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Sem publicar o balanço do terceiro trimestre, a Petrobras corre o risco de perder a principal janela do mercado de dívida externa, em janeiro, que tradicionalmente acessa para realizar sua captação mais importante do ano.

Para que isso não aconteça, é possível que a estatal tenha de aceitar as ressalvas dos auditores nas demonstrações do terceiro trimestre - contabilizando o efeito das denúncias de desvios que vêm sendo investigados na Operação Lava Jato.

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Além disso, pode ter de negociar com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com a Securities and Exchange Commission (SEC), dos EUA, um prazo para ajustar os números e, no limite, se esse prazo superar o exigido em covenants (obrigações contratuais) de dívida local e externa, sentar à mesa com credores, segundo profissionais do mercado. Pelas regras americanas, o prazo para se utilizar esse balanço nas captações termina em meados de fevereiro - 135 dias após o fim do terceiro trimestre.

Em teleconferência realizada esta semana, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que a empresa tem recursos suficientes para seis meses sem captação. "Temos trabalhado com volumes muito elevados de caixa. E ele agora vem provar que é uma medida positiva, porque nos dá um período bastante longo e superior a até seis meses de operação sem necessidade de acessar nenhum mercado de dívidas", disse. No entanto, apesar de ter revisto sua meta de produção, não alterou uma vírgula do elevado plano de investimentos.

O Plano de Negócios e Gestão da estatal, divulgado em fevereiro, prevê aportes de US$ 206,8 bilhões entre 2014 e 2018, além de US$ 54,9 bilhões em pagamento de dívidas no período. Na mesma ocasião, a presidente da companhia, Graça Foster, calculou que precisaria captar anualmente US$ 12,1 bilhões para fazer frente às necessidades previstas no período. Segundo cálculos do Credit Suisse, a companhia tem necessidade de financiamento de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões em 2015.

Cronograma

A Petrobras tem um cronograma bastante definido de captações, dividido basicamente em duas grandes operações, uma em dólares no começo do ano e outra em euros e libras, no segundo semestre. A captação em dólares de 2014 foi realizada em março, quando levantou US$ 8,5 bilhões em bônus com vencimentos em três, seis, dez e 30 anos.

A estatal pretende apresentar um balanço não auditado no dia 12 de dezembro, que deve trazer a reavaliação de alguns ativos, e trabalha para obter o documento com o aval dos auditores, além de já admitir que terá de reapresentar balanços anteriores. Segundo especialistas, diante da incerteza quanto à dimensão que as denúncias de fraude e do tempo que potencialmente pode ser tomado para apuração do esquema, o balanço auditado deve vir com ressalvas. "É muito provável que a auditoria faça isso e esteja agora debruçada para trazer a valor justo os ativos com suspeita de desvios", diz a advogada tributarista Isabel Bertoletti, do Machado e Associados.

Mesmo com ressalvas, o relatório cumpre as exigências legais e é válido como documento para captações. O grande problema é a imagem arranhada que ficará da estatal no mercado, comprometendo assim sua capacidade de captação.

Para evitar a ressalva, a Petrobras poderia se valer do exemplo da Embraer. Desde 2011 a fabricante de aeronaves informa ao mercado sobre a existência de investigações, inicialmente realizadas nos Estados Unidos, por supostas práticas de corrupção na venda de aeronaves no exterior. A inclusão de nota explicativa sobre o caso ocorreu cerca de um ano depois de a empresa receber, em setembro de 2010, uma intimação da SEC e questionamentos correlatos do US Department of Justice (DOJ) relativos à possibilidade de agir, em certas vendas de aviões fora do Brasil, em desacordo com o US Foreign Corrupt Practices Act (em tradução livre, Lei Contra Práticas de Corrupção no Exterior).

Desde então, documentos divulgados ao mercado vêm reiterando que a companhia está colaborando com as autoridades e passou a realizar investigações internas.

No relatório do terceiro trimestre deste ano, a Embraer comentou mais uma vez que todas essas investigações "continuam em andamento". A KPMG, que atualmente audita os relatórios da Embraer, assina sem ressalvas o documento. Como também o fez a PricewaterhouseCoopers, que auditava o balanço na época em que a companhia incluiu a questão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As captações realizadas pela Petrobras, líquidas de amortizações, totalizaram R$ 44 bilhões entre janeiro e março deste ano. No mesmo período do ano passado, as captações líquidas de amortizações somaram apenas R$ 1,1 bilhão. Com o ingresso desses recursos nos três primeiros meses do ano, oriundos principalmente de duas emissões externas que movimentaram mais de US$ 12 bilhões, o volume de recursos em caixa da companhia saltou aproximadamente 70%, para R$ 78,5 bilhões.

Adicionalmente aos recursos captados no mercado externo, a Petrobras adicionou R$ 9,4 bilhões à linha de disponibilidades ajustadas, decorrente da geração de caixa operacional. Ao mesmo tempo, a estatal investiu R$ 20,6 bilhões no trimestre.

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Nas demonstrações de fluxo de caixa, a companhia iniciou o trimestre com R$ 37,2 bilhões em caixa e equivalentes de caixa e encerrou o período com um total de R$ 68,5 bilhões, uma adição de mais de R$ 30 bilhões. Esse número não considera outros R$ 10 bilhões incluídos na conta de disponibilidades ajustadas da Petrobras provenientes de títulos públicos federais com vencimento superior a 90 dias.

O fim da temporada de balanços deve reabrir já a partir desta semana as captações domésticas no mercado de renda fixa e possivelmente a Comgás será a primeira de uma fila que promete ser grande. A expectativa de um 2014 atípico, por conta da Copa e das eleições presidenciais, pode acelerar planos de captação de algumas empresas. A grande questão é em quais taxas essas operações serão precificadas.

O responsável pela área de mercado de capitais de dívida do HSBC, Antonio Oliveira, diz que como o mercado não sabe exatamente quais serão as taxas mais bem aceitas pelos investidores, as primeiras operações a serem enviadas para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deverão ser referência para as demais que virão. Ele considera que provavelmente para emissões que remuneram com base no CDI, o prêmio exigido pelos investidores deve ficar em torno de 1%. Nas operações que têm por base a NTN-B, diz, o prêmio deve ser menor, uma vez que o título do governo já sofreu um ajuste de alta por conta de seu componente de IPCA. O executivo destaca ainda que dificilmente o mercado aceitará prazos superiores a cinco anos em tranches remuneradas pelo CDI.

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Nas últimas semanas, a Renner e a Duke Energy enfrentaram dificuldades para vender aos investidores debêntures com tranches em CDI pagando um prêmio de 0,85% e 0,65%, respectivamente. Nas duas operações, bancos que coordenaram as emissões tiveram de embolsar parte das séries, honrando a garantia firme prevista nos contratos. No primeiro semestre, as séries em CDI chegaram a ter prêmios próximo de 0,50%.

"As duas companhias têm excelente qualidade de crédito e, as dificuldades de colocação, conforme informações divulgadas, podem indicar que novas emissões devem vir com prêmios superiores, já que registros passados fazem parte da dinâmica de precificação", disse Felipe Wilberg, executivo de renda fixa do Itaú BBA.

Prazos. Luis Fernando Guido, responsável pela distribuição de renda fixa do Itaú BBA, acrescentou que como os investidores, dada a volatilidade recente dos mercados, estão privilegiando papéis mais curtos, o ajuste de alta dos prêmios tende a ser menor nas emissões com prazo inferior a cinco anos. Guido ressalta ainda que as séries com base na NTN-B atraem um público que privilegia prazos mais longos, como os fundos de pensão, e que por isso não deve haver também retração nos prazos. E mesmo que o retorno das NTNB-s tenham se aproximado das metas atuarias das fundações recentemente, Guido observa que a demanda por essas séries continua.

De qualquer forma, tanto os executivos do Itaú BBA quanto os do HSBC concordam que o total de emissões no mercado doméstico de renda fixa ficará abaixo do ano passado (R$ 124,79 bilhões, 70% em debêntures). Para Wilberg e Guido, do Itaú BBA, mesmo no segundo semestre deve haver retração do total frente ao primeiro semestre deste ano, que somou R$ 44,4 bilhões até junho, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Já Oliveira, do HSBC, destacou a possibilidade de, até o carnaval do ano que vem, haver um movimento forte de refinanciamento, porque o ano de 2014 será atípico e a agenda de eventos deixará o ano mais curto para os negócios. Mesmo assim, ele não vê o total de captações em renda fixa de 2013 acima de 2012, porque o acumulado no primeiro semestre ficou muito abaixo do mesmo período do ano passado. "Se empatar, já é um bom resultado."

Além das emissões adiadas, devem haver operações relacionadas a concessões e a fusões e aquisições já anunciadas e financiadas por empréstimos com os bancos, e que terão saída em emissões de títulos de dívida, de acordo com informações do mercado.

A Comgás anunciou no dia 9 de julho a desistência de uma emissão de até R$ 400 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, em duas séries, uma delas incentivada. A primeira série teria vencimento em 2020 e remuneração pelo CDI mais 0,85% e a segunda com vencimento em 2018 e remuneração pela NTN-B 2018 mais 0,60%. De acordo com fontes, essa operação deve voltar ao mercado já nas próximas semanas e R$ 200 milhões devem ser incentivadas. A tranche em CDI deve ter o prêmio elevado para perto de 1% e o prazo recolhido de sete anos para cinco. O spread da série pelo NTN-B deve avançar para 0,70%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo já autorizou 30 projetos de infraestrutura, com investimentos estimados em R$ 67 bilhões, a captar recursos no mercado pela emissão de títulos privados com benefícios tributários. Mais conhecidos como debêntures incentivadas, esses papéis garantem uma cobrança menor de impostos para quem compra o papel e devem servir de importante "termômetro" este ano para medir a confiança dos investidores estrangeiros e domésticos no crescimento da economia brasileira.

A expectativa do Ministério da Fazenda é de que as captações associadas a esses grandes projetos de infraestrutura movimentem o mercado financeiro nacional. O que se espera é que essas emissões cubram nos próximos três a quatro anos cerca de 20% da necessidade de financiamento do total de investimentos previstos. O road show internacional que está em curso pelo governo brasileiro também pretende atrair o interesse dos investidores de fora para que essas operações saiam do papel.

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Desde o ano passado o Brasil vem perdendo o posto de "queridinho" dos investidores por causa do cenário de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). O governo contesta essa avaliação, com o argumento de que os investidores continuam interessados em investir.

Segundo levantamento obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, 11 projetos receberam autorização para captar recursos com esse tipo de papel nas últimas semanas. Entre os 30 projetos autorizados até agora estão as usinas hidrelétricas de Céu Azul, Ferreira Gomes e Belo Monte, a linha de transmissão Timóteo Mesquita, Angra 3 e várias centrais geradoras de energia eólica.

Início

Desde o ano passado, já foram feitas seis operações com debêntures incentivadas de infraestrutura no valor de R$ 1,4 bilhão. Outras duas, que somam R$ 500 milhões, destinadas exclusivamente a investidores estrangeiros, não precisaram de aprovação prévia pelos ministérios do setor envolvido.

O mecanismo de isenção tributária para as debêntures de infraestrutura foi criado para dar alternativas de fontes de financiamento de longo prazo aos projetos considerados prioritários pelo governo. O investidor que comprar esses papéis tem o Imposto de Renda (IR) reduzido e em alguns casos fica isento do tributo sobre o ganho de capital. Mas para ter o incentivo fiscal o projeto precisa de aprovação dos ministérios ligados ao setor. Com a aprovação, essas operações podem ser realizadas depois de estruturadas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Por Ana Cecília

O Instituto Dr. José Freire (IJF) divulgou, nessa sexta-feira (18), o balanço de captações de órgãos e tecidos para transplantes, em 2012. No total, cerca de 946 procedimentos realizados na instituição, o que corresponde a 78% dos órgãos transplantados no estado do Ceará.

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Essas captações são realizadas pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de órgãos no Ceará (Cihdott) - que em 2012 -, superou o número de órgãos arrecadados em 2011, que foi de 910. Esse resultado consolida o IJF como o principal captador de órgãos cearense.

Confira abaixo a relação da quantidade de órgãos e tecidos que foram captados no ano passado pelo IJF:

Coração 25
Pulmão 4
Fígado 91
Pâncreas 15
Rins 207
Córneas 600
Válvulas 4
Total 946

A continuidade da queda dos juros vai permitir que mais empresas brasileiras captem no mercado local de dívida, segundo Patrícia Moraes, chefe do banco de investimentos J.P. Morgan no Brasil. "O movimento de redução do custo de capital, estimulado pela queda da Selic, é saudável e possibilita que mais empresas acessem o mercado local", avaliou. "O Brasil está cada vez mais atrativo."

Questionada sobre a possibilidade de as empresas levantarem mais recursos no Brasil que no exterior, ela explicou que cada caso tem de ser analisado isoladamente. A executiva participou na quinta-feira do Prêmio Jovens Lideranças, promovido em parceria com o jornal "O Estado de S.Paulo".

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na quinta-feira as novas regras de rentabilidade da poupança. Caso a taxa básica de juros caia abaixo de 8,5% ao ano, o retorno das cadernetas será 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial). Como os juros atualmente estão em 9% ao ano, as regras permanecem iguais, de 0,5% ao mês mais TR.

A medida do Governo abre espaço para a continuidade da redução da Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). O retorno atual da poupança era apontado pelo mercado com um dos entraves para uma queda mais acentuada dos juros.

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