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Com a chegada do período de reprodução dos escorpiões, entre agosto e setembro, é preciso estar atento e adotar algumas medidas para evitar o aparecimento desses aracnídeos em suas residências. A bióloga do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador (CCZ), Ana Virgínia Rocha, destacou algumas orientações importantes.  

De acordo com a bióloga, a limpeza adequada dos quintais, jardins e terrenos baldios é essencial para evitar a presença de escorpiões. “É importante não acumular lixo doméstico nem manter restos de materiais de construção ao ar livre. Além disso, é fundamental fechar bem as frestas das portas, janelas e os ralos para impedir a entrada desses animais”, alertou.  

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A bióloga também ressaltou que é necessário examinar as roupas e calçados antes de usá-los, a fim de evitar surpresas desagradáveis. “Se acontecer algum incidente com algum escorpião, deve-se lavar imediatamente o local com água e sabão, se manter calmo e controlado e se dirigir imediatamente para alguma unidade de saúde mais próxima, se possível, levando o animal agressor para identificação”, completou Ana Virgínia.  

A especialista explicou ainda que, em Salvador, existem cerca de oito espécies de escorpiões, sendo que três delas apresentam importância médica, podendo causar danos ao ser humano. Em caso de qualquer ocorrência com escorpiões na residência, a população deve entrar em contato com o Fala Salvador, no número 156, ou com o CCZ pelos números (71) 3202-2261 ou 3202-1269. 

Pernambuco

Em Pernambuco, acidentes com animais peçonhentos podem ser registrados no Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Pernambuco (CIATox-PE). O serviço de teleatendimento, pelo 0800.722.6001, funciona 24 horas, todos os dias da semana, incluindo os finais de semana e feriados. A ligação é gratuita.

Com informações da assessoria

No estado de São Paulo, as ocorrências com escorpiões cresceram 24% em 2018 em comparação com 2017, de acordo com dados do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde divulgados hoje (29).

No ano passado, em todo o estado, foram registrados 26,9 mil casos de ataques de escorpião, com 12 mortes. Já em 2017, houve o registro de 21,7 mil casos, com sete mortes. E em 2016, foram 18 mil casos, com cinco mortes.

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As cidades que mais registraram casos em 2018 foram São José do Rio Preto, com 5 mil casos, e Araçatuba, com 4 mil. De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o país, mais de 141 mil pessoas foram atacadas por escorpiões no ano passado.

A coordenadora do Instituto Butantan, Hui Wen, explica que o maior número de escorpiões se deve a elevação da temperatura global, o aumento das chuvas no verão, além das condições de proliferação, como lixos e entulhos. “É necessário manter a casa sempre limpa, evitar madeira, tijolo, entulho e baratas”, alerta Hui.

O período do verão – entre dezembro e março – exige maior cuidado dos brasileiros em relação aos acidentes com escorpiões, já que o clima úmido e quente é considerado ideal para o aparecimento desse tipo de animal peçonhento, que se abriga em esgotos e entulhos. A limpeza do ambiente e a adoção de hábitos simples, de acordo com o Ministério da Saúde, são fundamentais para prevenir picadas.

No ambiente urbano, a orientação para evitar a entrada de escorpiões em casas e apartamentos é usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Os cuidados incluem ainda afastar camas e berços das paredes e vistoriar roupas e calçados antes de usá-los. Já em áreas externas, a principal dica é manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico.

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Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões. Outra recomendação é manter o gramado sempre aparado, não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro na hora de manusear entulhos e materiais de construção e em atividades de jardinagem.

O ministério não recomenda o uso de produtos químicos como pesticidas para o controle de escorpiões. “Estes produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes”, informou.

Populações mais expostas

Os grupos considerados mais vulneráveis são trabalhadores da construção civil, crianças e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de casa ou nos arredores e quintais. Nas áreas urbanas, também estão sujeitos a picadas trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, que manuseiam objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar escondidos.

Acidentes

A maioria dos acidentes com escorpiões, segundo a pasta, é leve, com quadro de início rápido e duração limitada. Nessas situações, a pessoa apresenta dor imediata, vermelhidão, inchaço leve por acúmulo de líquido e sudorese localizada, com tratamento sintomático.

Crianças abaixo de 7 anos têm mais chance de apresentar sintomas como vômito e diarreia, principalmente quando picadas por escorpião-amarelo, que pode levar a casos graves e requer a aplicação do soro em tempo adequado.

As recomendações incluem ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo e, se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie. Limpar o local da picada com água e sabão, de acordo com o ministério, pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.

A lista de hospitais de referência para utilização do soro antiescorpiônico pode ser acessada aqui.

Números

Dados do ministério mostram que, em 2018, foram contabilizados 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões no Brasil. Em 2017, foram 125 mil registros. Os números, de acordo com a paasta, ainda são preliminares e serão revisados. Em 2016, foram 91,7 mil notificações. Em relação às mortes, 115 óbitos foram registrados em 2016 e 88 em 2017.

São Paulo registra mais de dois casos de ataques de escorpião por hora e o número vem crescendo. São 11,5 mil casos este ano, ante 21,7 mil em 2017, 18.829 em 2016 e 15.107 em 2015. Os números crescem desde 2011, quando houve 7.017 ataques. A morte mais recente neste ano foi de Yasmin Lemos de Campos, de 4 anos, enterrada nesta quarta-feira, 11, em Cabrália Paulista.

Yasmin foi picada quando brincava no quintal, por volta das 11 horas de terça-feira, 10, e acabou morrendo horas depois em Bauru. A dificuldade em encontrar o soro para o veneno foi um dos problemas.

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Encaminhada inicialmente para um posto de saúde, de lá a menina foi transferida para o hospital de Duartina, município a 10 quilômetros de distância. O estabelecimento, porém, também não tinha soro. Yasmin acabou levada de ambulância para Bauru, em uma viagem de 50 quilômetros.

O soro antiescorpiônico foi ministrado às 14h10 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Bela Vista, mais de três horas depois da picada. A criança não resistiu e acabou morrendo. "Foi tudo muito demorado. Eles ligaram para Cabrália mandar uma ambulância. Isso não está certo", disse Letícia Lemos, mãe da criança.

O prefeito de Cabrália, Zequinha Madrigal (PTB), afirma que o envio da ambulância foi rápido, mas que a cidade vizinha deveria ter providenciado o transporte. A direção do hospital de Duartina alega ter seguido um protocolo, que prevê o fornecimento da ambulância conforme a origem do paciente.

Já a prefeitura local informa que nesse caso a regra poderia ser quebrada. Para apurar o que aconteceu foi aberto um inquérito policial.

Outras crianças já morreram em casos semelhantes neste ano. Em Sumaré um menino morreu no último sábado, seis dias após ser picado ao calçar um tênis. Nicolas Benette morava em um condomínio com infestação de escorpiões. "Assim que sentiu a picada, já saiu correndo e gritando", conta a mãe, Renata Benette. Em abril, outro garoto, de 6 anos, foi vítima em Barra Bonita. Sem soro na cidade, foi levado para o hospital de Jaú, onde morreu.

A Secretaria de Saúde de São Paulo destacou que apenas redistribui o soro antiescorpiônico, sendo a aquisição e a distribuição de responsabilidade do Ministério da Saúde. O Estado afirma ainda que "o envio de ampolas a São Paulo continua ocorrendo de forma irregular". A necessidade é de 650 ampolas por mês, mas em julho, por exemplo, recebeu só 126 ampolas.

Já o ministério dá outros números e diz que em julho São Paulo recebeu 350 doses. E frisa que os Estados "são responsáveis por fazer a distribuição", podendo remanejar "de uma cidade para outra".

Prevenção

Apenas em Americana, 234 pessoas foram picadas no primeiro semestre deste ano. Segundo o veterinário José Brites Neto, na cidade a maioria dos ataques envolve a espécie Tityus serrulatus (escorpião amarelo). "O seu veneno possui efeito neurotóxico maior do que o encontrado na espécie marrom", explica.

Para Rogério Bertani, pesquisador do Instituto Butantã, o aumento de casos está relacionado ao avanço do desmatamento e à capacidade de adaptação do animal. "O escorpião se urbanizou, se acostumou a viver ao redor do homem, principalmente nas periferias dos municípios. O escorpião amarelo, por exemplo, pode se reproduzir sem a necessidade do macho."

O grupo de pesquisa de Bertani documentou neste ano uma terceira espécie no Estado. "Verificamos que houve introdução de uma espécie típica do Nordeste, o Tytius stigmurus." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os 300 alunos do Centro de Educação e Recreação Cyro Guedes Ramos, em Araraquara, no interior de São Paulo, tiveram as aulas suspensas na segunda-feira (27)depois de terem sido encontrados escorpiões em locais frequentados pelos estudantes. A escola recebe crianças de zero a cinco anos. A Secretaria Municipal de Educação informou que houve necessidade de dedetizar a escola no sábado (25) por terem sido encontrados vários desses aracnídeos.

A suspensão das aulas na segunda-feira foi comunicada aos pais pessoalmente e por telefone, além de ter sido afixado um aviso no portão da escola. As atividades foram retomadas nesta terça-feira (28), mas os cuidados preventivos vão continuar, segundo a secretaria.

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O Centro de Controle de Vetores da cidade registra em média 47 incidentes com escorpiões por mês. Em agosto, duas crianças foram internadas depois de terem sido picadas por escorpiões, nos bairros Yolanda Ópice e Jardim das Estações, mas se recuperaram.

Ataques de escorpiões também foram registrados em unidades escolares de Araçatuba em setembro deste ano. Um menino de dois anos teve de ser levado à Santa Casa do município depois de ser picado por um escorpião na Creche Casa da Criança.

Já na Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Suzana Echelon Ortiz, a vítima foi um menino de três anos. Ele foi medicado e recebeu alta. Uma menina de dois anos foi picada no pé, quando estava no berço de uma creche na Emeb Apparecida Garcia Carvalho Rico. Ela chegou a ficar internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas já recebeu alta.

Houve ainda um caso que resultou em óbito. Um menino de dois anos morreu após ser vítima de picada na Escola Municipal de Educação Básica (Emeb) Maria Helena de Freitas Carli. Ele brincava numa caixa de areia quando começou a reclamar de dores na mão. A prefeitura desencadeou uma campanha nas escolas e creches para prevenir os ataques.

Dados do Ministério da Saúde indicam que os acidentes com escorpiões vêm aumentando no Estado de São Paulo. Em 2015, houve 15.234 casos de picadas, número que subiu para 17.250 no ano passado.

Já o número de mortes vem crescendo ano a ano na última década. Em 2015, foram registrados cinco óbitos, número que passou para dez em 2016. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado, mas ainda não havia recebido resposta até a publicação desta matéria.

Um homem de 52 anos foi detido duas vezes neste domingo (10), depois de ameaçar motoristas com escorpiões vivos dentro de uma garrafa, em Americana, interior de São Paulo. O suspeito, que é morador de rua, pedia dinheiro e, a quem não o atendia, ameaçava soltar os bichos dentro do carro.

Uma mulher, abordada num cruzamento da Cidade Jardim, pediu ajuda à Guarda Municipal. Os guardas conseguiram localizar o suspeito numa rua próxima e, ao verificar que um dos escorpiões estava vivo, conduziu o homem ao plantão da Polícia Civil. Os aracnídeos foram apreendidos, mas o morador de rua foi liberado.

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No fim da tarde, a GM voltou a ser acionada depois que outra vítima fez a denúncia. Os guardas encontraram a mesma pessoa abordando e assustando os motoristas, desta vez com dois escorpiões vivos no interior de um vidro. Ele foi levado pela segunda vez ao plantão policial e ainda estava detido no fim da tarde deste domingo.

O caso foi registrado como de periclitação de vida por expor outra pessoa ao risco, com pena prevista de três meses a um ano de detenção. Segundo a Polícia Civil, o homem seria ouvido e liberado, após assinar um termo circunstanciado.

A cidade de Americana vive uma proliferação de escorpiões. Este ano, até agosto, houve 237 casos de acidentes com o bicho, um dos quais resultou na morte do menino Cauã Ferrari Santos, de dois anos, no mês passado. No último dia 5, mais de 1,5 mil escorpiões coletados pela Vigilância em Saúde do município foram entregues ao Instituto Butantan, em São Paulo, para a produção de soro contra a picada do animal.

Até o mês de maio de 2017, o número de casos de picadas de escorpião em Pernambuco é maior que o mesmo período no ano passado. Dados do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), da Secretaria Estadual de Saúde, apontam que já foram registrados 488 acidentes no Estado, enquanto, de janeiro a maio de 2016, foram registrados 470 casos. 

Para lidar com os escorpiões, que são mais frequentes no período de chuvas, a pediatra e coordenadora do Ceatox-PE, Lucineide Porto, explica sobre o animal e os riscos. "O escorpião que mais aparece (em Recife) é o Tityus Stigmurus. Ele é perigoso, principalmente para as crianças, que podem apresentar quadros de moderados a graves". Ela esclarece, ainda, que é importante ficar atento aos idosos, uma vez que podem existir outras condições médicas.

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Os casos de moderados a grave representam apenas 10% do total de picadas. Para esses pacientes específicos, a pediatra explica que a vítima, principalmente se for uma criança, deve ser encaminhada para um hospital onde é oferecido o soro antiescorpiônico, que deve neutralizar o veneno no organismo. “Nas crianças, o quadro pode se agravar com muita rapidez, evoluindo em questão de minutos”, explica a pediatra, ressaltando a importância dos minutos entre a picada e o início do tratamento. 

Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o soro é utilizado no Hospital da Restauração, no Hospital de Jaboatão e Prazeres e no João Murilo de Oliveira, em Vitória de Santo Antão. 

Para os outros 90% dos acidentes envolvendo escorpiões, quando não é necessária a aplicação do soro específico, o tratamento é realizado apenas com analgésicos e compressa morna.

A coordenadora do Ceatox lembra que os escorpiões estão presentes o ano inteiro. Em geral, no período de chuvas, eles buscam segurança em telhas, entulhos, material de construção, lixo ou locais com restos de comida. Caso alguém se depare com um escorpião, é recomendado não mexer com o animal e imediatamente acionar a Vigilância Ambiental para ver o que pode ser feito. Em caso de picadas, deve-se entrar em contato com a Ceatox que oferece as orientações necessárias. 

Os moradores do entorno da Rua Xavier Curado, na região do Ipiranga, na zona sul de São Paulo, estão preocupados com o aparecimento de escorpiões que circulam pelas calçadas e até invadem as casas na região, deste meados de outubro do ano passado.

Segundo o morador Marcus Castellani, no fim de dezembro de 2011, ele encontrou um escorpião dentro de um armário no quintal da casa. "Eu coloquei o escorpião dentro de um vidro, que foi retirado por uma equipe da zoonose. Eles também encontraram um outro animal embaixo de uma pedra, na calçada em frente da minha casa", explica.

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A situação estava pior na casa ao lado. "Uma semana antes de encontrar os escorpiões na minha casa, meu vizinho encontrou quatro escorpiões, três deles estavam dentro da casa e outro estava na calçada, em frente", relembra Marcus. Segundo os moradores, a demolição de uma casa velha, ocorrida no começo do ano passado, na Rua Bom Pastor, pode ter provocado o aparecimento dos animais peçonhentos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a secretaria, a subprefeitura do Ipiranga e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) fazem na região, desde abril de 2009, monitoramento e ação educativa, semanalmente, para prevenção de escorpião.

Segundo a secretaria, desde outubro até dezembro, 177 casas da Rua Xavier Curado, foram visitadas para localizar escorpiões, que vivem sob pedras, madeiras, troncos podres, ou em bromélias, que crescem no chão ou mesmo a grandes alturas nas árvores. Alguns animais se escondem no entulho, em madeiras empilhadas e é frequente aparecerem junto às linhas de trem, escondendo-se sob lajes dos túmulos. São animais de hábitos noturnos, alimentando-se principalmente de insetos e de aranhas.

Agravos para a saúde - Todas as espécies de escorpião podem inocular veneno pelo ferrão, sendo considerados animais peçonhentos. A gravidade do envenenamento varia conforme o local da picada e a sensibilidade do acidentado. A gravidade do acidente deve ser avaliada pelo médico. Os acidentes geralmente ocorrem quando se manuseia material de construção ou entulho em residências e são mais comuns na primavera e no verão.

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