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Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que o presidente Jair Bolsonaro nunca lhe orientou a fazer nada diferente da forma como já estava atuando na gestão da Saúde. Pazuello defendeu também que as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) são apenas posições - e que quem decide a política a ser implantada no País é o Ministério da Saúde. "Somos soberanos", disse Pazuello nesta quarta-feira, para quem a organização "ia e vinha" em seus posicionamentos.

O ex-ministro da Saúde disse que não havia falta de convergência entre sua postura como titular da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro. "As minhas posições não eram contrapostas pelo presidente, nunca foram contrapostas pelo presidente", disse em resposta aos questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo Pazuello, em nenhum momento Bolsonaro o desautorizou ou o orientou a fazer qualquer coisa que já não estava sendo feita pelo ministério.

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"Para colocar uma pedra nesse assunto. Presidente falou para mim e vários ministros: assunto de saúde quem trata é o ministro Pazuello. Nenhuma vez fui chamado para ser orientado pelo presidente de forma diferente, por aconselhamentos externos, nunca, nenhuma vez", respondeu Pazuello ao ser perguntando sobre um possível "aconselhamento paralelo" feito a Bolsonaro em assuntos da pandemia.

O general respondeu ainda que sempre defendeu medidas preventivas para enfrentamento da pandemia, como uso de máscara, limpeza das mãos e "afastamento social necessário". "Deveríamos fazer medidas de distanciamento sempre que possível", disse. "Não deixamos de nos pronunciar em todas as entrevistas, coletivas. Não podemos abrir não de medidas preventivas", afirmou Pazuello, ressaltando também que as medidas restritivas ficavam a cargo de decisão dos Estados e Municípios.

O ex-ministro disse ainda que nunca houve um direcionamento de isolamento uniforme para todo o Brasil - algo que inclusive ele afirmou ser contrário. Em âmbito nacional, o ministério atuava na distribuição de recursos e equipamentos, afirmou.

O economista Paulo Guedes, principal assessor econômico do presidente eleito Jair Bolsonaro, desautorizou o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), principal articulador político da campanha e indicado para chefiar a Casa Civil do futuro governo, sobre assuntos da área econômica. Recentemente, Lorenzoni fez comentários sobre política cambial e reforma da Previdência.

Guedes, Lorenzoni e Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos coordenadores da campanha eleitoral, se reúnem com Bolsonaro na casa do empresário Paulo Marinho, na zona sul do Rio.

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"Houve gente do próprio futuro governo falando que não tem pressa de fazer reforma da Previdência. Ele jornalista que fez a pergunta está dizendo que o Onyx, que é coordenador político, falou de banda cambial. Ao mesmo tempo, está dizendo que o Onyx falou que não tem pressa na Previdência. Aí o mercado cai. Estão assustados por quê? É um político falando de economia. É a mesma coisa do que eu sair falando de política. Não dá certo, né?", afirmou Guedes.

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