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Por Juliana Gomes

O Ministério da Educação (MEC) publicou nessa quarta-feira (19), no Diário Oficial da União, a lista de cursos superiores que não alcançaram resultados satisfatórios no Conceito Preliminar de Curso (CPC) de 2008 e de 2011. Eles sofrerão medidas cautelares, entre elas a suspensão do ingresso de novos alunos.

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Na lista aparecem quatro cursos da Universidade Federal do Pará (UFPA): engenharia mecânica (Belém), letras (Breves), letras (Bragança) e pedagogia (Breves). A universidade informa que, no entanto, o resultado não afeta a realização de processos seletivos e matrículas de novos alunos. “Esse resultado contraria o que se observa em relação às melhorias e resultados obtidos pela UFPA nos últimos anos, sendo que o conceito geral da própria universidade recentemente subiu de nota 3 para nota 4, em uma escala de 0 a 5”, afirmou o reitor Carlos Maneschy.

A administração superior da universidade garante que elaborará os Planos de Melhorias solicitados pelo Ministério da Educação em relação aos cursos e espera que a avaliação final dessas graduações melhore após as visitas in loco das comissões enviadas pelo MEC. "Nossos alunos não serão prejudicados e temos tempo para corrigir informações para enviarmos ao MEC e apresentar o Plano de Melhorias. Asseguramos que estamos em um esforço conjunto para a adequação dos itens que precisam ser corrigidos ou ajustados", declara a pró-reitora de ensino de graduação da UFPA, Marlene Freitas.

O Ministério da Educação (MEC) puniu, nesta quarta-feira (19), seis cursos de cinco universidades de Pernambuco que tiveram resultados inferiores a 3 no Conceito Preliminar de Curso (CPC). Por causa dos resultados, algumas instituições não podem realizar vestibular para o próximo ano, além de terem sofrido perda de autonomia.

As instituições punidas são a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em seu curso de engenharia civil, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na graduação da engenharia cartográfica, e a União de Escolas Superiores da Funeso (Unesf), em seu curso de licenciatura. Essas universidades têm um prazo de 60 dias para adequar o corpo de professores e 180 dias para melhorar a infraestrutura. Os estabelecimentos terão que firmar um protocolo de compromissos com o MEC. Porém, em meio ao tempo de vigência do acordo, caso as universidades apresentem melhorias, elas poderão novamente realizar matrículas.

Também houve punição para cursos que não tiveram desempenho superior a 3 no CPC entre os anos de 2008 e 2011. As graduações são licenciatura em matemática na Unicap, licenciatura em biologia na Faculdade Salesiana do Nordeste (Fasne), e licenciatura em pedagogia no Instituto Superior de Educação de Floresta. Para esses cursos, durante todo o próximo ano as matrículas estão suspensas. Esses estabelecimentos também deverão assumir um protocolo de compromissos com o MEC. Elas também terão que criar uma comissão que terá o objetivo de acompanhar o acordo, bem como de definir datas e metas para que a qualidade do ensino seja melhorada. Caso as universidades não cumpram as exigências estabelecidas, elas poderão perder a autorização para funcionamento desses cursos. Clique AQUI e veja todas as instituições punidas.

Nesta terça-feira (18), o ministro da educação, Aloizio Mercadante, anunciou em Brasília as medidas de regulação e supervisão que serão tomadas, levando em consideração os indicadores de qualidade referentes ao ano passado. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), a ação considera o índice geral de cursos (IGC), bem como o conceito preliminar de curso (CPC).

Segundo o ministério, em uma escala até 5, os conceitos 1 e 2 são considerados insatisfatórios, e as instituições e cursos ficam sujeitos a medidas de regulação e supervisão. “O Brasil tem uma imensa demanda de ensino superior, e o MEC tem interesse em aumentar essa demanda. As medidas adotadas vão na direção da expansão do sistema, mas não podemos expandir sem qualidade”, disse Mercadante, conforme informações do MEC.

De acordo com o ministro, os indicadores de qualidade do ensino superior apresentaram melhorias. “O sistema todo se moveu em direção à melhora nos anos de 2008 e 2011”, comentou, segundo o MEC. Porém, ele complementou alertando que “uma parte do sistema não está acompanhando; não haverá flexibilização em nenhum cenário para quem piorou. Nosso dever é fiscalizar esse grupo”. Esse depoimento também foi divulgado pelo MEC. 


O IGC

Segundo o Ministério da Educação, o cálculo do IGC inclui a média ponderada dos conceitos preliminares de curso e os conceitos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do MEC responsável por avaliar os programas de pós-graduação das instituições. Rendimento dos estudantes, infraestrutura e corpo docente são avaliados pelo CPC.

Ainda de acordo com o MEC, na nota do CPC, o desempenho dos estudantes conta 55% do total, enquanto a infraestrutura representa 15% e o corpo docente, 30%. Sobre a nota dos docentes, a quantidade de mestres pesa em 15% do total; a dedicação integral, 7,5% e o número de doutores, também 7,5%.

No ano passado, conforme dados do MEC, 8.665 cursos foram avaliados. Desse total, 6.083 são do sistema federal de ensino, permeando as áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins, bem como cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.

Dos cursos avaliados, 458 tiveram CPC satisfatório — 1.272 federais e 3.186 particulares. Outros 672 tiveram CPC insatisfatório — 124 federais e 548 particulares. Além disso, 1.114 cursos não apresentaram conceito. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), buscando avaliar os cursos, realiza estudo de vários itens, tais como número mínimo de matrículas e de alunos que fizeram o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

Confira algumas definições.

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