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Na última quarta-feira (24) nasceram cerca de 58 tartarugas-de-pente, na praia de Enseada dos Corais, no litoral do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). Os ovos foram colocados no dia 4 de fevereiro e passaram por um período de incubação de 49 dias, do total, 23 ovos não eclodiram.

Os ovos foram acompanhados pelo responsável por monitorar os ninhos do litoral, o biólogo da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, Felipe Brayner. "Nós cavamos e ajudamos as tartarugas a chegar ao mar e reduzimos a taxa de mortalidade, que pode chegar a 17%. Como hoje foi um dia chuvoso, a areia fica fria, o que facilita o nascimento", afirmou Brayner.

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Outros seis ninhos também passam por monitoramento no litoral do Cabo de Santo Agostinho, cinco em Enseada dos Corais e um na Praia de Itapuama.

As grandes criaturas do mar correm o risco de sofrer uma extinção em massa em uma escala nunca antes vista devido à pesca excessiva, alertaram cientistas esta semana. Se os maiores peixes desaparecerem, sua perda terá consequências graves para outros ecossistemas do oceano, adverte o estudo publicado na revista Science.

"Descobrimos que a ameaça de extinção nos oceanos modernos está fortemente associada com os corpos de tamanho maior", disse o coautor do estudo Jonathan Payne, paleobiologista na Universidade de Stanford.

"Isso é mais provável devido a que as pessoas miram primeiro nas espécies maiores para o consumo", acrescentou. Se ocorrer uma sexta extinção em massa - e alguns cientistas acreditam que ela já está a caminho -, será muito diferente das extinções do passado, causadas pela queda de asteroides, erupções vulcânicas e outras catástrofes naturais.

As extinções em massa do passado em geral se desenrolaram ao longo de milhares de anos. A sexta poderia ocorrer no espaço de uma vida humana. "O que está acontecendo nos oceanos modernos é realmente diferente do que aconteceu no passado", disse o coautor Noel Heim, também de Stanford.

Os pesquisadores usaram um banco de dados de registros fósseis para examinar as ligações entre a ameaça de extinção e características como o tamanho do corpo para cerca de 2.500 moluscos e vertebrados ao longo dos últimos 500 anos, e foram bem mais longe, até 445 milhões de anos atrás.

Como a atividade pesqueira em geral tem como alvo as maiores criaturas no mar, as chances destas serem ameaçadas de extinção aumentam significativamente para as grandes espécies marinhas.

"Quanto maior você é, mais probabilidade você tem de enfrentar a extinção", disse Payne. Os pesquisadores também analisaram as mudanças climáticas como um fator potencial de ameaça à sobrevivência de baleias e tubarões, mas descobriram que este não era o principal culpado.

O aquecimento global "não parece ser a força motriz dominante da ameaça de extinção" para as espécies marítimas analisadas. "Em vez disso, a pesca e a caça feitas por humanos definem a ameaça dominante para a fauna marinha moderna", disse o estudo.

Ameaça da sobrepesca

Os peixes fornecem 17% da proteína animal consumida no mundo, hoje o lar de mais de sete bilhões de pessoas. Mas alguns dos maiores peixes do planeta, incluindo o atum e o peixe-espada, estão abaixo de 10% do seu nível histórico, segundo a Organização para a Alimentação e Agricultura da ONU (FAO).

E mais de 70% das espécies de peixes do mundo estão ou totalmente exploradas ou em escassez, disse a FAO. Uma forma de ajudar as populações de peixes do mundo a se restabelecerem é proibir a pesca comercial em áreas marinhas protegidas.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira a criação de uma reserva natural no Atlântico - uma área de 12.725 km² ao longo da costa atlântica da Nova Inglaterra -, semanas depois da declaração de uma imensa área protegida no coração do Pacífico.

O Reino Unido também anunciou planos para dobrar sua área de oceano protegida, durante a Conferência Nosso Oceano, organizada pelo secretário de Estado americano, John Kerry. O evento reúne 90 países, cientistas e organizações não-governamentais em Washington na quinta-feira e sexta.

As populações de animais marinhos (mamíferos, pássaros, répteis e peixes) caíram pela metade desde os anos 1970 em função da pesca predatória, da poluição e do aquecimento global - alertou nesta quarta-feira a ONG ambiental WWF.

"A ação do homem está na origem desta tendência: da pesca predatória e das indústrias extrativistas às mudanças no litoral e a poluição, passando pelas emissões de gases de efeito estufa responsáveis pela acidificação oceânica e do aquecimento dos mares", denunciou a organização internacional em novo relatório.

Na escala mundial, o consumo médio de peixes por habitante passou de 9,9 kg nos anos 1960 para 19,2 kg em 2012.

No relatório, a WWF explica que seu índice Planeta Vivo das populações marinhas, que mede a tendência acompanhada pelas populações de animais marinhos, "registrou uma regressão de 49% entre 1970 e 2012".

Algumas viram seu efetivo cair quase 75%, alertou a WWF.

O estudo foi efetuado numa base de observação de 5.829 populações pertencentes a 1.234 espécies.

O período de 1970 a meados de 1980 experimentou a contração mais acentuada, seguida por uma relativa estabilidade até que o número de populações tivesse recentemente uma baixa.

"Nós conduzimos coletivamente os oceanos para a beira do precipício", declarou o diretor geral do WWF, Marco Lambertini, no prefácio do documento.

"No espaço de apenas uma geração, as atividades humanas degradaram gravemente os oceanos capturando os peixes num ritmo superior ao de sua reprodução e destruindo os berçários", explicou, ressaltando que o desaparecimento dos ecossistemas oceânicos corre o risco de iniciar "uma grave crise econômica".

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