Deu empate na premiação do Festival do Rio 2013. Pela primeira vez na história, dois longas levaram para casa o troféu Redentor. "O Lobo Atrás da Porta", de Fernando Coimbra, e "De Menor", de Caru Alves de Souza, foram eleitos Melhor Filme pelo júri oficial. Mais que o ineditismo, a premiação, que ocorreu na noite desta quinta-feira, 10, sinaliza uma nova safra de jovens realizadores. Tanto Coimbra quanto Caru assinam seus primeiros longas-metragens.
Outro grande vencedor da noite, "Tatuagem", que já chegou ao Rio com o Kikito de Melhor Filme em Gramado na mala, marca a estreia na direção do roteirista Hilton Lacerda. O filme levou o Prêmio Especial do Júri, Melhor Ator Coadjuvante para Rodrigo García, Prêmio do Público, Melhor Longa Latino-Americano segundo a Fripresci e Melhor Ator para Jesuíta Barbosa. Esta categoria também teve premiação dupla e deu Menção Honrosa para Francisco Gaspar e sua cativante atuação como o soldado Piauí de "A Estrada 47", de Vicente Ferraz. A saga dos pracinhas na campanha da Segunda Guerra Mundial levou ainda a Melhor Montagem (para Mair Tavares).
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Já na categoria Melhor Atriz não houve dúvidas nem divisões. Leandra Leal, que neste ano estava em quatro filmes do festival, foi eleita a Melhor Atriz por sua ótima atuação em "O Lobo Atrás da Porta". O longa de estreia de Coimbra narra a história de uma jovem (Leandra), que se apaixona por um homem casado (Milhem Cortaz, também em ótima forma, em um de seus melhores papéis).
Já na direção, o Redentor foi para a ousadia estética e narrativa de Marcelo Gomes e Cao Guimarães, que fizeram de "O Homem das Multidões" o primeiro filme no formato Instagram da história. "É um filme incomum, que precisa de tempo e disposição para ser apreciado, mas que foi muito interessante de fazer", comentou Gomes na sessão do longa na Première Brasil.
O júri do Rio, ainda reconheceu mais dois talentos na categoria Melhor Ator Coadjuvante. Além de García, por "Tatuagem", Júlio Andrade foi premiado com uma Menção Honrosa por "Entre Nós" e Silvio Guindane, por "Jogo das decapitações".
Entre os documentários, o contundente "Histórias de Arcanjo - Um documentário sobre Tim Lopes", de Guilherme Azevedo, foi eleito o melhor pelo júri oficial. Mais que um filme, é um documento importante sobre a história do jornalismo brasileiro. E faz, por vezes, a plateia ter saudade de quando o jornalismo vivia tempos muito mais de 'ir a campo' e fazer com que o leitor ou o espectador de fato se sentisse na cena retratada. Tim é símbolo de um jornalismo que não se rende ao corporativo e à produção de conteúdo fria. Sempre se colocando na pele de seus personagens, ele encarnava a reportagem em sua essência.
Na competição oficial de curtas, "Contratempo", de Bruno Jorge levou o Redentor.
Confira a lista completa dos vencedores no site www.festivaldorio.com.br