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No Dia do Amigo (18), é importante lembrar sobre a importância das relações de amizade na vida cotidiana. Uma boa amizade ajuda a manter nosso corpo e mente em forma. Além de uma boa alimentação, rotina de exercícios e sono, ter relações sociais estabilizadas e satisfatórias são componentes essenciais na construção de uma vida saudável.

Um estudo recente de Harvard concluiu que amizades sólidas em nossas vidas ajudam a promover a saúde geral do cérebro. As amizades nos ajudam a lidar com o estresse, fazer escolhas melhores, encontrar um estilo de vida compatível e longevo, além de ajudar na recuperação de doenças.

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Mas além de nos ajudar fisicamente, a amizade também é fonte de muita inspiração e, por vezes, arte! Neste Dia do Amigo, preparamos uma lista com leituras essenciais para descobrir e explorar mais os limites do que é ser um amigo, confira:

Capitães da Areia - Jorge Amado: Este é um dos livros mais aclamados de Jorge Amado. Capitães de Areia narra a vida de um grupo de meninos de rua que, para sobreviver, praticam pequenos delitos em Salvador. O livro acompanha a vida de quatro personagens centrais, são eles: Pedro Bala, o líder do grupo; Professor, o único letrado que ensina os outros; Pirulito, o mais religioso do grupo e, por fim, Gato, o mais galante dos quatro.

Esquecidos pelas autoridades e entregues à própria sorte, os garotos são obrigados a conhecer o lado insalubre da vida enquanto ainda contam com a inocência juvenil, que os une em grupo.

Sociedade dos Poetas Mortos - Nancy H. Kleinbaum: O livro homônimo ao filme conta com reflexões sobre o papel e a existência de cada aluno em sala. O professor cumpre o papel de instigar os mesmos a pensarem sobre a fragilidade do que é viver e também sobre o tempo que cada um tem para realizar seus sonhos. Uma expressão repetida no filme, muito dita nos dias de hoje, é o famoso “Carpe Diem”, ou aproveite a vida/momento. Alguns dos alunos começam a aplicar as filosofias do professor e viver de acordo com os próprios ideais, recriando a “Sociedade dos Poetas Mortos”, grupo que havia sido elaborado pelo próprio professor em sua passagem pela escola.

Ao recriar o grupo, os alunos passam a se encontrar à noite em uma caverna próxima à escola. Com o ressurgimento da Sociedade, cada aluno se vê envolvido e experimenta uma verdadeira revolução em suas vidas, encontrando novos interesses, vocações, amizades e, principalmente, fazendo florescer a juventude através da inspiração poética.

Da Amizade - Montaigne: “Da Amizade” surgiu de um momento sombrio na vida de Montaigne. O ensaio foi redigido após o falecimento de Etienne de la Boétie, melhor amigo do autor. Acontecimento este tão marcante para o autor que ele escreve: “O  mesmo dia trouxe a ruína de ambos”.

No livro, Montaigne busca reaver a consciência de si, dilacerada após o falecimento de Etienne, porém, sua dor e sofrimento são geradoras de um dos textos mais belos sobre o tema. Montaigne diz: “Assim como quem quer contemplar-se olha no espelho, quem quer conhecer-se olha-se no amigo”.

Com o Mar Por Meio. Uma Amizade em Cartas - Jorge Amado e José Saramago:

A amizade de Jorge Amado e José Saramago teve início quando ambos já contavam com uma idade avançada e consolidada carreira literária, porém, tal fato não impediu com que ambos desenvolvessem uma profunda relação de amizade e afeto através de cartas trocadas.

Este livro é uma coletânea de escritos trocados entre 1992 e 1998, conta com bilhetes e cartas que discorrem sobre a vida pessoal, profissional, conselhos etc. Os autores debatem com humor sobre os prêmios recebidos, especulam quem será o próximo a receber um Nobel e, principalmente, mostram uma preocupação geral com o bem-estar do outro e de suas respectivas companheiras.

Por Matheus de Maio

O Sesc Ler Surubim, no Agreste de Pernambuco, retomou as atividades culturais nesta segunda-feira (8), promovendo oficinas e cursos gratuitos na forma on-line. Há vagas para as turmas de arte e tecnologia, leituras e estudos de dramaturgias, escrita criativa e para o Núcleo de Pesquisa e Experimentação em Literatura. As inscrições vão até 12 de junho, através deste link

São quatro turmas com oferta de 15 vagas em cada grupo. A primeira, a oficina de ‘experimentação de arte e tecnologia’, terá encontros às terças e quintas-feiras, às 15h e 18h, destinada a jovens com idade igual ou maior de 16 anos. Já a oficina de ‘leituras e estudos de dramaturgias’ com aulas ministradas nas quartas e sextas-feiras, às 15h e 18h, também é destinada a jovens a partir dos 16 anos. 

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A terceira turma, por sua vez, será da oficina de ‘escrita criativa: princípios, meios e fins’,  e contará com encontros semanais às quartas-feiras.O curso é para jovens a partir dos 14 anos de idade e será realizada às 14h. Para participar do ‘Núcleo de pesquisa e experimentação em Literatura’ o interessado deverá ter no mínimo 16 anos. As aulas serão às terças-feiras, às 16h. 

Todas as atividades culturais serão realizadas através da plataforma Zoom do Google Classroom, semanalmente. Para participar o candidato deverá realizar o preenchimento do formulário, no qual escolherá o curso ou oficina de interesse, desde que atenda aos requisitos exigidos.

No próximo sábado (27), será realizado o 34º encontro do clube de leitura Floriterárias. O movimento literário feito por mulheres e só para mulheres discute a obra “Maria Bonita – Sexo, violência e mulheres no cangaço”, de Adriana Negreiros. O evento, aberto ao público e gratuito, está marcado para as 14h, no Ateliê Arte Machê Café, em Olinda, Região Metropolitana do Recife.

Nascido do amor pela leitura e da amizade de mais de 20 anos entre a pedagoga Anita Presbitero e a historiadora Luciana Seabra, o ‘Floriterárais’ existe há três anos. O que começou com um grupo pequeno de amigas, que compartilhavam experiências literárias via WhatsApp, foi ganhando proporção ao longo do tempo e saiu do mundo virtual para o real. Para Anita, o movimento é um espaço onde as mulheres podem ser ouvidas e têm lugar de fala garantido. “Entre mulheres a gente se sente mais à vontade, mais forte. Conseguimos ser ouvidas e temos tranquilidade para falar e trocar ideias com mais fluidez”, disse em entrevista ao LeiaJá.

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Além de servir como instrumento de incentivo à leitura, num país onde as pessoas lêem em média 2,43 livros por ano, de acordo com estudo realizado em 2016 pelo Instituto Pró-Livro, o clube também é uma forma de conhecer as perspectivas e olhares de outras mulheres sobre diversos assuntos. Um modo de furar as ‘bolhas’ sociais e relacionar-se com pessoas que não fazem parte do convívio diário das leitoras.

“É interessante por termos contato com diferentes tipos de mulheres, de religiões diferentes, posicionamentos religiosos e políticos diferentes, orientações sexuais. Mulheres casadas, solteiras, aposentadas, com filhos, sem filhos. Todas reunidas em um círculo, debatendo um livro e trocando ideias”, ressaltou Luciana.

Com encontros itinerantes e mensais, o grupo lê diversos gêneros, de autoras e autores nacionais e estrangeiros. Há também a preocupação de que a obra do mês seja acessível, não só em termos financeiros, mas que as participantes possam ler o livro em tempo hábil e que consigam acessá-lo de diversas formas: livraria, sebos e sites. Além disso, o movimento traz autoras e autores para roda de discussão, o que enriquece ainda mais os encontros.

Em maio, o ‘Floriterárias’ irá ler a obra de Miró da Muribeca. As mulheres interessadas em participar do grupo podem entrar em contato com as idealizadoras pelo e-mail: floriterarias@gmail.com ou através do Instagram e Facebook oficial do clube. 

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Na quinta-feira (7), a Associação Nossa Biblioteca, do bairro do Guamá, periferia de Belém, realizou um círculo de leitura de poemas de mulheres negras. O evento contou com a presença de mediadores, pais e crianças frequentadores do local e teve como propósito estimular a leitura de poesia e homenagear as mulheres negras.

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Joelma Marques, de 32 anos, mãe de quatro filhos, todos eles frequentadores da biblioteca, disse que as reuniões ajudam a melhorar a convivência familiar. Em muitos casos, afirmou, tem mãe que não consegue se relacionar em casa com os filhos e as rodas de leitura permitem maior aproximação entre adultos e crianças. Joelma diz que leva livros para as crianças em casa e garante que eles aprovam. Com isso, incentiva os amigos dos filhos a lerem também.

Para Marta Lima, mediadora, um livro sobre avós permitiu que as mães se soltassem um pouco mais. “No ciclo de leitura dos pais, nós fazemos o mesmo trabalho com as crianças, e hoje eu peguei só livros que falavam de vó, e foi o que fez elas se expressarem”, disse Marta.

 Joana Chagas, contadora de história, falou da importância do trabalho da Nossa Biblioteca na vida das mães. ”Esse trabalho com as mães faz com que essas senhoras relembrem suas memórias num bairro que é violento todos os dias. É essencial que o nosso trabalho flua. Alcançar a criança é facil, mas quando conseguimos alcançar a família dessa criança significa que o trabalho reverbera”, observou. 

 A Associação Nossa Biblioteca existe há 41 anos e desenvolve trabalhos culturais, artísticos e de leitura. O espaço funciona na travessa 25 de Junho, 214, no Guamá, de segunda a sexta-feira, de 8 às 18 horas.

Da assessoria do evento.

 

 

 

 

O romance de estreia de Fernando de Mendonça é uma malha delicada de referências. Delicada, mas não sutil. Um detalhe em H (Grupo Paés, 119 págs.) traz novidade nenhuma, o que não significa dizer que engrossa fileiras mais frequentadas da literatura brasileira contemporânea. A epígrafe foi buscada em Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, e foi justamente comentando as obras da escritora britânica que Harold Bloom voltou a Sainte-Beuve, para quem certas leituras nos deixam pergunta crucial: Que pensaria o autor sobre nós? O trabalho de Fernando sugere sentimento próximo, de interesse com até onde poderemos ir, se conseguiremos perceber e ressignificar o que mora além dos detalhes, na teia de horizontes estéticos. Rede que, embora não seja percebida por todos, irmanará e provocará muitos leitores. 

Em tempos que premiam quem segue maré, quem insiste nos bondes “pós-modernos”, Fernando se nega a simplesmente testemunhar fragmentações e perdas. Texto deixa muito claro seu percurso intelectual, a jornada que o romancista empreendeu até ali, incompatível com a direção da correnteza. O belo e muito franco prefácio de Lourival Holanda resume:

“O ato criativo começa por convocar o caos, como um pequeno demiurgo, e submetê-lo a algum reordenamento. É o que faz o narrador, tanto reordenando a linguagem, como selecionando, no mundo de muitas sensações cotidianas, aquelas que lhe parecem mais merecedoras de um leitor arguto”.

Os detalhes que o personagem Hugo veicula podem levar a Proust, às reflexões sobre memória e consciência em Benjamin e Freud, como também nos lança em direção ao clássico de Alain Resnais, o filme Ano passado em Marienbad. Cada sutil imagem propõe duplo voo: por um lado, resgate de sensações e lembranças; por outro, remetem ao universo de referências culturais que lidaram com as fascinantes viagens que realizamos cotidianamente, às pontes que nos fazem ir de um detalhe até a lembrança de quem éramos, ou de quem pensávamos ser.

Um dos parágrafos, por exemplo, provocará em diversos leitores comparações com A paixão segundo G. H., embora não surja como influência emulada, dessas que resultam em grotescas imitações de Clarice Lispector. Pelo contrário, a sequência de impressões chega a balanço diferente:

“Não posso continuar. Não posso me iludir mais com o que já está feito. Não posso mudar o concluído, o estabelecido pelo destino que, até ele, já deve estar cansado de me espreitar. Chega. Reconheço a força dos dias passados, assumo a impossibilidade de qualquer mudança, e permaneço só mais um pouco para o último sofrimento. Uma última visita ao passado que se foi. Em busca das memórias que me pertencem, do detalhe que não pude evitar. Pois, ainda que não se possa mais, eu preciso tentar encontrar o que perdi. O algo que esqueci mas não deixei de sentir a casca”.

Voltando ao Bloom de O cânone ocidental, não é exagero afirmar que, assim como Em Virginia Woolf, a realidade de Um detalhe em H “tremula e oscila a cada nova percepção e sensação, e as ideias são sombras que ladeiam seus momentos privilegiados”. Porém, partindo dali, também cabe a ressalva: Fernando de Mendonça ainda está bastante longe daquela eloquência e do domínio da metáfora.

Muito capaz que esse mesmo leitor-modelo, tão arguto e sensível, sinta-se incomodado com o excesso de adjetivação.  Há momentos do livro que arriscam demais no adorno, sentimental ou descritivo, a beirar a cafonice, contrariando as expectativas estéticas criadas pelo próprio romancista. Em tais passagens, fica o inevitável juízo de que algo deveria ter sido sugerido por metáfora, ou mesmo silenciado, pois findaria mais expressivo.

Eis um desses trechos onde o detalhe não ilumina nem transcende, apenas destoa. Nele, a jovem – que também deveria chamar nossa atenção – termina sendo banalizada pela descrição, solapada pelos trajes, adjetivos e explicação desnecessários.

“E uma jovem com blusinha cor de rosa e jeans apertado. A marcar cada sinuosidade proporcionada pelas acentuadas curvas de seu corpo. Lanço um olhar rápido sobre Helena para me certificar que ela não está preocupada comigo, experimentando uma estranha sensação de algo errado, e torno meu interesse para a jovem mais à frente, de costas. Mais atraente que as demais do recinto. Percebo em suas curvas um modelo perfeito para meus traços, bem semelhante aos modelos ilustrados pelo professor em aula para o esboço de um corpo ideal”.

Como pondera Lourival Holanda, no entanto, esses momentos canhestros devem ser tolerados, porque o tempo há de não só ratificar a sensibilidade de Fernando, mas também acompanhá-la de maior cuidado com os excessos. E não se trata de recair nas lâminas oficineiras, cuja economia termina por contingenciar até o essencial: a literatura. Desse risco, o autor de Um detalhe em H parece liberto. Graças!

Durante a madrugada desta sexta (5) para sábado (6) acontece no Centro Cultural Sesc Paraty uma espécie de 'viradão cultural'. O evento integra a programação da Festa Literária de Paraty - FLIP e oferece leituras, bate-papos literários, maratona de contos e espetáculos teatrais.

Antes da virada, o guitarrista Edgar Scandurra - ex-Ira! - participa de um bate-papo com o escritor Fernando Bonassi. Além das discussões, o espaço oferece exposições das artistas Daniela Seixas e Keyla Sobral, intituladas Como habitar palavras ou outros objetos e Amazônia das Artes, respectivamente.

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