Os impactos da crise que assola o país deixaram os taxistas de Belém em uma encruzilhada neste mês: cobrar bandeira 2 em tempo integral ou correr o risco de perder clientes acostumados com descontos e com orçamento reduzido. Desde a terça-feira (1), os profissionais estão amparados por lei municipal. Com a mudança de bandeira podem ganhar, em média, 20% a mais com as corridas.
A lei tem vigência até o final do ano e, em tese, garante o 13º salário dos autônomos. De janeiro a novembro, os taxímetros só podem funcionar na bandeira 2 somente das 20 horas às 6 horas, de segunda à sexta-feira, e das 12 horas às 6 horas, nos finais de semana e feriados. Já em dezembro, os taxistas podem cobrar a taxa extra' sem restrição de dia e horário.
##RECOMENDA##Para evitar prejuízo, muitos profissionais preferem fazer corridas normalmente, cobrando a bandeira 1 até as 20 horas. “Na atual situação não dá para perder clientes por causa da bandeira 2. Prejuízo maior é ficar sem corrida. Dezembro geralmente é um mês muito bom, com muita gente na rua. Mas não dá para depender só do extra da bandeira 2”, disse o taxista Romulo Nacif.
Outros profissionais acreditam que a categoria deveria receber mais benefícios por conta da inflação. “Acredito que a bandeira 2 deveria ser cobrada de forma contínua por causa do aumento da gasolina. Utilizando isso vamos ter faturamento maior, reduzindo a nossa perda na porcentagem de lucro, causada pela defasagem da tarifa”, disse David Santos, taxista há 25 anos.
Clientes - "Faço corridas muito longas, que atravessam a cidade. Mas em dezembro complica. Não tem desconto. Pelo contrário, cobram um valor maior”, comentou Maria Silva, aposentada, que vai da Marambaia ao centro da cidade todos os dias. Ela afirma que prefere optar pelos ônibus se tiver que pagar mais de R$ 40 por corrida.
Com informações de Raiany Pinheiro e Yasmin Paschoal.