Amar o Santa Cruz é sentimento comum entre muitos funcionários. Eles vivem o clube não apenas pelo salário recebido no final do mês, mas também pelo carinho que possuem pelo time das três cores. Como no Náutico e no Sport, trabalhadores são essenciais para o dia a dia do Tricolor, se tornando peças que ajudam a manter a ordem para os jogadores profissionais desempenharem o futebol. Na continuação da série "Craques dentro e fora do campo", produzida pelo LeiaJá, veja histórias de profissionais que não são atletas, mas dão um show dentro e fora de campo pelo bem da Cobra Coral.
Futebol e vida pessoal podem caminhar juntos. Para quem ama um clube, ver seus jogadores campeões pode ser tão importante quanto a realização de um sonho. Prova disso é um senhor de 72 anos, cujos fios de cabelos brancos expressam o longo tempo de serviço prestado ao Santa Cruz. Djalma Felipe Santiago, homem humilde e de rico coração, é um dos responsáveis por manter o gramado do Arruda em boas condições para os atletas, principais astros dos espetáculos. Sob forte sol, cuidando da grama do Mundão, o olhar de Djalma brilha na medida em que revela seus sonhos. O primeiro é ver o Tricolor campeão e de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. O segundo, assim como muitos brasileiros, é o sonho da casa própria, que arranca lágrimas do bravo trabalhador.
##RECOMENDA##São 43 anos dedicados ao Santa Cruz. Quando criança, morador da Rua das Moças, ao lado do estádio coral, Djalma era levado aos jogos do Tricolor pelo irmão mais velho. O Arruda virou sua segunda casa e o tapete verde o palco do seu trabalho. Aprendeu detalhes das técnicas utilizadas para manter a grama em boas condições e com o tempo se especializou na função. "Grama não é coisa simples, dá muita dor de cabeça. Tem que ter muita força de vontade para aprender a cuidar. Existem cortes, adubo, veneno na hora certa quando precisa", explica o trabalhador.
Da mesma forma que viu o gramado do Arruda apresentar boa aparência ou em outras ocasiões a necessidade de reparos, Djalma acompanhou glórias e tristezas do Santa Cruz. De acordo com ele, a queda para a Série D do Brasileiro foi a pior fase do clube. Por tantos anos de vivência no Tricolor, as alegrias e insucessos do time refletem no emocional do trabalhador. Mas não importa o que aconteça, seu Djalma está sempre disposto a fazer o melhor pela Cobra Coral:
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O enfermeiro Catatau
A torcida coral está acostumada a ver um baixinho correr em disparado para atender os atletas. Fernando José Mendes, 50 anos, é o simpático Catatau, massagista do Santa Cruz. Chegou ao clube coral por meio de indicação do técnico Nereu Pinheiro, depois de um contato feito em um hospital da Região Metropolitana do Recife. Antes de dar massagem nos jogadores, Fernando é enfermeiro por formação.
De acordo com Catatau, há cerca de 20 anos ele ajudou a tratar uma lesão de Edson Miolo, ex-atleta coral, no Hospital Maria Lucinda. "Esse jogador teve uma contusão, chamada lesão no tostão, que virou um problema no tornozelo. Ele foi para o hospital e eu comecei a fazer o tratamento dele. Fazia o curativo e nessa época conheci Nereu, porque ele acompanhou meu trabalho como enfermeiro. Depois fiz especialização na área de massagem e hoje divido meus horários entre o Santa Cruz e a enfermagem", revela o massagista.
Pelo bons trabalhos prestados ao Tricolor, Catatau é querido não só pela torcida, como também por jogadores, técnicos e diretores. E como acontece no mercado da bola, ele recebeu uma proposta para deixar o Santa e tocar sua vida em outro clube. "Fui chamado para a Arábia por Lori Sandri, técnico que passou pelo Arruda em 2009 e 2010. Mas não quis, preferi ficar no Santa Cruz. Amo este clube e esta torcida", conta Catatau. Confira mais depoimentos do massagista no vídeo a seguir:
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