Tópicos | bombardeios russos

Pelo menos seis civis morreram, e dezenas ficaram feridos, em ataques aéreos das forças russas, principalmente contra as cidades ucranianas de Kiev e Kharkiv, anunciaram as autoridades do país nesta terça-feira (23).

O governador da região de Kharkiv, Oleg Sinegubov, informou que mais de 50 pessoas ficaram feridas, e pelo menos cinco morreram, na capital regional com o mesmo nome, no nordeste da Ucrânia. O balanço anterior era de três mortos e pouco mais de 40 feridos.

Um fotógrafo da AFP viu na manhã desta terça socorristas retirando feridos e buscando sobreviventes em meio aos escombros de um edifício em ruínas.

Em Pavlograd, na região central de Dnipropetrovsk, "uma pessoa morreu, e outra ficou ferida", segundo as autoridades locais.

Em Kiev, 22 pessoas ficaram feridas, disse o prefeito da capital, Vitali Klitschko, acrescentando que "13 foram hospitalizadas, incluindo três crianças".

Segundo o ministro do Interior, uma pessoa em um hospital se encontra em "estado de morte clínica", mas as autoridades da capital ainda não confirmaram esse óbito.

Em um bairro da capital, um edifício e vários veículos pegaram fogo, segundo a mesma fonte. A ogiva não detonada de um míssil também foi encontrada em um apartamento.

Outras três pessoas ficaram feridas por fragmentos de mísseis na região de Kiev, disse o chefe da administração militar, Ruslan Kravchenko.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, prometeu que seu país "fará a Rússia pagar pelo sofrimento e pela dor que causou".

Anteriormente, o gabinete do prefeito de Kharkiv havia relatado que o bombardeio desta cidade causou "a destruição completa de uma seção de um prédio de apartamentos".

"As equipes de resgate estão agora tentando remover os escombros para procurar pessoas", disse o conselho.

Segundo o comandante em chefe do Exército ucraniano, Valeriy Zaluzhny, a Rússia disparou 41 mísseis contra a Ucrânia. No total, a defesa antiaérea destruiu 21, segundo a mesma fonte.

A Ucrânia está pedindo urgentemente a seus aliados ocidentais mais meios de defesa antiaérea para fazer frente às tropas russas, que lançaram uma ofensiva contra seu vizinho que dura quase dois anos.

Moscou negou ter alvejado civis nos bombardeios desta terça-feira, alegando que ataca apenas alvos militares.

As autoridades ucranianas anunciaram neste domingo (1º) o balanço de quatro mortos e 50 feridos nos bombardeios russos lançados antes e depois da virada do ano, os quais, segundo a Rússia, tinham fábricas de drones como alvo.

Esses ataques aconteceram na capital do país, Kiev, e em outras sete regiões da Ucrânia, conforme as últimas informações divulgadas pelas autoridades locais e regionais.

Os jornalistas da AFP ouviram cerca de uma dezena de explosões no início da tarde de sábado (31) na capital ucraniana, onde também foram ouvidas deflagrações pouco depois da meia-noite. Um míssil atingiu a fachada de um hotel em Kiev.

Três pessoas morreram, entre elas uma jovem de 22 anos, na cidade de Khmelnitski, no oeste do país, acrescenta o balanço ucraniano destes atentados.

A quarta vítima perdeu a vida no domingo, após um bombardeio russo na região de Zaporizhia, no sul do país.

Entre os 50 feridos, há dois adolescentes, de 13 e 12 anos, que vivem em uma localidade próximo da cidade de Kherson, no sul, recuperada das mãos russas por tropas ucranianas em novembro.

O Exército ucraniano anunciou que derrubou 45 drones de fabricação iraniana na madrugada passada, mas não tenha especificou se esses robôs usados como projéteis atingiram seus alvos.

No Facebook, o chefe da polícia, Andriy Nebitov, publicou uma imagem dos restos de um drone com as palavras "Feliz Ano Novo" em russo.

"Isso é tudo de que precisamos saber sobre o Estado terrorista e suas Forças Armadas", escreveu ele em seu post.

- Ucrânia 'não vai perdoar' -

O Ministério russo da Defesa afirmou hoje que os bombardeios da véspera contra várias cidades ucranianas tiveram fábricas de drones como alvo, com o objetivo de impedir ataques ao território russo.

"Em 31 de dezembro de 2022, as Forças Armadas russas lançaram um ataque aéreo de precisão e de longo alcance contra instalações de defesa ucranianas envolvidas na fabricação de drones ofensivos usados para cometer ataques terroristas contra a Rússia", declarou o Ministério.

"Conseguimos desmantelar os planos do regime de Kiev de organizar ataques terroristas contra a Rússia em um futuro próximo", acrescentou.

O Exército russo afirmou ainda que continua sua ofensiva na região de Donetsk, no leste da Ucrânia e anexada pela Rússia em setembro. A zona agora concentra a maior parte dos combates.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, acusou a Rússia de ter atacado áreas residenciais, deliberadamente, no sábado. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reagiu a esses bombardeios, garantindo que seu país "não perdoará" a Rússia.

No lado pró-Rússia, autoridades em territórios separatistas no leste da Ucrânia relataram a morte de um civil por bombardeios ucranianos na cidade de Yasinuvata, na região de Donetsk. Também denunciaram os bombardeios do Exército de Kiev contra a cidade de Donetsk e a cidade vizinha de Makiivka, que deixaram pelo menos 15 feridos.

Em sua mensagem de fim de ano, Zelensky elogiou a resistência ucraniana à invasão russa e disse que o seu país lutará até à "vitória", ou seja, até recuperar todos os territórios ocupados, ou anexados, pela Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, por sua vez, que a "justiça moral e histórica" está do lado de seu país nesta guerra e acusou os ocidentais de "usarem, cinicamente, a Ucrânia e seu povo para enfraquecer e dividir a Rússia".

Pelo menos oito civis, incluindo cinco crianças, morreram nesta terça-feira em ataques aéreos russos a um vilarejo no noroeste da Síria abrigando deslocados, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONG, os ataques atingiram Jubass, nos arredores da cidade de Saraqeb, no sul da província de Idlib, matando civis que haviam se refugiado em uma escola.

Desde 16 de dezembro, as forças do regime, apoiadas pela força aérea russa, intensificaram seus bombardeios nesta região, enquanto violentos combates terrestres os opõem a grupos jihadistas e rebeldes.

E, desde quinta-feira, assumiram o controle de 46 vilarejos da região, afirmou o OSDH. Agora estão se aproximando de uma cidade importante no sul de Idlib.

"As forças do regime estão a quatro quilômetros de Maaret al-Noomane", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, cuja ONG conta com uma grande rede de fontes no país.

Em cinco dias, os combates deixaram cerca de 260 mortos em ambos os campos, incluindo 110 membros das forças pró-regime e 148 jihadistas e rebeldes, segundo o OSDH.

Nesta terça, porém, jihadistas e rebeldes conseguiram recuperar o controle do vilarejo de Talamanas e de uma cidade adjacente, segundo a mesma fonte.

Isso não impediu os moradores de Maaret al-Noomane de fugir da área, por medo de um novo avanço das forças do regime, relatou um correspondente da AFP no local.

Segundo o OSDH, mais de 40.000 pessoas fugiram da zona de combate nos últimos dias, indo para o norte, na fronteira com a Turquia.

Entrevistado por um colaborador da AFP, Abu Ahmad foi um dos últimos a sair. Com lágrimas nos olhos, ele carregava um veículo às pressas.

- "Sentimento indescritível" -

"O sentimento é indescritível (...). Esta é a nossa casa, é aqui que crescemos", afirmou, chorando.

"Eu não esperava ter que sair" um dia, mas Bashar al-"Assad deixa a Síria, e foge", acrescentou esse pai de dez crianças.

A região de Idlib, composta por uma grande parte da província com o mesmo nome e segmentos das províncias vizinhas de Alepo e Latakia, é controlada pelos jihadistas do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS).

Outros grupos jihadistas e rebeldes estão presentes nesta região, que também abriga cerca de três milhões de pessoas, metade das quais deslocadas de outras áreas do país retomadas nos últimos anos por Damasco.

O regime sírio, que controla mais de 70% do território, afirmou repetidamente que está determinado a recuperar Idlib, uma das poucas regiões que ainda foge ao seu controle.

Damasco e Moscou conduziram uma grande ofensiva na região entre abril e agosto, resultando na morte de mil civis, segundo o OSDH, e no deslocamento de 400.000 pessoas, de acordo com a ONU, antes da entrada em vigor de uma trégua no final de agosto.

Mas os bombardeios e combates continuaram apesar do cessar-fogo, matando mais de 300 civis - incluindo cerca de 80 desde terça-feira - e centenas de combatentes.

As forças do regime também cercaram um posto de observação das forças turcas na província de Idlib na segunda-feira, segundo o OSDH.

O exército turco está destacado na zona sob um acordo concluído em 2018 entre Moscou e Ancara.

Grandes potências e países da região estão envolvidos no conflito na Síria, desencadeado em 2011 pela repressão de protestos pró-democracia por Damasco. A guerra deixou mais de 370.000 pessoas mortas e milhões de deslocados e refugiados.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando