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O romance de estreia de Fernando de Mendonça é uma malha delicada de referências. Delicada, mas não sutil. Um detalhe em H (Grupo Paés, 119 págs.) traz novidade nenhuma, o que não significa dizer que engrossa fileiras mais frequentadas da literatura brasileira contemporânea. A epígrafe foi buscada em Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, e foi justamente comentando as obras da escritora britânica que Harold Bloom voltou a Sainte-Beuve, para quem certas leituras nos deixam pergunta crucial: Que pensaria o autor sobre nós? O trabalho de Fernando sugere sentimento próximo, de interesse com até onde poderemos ir, se conseguiremos perceber e ressignificar o que mora além dos detalhes, na teia de horizontes estéticos. Rede que, embora não seja percebida por todos, irmanará e provocará muitos leitores. 

Em tempos que premiam quem segue maré, quem insiste nos bondes “pós-modernos”, Fernando se nega a simplesmente testemunhar fragmentações e perdas. Texto deixa muito claro seu percurso intelectual, a jornada que o romancista empreendeu até ali, incompatível com a direção da correnteza. O belo e muito franco prefácio de Lourival Holanda resume:

“O ato criativo começa por convocar o caos, como um pequeno demiurgo, e submetê-lo a algum reordenamento. É o que faz o narrador, tanto reordenando a linguagem, como selecionando, no mundo de muitas sensações cotidianas, aquelas que lhe parecem mais merecedoras de um leitor arguto”.

Os detalhes que o personagem Hugo veicula podem levar a Proust, às reflexões sobre memória e consciência em Benjamin e Freud, como também nos lança em direção ao clássico de Alain Resnais, o filme Ano passado em Marienbad. Cada sutil imagem propõe duplo voo: por um lado, resgate de sensações e lembranças; por outro, remetem ao universo de referências culturais que lidaram com as fascinantes viagens que realizamos cotidianamente, às pontes que nos fazem ir de um detalhe até a lembrança de quem éramos, ou de quem pensávamos ser.

Um dos parágrafos, por exemplo, provocará em diversos leitores comparações com A paixão segundo G. H., embora não surja como influência emulada, dessas que resultam em grotescas imitações de Clarice Lispector. Pelo contrário, a sequência de impressões chega a balanço diferente:

“Não posso continuar. Não posso me iludir mais com o que já está feito. Não posso mudar o concluído, o estabelecido pelo destino que, até ele, já deve estar cansado de me espreitar. Chega. Reconheço a força dos dias passados, assumo a impossibilidade de qualquer mudança, e permaneço só mais um pouco para o último sofrimento. Uma última visita ao passado que se foi. Em busca das memórias que me pertencem, do detalhe que não pude evitar. Pois, ainda que não se possa mais, eu preciso tentar encontrar o que perdi. O algo que esqueci mas não deixei de sentir a casca”.

Voltando ao Bloom de O cânone ocidental, não é exagero afirmar que, assim como Em Virginia Woolf, a realidade de Um detalhe em H “tremula e oscila a cada nova percepção e sensação, e as ideias são sombras que ladeiam seus momentos privilegiados”. Porém, partindo dali, também cabe a ressalva: Fernando de Mendonça ainda está bastante longe daquela eloquência e do domínio da metáfora.

Muito capaz que esse mesmo leitor-modelo, tão arguto e sensível, sinta-se incomodado com o excesso de adjetivação.  Há momentos do livro que arriscam demais no adorno, sentimental ou descritivo, a beirar a cafonice, contrariando as expectativas estéticas criadas pelo próprio romancista. Em tais passagens, fica o inevitável juízo de que algo deveria ter sido sugerido por metáfora, ou mesmo silenciado, pois findaria mais expressivo.

Eis um desses trechos onde o detalhe não ilumina nem transcende, apenas destoa. Nele, a jovem – que também deveria chamar nossa atenção – termina sendo banalizada pela descrição, solapada pelos trajes, adjetivos e explicação desnecessários.

“E uma jovem com blusinha cor de rosa e jeans apertado. A marcar cada sinuosidade proporcionada pelas acentuadas curvas de seu corpo. Lanço um olhar rápido sobre Helena para me certificar que ela não está preocupada comigo, experimentando uma estranha sensação de algo errado, e torno meu interesse para a jovem mais à frente, de costas. Mais atraente que as demais do recinto. Percebo em suas curvas um modelo perfeito para meus traços, bem semelhante aos modelos ilustrados pelo professor em aula para o esboço de um corpo ideal”.

Como pondera Lourival Holanda, no entanto, esses momentos canhestros devem ser tolerados, porque o tempo há de não só ratificar a sensibilidade de Fernando, mas também acompanhá-la de maior cuidado com os excessos. E não se trata de recair nas lâminas oficineiras, cuja economia termina por contingenciar até o essencial: a literatura. Desse risco, o autor de Um detalhe em H parece liberto. Graças!

A IX Bienal Internacional do Livro de Pernambuco promove nesta terça (21), às 18h, na Livraria Jaqueira, o primeiro encontro e debate com os vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura. Entre os participantes estará o grande vencedor Bruno Liberal, com o livro de contos Olho morto amarelo, e os escritores Fernando Monteiro, com o romance O livro de Corintha, e Delmo Montenegro, vencedor com ol ivro de poemas Recife, no hay

Além disso, o crítico e professor Cristiano Ramos, integrante da comissão julgadora, e o coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura do Estado, Wellington de Melo, completam a mesa, que irá discutir o papel dos concursos literários no mercado editorial.

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A IX Bienal Internacional do Livro de Pernambuco acontece de 4 a 13 de outubro, no Centro de Convenções, com o tema Futebol, literatura e identidades nacionais.

Serviço

Debate com os vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura

Terça (21), às 18h

Livraria Jaqueira (Rua Antenor Navarro, 138)

Gratuito

Três publicações recentes sobre literatura e crítica brasileiras merecem especial atenção. Entre outras coisas, destacam-se pelo que possuem em comum: são olhares inquietos. Mais que isso, são obras perturbadoras, na medida em que propõem agitarmos essas águas mornas e suspeitas, problematizarmos e buscarmos novos (ou resgatados) modos de fazer análise literária.

Duas delas, de colaboradores frequentes do Rascunho: Marcos Pasche, com De pedra e de carne, e Rodrigo Gurgel, autor de Muita Retórica – pouca literatura, que resolveram compilar alguns textos publicados naquele jornal ou em outros meios. O terceiro, João Cezar de Castro Rocha, lançou em 2011 um livro essencial para os interessados no tema: Crítica Literária: em busca do tempo perdido? (Argos, 443 págs.).

Desde março deste ano, João Cezar também passou a colaborar com o Rascunho, escrevendo a coluna “Nossa América, nosso tempo”, voltada para autores e temas hispano-americanos. Quem conhece seus ensaios, ou acompanha as participações dele em eventos, percebe que costuma girar em torno de duas teses centrais: 1) que, embora seja geralmente interpretada de modo equivocado, a histórica rivalidade entre críticos de rodapé e acadêmicos pode esclarecer muito sobre nosso atual cenário cultural; 2) que é preciso sair do muro de lamentações que se tornou o ambiente crítico no País, saudoso lugar de reclamações sobre o desprestígio da literatura em nossos dias. Na entrevista que anunciou sua parceria com o Rascunho, João Cezar ratificou sua postura nada nostálgica:

“...procurarei, na contramão da ‘melancolia chique’, escutar o contemporâneo, buscando mostrar a vitalidade de novas formas de crítica e a força de certos escritores que merecem ser mais bem estudados”.

Além de sugerir que abandonemos as ladainhas inócuas, João Cezar defende uma esquizofrenia produtiva, onde os críticos assumam positivamente a tensão existente entre os espaços jornalísticos e acadêmicos. Em seu livro, ele explica que não se trata de confundir os gêneros, mas de encontrar formas férteis de convivência entre ambos. “Por que não atualizar a lição de Antonio Candido e Mário Faustino, fecundando o ensaísmo acadêmico com a clareza do texto jornalístico e, ao mesmo tempo, enriquecendo a visão crítica dos cadernos culturais mediante a formação universitária”?

Não deixa de ser o caminho adotado por Marcos Pasche, professor e doutorando, que sempre buscou espaços na mídia para publicar seus textos críticos. De pedra e de carne (Confraria do Vento, 2012, 252 págs.), que tem o sugestivo subtítulo artigos sobre autores vivos e outros nem tanto, reúne parte considerável de suas análises. Quase todos os textos selecionados, ainda que se dediquem a obras ou autores específicos, oferecem fragmentos da visão geral que Pasche tem sobre a crítica literária, interessada principalmente na legitimidade dos juízos de valor – questão proposta logo na apresentação do livro:

“Entendo a crítica, também, como emissão de juízo a respeito do fenômeno com que se depara, e entre isto e a ideia de juiz de arte há longuíssima distância: é infundado o olhar que vê no exercício judicativo um gesto reacionário e estreito”.

Assim como João Cezar de Castro Rocha, Marcos Pasche também argumenta que é preciso reaproximar universidade e imprensa. Mas, no que diz respeito às opiniões sobre a qualidade da crítica literária que se faz no Brasil, ele está bem mais próximo de Rodrigo Gurgel. Ambos têm posturas mais contundentes, atacam a mesmice, pregam mais coragem, embora não ignorem a necessidade de manter o equilíbrio. Pasche acredita que, “se o juízo de valor for emitido com elegância, atenção e sinceridade, o autor criticado, se ler a crítica com lucidez, entenderá a observação e talvez chegue a considerá-la em composições futuras”.

Sobre Muita retórica – pouca literatura: de Alencar a Graça Aranha (Vide Editorial, 2012, 228 págs.), melhor reproduzir integralmente a breve e esclarecedora apresentação escrita pelo próprio Rodrigo Gurgel:

“Este livro reúne ensaios publicados, entre 2010 e 2012, no jornal Rascunho, numa série, ainda não terminada, cuja proposta é reler os prosadores da literatura brasileira. Minha leitura segue, de maneira proposital, parâmetros em grande parte desprezados na atualidade, quando a crítica literária não só difunde, mas também sofre dos três males apontados por Tzevetan Todorov: formalismo, niilismo e solipsismo. Trata-se, logo, de uma leitura à contracorrente. Exercício, como os leitores perceberão, nem sempre agradável; e que só pode ser enfrentado obedecendo-se ao que propõe Friedrich Schlegel em um de seus brilhantes fragmentos: ser, enquanto crítico, um leitor que rumina – e que, portanto, deve ter mais de um estômago".

Gurgel tem opiniões bem mais veementes e avessas ao academicismo, tópico no qual João Cezar e Pasche concordam que é necessário e saudável conciliar as diversas contribuições, sejam da crítica dita “impressionista”, da “universitária” ou mesmo das demandas assumidas pelas resenhas jornalísticas, que precisam adequar as análises às prerrogativas dos meios de comunicação. Todos eles, porém, carregam essa inquietude, o sentimento de que é preciso rediscutir lugares-comuns do nosso meio literário, tomar como positivo e natural o estado de crise da crítica, além de romper com a lógica da cordialidade, quando esta distorce ou mesmo corrompe o exercício do crítico.

Vez em muito, a história pede que os críticos literários façam mais do que analisar textos, informar sobre autores, e emitir juízos de valor sobre as obras. Há momentos que pedem a coragem de investigar os próprios alicerces e paredes, sem medo de encontrar fissuras mais graves, ou de se confrontar com moradores zelosos de seus confortáveis cômodos e sono.

   

 

    

 

 

O Laboratório de Autoria Literária Ascenso Ferreira, do Sesc Santa Rita, anuncia a programação anual nesta quinta (21), com uma conversa entre o escritor Antonio Carlos Secchin (RJ) e o jornalista Cristiano Ramos. Além disso, o lançamento conta ainda com uma apresentação da obra de Secchin, com o grupo #4urubueacarniça, formado por jovens poetas do Recife.

Ao longo do ano, estão previstas mais de 40 atividades oferecidas gratuitamente ao público, como oficinas, recitais, performances poéticas, intervenções literárias e mostras de literatura.

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Duas novas Mostras de Literatura estão entre as novidades deste ano. A primeira Mostra Sesc de Literatura e Oralidades acontece de 5 a 7 de abril, na Livraria Cultura do Paço Alfândega, com a participação de Lirinha, Biagio Pecorelli, Siba, Zé Brown, Junior Baladeira e Miró. Em outubro, acontece a Mostra Ascenso, Minha língua! para homenagear, difundir e refletir sobre a obra do patrono do Laboratório.

Ainda este ano, o Laboratório dá continuidade às atividades formativas e aos projetos Meu vizinho, o escritor e A barca dos encantados, que têm como objetivo aproximar os leitores do legado de autores vivos ou que já partiram. Ambos acontecem nas bibliotecas do Sesc Santa Rita e da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Também continua este ano a Mostra Sesc de Literatura Contemporânea, com o tema Era uma vez, a palavra, no mês de julho. Entre os convidados, estão Luiz Brás (SP), Marina Colasanti (RJ), Xico Sá (CE/SP) e Antônio Cícero (RJ).

Confira a programação completa das atividades do Laboratório aqui no site do Sesc de Pernambuco.  

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No Nota PE desta semana, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista a escritora e pesquisadora Zuleide Duarte. Doutora em Letras pela Universidade Federal da Paraíba, Zuleide tem trabalhos publicados em livros e revistas nacionais e internacionais. Além disso, possui quatro livros publicados e foi organizadora de outros três. Como professora acadêmica, orienta teses, dissertações e trabalhos de iniciação científica.

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Durante a conversa, a escritora fala sobre o lugar da mulher na literatura e sobre sua vida acadêmica, incluindo projetos de mestrado e doutorado, além de comentar sobre a realidade dos mestrandos nos dias de hoje.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira, aqui no portal LeiaJa.com. O programa é produzido numa parceria entre o Blog Nota PE e o portal.

 

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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, no Nota PE desta semana, a jornalista, cineasta e escritora Georgia Alves. No programa ela fala sobre o seu recém-lançado livro, “Reflexo”, uma escultura, todo feito a mão.

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A novela é composta por 60 páginas e tem como cenário uma cidade fictícia do interior de Pernambuco. “Foi uma gestação de dois anos e pouco. A ideia surgiu através da experiência em viajar muito ao interior”, conta a jornalista.

Ainda durante a conversa, Georgia fala do interesse pelos livros na infância. “Desde pequena viajei muito através da leitura”, lembra. Quando o assunto é jornalismo, ela comenta sobre a paixão pela profissão e brinca. “Ser jornalista é um defeito”, diz a escritora.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira no portal LeiaJa.com, numa parceria entre o portal e o blog Nota PE.

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No Nota PE desta semana, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos continua a conversa com o escritor gaúcho, Aurélio Schommer. Com foco em seu livro recém-lançado, “Brasil Vira-Lata”, o autor comenta também sobre os Estados Unidos e os países europeus.

Aurélio lembra como foi recebida a Abolição da escravatura no Brasil, surgindo perdas nos canaviais dos senhores de engenho. Também conta a mudança da sociedade com a chegada dos imigrantes italianos no sul e sudeste do país, “um sucesso modernista”, diz o escritor.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira no portal LeiaJa.com, numa parceria entre o portal e o blog Nota PE.

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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, no Nota PE desta semana, o escritor Aurélio Schommer. Nesta primeira parte da conversa, Aurélio fala sobre o seu recém-lançado livro, “História do Brasil Vira-Lata”.

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Durante a entrevista, Schommer fala sobre o povo brasileiro, as suas raízes e a relação com Portugal. “Brasileiro foi profissão de quem era incapaz de exercer qualquer outra com competência”, comenta o escritor.

Aurélio também fala sobre o lado otimista dos brasileiros e sobre as polêmicas da Copa de 2014, incluindo nomes dados ao mascote do Camponato de Futebol.

Na próxima semana, você confere a segunda parte da entrevista com Aurélio Schommer. O programa Nota PE é exibido toda quinta-feira, numa parceria entre o Blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, no Nota PE desta semana, o escritor pernambucano Paulo Caldas. Formado em economia e jornalismo, Caldas publicou dezenas de livros, alguns deles adotados em escolas. Na conversa, o escritor conta como descobriu suas habilidades para a escrita e o desenho.

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Ainda durante o bate-papo, Paulo Caldas fala sobre sua experiência nos jornais independentes. O primeiro foi “Plantão”, formado por seus amigos da rua com notícias do próprio bairro. “A gente publicava a verdade e saia correndo”, brinca. De acordo com o escritor, seu sonho era ser um jogador de futebol, mas foi na literatura que ele encantou e encanta as crianças em seus livros infanto-juvenis. As ideias surgiam por meio de histórias que ele contava para os próprios filhos.

Em seus livros são abordadas algumas temáticas como aventura, racismo, sexualismo e preconceito. Paulo Caldas completou 30 anos de carreira e recentemente lançou o romance “Porto dos Amantes”.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira, no portal LeiaJa.com, numa parceria entre Blog Nota PE e o portal.

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O Nota PE desta semana presta uma homenagem aos 10 anos do Café Colombo, programa de rádio sobre literatura que é veiculado aos domingos, a partir das 14h, na Universitária FM.

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E para isso o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos conversa com dois dos idealizadores do projeto, o jornalista Eduardo César Maia e o radialista Ketinaldo José. No programa, você também confere o depoimento do jornalista Renato Lima, que também compõe a equipe.

O Café Colombo foi concebido e desenvolvido por quatro estudantes da Universidade Federal de Pernambuco. Com mais de 500 programas transmitidos desde 2002, já foram entrevistados grandes nomes da sociedade brasileira, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os escritores Millôr Fernandes, Roberto DaMatta, Zuenir Ventura, entre outros.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira, no portal LeiaJa.com, numa parceria entre Blog Nota PE e o portal.

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No Nota PE desta semana, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos continua a conversa com o jornalista e escritor Homero Fonseca, que nesta segunda parte fala sobre seus livros e sobre sua paixão pela literatura.

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Durante a entrevista, Homero lembra a importância que os professores têm para o aprendizado e a evolução do aluno. “Uma vez minha professora publicou no jornal uma redação minha sem eu saber”, conta. O jornalista foi descobrindo, assim, o seu potencial para a escrita.

Ao ser questionado como surgem suas inspirações, Homero diz que um livro é planejado até mesmo dormindo. "De repente você acorda com uma ideia, embora isso não tenha sido predeterminado”, comenta. Entre os livros lançados pelo escritor, ele fala sobre "Tapacurá – Viagem ao planeta dos boatos" e ainda aborda o papel das redes sociais quando o assunto é boato. “Os vilões não são os meios de comunicação e sim o imaginário das pessoas”, afirma o jornalista.

O Nota PE é exibido toda quinta-feira no portal LeiaJa.com, numa parceria entre o portal e o blog Nota PE.

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O Nota PE desta semana continua a entrevista com a atriz e gestora pública Leda Alves, que também é presidente da Companhia Editora de Pernambuco (CEPE). Entre os assuntos da segunda parte da conversa, ela fala sobre os lançamentos da série de livros Palco Pernambucano e Arte Pernambucana, que incluem reedições de autores como José Cláudio e Rubem Rocha Filho.

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Na entrevista, Leda Alves também comenta sobre o calendário dos próximos livros a serem lançados pela Companhia, como “Os olhos da Treva”, de Gilvan Lemos. “Hermilo gostava muito de Gilvan e de sua literatura", lembra a gestora pública em referência a Hermilo Borba Filho, escritor e dramaturgo com quem foi casada.

O Nota PE é apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos e exibido toda quinta-feira aqui, no portal LeiaJa.com. A produção é uma parceria entre o Blog Nota PE e o portal.

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No Nota PE desta semana, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista a presidente da Companhia Editora de Pernambuco (CEPE), Leda Alves. Nesta primeira parte da conversa, Leda, que também é atriz e gestora pública, fala sobre como chegou à editora. “Dirigia o Teatro de Santa Isabel quando fui chamada para a CEPE e fiquei dividida com a proposta”, revela.

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Durante a entrevista, ela comenta sobre alguns dos livros lançados pela editora e diz que houve uma grande melhora na diagramação das publicações. A presidente da CEPE também fala que procura oferecer cursos e palestras à equipe de trabalho da editora, para que todos sintam prazer em trabalhar ali.

Leda Alves ainda aborda o gargalo que existe na distribuição de livros pelo Brasil. “As tiragens não são grandes e os distribuidores não se interessam por essas tiragens reduzidas”, comenta.

O programa Nota PE é uma produção da TV LeiaJá, em parceria com o Blog Nota PE. Na próxima semana você confere a segunda parte da entrevista com Leda Alves aqui, no portal LeiaJa.com.

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Na segunda parte do Nota PE especial sobre Álvaro Lins, os professores e pesquisadores Lourival Holanda e Eduardo César Maia continuam a conversa sobre a vida do jornalista e escritor pernambucano, que foi presidente da Associação Brasileira de Escritores e membro da Academia Brasileira de Letras.

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Como jornalista, Álvaro Lins foi redator e diretor do Diário da Manhã, no Recife. Com 25 anos escreveu o seu primeiro livro, intitulado História Literária de Eça de Queiroz. Como crítico literário, assumiu as funções de redator-principal e dirigente político do Correio da Manhã, entre os anos 40 e 50.

O Nota PE é uma produção da TV LeiaJá, em parceria com o Blog Nota PE. Apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos, o programa é exibido toda quinta-feira aqui, no Portal LeiaJa.com.

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O Nota PE desta semana faz uma homenagem ao advogado, jornalista e crítico literário Álvaro Lins. Considerado como um dos maiores críticos de rodapé do Brasil, Lins foi membro da Academia Brasileira de Letras durante 42 anos. Para falar sobre a vida e a obra do jornalista, o apresentador do programa, Cristiano Ramos, recebe os professores e pesquisadores Lourival Holanda e Eduardo César Maia.

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Álvaro Lins foi chamado de o “imperador da crítica brasileira” pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, durante as décadas de 40 e 50, por conta de seus artigos publicados no Correio da Manhã. O crítico chegou a escrever sobre autores que, anos depois, seriam consagrados na literatura brasileira, como João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector e Graciliano Ramos.

Nas críticas de Lins, ele relacionava a obra com a biografia do autor, sendo considerado o precursor da crítica psicológica e biográfica. Uma de suas referências foi o crítico literário francês Saint-Beuve.

O Nota PE é produzido pelo portal LeiaJa.com, em parceria com o Blog Nota PE. Na próxima semana, você confere a segunda parte do programa sobre Álvaro Lins.

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Nesta segunda parte do programa Nota PE especial sobre Jorge Amado, os professores Anco Márcio e Felipe Aguiar comentam a obra do autor na televisão, no cinema e no meio acadêmico.

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Considerado por ambos como o autor mais lido do século passado, os professores afirmam que Jorge Amado é um escritor que não se enquadra, desde a década de 50, no discurso das universidades já que, segundo eles, mestres e alunos não se interessam muito pela obra literária do baiano.

Anco e Felipe são unânimes em considerar o livro Mar Morto como a principal obra de Jorge Amado. “O lirismo é sem igual nesta obra de Jorge. Sem dúvida um livro para figurar entre os melhores do Brasil", comentam.

Sobre as adaptações do autor baiano para o cinema e a TV, os professores mantém opiniões parecidas. “Capitães da Areia foi adaptado para o cinema e se tornou um desastre para mim. Ficou superficial e fraco", afirma Anco.

“Quando você faz algo para vender para fora, como Gabriela, a tendência é mostrar uma história condensada e fraca. Já a adaptação para TV me parece ser melhor trabalhada. O diretor se aprofundou na obra, já que são vários capítulos que proporcionam um melhor entendimento do livro", complementa Felipe.

O programa Nota PE é apresentado pelo crítico literário e jornalista Cristiano Ramos, numa parceria entre o portal LeiaJa.com e o Blog Nota PE.

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No Nota PE desta semana, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos continua a entrevista com a poeta e professora Lucila Nogueira. Na segunda parte da conversa, ela fala sobre os novos projetos e a vida pessoal. “Estou fazendo do meu facebook a minha biografia. São textos tirados do meu twitter, reportagens da minha vida pessoal, loucuras, ódios, olhares, amor. Sou favorável, inclusive, que meus livros sejam colocados à disposição do leitor na internet, o que deve acontecer logo", comenta a poeta.

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Na entrevista, Lucila também fala sobre a criação de seus filhos e o amor que tinha pelo marido, Sérgio Moacir de Albuquerque, também poeta. “Desde cedo nossos filhos conviveram com a literatura, mas nem por isso ficamos insistindo para que eles lessem. Já Sérgio foi o amor da minha vida, lembro de quantas vezes ficávamos juntos em silêncio, uma cumplicidade maravilhosa. Desde sua morte, nunca mais escrevi", revela.

O programa Nota PE é exibido toda quinta-feira e produzido pela TV LeiaJá, numa parceria entre o Blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

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Mais de 40 livros publicados, sendo 23 só de poesia. Essa escritora, que começou a se interessar pela literatura na época do ginásio, é a poeta e professora Lucila Nogueira, entrevistada desta semana do Nota PE. Na primeira parte do programa, ela fala que se sente feliz na solidão de uma biblioteca. “É na biblioteca que a pessoa tem seu primeiro contato com o saber. Lá é possível conhecer o mundo, entrar no universo dos grandes autores, buscar inspiração na leitura e saborear no silêncio cada palavra contida naquele livro”, revela a professora.

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Após concluir o curso de Direito e começar o de Letras, Lucila não parou mais de escrever seus livros. “Almenara” foi o primeiro de uma série. “A geração de 1965 era formada por jovens sedentos pela literatura. Se escrevia muito, foi uma época romântica e feliz. Hoje a poesia é manipulada, muitas vezes uma cópia de outros autores. Por sua vez, as editoras tomaram conta de tudo. Nem o Estado e a Prefeitura do Recife, que deveriam dar o exemplo com programas de lançamentos de livros, o fazem. É uma pena”, lamenta Lucila.

Na semana que vem, você confere a segunda parte da entrevista com a escritora. O programa Nota PE é apresentado pelo Jornalista e Crítico literário Cristiano Ramos, numa parceria entre o Blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

Na segunda parte da entrevista com o professor, poeta e filósofo Angelo Monteiro, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos mantém o bom humor que norteou o bate-papo desde o início. Na conversa, o poeta conta que aos oito anos já lia obras de Casimiro de Abreu. Aos 13 era fã de carteirinha de Friedrich Nietzsche.

“Ler e escrever poemas requer silêncio e concentração. Tem gente que lê e escreve em trinta segundos. É a consumação do crime, é como a escola passar Paulo Coelho como referência de literatura”, dispara o poeta durante a entrevista.

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Para Angelo Monteiro, poesia não pode nada. “É como ser revolucionário. Não tem coisa mais cafona e babaca que isso. O cara entra pelo nome e não pela causa. Nunca serei um revolucionário”, enfatiza o autor do livro Arte ou Desastre. Na obra, o escritor fala sobre o empobrecimento da produção artística e o esvaziamento da cultura.

O programa Nota PE é uma parceria entre o portal LeiaJa.com e o Blog Nota PE. Toda quinta-feira, você confere uma nova entrevista.

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O Nota PE desta quinta-feira (26) traz uma entrevista com o escritor, professor e filósofo Angelo Monteiro. Crítico incanssável do pós-modernismo, Angelo fala sobre o assunto durante o programa e diz que acredita ser estupido quem traz para si a auto contemporaneidade. “Pós já quer dizer o que vem depois, como um apêndice do que já existou. Como uma arte pode ser moderna desse jeito? Isso é contradição e estupidez”, dispara o escritor.

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De acordo com Angelo, existem bons poetas em Pernambuco, como Fábio Andrade. Ele ainda afirma que é possível fazer arte sem cair na besteira de buscar inspiração no passado, no vazio. “É como o filme O Artista, uma obra prima moderna. Nunca na história do Oscar um filme de língua não inglesa havia sido tão prestigiado. Mas, como regras servem para serem quebradas, o francês O Artista derrubou barreiras e se sagrou o grande vencedor dos prêmios da Academia de Ciências Cinematográficas”, comenta.

Na próxima quinta-feira (2), você confere a 2ª parte da entrevista com o escritor Angelo Monteiro. O programa Nota PE é apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos, numa parceria entre o Blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

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