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A Justiça francesa condenou, nesta quinta-feira (23), o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", à prisão perpétua por um atentado em Paris em 1974, no último julgamento contra este símbolo da luta armada das décadas de 1970 e 1980.

Após dois dias de julgamento, o tribunal destacou a “violência especial” deste atentado realizado para “pressionar o Estado”. O condenado, de 71 anos, recebeu o anúncio da sentença impassível e com um "muito obrigado".

Um tribunal de apelações confirmou a prisão perpétua de Carlos em 2018 por atirar uma granada na galeria comercial Drugstore Publicis em 1974, que deixou dois mortos e 34 feridos.

No entanto, o Tribunal de Cassação anulou parcialmente essa sentença em 2019, embora sem questionar a sua culpabilidade, e ordenou que um novo julgamento fosse realizado unicamente sobre a pena.

Os magistrados seguem assim a opinião do procurador Rémi Crosson du Cormier, que pediu prisão perpétua por este ato de "violência cega e sem precedentes", que representa o "primeiro atentado indiscriminado" na França.

Sinal de sua importância, o futuro Museu Memorial do Terrorismo iniciará sua linha do tempo pelo atentado de 1974 no coração de Paris. Previsto para ser erguido ao oeste de Paris, a construção deste museu foi anunciada em maio pelo governo francês.

Os longos tempos judiciais, criticados pela defesa, fizeram com que o processo desses acontecimentos de 47 anos atrás coincidisse com o dos atentados jihadistas que deixaram 130 mortos em Paris em novembro de 2015.

- Chamado para a Venezuela -

Enquanto se aguarda um eventual recurso, este terceiro julgamento pelo atentado de 1974 significa que a cortina judicial na França será baixada para este "veterano do terrorismo", nas palavras do jornal Le Parisien.

"Eu o aconselhei a não" apelar, disse sua advogada Isabelle Coutant-Peyre, que instou "a Venezuela a pedir ao Estado francês sua transferência". No julgamento, Carlos expressou o desejo de terminar o cumprimento da pena em seu país natal.

Com esta prisão perpétua, este homem que se apresenta como um revolucionário "profissional", soma três condenações, após o triplo homicídio em 1975 em Paris e os quatro atentados a bomba em 1982 e 1983, que deixaram 11 mortos.

Na última aparição de Carlos, preso na França desde que foi detido em 1994 em uma operação de espionagem francesa no Sudão, que ele descreve como "sequestro", usava um paletó leve e lenço de bolso.

E, nos recessos, esta figura da luta "anti-imperialista" das décadas de 1970 e 1980 não hesitou em mandar beijos, rir e conversar com os simpatizantes presentes na sala, que se despediram dele com um "até logo".

"Estou orgulhoso da minha trajetória de revolucionário", disse ele em suas últimas palavras antes do veredicto, pedindo aos juízes que "tomem uma boa decisão". Em seguida, esquivou-se de novo de assumir a autoria.

- "Evitar" a reincidência -

“Esta posição, apesar da sua idade e dos longos anos de detenção”, levou o tribunal a condená-lo à pena máxima, para “evitar” qualquer risco de reincidência, argumentaram os magistrados.

O ataque na Drugstore ocorreu em 15 de setembro de 1974 em Paris. Por volta das 17:10, uma granada, posicionada em um restaurante no andar de cima, explodiu o térreo da então popular galeria comercial.

Para a promotoria, ele buscava libertar um japonês detido em Orly, membro do Exército Vermelho Japonês, grupo armado de extrema esquerda que havia sequestrado simultaneamente reféns na embaixada francesa em Haia.

Esse movimento estava próximo a um braço da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), da qual Ramírez Sánchez havia se tornado um de seus braços armados na Europa.

Na ausência de amostras de DNA e de uma confissão, o venezuelano foi condenado em 2017 por uma série de elementos de acusação, incluindo o depoimento de um antigo companheiro de armas, arrependido, o alemão Hans-Joachim Klein.

Segundo a investigação, a granada utilizada provém de um lote roubado de uma base militar na Alemanha, assim como de alguns encontrados na casa da amante de Carlos e outras abandonadas na tomada de reféns em Haia.

Carlos, que se recusa a reconhecer este ataque e até nega ter dado uma entrevista em 1979 à revista El Watan Al Arabi na qual confessou, reconhece ter "matado pelo menos 83 pessoas, mas nunca inocentes".

A Promotoria pediu nesta quinta-feira (23) prisão perpétua para o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", pelo atentado mortal contra uma galeria comercial em Paris, em 1974.

"O assassinato, esta tentativa de assassinato, com uma violência cega e inédita (...) pode ser punida apenas com a pena de prisão perpétua", pediu o promotor ao tribunal de Paris, que deve definir a sentença.

Para o representante do Ministério Público, o atentado de 1974 contra a galeria Drugstore Publicis, que deixou dois mortos e 34 feridos, inaugurou um novo tipo de ataques: os atentados "indiscriminados".

Em março de 2017, este ex-integrante da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), hoje com 71 anos, foi condenado à prisão perpétua, por ter lançado uma granada nesta galeria comercial. A pena foi confirmada em um tribunal de apelação um ano depois.

A Corte de Cassação anulou parcialmente a segunda sentença, que havia declarado o venezuelano culpado de assassinatos e de tentativas de assassinato por "efeito de uma potência explosiva" e por transportar "um artefato explosivo sem motivo legítimo".

Mais alta instância do Poder Judiciário na França, este tribunal considerou que o transporte da granada era "uma operação preliminar necessária para a prática dos outros crimes", entendendo, assim, que o réu havia sido condenado duas vezes pelo mesmo ato.

Se os sete magistrados do tribunal impuserem uma sentença de prisão perpétua, será a terceira, após a pena aplicada por triplo homicídio em 1975, em Paris, e por quatro atentados a bomba na França em 1982 e 1983, com 11 mortos e 191 feridos.

Um tribunal parisiense condenou nesta quinta-feira (15) o terrorista nascido na Venezuela, Ilich Ramírez Sánchez, mais conhecido pelo apelido "Carlos o Chacal", à prisão perpétua - por ter organizado quatro atentados mortíferos na França na década de 1980. Chacal, de 62 anos, já cumpre pena de prisão perpétua na França por ter matado dois agentes secretos franceses em 1975.

Chacal voltou novamente aos tribunais no mês passado, para ser julgado por ter instigado quatro atentados na França em 1982 e 1983, os quais mataram 11 pessoas e deixaram 140 feridos. O tribunal afirma que Chacal é responsável pelos quatro ataques e o sentenciou à prisão perpétua. Ele poderá recorrer da sentença em 18 anos. O advogado de Chacal afirmou que ele é vítima de uma conspiração política. Segundo ele, a promotoria francesa usou arquivos de países que pertenceram ao bloco comunista para ajudar nas acusações. Em seu apelo final, Chacal leu um texto em homenagem ao ex-governante líbio Muamar Kadafi, morto em outubro. "Esse homem (Kadafi) fez mais do que todos os revolucionários. Vida longa à revolução!", disse Chacal.

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As informações são da Associated Press.

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