Tópicos | Edvan Luiz da Silva

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou recurso da defesa de Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, acusado de estuprar e assassinar a fisioterapeuta Tássia Mirela de Sena Araújo, de 28 anos, no dia 5 de abril de 2017 em um flat de Boa Viagem. A Quarta Câmara Criminal reiterou a decisão de que o réu siga para júri popular.

A defesa alegava nulidade do processo por infrações ao Código Penal. Entre os argumentos, estavam o excesso de linguagem na decisão da pronúncia; falta de intimação do advogado para sustentação oral em plenário; cerceamento da defesa; e ausência de garantia do contraditório na produção de perícias técnicas. A Quarta Câmara rebateu os tópicos, apontando que não foi possível identificar os dispositivos de lei supostamente transgredidos.

##RECOMENDA##

Edvan vai responder por estupro e homicídio com quatro qualificadoras (feminicídio, emprego de meio cruel, sem chance de defesa da vítima e assegurar a ocultação de outro crime). A decisão de que o acusado deveria ir a júri popular foi tomada ainda em setembro de 2017. A defesa já havia entrado com recurso, também indeferido.

O caso

Segundo os autos, o crime ocorreu pela manhã no interior do apartamento 1206 do Edifício Golden Shopping, em Boa Viagem. Após passar a madrugada bebendo na companhia de amigos, Edvan teria entrado no apartamento da vítima, estuprado ela e cortado o pescoço dela, que quase foi degolada. A investigação criminal apurou que o acusado tinha histórico de violência, era usuário de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas, e, apesar de ser casado, costumava assediar de forma frequente outras mulheres, conforme prova testemunhal.

Foi por volta das 7h da manhã que os vizinhos da vítima e do acusado, moradores do 12º andar do edifício, começaram a ouvir gritos e barulhos que se assemelhavam a uma violenta briga de casal. De acordo com a investigação, foram ouvidos gritos de uma voz feminina, clamando por ajuda para não morrer. Moradores, o gerente e o zelador do condomínio se aproximaram do apartamento e, através de uma janela de circulação de ar, puderam observar o corpo da vítima já possivelmente sem vida. Ao forçarem a porta, perceberam que o autor do crime ainda estava no interior do apartamento, pois exerceu grande força de dentro para fora.

A polícia encontrou fragmentos e fios de cabelo do agressor na vítima. Também foi visualizado um rastro de sangue saindo do apartamento da vítima até a porta de entrada do apartamento do acusado, que se negou a abrir a porta ao ser interpelado pela polícia, sendo necessário chamar um chaveiro. Edvan se encontrava deitado, como se estivesse dormindo, apenas de cueca e com marcas recentes de mordidas e unhadas. Em alguns locais de seu apartamento, foram achados vestígios de sangue de Tássia Mirella, de acordo com laudo pericial.

LeiaJá também

--> Polícia indicia Edvan Luiz pela morte de Mirella 

--> Mulher de Edvan Luiz diz que ele nunca se mostrou violento 

--> "É irrefutável. Foi ele", diz delegado do caso Mirella 

--> Caso Mirella: 'O machismo bateu na porta dela'

Na manhã da última quarta-feira (21), Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, passou por audiência de instrução após acusação de ter matado a fisioterapeuta Mirella Sena, de 28 anos. Por volta das 8h ele chegou ao local e pouco tempo depois foi dado início ao procedimento. Ao final, às 16h, a defesa solicitou detalhamento dos laudos que fundamentaram o inquérito.

Segundo Joseane Bernardo, prima da vítima, “ao final, o promotor pronunciou algumas palavras e a defesa fez a solicitação desses laudos detalhados. Ele não foi interrogado e nem ficou na mesma sala das testemunhas. Minha tia não quis se deparar com ele”. Ao todo, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foram ouvidas 13 testemunhas convocadas pelo Ministério Público de Pernambuco MPPE, dentre elas, dois familiares de Mirella; um amigo da jovem; dois policiais civis; o gerente do prédio; o porteiro do prédio; dois moradores do prédio; a namorada de um dos moradores; e três pessoas que conheciam ou tiveram proximidade com o acusado. A defesa de Edvan não convocou testemunhas.

##RECOMENDA##

Durante uma entrevista exclusiva ao Jornal do Commercio, o preso questionou as investigações. "Perícias são falhas, perícias erram. (...) Eu não estou aqui para culpar ou direcionar culpa para ninguém sobre isso. Eu só vou dizer uma coisa: eu não fiz isso". 

Conforme o TJPE, o pedido da defesa foi acatado pelo juiz Pedro Odilon. A partir de então, a perícia tem 30 dias para fornecer esse material. Após a análise desses laudos feita pela defesa, ocorre o interrogatório do réu. “O magistrado também decidirá se há necessidade de ouvida de peritos. Após interrogatório, o MPPE tem cinco dias para alegações finais. Na sequência, a defesa tem cinco dias também. Quando os autos voltarem ao Juízo, o juiz Pedro Odilon decide pela pronúncia ou impronúncia do acusado. Ou seja, se vai a júri popular, ou não. Cabe recurso”.

LeiaJá também

--> Justiça decreta prisão de suspeito de matar Mirella

--> Caso Mirella: 'O machismo bateu na porta dela'

--> Caso Mirella: familiares protestam em frente ao fórum

--> "É irrefutável. Foi ele", diz delegado do caso Mirella

O comerciante Edvan Luiz da Silva, de 32 anos, acusado de estuprar e assassinar a vizinha, a fisioterapeuta Tássia Mirella de Sena Araújo, pode estar envolvido no assassinato de outra mulher no Recife, em 2013. De acordo com a Polícia Civil, o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) reabriu a investigação do crime e testemunhas já estão sendo ouvidas. 

A polícia também disse que é prematuro afirmar a autoria do crime, mas que três suspeitos estão sendo investigados, incluindo Edvan Luiz. O delegado Alfredo Jorge vai ouvir as testemunhas e a informação inicial é de que a vítima teria sido degolada no bairro do Cabanga, Zona Sul do Recife. "A Polícia Civil irá se pronunciar somente em momento oportuno, quando a divulgação das informações não colocar em risco as investigações", conforme informações oficiais. 

##RECOMENDA##

Entenda o caso

O inquérito policial do homicídio de Tássia Mirella Sena de Araújo foi concluído e entregue ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no dia 12 de abril.  Edvan Luiz da Silva, vizinho da vítima, foi indiciado por estupro e homicídio triplamente qualificado, por assegurar a ocultação de outro crime, sem possibilidade de defesa da vítima e feminicídio. 

Os exames confirmaram que o sangue encontrado no apartamento de Edvan Luiz pertencia à vítima e de que, sob as unhas de Mirella, havia material genético [fios de cabelo e pele] de Edvan. O corpo dela foi encontrado na sala do imóvel sem roupas e com ferimento à faca no pescoço, além de cortes nas mãos.

Com os resultados, a Polícia Civil declarou a conclusão do caso.  “É irrefutável. Não há mais o que discutir. Foi ele”, disse o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, na ocasião.

LeiaJá também

--> Mulher é encontrada morta em prédio na Zona Sul do Recife

--> Vizinho suspeito de matar mulher em Boa Viagem é preso

--> Assassinato de jovem em Boa Viagem teve motivação sexual

--> Caso Mirella: 'O machismo bateu na porta dela' 

--> Justiça decreta prisão de suspeito de matar Mirella 

--> "É irrefutável. Foi ele", diz delegado do caso Mirella

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando