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Pouco mais de oito anos após a extração do primeiro óleo do pré-sal, em setembro de 2008, o volume produzido em seus campos superou pela primeira vez os de poços do pós-sal. A performance reflete o aumento de produtividade nessas áreas e os elevados investimentos destinados a elas nos últimos anos, segundo especialistas. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que em junho a produção no pré-sal atingiu 1,353 milhão de barris de petróleo por dia, acima dos 1,322 milhão de barris registrados pelas unidades da camada pós-sal.

Descoberta em 2006, a chamada camada pré-sal é uma extensa área do litoral brasileiro que guarda reservas gigantes de petróleo no fundo do mar, abaixo de rochas de sal. Os reservatórios estão espalhados do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo.

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Os números divulgados pela ANP ressaltam o potencial da produção em águas ultraprofundas do pré-sal: em junho ela se concentrou em 77 poços, pouco mais de 10% do total de poços produtores marítimos nacionais. Atualmente, o País tem 8.220 poços em atividade, sendo 744 marítimos e 7.476 terrestres.

"Em média, a produtividade de um poço do pré-sal é dez vezes maior que a de um poço localizado no pós-sal", diz o professor Edmar de Almeida, do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ao mesmo tempo, destaca o especialista, os campos offshore do pós-sal atingiram a maturidade. O petróleo dessas áreas vem principalmente da Bacia de Campos, que alcançou o pico de produção em 2009 e hoje está em declínio.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, lembra que a elevada produtividade dessas áreas e as limitações financeiras levaram a Petrobrás a concentrar seus recursos no desenvolvimento do pré-sal, deixando as águas rasas em segundo plano. Apesar disso, ele questiona se o ritmo de crescimento da produção da estatal em águas ultraprofundas será suficiente para cobrir a queda da produção no pós-sal. Nesse caso, a meta de atingir uma produção de 2,7 milhões de barris por dia em 2020 pode se frustrar.

Total

A produção total de petróleo no Brasil em junho foi de 2,675 milhões de barris por dia, o que representou um crescimento de 0,8% na comparação com o mês de maio. Em relação ao mesmo mês de 2016 houve alta de 4,5%. Levando-se em conta também a produção de gás natural, o País gerou aproximadamente 3,37 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Desse montante, 49,6% foram oriundos de campos do pré-sal.

De acordo com a ANP, o campo de Lula, ex-Tupi, na Bacia de Santos, é hoje o maior produtor de petróleo e gás no Brasil. Em junho a área registrou produção média de 763 mil barris de petróleo por dia e 33,6 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.

Os dados da ANP mostram que os campos operados pela Petrobrás produziram 94,1% do petróleo e gás natural de junho. No ranking de concessionários do setor, a estatal liderou com produção de 2,074 milhões de barris de petróleo por dia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, avaliou que o fornecimento de energia está garantido até o fim do ano, mas se as chuvas não forem suficientes para elevar os níveis dos reservatórios até lá poderá haver riscos de blecaute, mas não de racionamento. "A situação hoje é pior que a de 2001", afirmou durante seminário promovido pela Guarani, do Grupo Tereos, em São Paulo, referindo-se ao ano em que foi necessário implementar racionamento de energia.

Lembrando que a maior parte do País entra agora num período em que o volume de chuva diminui, ele diz que caso a oferta de água fique em 70% da média histórica nos próximos meses, os reservatórios das usinas podem secar até outubro, considerando o pior dos cenários. "O governo não está tomando medidas para reduzir a demanda (de energia)". Pires disse ainda que as térmicas "não vão resolver o problema" caso o fornecimento de energia via hidrelétricas fique comprometido. Isso porque as unidades termelétricas precisam parar durante certo tempo para manutenção.

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Estudantes participantes do Programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, podem estudar no Canadá. É que a Agência Canadense para Educação Internacional (CBIE) está com vagas disponíveis para bolsas de doutorado e pós-doutorado.

As áreas beneficiadas são ciência, tecnologia, engenharia e matemática. As opções de bolsa são doutorado pleno (quatro anos), doutorado sanduíche (três a 12 meses) e pós-doutorado (seis a 24 meses). Informações sobre inscrições e a oportunidade como um todo podem ser conseguidas pela internet

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O último balanço da Petrobras indica que a companhia terá um desafio ainda maior para equacionar suas finanças nos próximos meses. A disponibilidade de caixa da empresa despencou de R$ 72,7 bilhões ao fim do segundo trimestre para R$ 57,8 bilhões no resultado divulgado na sexta-feira, 25. Levando em conta esse montante, só o pagamento de bônus de R$ 6 bilhões pelo campo de Libra consumiria cerca de 10% dos recursos da petroleira. O pagamento do bônus é mais um fator de pressão que se soma à defasagem nos preços dos combustíveis, ao pesado plano de investimentos e à maior alavancagem da empresa.

"Esses números mostram que a Petrobras terá muita dificuldade em fechar suas contas no ano que vem. O resultado ruim complica novas captações. Sem falar que 2014 é um ano eleitoral e a empresa não terá aval do governo para aumentar o preço da gasolina", prevê Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).

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No terceiro trimestre, o endividamento da Petrobras cresceu em relação a seu patrimônio líquido (alavancagem), ficando em 36%. O porcentual extrapola o limite de 35% estabelecido como aceitável pela diretoria da empresa e, junto com a rápida deterioração do caixa, pode pesar negativamente na avaliação das agências de classificação de risco.

Moody's, Standard&Poor's e Fitch afirmaram em reportagem publicada pelo Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, na última semana, que a desconfiança em relação à capacidade de geração de caixa e investimento da Petrobras cresce com a incorporação da área de Libra. Até aquele momento - anterior à divulgação do balanço - não havia perspectiva de alteração do rating da petroleira no curto prazo, apesar da forte preocupação com a demora no reajuste do preço dos combustíveis.

Adriano Pires avalia, porém, que o resultado do último balanço deixou a Petrobras bem mais próxima de um rebaixamento. "Ela corre esse risco agora. O governo precisa ficar atento porque perder grau de investimento para a Petrobras seria o pior dos mundos", alertou. No início de outubro a Moody's chegou a rebaixar a nota da dívida da Petrobras, ainda classificada como grau de investimento, mas com perspectiva negativa. Já o Bank of America Merrill Lynch classificou a Petrobras como a companhia mais endividada do mundo, excluindo empresas do universo financeiro.

Um novo rebaixamento da nota de crédito da companhia teria como efeito o encarecimento de novas captações no mercado financeiro. Com isso, uma das principais fontes de recursos da estatal ficaria menos acessível. Por outro lado, a empresa assumiu novos compromissos de investimento ao ficar com 40% do consórcio que venceu o leilão de Libra. Além disso, ainda tem um pesado plano de investimento, que prevê um desembolso de US$ 236,5 bilhões até 2017.

Na semana passada a presidente da estatal, Graça Foster, afirmou que o caixa da companhia vai "muito bem" e que será possível pagar a fatia de R$ 6 bilhões de bônus de assinatura - sua parte no total de R$ 15 bilhões - de Libra sem aportes do Tesouro Nacional e independentemente do reajuste dos combustíveis. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também descartou a ajuda do Tesouro à estatal para honrar o bônus. A rápida deterioração do caixa do segundo para o terceiro trimestre, entretanto, acende o sinal amarelo. Colaborou André Magnabosco.

A Petrobras opera com o maior nível de defasagem no preço da gasolina e do diesel dos 17 meses de gestão Graça Foster. A executiva - que havia anunciado que os anos de 2012 e 2013 seriam uma espécie de freio de arrumação para um retorno efetivo ao aumento de produção em 2014 - foi atropelada pela disparada do câmbio, que descolou ainda mais os preços domésticos dos internacionais. Pela última avaliação do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina está 25% mais cara que o padrão internacional e o diesel, 22,5%.

No próximo dia 9, a Petrobras divulga os resultados financeiros do segundo trimestre. O estrago do câmbio nas contas será amortecido pela nova contabilidade de hedge (proteção) adotada pela companhia. A crescente importação de derivados e o aumento do descompasso de preços voltam a comprometer a receita da estatal, tornando mais difícil a meta de investir R$ 92 bilhões neste ano.

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"De janeiro a maio, de acordo com os dados mais recentes da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o déficit da balança comercial da Petrobras chegou a US$ 14 bilhões. Foram US$ 21,4 bilhões de importações e US$ 7,4 bilhões de exportações. Essa maluquice de subsídio de preço para gasolina e diesel afeta a companhia no câmbio e no preço dos combustíveis", afirmou Adriano Pires, do CBIE.

O especialista lembrou que, o balanço da Petrobras do segundo trimestre do ano passado registrou o primeiro prejuízo depois de 13 anos justamente por causa do câmbio. Na época, o mercado aguardava um lucro em torno de R$ 3 bilhões e a empresa reportou saldo negativo de R$ 1,346 bilhão. "O resultado refletiu o aumento da dívida em dólar. Este ano, a mágica contábil deve garantir o lucro e possibilitar a distribuição de dividendos. A União, como acionista majoritária, terá a contribuição da Petrobras para alcançar o superávit primário. Na verdade, com o hedge, a companhia apenas joga o problema para a frente."

A cotação do petróleo está relativamente estável em torno de US$ 107, mas é provável que o período de férias no Hemisfério Norte faça subir o preço em agosto, o que tornaria mais desconfortável a situação da estatal. Na semana passada, dados divulgados pela Administração de Informação de Energia dos EUA projetam para este ano o preço médio de US$ 105 para o barril de petróleo tipo Brent e US$ 100 por barril em 2014.

Sem perspectivas de novos reajustes de preços num momento em que os esforços do governo se concentram no controle da inflação, a Petrobras aposta na estratégia de venda de ativos e nos programas de redução de custos (Procop, Proef, Infralog e PRC-Poço) para garantir resultados este ano, enquanto aguarda o aumento da curva de produção apenas para 2014. Outro fator que dificulta uma eventual campanha por novos reajustes, disse Pires, é o momento político, marcado por manifestações populares iniciadas pela reivindicação de redução das tarifas de transportes públicos.

Este mês, um relatório do HSBC cortou em 12% as estimativas de lucro da empresa para 2013, atribuindo a nova avaliação à depreciação do real frente ao dólar, às perdas no segmento de refino com a atual defasagem em relação aos preços internacionais e à contabilidade por hedge. O relatório do banco chamou a atenção também para os desembolsos previstos para o leilão de Libra, o primeiro do pré-sal no País, que deve ocorrer ainda neste semestre.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, acredita que só resta à Petrobras rezar para que a situação econômica não se torne mais desfavorável à estatal. Na visão do especialista, a recente alta do dólar em relação ao real deixa a PetrobrAs ainda mais à mercê de fatores sobre os quais não possui controle.

Para a estatal, o dólar valorizado é particularmente adverso por causa da ingerência do governo federal sobre os preços dos combustíveis vendidos no mercado doméstico, diz. "A Petrobras precisa rezar para o preço do petróleo não aumentar e o dólar não se valorizar ainda mais", afirmou Pires em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Fatores exógenos estão comprometendo a situação da empresa, complementou o diretor do CBIE, em referência à oscilação de preços do câmbio e do barril do petróleo.

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O dólar valorizado torna as importações de combustíveis, como gasolina e diesel, ainda mais onerosas. Como a PetrobrAs não tem autonomia para reajustar os preços no Brasil, segundo análise de Pires, o momento se mostra bastante delicado e, no curto prazo, sem nenhuma sinalização de mudanças.

“A Petrobras precisaria fazer como qualquer outra empresa: aproveitar que os preços (internacionais) estão subindo e as vendas também para aumentar os preços”, destaca. Mas o preço dos combustíveis é considerado um tema delicado para o governo federal, por causa de seu impacto nos indicadores inflacionários. Por isso, os reajustes precisam do aval federal, que, em um período de inflação elevada, deve optar por adiar novos aumentos. “Não há solução. A Petrobras continuará torcendo para que o buraco não se aprofunde”, diz Pires.

Efeito

A recente alta do dólar praticamente anulou o efeito dos reajustes aplicados pela estatal no início deste ano. De acordo com levantamento elaborado pelo CBIE, a diferença entre o preço da gasolina importada e o produto vendido nacionalmente está em 15,4% nesta semana, praticamente no mesmo patamar do fim de janeiro - antes, portanto, do reajuste de 6,6% aplicado na gasolina nesse período. O mesmo levantamento aponta que, desde o início do atual ciclo de aumento do dólar em relação ao real, a diferença na defasagem apresentou uma expansão de quase seis pontos porcentuais. A variação, dessa forma, amplia ainda mais o prejuízo da Petrobrás com a operação de importação de combustíveis e posterior revenda desse produto importado no mercado doméstico.

“A Petrobras vive uma situação ‘sui generis’”, diz o diretor do CBIE. “É a única empresa que perde mais quanto maiores forem suas vendas de combustíveis.” Outra particularidade, segundo ele, é a necessidade de a Petrobrás, uma das grandes produtores de petróleo do mundo, torcer para que o preço da commodity não suba.

Afinal, uma elevação do preço do petróleo reflete diretamente nos preços de derivados como gasolina e diesel e resultam, diretamente, na elevação dos custos de importação para a estatal brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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