A oposição na Síria exortou nesta quarta-feira uma manifestação de dois dias pelo país a fim de marcar os 30 anos do massacre de Hama, em 1982. "Nós exortamos manifestações por toda a Síria nos dias 2 e 3 de fevereiro pela ocasião dos 30 anos do massacre de Hama", disseram o opositor Conselho Nacional Sírio e outros grupos em um comunicado conjunto. Também nesta quarta-feira, a Rússia declarou na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) que vetará qualquer resolução contra a Síria no Conselho de Segurança que considere inaceitável.
Nesta quarta-feira, após recuperar o controle dos subúrbios no leste de Damasco, as tropas do presidente Bashar Assad avançaram em direção à cidade de Zabadani, onde estão insurgentes e soldados desertores. Soldados e paramilitares avançaram com fúria pelo vale de Wadi Barada, em direção à fronteira libanesa, atacando oposicionistas e soldados desertores. Pelo menos seis desertores foram mortos na luta, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, com sede em Londres. O Observatório afirmou que o exército atacou as cidades de Deir Qanoun e Ein al-Fija, provocando um número não confirmado de baixas. Já outro grupo de defesa dos direitos civis dos sírios, o Comitês de Coordenação Local, afirmou que pelo menos 17 pessoas foram mortas nesta quarta-feira no avanço das tropas de Assad pelo vale de Wadi Barada.
##RECOMENDA##O regime de Hafez Assad, o falecido pai do atual presidente, esmagou uma revolta islâmica no centro da cidade de Hama em 1982, matando um número estimado entre 10 mil e 25 mil civis, de acordo com grupos de direitos humanos. A oposição afirmou que quer "mostrar solidariedade às vítimas do massacre, que foi ignorado por 30 anos, e afirmar nossa determinação de derrubar o atual regime" de Bashar Assad.
Já em Homs, terceira maior cidade de Síria e na região central do país, tropas de Assad continuam a bombardear bairros e a lutar contra desertores nas ruas. O Observatório afirmou que pelo menos oito moradores foram mortos nesta quarta-feira.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.