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O empresário e economista Eduardo Fauzi, suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov à sede da produtora do Porta dos Fundos, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, foi extraditado da Rússia para o Brasil. O processo teve início nesta quarta-feira, 2.

Ele foi trazido de Moscou, capital russa, e colocado à disposição da Justiça do Rio. A extradição estava autorizada desde janeiro e não tem relação com a guerra travada entre a Rússia e a Ucrânia.

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O economista deixou o Brasil em 29 de dezembro de 2019, cinco dias após o ataque ao grupo de humor, que aconteceu na véspera do Natal, e um dia antes da Justiça decretar sua prisão. Desde então, passou a integrar a lista de Difusão Vermelha da Interpol.

A prisão aconteceu em setembro de 2020 no Aeroporto Internacional de Koltsovo, em Ekaterinburg, na Rússia. Desde então, o Núcleo de Cooperação Internacional da Polícia Federal iniciou os trâmites para que ele fosse trazido de volta ao País.

Ataque

Fauzi foi identificado como um dos cinco autores do atentado ao Porta dos Fundos após ter sido flagrado por câmeras de segurança deixando o carro usado na fuga. O grupo lançou bombas na fachada da sede da produtora na madrugada de 24 de dezembro, mas o fogo foi contido por um dos seguranças e ninguém ficou ferido.

Na época, o canal de humor era alvo de críticas em razão do lançamento do especial de Natal A Primeira Tentação de Cristo, na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. Um abaixo-assinado online chegou a pedir a retirada do programa da plataforma de streaming, sem sucesso. Ações judiciais também foram ajuizadas, mas decisões da Justiça do Rio e de São Paulo arquivaram os pedidos.

Dias após o ataque, o economista chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que chamou os humoristas de 'intolerantes'. No registro, ele diz que 'quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro'. "Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos", afirmou.

O empresário Eduardo Fauzi, suspeito de atacar a sede da produtora Porta dos Fundos, em dezembro de 2019, no Rio de Janeiro, foi preso pela Interpol na Rússia. Segundo informações da TV Globo, foi solicitada a extradição de Fauzi para o Brasil.

A defesa negou que o cliente tenha sido detido. Os advogados dele disseram que as autoridades russas fizeram apenas uma apreensão. Já a Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a prisão.

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Eduardo Fauzi é apontado como um dos cinco homens que jogaram coquetéis molotov na portaria da produtora. A ação teria sido motivada devido ao filme Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo, exibido no catálogo da Netflix no fim do ano passado.

A produção revoltou religiosos ao retratar Jesus Cristo como homossexual. O personagem interpretado pelo ator Gregório Duvivier foi bastante criticado na internet. O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi contrário ao enredo do filme. "Somos a favor da liberdade de expressão, mas vale a pena atacar a fé de 86% da população? Fica a reflexão", disse o parlamentar. 

 O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio Schietti Cruz indeferiu nesta quarta-feira (5) um habeas corpus que pedia salvo-conduto a Eduardo Fauzi, investigado por participação no atentado contra a sede da produtora do canal Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, em dezembro último.

A Polícia Civil investiga Fauzi pelos supostos crimes de homicídio tentado e explosão. O mandado de prisão temporária foi expedido em 30 de dezembro pelo juízo de plantão da 3ª Vara Criminal do Rio, mas não foi cumprido porque o acusado viajou para a Rússia.

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Ao negar a liminar em habeas corpus anterior, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) afirmou ser incontroverso que o ataque ao Porta dos Fundos foi um ato criminoso. Quanto à tipificação – um dos questionamentos feitos pela defesa –, o TJRJ entendeu que a apuração do caso está a indicar o correto enquadramento da conduta como crime doloso contra a vida, na forma tentada.

Além disso, para o tribunal fluminense, a concessão da liminar, que permitiria ao acusado voltar ao Brasil sem o risco de ser preso, poderia dar margem para que ele interferisse no andamento das investigações.

No habeas corpus preventivo dirigido ao STJ, a defesa de Eduardo Fauzi alegou que a prisão temporária foi decretada sem qualquer embasamento jurídico, lastreada apenas na pressão da mídia.

Competênc​​​ia

Para o ministro Rogerio Schietti, relator, os fatos apontados pelo TJRJ ao negar a liminar revelam que não há flagrante ilegalidade que justifique a intervenção do STJ neste momento processual.

O ministro disse que o habeas corpus não pode servir de instrumento para afastar as regras da competência judicial, de modo a submeter à apreciação das mais altas cortes do país, em poucos dias, decisões de primeira instância às quais se atribui suposta ilegalidade.

Na decisão em que indeferiu a petição da defesa, o relator aplicou o entendimento da Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual não deve ser conhecido o habeas corpus que aponta como ato coator a negativa de liminar na instância antecedente, sem ter havido ainda o julgamento de mérito. De acordo com a jurisprudência, a súmula só não se aplica em casos de ilegalidade flagrante.

"Não contribui para a higidez do sistema de Justiça criminal que, salvo hipóteses excepcionais, pedidos de habeas corpus ainda não previamente apreciados por um órgão colegiado, nem sequer instruídos com as informações do juiz de primeiro grau e o parecer do órgão do Ministério Público Federal, sejam decididos de maneira precária" – explicou Schietti.

Supressão de ins​​tâncias

Segundo o relator, se qualquer decisão de um juiz de primeira instância pudesse ser, de forma direta, revisada pelos tribunais superiores, "o sistema de Justiça criminal entraria em colapso, mormente em um país continental como o Brasil, com população superior a 200 milhões de habitantes e com um Poder Judiciário fracionado em mais de 18 mil magistrados, já incumbidos do exame de cerca de 80 milhões de processos".

A supressão de instâncias, destacou o ministro, prejudica não apenas os jurisdicionados em geral, mas também o próprio postulante da tutela de urgência, uma vez que a utilização da estrutura dos tribunais para analisar essas demandas imediatas retarda a solução de centenas de processos com tramitação regular, e a antecipação do exame gera reflexos no que o postulante da tutela de urgência poderia questionar em recurso futuro.

"São preocupações que deveriam ser sopesadas por todos os sujeitos processuais, para que se busque alcançar um maior equilíbrio entre o lídimo direito de acesso ao Judiciário e o dever de prestar jurisdição com qualidade, celeridade e justiça", concluiu o relator ao indeferir o habeas corpus.

Ele lembrou que o eventual exame do mérito do habeas corpus impetrado no TJRJ, por um de seus órgãos colegiados, poderá inaugurar a competência do STJ e permitir a apreciação do pedido da defesa.

Leia a decisão​ AQUI.

*Do site do Superior Tribunal de Justiça

 

 

O nome do economista Eduardo Fauzi Richard Cerquise, suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov contra a produtora do Porta dos Fundos, foi incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol. A difusão vermelha é o alerta máximo da Interpol e limita os deslocamentos do alvo. Se ingressar em território que integra a comunidade policial, Fauzi pode ser imediatamente detido.

O economista está foragido desde o último dia 30 de dezembro, quando a Polícia Civil tentou cumprir mandado de prisão contra em quatro endereços ligados a ele no Rio de Janeiro, mas não o encontrou. Depois, descobriu-se que Fauzi havia embarcado para a Rússia um dia antes de sua prisão ser decretada.

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Já na Rússia, Eduardo Fauzi divulgou um vídeo de pouco mais de sete minutos no qual ataca o Porta dos Fundos e utiliza argumentos cristãos para chamar os humoristas de "intolerantes, marginais e bandidos".

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