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A missão Artemis I da agência espacial americana (Nasa) será concluída neste domingo (11) com a descida e aterrissagem da nave espacial Orion no Oceano Pacífico, às 14h39 (horário de Brasília), após uma jornada de 25,5 dias no espaço e 2,1 milhões de quilômetros ao redor da Lua. A chegada ocorre perto da ilha de Guadalupe, na costa da Baixa Califórnia, no México.

A Artemis I é a primeira série de missões que têm o objetivo de construir uma presença humana de longo prazo na Lua nas próximas décadas, informa a Nasa. A equipe de recuperação de sistemas terrestres de exploração do Kennedy Space Center da Nasa na Flórida, junto à Marinha dos EUA, recuperará a espaçonave. Haverá uma cobertura ao vivo para o evento, que começa às 13h do horário de Brasília, disponível neste link.

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Orion, uma nave espacial não tripulada, foi lançada a bordo do foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) no dia 16 de novembro do Complexo de Lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy da Nasa. A missão Artemis I é o primeiro teste integrado dos sistemas de exploração do espaço profundo da agência espacial.

Confiança para missões à Lua

As informações preliminares da missão Artemis I dão confiança para missões mais complexas, como a de levar astronautas à Lua em 2025, afirma Rosa Ávalos-Warren, engenheira aeroespacial da Nasa e gerente de missão da Rede de Comunicações e Rastreio para Voos Espaciais Tripulados. O objetivo da missão é justamente colocar à prova todas as naves e sistemas envolvidos.

"Todas essas diferentes fases tiveram que funcionar juntas para poder enviar Orion em uma boa trajetória para chegar à Lua e tudo foi realizado com sucesso", disse a engenheira. "Atualmente, estamos a caminho de ter uma missão totalmente bem-sucedida com alguns objetivos adicionais que alcançamos ao longo do caminho", disse o gerente da missão Artemis I, Mike Sarafin, durante uma teleconferência.

Agora, resta estudar os dados que a Orion traz para conseguir "uma determinação mais específica" quanto à confirmação das datas de lançamento das missões seguintes, a Ártemis II e a Artemis III, ambas tripuladas, "sempre com a segurança dos astronautas como prioridade número um", ressalta Rosa.

O plano da Nasa é realizar a missão Artemis II em 2024 e no ano seguinte a Artemis III, em que os astronautas tocariam o solo do satélite pela primeira vez desde 1972, quando foram enviados astronautas à Lua na missão Apollo XVII.

(Com informações da Nasa e EFE)

Desde que o homem pisou na Lua, em 1969, a grande questão espacial passou a ser se o homem poderia viver fora da Terra. Agora, pouco mais de 50 anos depois, isso pode se tornar realidade. Em entrevista à BBC, Howard Hu, alto funcionário da Nasa e líder do programa aeroespacial Orion, disse que a Missão Artemis prevê que astronautas passem a viver por longos períodos na Lua a partir dos próximos anos.

Segundo Hu, o lançamento do foguete Artemis I, na última quarta-feira (16), foi um "dia histórico para o voo espacial humano" porque representou um avanço em relação à criação de hábitats lunares - que a princípio servirão de base de apoio a missões científicas.

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O foguete transportou a espaçonave Orion, que atualmente está a cerca de 134 mil quilômetros da Lua, junto a um "manequim" capaz de registrar os impactos da viagem no corpo humano. Se o voo for bem-sucedido e os registros mostrarem que a viagem é segura para o ser humano, o plano é ter humanos vivendo na Lua "nesta década".

Na semana passada, o Estadão entrevistou uma cientista brasileira envolvida no projeto. "Quando você tem humanos a bordo é muito perigoso estar no espaço por muito tempo, então, um foguete possante (como o Artemis I) pode reduzir o tempo necessário para chegar, digamos, a Marte ou a qualquer outro lugar. Estou esperando, agora, principalmente, a Artemis III, que vai levar humanos de volta à Lua", disse Rosaly Lopes.

O objetivo é que no terceiro foguete da Missão Artemis os astronautas pousem na Lua - o que não acontece desde a Apollo 17, em dezembro de 1972. À BBC, Hu disse que esse "é o primeiro passo que estamos dando para a exploração do espaço profundo a longo prazo, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo".

Missão Artemis

O foguete Artemis I, de 100 metros de altura, decolou do Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral da Ilha Merritt, nos Estados Unidos. Foi a terceira tentativa de lançamento e primeira a ser bem-sucedida - a Nasa tentou a decolagem em agosto e setembro, mas teve que abortar a missão ainda na contagem regressiva por conta de problemas técnicos.

Segundo Hu, a missão atual está indo bem, com todos os sistemas funcionando. Por isso, nesta segunda-feira, 21, a equipe deve fazer um segundo disparo dos motores da Orion, conhecidos como queima.

Um dos objetivos desse retorno do homem à Lua é descobrir se há água no polo sul do satélite. Se sim, será possível produzir combustível para naves que irão mais fundo no espaço, como as que vão até Marte.

"Vamos enviar pessoas para a superfície (da Lua) e elas vão viver nessa superfície e fazer ciência. As missões Artemis nos permitem ter uma plataforma sustentável e um sistema de transporte que nos permite aprender a operar nesse ambiente de espaço profundo", disse Hu à BBC. "Será realmente muito importante para nós aprendermos um pouco além da órbita da nossa Terra e depois dar um grande passo quando formos a Marte."

Desafio no retorno

Um dos maiores desafios da missão Artemis I e motivo de preocupação dos cientistas é quanto ao retorno da cápsula Orion à Terra, o que deve acontecer em 11 de dezembro. A nave entrará novamente na atmosfera do planeta a 38.000 km/h - o que equivale a 32 vezes a velocidade do som. Além disso, o escudo em sua parte inferior será submetido a temperaturas próximas a 3.000°C, o que pode trazer risco à segurança do equipamento espacial.

A agência espacial norte-americana, a Nasa, cancelou novamente o lançamento do foguete Space Launch System (SLS) à Lua, que estava previsto para este sábado (3).

Em nota, a Nasa explicou que o cancelamento ocorreu devido a vazamento de hidrogênio líquido. A agência informou que foram feitos vários esforços para solucionar o problema, como recolocação de vedação, mas não foi possível resolver.

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O lançamento do foguete da missão Artemis I estava previsto para ocorrer hoje à tarde (horário de Brasília), no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Na última segunda-feira (29), foi feito o primeiro cancelamento, após as equipes técnicas da agência identificarem um problema de resfriamento em um dos quatro motores do superfoguete que levará a cápsula Orion à órbita lunar.

A missão

A viagem não tripulada marcará uma série de testagens na órbita da Lua tanto em relação aos equipamentos, quanto à cápsula Orion que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão prevista para ocorrer até 2026.

Além disso, será testada uma peça fundamental na missão, o Módulo de Serviço Europeu, responsável, por exemplo, pelos sistemas de abastecimento de água, energia, propulsão, controle da temperatura dentro da cápsula e fruto da parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).

Segundo a ESA, a missão, que será comandada aqui da Terra, pode durar entre 20 e 40 dias e terminará de volta à Terra com um mergulho no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos.

O voo de volta à Lua organizado pela Nasa, em parceria com 21 países, inclusive o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a missão Apollo.

A NASA pode realizar uma nova tentativa de lançamento do Artemis I, neste sábado (3). A janela deve ser aberta às 14h17 ET, por volta de 15h (horário de Brasília) e fecha às 16h17 ET, por volta de 17h. As informações são da CNN Brasil. 

Para a tentativa, os controladores de lançamento tentarão aquecer a linha para obter uma vedação firme. Enquanto isso, o oxigênio líquido continua a fluir para o estágio central.

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Em relação as condições climáticas, existe 60% de chance que são favoráveis para o lançamento, com chances aumentando para 80% favoráveis ​​no final da janela, de acordo com a oficial meteorológica Melody Lovin.

Dessa forma, se a missão for lançada neste sábado, ela fará uma viagem ao redor da lua e cairá no Oceano Pacífico no dia 11 de outubro. Mas também existe a oportunidade de backup para a missão Artemis ser lançada na próxima segunda-feira (5).

A missão 

Para a missão, não serão lançados humanos, apenas três manequins e um brinquedo de pelúcia Snoopy. Os manequins, chamados Comandante Moonikin Campos, Helga e Zohar, vão medir a radiação do espaço profundo que as futuras tripulações podem experimentar e testar novas tecnologias de traje e blindagem. Sendo assim, cada manequim serve para um propósito. 

Terão câmeras dentro e fora, para compartilhar imagens e vídeos durante toda a missão, incluindo visualizações ao vivo do experimento Callisto, que capturará um fluxo de Moonikin Campos sentado no assento do comandante.

Por fim, essa missão será só o começo de uma fase de exploração espacial da Nasa que pretende pousar diversas tripulações de astronautas em regiões anteriormente inexploradas da lua – nas missões Artemis II e Artemis III, programadas para 2024 e 2025, respectivamente – e eventualmente entrega missões tripuladas a Marte.

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