Tópicos | Direito do trabalhador

Com objetivo de preservar os direitos dos trabalhadores, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) apresentou sete emendas à medida provisória 927/2020, editada pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O texto trata sobre as relações trabalhistas durante a vigeria do estado de calamidade pública provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Não podemos permitir que os trabalhadores sofram com perdas justamente quando mais precisam. Nesse momento, precisam proteger as pessoas”, afirma o parlamentar.

Danilo Cabral lembra que a MP 927 passou por alteração, com a supressão do artigo que tratava sobre a suspensão dos contratos de trabalho e dos salários por quatro meses. “Apesar desse recuo, que foi uma vitória da sociedade, há muitos pontos que precisam ser modificados e aperfeiçoados”, diz. Ele acrescenta que o texto atenderam o setor empresarial, baseado na redução das prerrogativas dos trabalhadores, com alteração nas regras relativas à jornada, a férias e vigência de acordos e convenções coletivas.

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A primeira emenda restringe as mudanças nas relações de trabalho apenas ao período que durar a pandemia. O deputado lembra que o Poder Legislativo reconheceu que os efeitos da declaração do estado de calamidade pública limitam-se ao cumprimento dos resultados fiscais e limitações financeiras da União, não podendo servir de anteparo para uma maior limitação dos direitos trabalhistas dos empregados do país.

Outra emenda trata sobre a alteração do regime de trabalho presencial teletrabalho ou trabalho à distância. Na redação original, há a possibilidade de o empregador convocar o trabalhador a retornar às atividades presenciais sem qualquer formalidade ou garantia quanto à cessação do risco que motivou o afastamento do trabalho presencial. O deputado sugere que essa convocação dependerá da cessação das medidas de contenção existentes em decretos federais ou locais acaba por fragilizar a finalidade da norma.

Danilo Cabral também apresentou emenda para que a antecipação de férias se limite aos períodos aquisitivos concluídos até 31 de dezembro de 2020, não sendo autorizada a negociação de períodos futuros de férias. Há outra emenda que impede a negociação direta entre empregador e empregado, mantendo a primazia da negociação coletiva, mas sugere que poderá haver mudanças em acordos pela anuência do sindicato, por meios telemáticos, dispensada a assembleia geral, bem como que possam ser incluídas cláusulas excepcionais de garantia de emprego e medidas sanitárias de controle de exposição ao risco biológico de adoecimento pelo covid19.

Na sexta emenda, o deputado trata sobre os trabalhadores do grupo de risco, gestantes e lactantes. Ela assegura seu o afastamento das atividades laborais, quando não for possível o regime de trabalho remoto, de forma a minimizar o contato social e os riscos de contágio pela Covid-19. Por fim, há uma emenda que anula a retirada do poder de Polícia Administrativa da atividade de Inspeção do Trabalho. Para Danilo Cabral, reduzir os poderes dos Auditores Fiscais do Trabalho é um manifesto contrassenso.

*Da assessoria

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o falecimento do ex-senador José Eduardo Dutra, afirmando que o Brasil "perdeu um de seus mais comprometidos lutadores pelos direitos do trabalhador". Em nota divulgada em sua página no Facebook, Lula destacou, que, como primeiro presidente da Petrobras dos governos do PT, Dutra "deu início ao processo de revitalização que realizamos na empresa na última década". O ex-presidente também ressaltou que o ex-senador "escreveu seu nome na história" ao presidir o Partido dos Trabalhadores ao longo da campanha de eleição de Dilma Rousseff.

"Neste momento de tristeza e luto, lamentamos que uma trajetória brilhante tenha sido interrompida tão cedo, e transmitimos nossos sentimentos e toda nossa solidariedade aos familiares e amigos", afirmou Lula.

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O ex-senador faleceu na madrugada deste domingo, 4, em Belo Horizonte (MG), aos 58 anos. Dutra lutava contra um câncer. O funeral ocorrerá nesta segunda, na capital mineira. No mesmo dia, o corpo de Dutra será cremado.

Dutra foi presidente da Petrobras de janeiro de 2003 até julho de 2005 e da BR Distribuidora de setembro de 2007 a agosto de 2009, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deixou o cargo para disputar a presidência do Partido dos Trabalhadores, sendo eleito para o biênio 2010-2012.

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