura francesa na prestigiosa Universidade de Tóquio, e iniciou sua carreira literária.

Em 1958, ele ganhou o renomado Prêmio Akutagawa para Jovens Autores com "A Presa", sobre um piloto afro-americano mantido em cativeiro em uma comunidade rural japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.

Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro grande romance, "Arranque as sementes, atire nas crianças", uma fábula social sobre crianças em um centro correcional no Japão durante a guerra.

O nascimento em 1963 de um filho com deficiência, Hikari ("Luz" em japonês), vira sua vida pessoal de cabeça para baixo e dá um novo impulso ao seu trabalho.

"Escrever e viver com meu filho se sobrepõem e essas duas atividades só podem se aprofundar de forma recíproca. Eu disse a mim mesmo que definitivamente é aqui que minha imaginação pode tomar forma", explicou ele mais tarde.

"Uma questão pessoal" (1964) foi o primeiro romance de uma longa série de livros inspirados em sua vida pessoal. Nele, Oe narra a vida de um jovem pai diante do nascimento de um bebê com deficiência, o qual inclusive pensa em matar.

Suas "Notas de Hiroshima" (1965) são um compêndio de testemunhos de vítimas de 6 de agosto de 1945.

Em 1994, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura por criar "com grande força poética um mundo imaginário onde vida e mito se condensam para formar um retrato desconcertante da frágil situação humana", nas palavras da comissão.

O prêmio Nobel da Paz José Ramos-Horta venceu a eleição presidencial em Timor Leste, de acordo com os resultados oficiais parciais anunciados nesta quarta-feira.

Ramos-Horta, que já presidiu o país entre 2007 e 2012, recebeu 62,09% dos votos no segundo turno, contra 37,91% de Francisco "Lu Olo" Guterres, o atual chefe de Estado do país.

O político de 72 anos já havia liderado o primeiro turno, celebrado em 19 de março, com 46% dos votos, contra 22% de Guterres.

Ramos-Horta prometeu que em caso de vitória iniciaria um diálogo entre os principais partidos para acabar com a paralisação política no pequeno país do sudeste asiático.

Vencedores do Prêmio Nobel e ex-chefes de Estado ou de Governo pediram em uma carta pública a suspensão temporária das patentes das vacinas contra a Covid-19 e convidaram o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a apoiar a iniciativa.

A supressão da propriedade intelectual do imunizante é "uma etapa vital e necessária para acabar com a pandemia", consideram os 170 signatários da carta, que incluem ex-presidentes da França (François Hollande), da Libéria (Ellen Johnson Sirleaf) e o ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown.

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"Estamos esperançosos com as informações de que a sua administração está examinando uma suspensão temporária dos direitos de propriedade intelectual da OMC durante a pandemia, como solicitaram África do Sul e Índia", afirma o texto, também assinado por vencedores do Nobel, como Muhamad Yunus (Paz), Joseph Stiglitz (Economia) ou Françoise Barré-Sinoussi (Medicina).

Depois de ser enviada à Organização Mundial do Comércio em 2 de outubro, a proposta da África do Sul e da Índia recebeu o apoio de vários países em desenvolvimento e a oposição da maioria dos países ocidentais, onde ficam as sedes das grandes empresas farmacêuticas.

O texto propõe uma suspensão temporária de algumas obrigações do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio (ADPIC) para que qualquer país possa produzir a vacina, sem a preocupação de dispor da patente.

Os países tentam vacinar o mais rápido possível suas populações para tentar frear a Covid-19 e o surgimento de novas variantes do vírus que reduzam a eficácia das vacinas.

As ganhadoras do Prêmio Nobel até o momento - o de física, na terça, e o de química, nesta quarta-feira - desejam que sua premiação inspire outras mulheres a embarcar em pesquisas científicas, cujas distinções permanecem, sobretudo, atribuídas aos homens.

Nesta quarta-feira, a geneticista francesa Emmanuelle Charpentier, distinguida com sua colega americana Jennifer Doudna pelo desenvolvimento da "tesoura molecular", disse esperar que o prêmio traga "uma mensagem muito forte" às jovens pesquisadoras.

"As mulheres cientistas também podem ter um impacto nas pesquisas que realizam", disse a pesquisadora, cuja idade, 51, também contrasta com a geralmente canônica dos laureados.

Jennifer Doudna destacou, por sua vez, "o sentimento de muitas mulheres de que, independentemente do que façam, seu trabalho nunca será considerado como seria se fossem homens", durante uma entrevista via Zoom. Ela considerou seu prêmio "um passo na direção certa".

"Estou muito satisfeita por poder servir de modelo para mulheres jovens que planejam entrar neste campo", disse Andrea Ghez, pioneira na pesquisa de buracos negros e coganhadora do Nobel de Física, à AFP na terça-feira.

A questão é que, especialmente nas categorias de ciências exatas, como Física e Química, as mulheres permanecem singularmente sub-representadas.

"Momento histórico"

"Este é um momento histórico na história do Prêmio Nobel, porque nunca foi atribuído antes a duas mulheres (ao mesmo tempo) em Química, Física, ou Medicina", sublinhou Pernilla Wittung Stafsheden, integrante da Real Academia Sueca de Ciências.

Os números são, no entanto, teimosos. Desde a atribuição dos primeiros Prêmios Nobel em 1901, o de Física distinguiu apenas quatro laureadas de um total de 216 (1,9% de mulheres) e apenas sete de 186 (3,8%) para a Química. Medicina (5,4%) e Economia (2,4%) não vão muito melhor.

Para alguns, a explicação está na composição dos comitês do Nobel, que elaboram uma lista inicial de potenciais laureados. As mulheres representam menos de um quarto dos membros do comitê em 2020, considerando-se todas as disciplinas combinadas. Algumas disciplinas estão ainda mais distantes da paridade, como Física, com apenas uma mulher, Eva Ollson, entre seus sete integrantes.

Ela garantiu à AFP que "o trabalho dentro da comissão não é afetado" por esse desequilíbrio. Para o secretário-geral da Real Academia Sueca de Ciências, Göran Hansson, cuja instituição fornece a maioria dos membros dos comitês de Física, Química e Economia, o problema está em outro lugar.

"Perseverar, perseverar"

Já em 2017, ele negou a existência de qualquer "chauvinismo masculino substancial nos comitês de seleção do Nobel". No mês passado, disse à AFP que a prioridade era "melhorar as condições, as oportunidades para as mulheres (...) de estudar ciências e fazer carreira".

Para participar desse esforço, sua organização nomeou mais mulheres acadêmicas e tem o cuidado de não deixar de fora candidatas valiosas. Quanto aos prêmios, nada pode "mudar o fato de que ainda há muito menos mulheres do que homens na ciência".

Na França, uma pesquisadora que atua na mesma disciplina de Emmanuelle Charpentier, aclamou o merecido prêmio, vendo-o também como uma prova de um "esforço" para reconhecer o lugar da mulher na ciência.

A diretora de Pesquisa do CNRS no Laboratório de Estrutura e Instabilidade dos Genomas, Carine Giovannangeli, observa, porém, "que nos laboratórios vemos que as mulheres são muito menos consideradas do que os homens", disse à AFP.

Ela também coloca essa situação em um contexto mais amplo, o do "teto de vidro" ainda existente para mulheres em muitos ofícios. "Quando você olha para os critérios de visibilidade, ou responsabilidade, há muito menos mulheres, mas não é só a pesquisa que precisa ser mudada", sustenta. Recentemente premiada com a medalha de ouro do CNRS, a astrofísica Françoise Combes passou sua mensagem às jovens pesquisadoras: "perseverar, perseverar".

A Academia Sueca concedeu ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, de 43 anos, o Prêmio Nobel da Paz pelos seus esforços para alcançar a paz na Eritreia. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (11) em Oslo, na Noruega.

“O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, foi este ano galardoado com o Prêmio Nobel da Paz pelos esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional e, em particular, pela sua iniciativa decisiva para resolver o conflito fronteiriço com a vizinha Eritreia”, afirmou o Comitê, em nota.

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A Etiópia e a Eritreia são inimigos de longa data, tendo travado uma guerra na fronteira entre 1998 e 2000 e restaurado as relações apenas em julho de 2018, após décadas de hostilidade.

O júri destacou o “importante trabalho [de Ahmed] para promover a reconciliação, a solidariedade e a justiça social”.

O prêmio também visa a reconhecer "todas as partes interessadas que trabalham pela paz e reconciliação na Etiópia e nas regiões leste e nordeste da África", acrescenta o comunicado.

"Abiy Ahmed Ali iniciou importantes reformas que proporcionam a muitos cidadãos a esperança de uma vida melhor e de um futuro melhor", diz ainda a nota.

Desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro da Etiópia, em abril de 2018, após três anos de protestos nas ruas, Abiy anunciou uma série de reformas que tinham como objetivo mudar o país, onde vivem cerca de 100 milhões de pessoas.

As medidas, que fizeram aumentar as esperanças do povo etíope, passaram por uma liberalização parcial da economia controlada pelo Estado e por uma reforma nas forças de segurança.

O Comitê Norueguês do Nobel acredita que é agora que os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e precisam de incentivo.

“Este reconhecimento é uma vitória para todo o povo etíope, e é também uma motivação para fortalecer a nossa determinação em tornar a Etiópia – o novo horizonte da esperança – uma nação próspera para todos”, disse o gabinete do primeiro-ministro do país.

No ano passado, o prémio foi atribuído ao médico congolês Denis Mukwege e à ativista de direitos humanos Nadia Murad, devido aos esforços dos dois para acabar com a violência sexual como arma nos conflitos e guerras em todo o mundo.

*Emissora pública de televisão de Portugal

Um incansável caminhante em busca da linguagem, o austríaco Peter Handke, coroado Prêmio Nobel de Literatura nesta quinta-feira (10), é um escritor prolífico lutando contra as convenções, ao preço de grandes polêmicas, principalmente em razão de suas posições pró-sérvias.

O Nobel de Literatura? "Deve ser excluído. É uma falsa canonização" que "não traz nada ao leitor", disse uma vez o escritor de 76 anos, silhueta elegante, cabelos grisalhos jogados para trás e olhos penetrantes por trás de óculos finos.

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No mundo editorial, muitos foram os que pensaram que o prêmio lhe escaparia para sempre, apesar de um trabalho de renome mundial, devido ao seu engajamento durante a guerra na ex-Iugoslávia.

De origem eslovena por parte materna, o escritor nascido em 6 de dezembro de 1942 em Caríntia (sul da Áustria), aparece como um dos poucos intelectuais ocidentais pró-sérvios.

No outono de 1995, alguns meses após o massacre de Srebrenica, viajou para a Sérvia e relatou suas impressões em um livro polêmico, "Eine winterliche Reise zu den Flüssen Donau, Save, Morawa und Drina oder Gerechtigkeit für Serbien" ("Uma viagem de inverno aos rios Danúbio, Save, Morava e Drina", em tradução livre).

Em 1999, recebeu um importante prêmio literário alemão, o Büchner, e deixou a Igreja Católica para protestar contra os ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Belgrado, evocando um "novo Auschwitz".

Sete anos depois, causou alvoroço ao participar do funeral do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, acusado de crimes contra a Humanidade e genocídio.

Ele é forçado a desistir de um prêmio que lhe seria concedido pela cidade de Düsseldorf, e a Comédie-Française cancela uma de suas peças.

Intelectuais, incluindo sua compatriota Elfriede Jelinek, Nobel da Literatura em 2004, saíram em sua defesa. Por um tempo, contudo, a polêmica oculta o trabalho de Peter Handke.

- "A força de ser universal" -

O autor austríaco, que assinou mais de 80 obras, é, no entanto, um dos autores de língua alemã mais lidos e interpretados do mundo.

"Eu tenho o sonho e a força para ser universal", resumiu Handke durante a recepção na Alemanha de um prêmio de Literatura europeia, dizendo ao júri: "Não tenham medo de mim!".

Ele também foi recompensado no Festival de Cinema de Veneza no mesmo ano, onde seu amigo Wim Wenders apresentou "Os belos dias de Aranjuez", de um de seus roteiros. "Sem ele, eu poderia ter-me tornado um pintor", disse então o cineasta alemão.

Feito cidadão honorário da cidade de Belgrado, em fevereiro de 2015, Peter Handke nunca renegou seu compromisso pró-sérvio.

Premiado com o prêmio Ibsen de teatro em 2014, dedicou parte do dinheiro à construção de uma piscina pública em um enclave sérvio do Kosovo.

"Pai, perdoai-os jamais", disse ele no ano passado, durante uma visita a Belgrado, parafraseando a Bíblia para criticar os líderes ocidentais dos anos 1990. Ele os aponta como responsáveis pela guerra.

Profundamente marcado aos 15 anos pela leitura de "Sob o Sol de Satã", de Georges Bernanos, ele publicou seu primeiro romance, "Die Hornissen", em 1966.

Ex-estudante de Direito, foi influenciado pelos franceses Claude Simon e Alain Robbe-Grillet.

"Sempre corri o risco de cair na autoanálise. O 'Nouveau roman' me ajudou a exteriorizar, a olhar", explicou, referindo-se a um movimento literário francês dos anos 1950.

No mesmo ano, fez sucesso com sua primeira peça, "Der Jasager und der Neinsager", onde confronta insultos ao público, mensagens de desordem e críticas radicais à literatura engajada.

O autor, então com 24 anos, ataca os princípios estéticos do "Grupo 47", que domina as letras alemãs do período Pós-Guerra, opondo-se com uma rejeição radical ao uso pré-estabelecido da língua. O tema estará no centro de sua obra.

Mestre da prosa, desenvolve um estilo nítido e intenso, dizendo "não buscar o pensamento, mas a sensação".

"Die Angst des Tormanns beim Elfmeter" ("A ansiedade do goleiro na hora do pênalti", em tradução livre) em 1970, depois "Wunschloses Unglück" ("O infortúnio indiferente", em tradução livre) em 1972, réquiem dedicado à mãe, trazem-lhe notoriedade.

A migração e a solidão pontuam um trabalho abundante: 40 romances, ensaios e coletâneas, 15 peças de teatro, além de roteiros.

Desde 1991, Peter Handke vive em Chaville, um subúrbio de Paris, em uma casa abrigada por cedros à margem de uma floresta, onde se inspira.

Prêmio Nobel de Literatura 2018, Olga Tokarczuk, considerada a romancista mais talentosa de sua geração na Polônia, transporta o leitor em uma busca pela verdade através de universos policromáticos, misturando com delicadeza o real e o metafísico.

Politicamente engajada à esquerda, ecologista e vegetariana, a escritora de 57 anos, cuja cabeça é coberta de dreadlocks, não hesita em criticar a política do atual governo nacionalista conservador de Direita e Justiça (PiS).

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Nascida em 29 de janeiro de 1962, em uma família de professores em Sulechow, no oeste da Polônia, é autora de uma dúzia de livros.

Formada em Psicologia na Universidade de Varsóvia, estudou os trabalhos de Carl Jung. Por um tempo, trabalhou como psicoterapeuta em Walbrzych (sudoeste) e lançou-se à escrita. Publicou então uma coletânea de poemas, antes de embarcar na prosa.

Após o sucesso de seus primeiros livros, passou a se dedicar inteiramente às letras e se mudou para a cidade de Krajanow, nas montanhas Sudeten (sudoeste). Hoje, seus livros são best-sellers na Polônia, traduzidos para mais de 25 idiomas, incluindo catalão e chinês. Muitas de suas obras foram levadas aos palcos e telas.

Sua obra, extremamente variada, vai de um conto filosófico "Zielone dzieci" ("As crianças verdes", em tradução livre, 2016), a um romance policial ecologista engajado e metafísico "Prowadź swój pług przez kości umarłych" ("Guie seu arado sobre os ossos dos mortos", em tradução livre, 2010), passando por um romance histórico de 900 páginas "Ksiegi Jakubowe" ("Escrituras de Jacó", em tradução livre, 2014).

No Brasil, foi publicado em 2014 apenas um título em português da escritora, "Os Vagantes" ("Bieguni").

- Enorme quebra-cabeça -

Em seu universo poético, o racional se mistura com o irracional. Seu mundo está em movimento perpétuo, sem ponto fixo, com personagens cujas biografias e características se entrelaçam e, como um quebra-cabeça gigante, criam uma imagem geral esplêndida.

Tudo é descrito em uma linguagem rica, precisa e poética, atenta aos detalhes.

"Olga é uma mística na busca perpétua da verdade, verdade que só pode ser alcançada em movimento, transgredindo as fronteiras. Todas as formas, instituições e idiomas concertados é a morte", explica à AFP uma de suas amigas, Kinga Dunin, também escritora e crítica literária.

A própria Tokarczuk se descreve como uma pessoa sem biografia: "Eu não possuo uma biografia muito clara, que possa contar de uma maneira interessante. Sou composta desses personagens que saíram da minha cabeça, que eu inventei. Sou composta por todos, tenho uma biografia com muitas molduras, enorme", afirmou a escritora em entrevista ao Instituto Polonês do Livro.

Lançado em 2014, "Ksiegi Jakubowe" conquistou o mais prestigioso prêmio literário polonês Nike, o segundo de sua carreira.

O livro se tornou best-seller na Polônia, mas também foi alvo de fortes ataques dos círculos nacionalistas.

Após uma entrevista à televisão pública em 2015, onde denunciou o mito de uma Polônia tolerante e aberta, ela recebeu ameaças de morte por "difamar o bom nome da Polônia e dos poloneses".

Durante uma semana, sua editora contratou um segurança para ela.

O mesmo livro rendeu - a ela e a seu tradutor sueco - a primeira edição do Prêmio Literário Kulturhuset Stadsteatern de Estocolmo.

"Sinto como se tivesse o Nobel", disse na ocasião.

Olga Tokarczuk também é coautora do roteiro do filme "Spoor", dirigido por Agnieszka Holland e inspirado em seu romance "Prowadź swój pług przez kości umarłyc". Lançado em fevereiro de 2017, o filme ganhou o Prêmio Alfred Bauer na Berlinale no mesmo ano e representou a Polônia na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro.

Olga Tokarczuk tem um filho adulto. Ela divide seu tempo entre seu apartamento em Wroclaw, sua casa no campo e as muitas viagens.

Lista dos 15 últimos vencedores do Prêmio Nobel de Literatura, atribuído nesta quinta-feira à polonesa Olga Tokarczuk pela edição 2018 e o austríaco Peter Handke por 2019.

2019: Peter Handke (Áustria)

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2018: Olga Tokarczuk (Polônia)

2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido)

2016: Bob Dylan (Estados Unidos)

2015: Svetlana Alexievich (Belarus)

2014: Patrick Modiano (França)

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Alemanha)

2008: Jean-Marie Gustave Le Clezio (França)

2007: Doris Lessing (Reino Unido)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Reino Unido)

A Academia Sueca anunciou nesta quinta-feira (10) a polonesa Olga Tokarczuk e o austríaco Peter Handke como vencedores do prêmio Nobel de Literatura em 2018 e 2019, respectivamente.

Os ganhadores das duas edições da honraria foram divulgados juntos porque não houve Nobel de Literatura no ano passado devido a um escândalo de estupro e conflito de interesses.

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Tokarczuk, 57 anos, foi escolhida por ter uma "imaginação narrativa" que, aliada a uma "paixão enciclopédica", representa o "cruzamento de fronteiras como uma forma de vida". Já vencedora do Man Booker Prize com o romance "Flights" ("Voos", em tradução livre), a polonesa é conhecida pelo tom mítico de sua escrita.

Em "Flights", ela faz reflexões sobre a vida de nômade com histórias que vão do século 17 ao 21. Entre os casos relatados no romance estão o da irmã de Frédéric Chopin, que levou o coração do músico de Paris a Varsóvia, o do anatomista holandês que descobriu o tendão de Aquiles e de um menino nigeriano que era mascote da corte imperial austríaca e foi empalhado após sua morte.

Já Handke, 76, foi laureado por causa de seu "trabalho influente que, com ingenuidade linguística, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana". Ele é considerado um dos mais importantes escritores contemporâneos de língua alemã.

"A arte peculiar de Peter Handke é a extraordinária atenção às paisagens e à presença material do mundo, fazendo do cinema e da pintura duas de suas maiores fontes de inspiração," disse o comitê do Nobel de Literatura.

O austríaco também ganhou notoriedade por criticar os bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Sérvia, no fim dos anos 1990, e discursou no funeral de Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia acusado de crimes de guerra e contra a humanidade na Bosnia, na Croácia e no Kosovo.

Tokarczuk e Handke dividirão um prêmio de 9 milhões de coroas suecas, equivalentes a cerca de R$ 3,7 milhões.

Escândalo

A edição de 2018 do Nobel de Literatura foi adiada para 2019 após diversas renúncias no conselho da Academia Sueca em função de denúncias contra o fotógrafo Jean-Claude Arnault, marido de uma das integrantes do comitê na época, Katarina Frostenson.

Arnault foi condenado no ano passado por dois estupros cometidos em 2011 e é acusado de ter vazado o nome do vencedor do Nobel de Literatura em sete ocasiões. Além disso, seu clube literário recebia patrocínio da Academia Sueca, evidenciando um conflito de interesses com Frostenson.

Essa foi a primeira vez desde 1943, na época da Segunda Guerra, que o Nobel de Literatura não foi entregue. Entre as mudanças promovidas pela Academia para 2019 estão a possibilidade de renúncia dos atuais membros e de eleição de novos integrantes - até então, as nomeações eram vitalícias.

Da Ansa

Lista dos premiados nos últimos 10 anos com o Prêmio Nobel de Química, atribuído nesta quarta-feira pelo Comitê Nobel da Academia Real de Ciências de Suécia ao americano John Goodenough, ao britânico Stanley Whittingham e ao japonês Akira Yoshino.

2019: John Goodenough (Estados Unidos), Stanley Whittingham (Grã-Bretanha) e Akira Yoshino (Japão) pela invenção das baterias de íon-lítio, presentes em numerosas tecnologias da vida cotidiana.

2018: Frances H. Arnold, George P. Smith (Estados Unidos) e Gregory P. Winter (Reino Unido) por seus trabalhos que aplicam os mecanismos da evolução para criar novas e melhores proteínas em laboratório.

2017: Jacques Dubochet (Suíça), Joachim Frank (Estados Unidos) e Richard Henderson (Reino Unido) por terem desenvolvido a microscopia crio-eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.

2016: Jean-Pierre Sauvage (França), Fraser Stoddart (Reino Unido) e Bernard Feringa (Holanda), pais das minúsculas "máquinas moleculares" que prefiguram os nanorobôs do futuro.

2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar (EUA/Turquia) por seus trabalhos sobre o mecanismo de reparação do DNA, que pode conduzir a novos tratamentos contra o câncer.

2014: Eric Betzig, William Moerner (Estados Unidos) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento da microscopia fluorescente de alta resolução.

2013: Martin Karplus (Estados Unidos/Áustria), Michael Levitt (Estados Unidos/Reino Unido) e Arieh Warshel (Estados Unidos/Israel), pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.

2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (Estados Unidos) por seus trabalhos sobre receptores que permitem às células compreender seu entorno, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.

2011: Daniel Shechtman (Israel), pela descoberta da existência de um novo tipo de material, os "quase-cristais".

2010: Richard Heck (Estados Unidos), Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki (Japão), pela criação de uma das ferramentas mais sofisticadas da química, que abre o caminho para tratamentos contra o câncer e produtos eletrônicos e plásticos revolucionários.

Segue abaixo a lista dos últimos 15 vencedores do Prêmio Nobel de Literatura, atribuído em 2015 à bielorrussa Svetlana Alexievich:

2015: Svetlana Alexievich (Belarus)

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2014: Patrick Modiano (França)

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Alemanha)

2008: Jean-Marie Gustave Le Clezio (França)

2007: Doris Lessing (Grã-Bretanha)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Grã-Bretanha)

2004: Elfriede Jelinek (Áustria)

2003: J.M. Coetzee (África do Sul)

2002: Imre Kertész (Hungria)

2001: V.S. Naipaul (Grã-Bretanha)

Três cientistas foram agraciados com o Prêmio Nobel de Química deste ano por estudos para mapear como as células reparam o DNA danificado. As descobertas possibilitaram o desenvolvimento de novos tratamentos para o combate ao câncer, entre outros avanços, apontou a Real Academia de Ciências da Suécia.

O trabalho de Tomas Lindahl, da Suécia, Paul Modrich, dos Estados Unidos, e Aziz Sancar, que tem cidadania turca e norte-americana, resultou numa caixa de ferramentas para reparos do DNA e para salvaguardar a informação genética. "O trabalho deles forneceu um conhecimento fundamental sobre como uma célula viva funciona e é, por exemplo, usado para o desenvolvimento de novos tratamentos para o câncer", diz o comunicado da academia sueca.

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Lindahl é professor emérito da Cancer Research UK, no laboratório Clare Hall, na Inglaterra. Modrich é professor de Bioquímica na Duke University School of Medicine, em Durham, Carolina do Norte, e Sancar leciona Bioquímica e Biofísica na University of North Carolina School of Medicine em Chapel Hill, também na Carolina do Norte.

O mais prestigioso prêmio no campo científico, o Nobel concede aos vencedores um prêmio total de 8 milhões de coroas suecas (US$ 953.500). Nesta quinta-feira será divulgado o Nobel de Literatura, na sexta-feira o da Paz e na segunda-feira, o de Economia. Fonte: Dow Jones Newswires.

O testamento manuscrito do sueco Alfred Nobel será exposto ao público pela primeira vez, a partir de 13 de março, na exposição "Legacy", em Estocolmo - anunciou o Museu Nobel nesta quarta-feira. Foi com base nesse documento que se criaram os célebres prêmios que levam seu nome. O acadêmico e industrial faleceu em 1896.

"Vamos mostrar o testamento pela primeira vez, em uma exposição sobre o legado que as pessoas deixam após a morte, que inaugura nesta sexta-feira, 13 de março", disse à AFP a porta-voz do museu Helena Wallemo.

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"Nunca havia sido exposto, porque é um documento de grande valor e queríamos que fosse apresentado em boas condições", explicou.

O documento de quatro páginas, escrito em 1895, ordenava a criação de um capital de 31,5 milhões de coroas suecas - correspondente a cerca de 2,7 bilhões de coroas (220 milhões de euros) em valores atuais.

O testamento estipulava a distribuição do prêmio em cinco partes iguais, em reconhecimento a realizações excepcionais na Literatura, Física, Química, Medicina e na busca pela paz. Atualmente, os agraciados com um Nobel recebem 8 milhões de coroas, em uma prestigiosa cerimônia em dezembro, na capital sueca.

Alfred Nobel especificou quais instituições concederiam os prêmios, mas não orientou como isso seria feito. Assim, a primeira entrega aconteceu somente cinco anos depois de sua morte, em 1901, quando um procedimento foi estabelecido.

Em 1968, o Banco Central da Suécia (Riksbank) criou o Prêmio de Ciências Econômicas em homenagem a Alfred Nobel, colocando à disposição da Fundação Nobel uma quantia anual equivalente ao montante destinado às outras distinções.

"Legacy" vai até novembro, mas o museu não deve manter o testamento acessível ao público até o final da exposição.

O anúncio do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura foi anunciado publicamente nesta quinta-feira (9). No entanto, o vencedor só ficou sabendo depois. Isso porque a Academia Sueca, realizadora da premiação, não conseguiu fazer o contato por telefone com o francês Patrick Modiano, de 69 anos.

Modiano contou em entrevista coletiva que ficou sabendo da conquista por meio de sua filha. "Foi uma sensação estranha, fiquei um pouco surpreso, não se percebe completamente. Há um momento de distância porque não esperava tudo isso", comenta o autor.

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Autor de mais de 30 livros, Patrick é o 11º francês a vencer o Prêmio Nobel de Literatura. Confira no vídeo a seguir a entrevista do autor:

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A Organização para a Proibição de Armas Químicas recebeu, nesta terça-feira (10), o prêmio Nobel da Paz deste ano. O diretor da organização, Ahmet Uzumcu, recebeu o prêmio nesta terça-feira em Oslo, junto com outras categorias, como medicina e física.

A OPCW foi criada para garantir a convenção internacional de 1997 que proíbe o uso de armas químicas. A organização sempre trabalhou sem grande alarde, mas ganhou notoriedade este ano ao receber a desafiadora missão de supervisionar e destruir o estoque de armas químicas da Síria.

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O Nobel da Paz foi anunciado em 11 de outubro, dias antes de a Síria se tornar oficialmente parte da OPCW como 190º Estado-membro. A cerimônia de entrega do prêmio é realizada sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de seu fundador Alfred Nobel, em 1896. Fonte: Associated Press.

Vencedores do prêmio Nobel da Paz pediram que os líderes mundiais negociem a "eliminação universal, legal e verificável das armas nucleares".

O comunicado, que foi divulgado nesta quarta-feira, no final da reunião anual dos laureados com o prêmio, também pediram negociações que encerrem os conflitos armados na Síria e em outras partes do mundo.

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O grupo se reuniu em Varsóvia neste ano para lembrar os 30 anos desde que Lech Walesa venceu o prêmio por liderar o movimento Solidariedade, que ajudou a derrubar o comunismo na Polônia.

A atriz Sharon Stone foi convidada especial do encontro e recebeu homenagem por seu trabalho na luta contra o HIV e a aids. Os encontros anuais foram iniciados pelo ex-líder soviético Mikhail Gorbachev em 2000.

Neste ano, Gorbachev não participou do evento em razão de um tratamento médico, mas Shirin Ebadi, do Irã, e o dalai-lama estiveram presentes. Fonte: Associated Press.

O Prêmio Nobel de Literatura de 2013 será entregue à escritora canadense Alice Munro, caracterizada pelo secretário da Academia Sueca como "mestre do conto contemporâneo".

Aos 82 anos, ela anunciou recentemente em entrevista ao jornal "The New York Times" que decidiu parar de escrever para poder se dedicar à família e ter uma rotina "normal".

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Ela é a décima terceira mulher a receber o Prêmio Nobel.

O painel responsável por escolher o Prêmio Nobel de Literatura confirmou nessa quarta (7), que o anúncio do vencedor será feito nesta quinta-feira (10). Com isso, todas as datas da edição deste ano do prêmio já estão marcadas. Nas bolsas de apostas, o favorito deste ano é o japonês Haruki Murakami, autor de livros como 1Q84. Os americanos Joyce Carol Oates, Thomas Pynchon e Phillip Roth também aparecem bem cotados em casas de apostas de Londres, segundo o jornal Telegraph, que também lembra o nome do dramaturgo húngaro Péter Nádas. A Academia Sueca recebe centenas de nomeações feitas por professores de literatura de todo o mundo. Cada vencedor recebe US$ 1,2 milhão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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