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A insatisfação dos eleitores com a classe política e o desejo por mudanças tem cada vez mais ficado evidente no país. A um ano das eleições de 2018, o Instituto de Pesquisas Uninassau foi às ruas do Recife aferir o sentimento e a pretensão dos cidadãos diante do pleito. De acordo com os dados do levantamento, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, o retrato é de preferência pelo candidato que represente o “novo” e provoque uma mudança no cenário, além de promover a estabilidade na economia. 

Entre os que responderam a mostra, 51% disseram que pretendem votar em outubro do próximo ano. Destes, espontaneamente, a maioria disse que vai às urnas porque quer mudanças (46,2%) enquanto outros (20,8%) alegaram que a sinalização positiva é por obrigação e para exercer o direito de cidadania (18,6%). Já 21% dos entrevistados não planejam votar. Entre eles, 23,2% é porque não quer, 21,6% justificaram culpando a corrupção e 20% disseram não valer a pena.

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Com a incerteza de quem serão os candidatos que disputarão o cargo de presidente da República, o Instituto apresentou exemplos fictícios de três postulantes com perfis diferentes. O primeiro nunca atuou na política, crítica os caciques dos partidos e alega que vai mudar a forma de fazer política no país, ou seja, representa o novo; o segundo é candidato à reeleição, acusado de corrupção, mas que melhorou a economia e o país; enquanto o terceiro já foi presidente, fez pelas pessoas, mas é acusado de corrupção. 

Questionados sobre em quem votariam nesse cenário, 38% escolheram o postulante que representa o novo, enquanto 21% votariam em quem fez o Brasil melhorar economicamente e 18% optariam por aquele que fez pelas pessoas.

Quanto a como se posicionam ao tomar uma decisão, sabendo que esta influenciará no seu futuro, 43% dos eleitores entrevistados pontuaram que preferem escolhas que provoquem mudanças radicais, 36% ponderam o desejo por modificações, mas que não sejam drásticas e 8% não responderam que decidem por opções que não mudem a vida. Trazendo a indagação para o pleito eleitoral de 2018, os eleitores seguiram no mesmo sentido.  

Dos que responderam, 55% afirmaram que pretendem decidir na disputa por mudanças radicais no país e no estado; 25% desejam escolher candidatos que provoquem alterações, mas não tão enérgicas, e 8% não dizem que suas decisões na próxima corrida eleitoral não devem provocar modificações.

A economia e a influência no voto

Mesmo com o desejo de que o novo ganhe fôlego, um fator que deve preponderar nas eleições em 2018 é a conjuntura econômica. Segundo o estudo, 71% dos eleitores reconhecem que existe crise na economia do país e sabendo que governadores e presidentes podem disputar a reeleição, 88% dos que responderam a amostra disseram que admiram gestores executivos que contribuíram para que a crise fosse superada e 83% afirmaram admirar os que fizeram pouco, mas conseguiram proporcionar políticas públicas para o povo durante a crise. 

Caso estivesse com a vida melhorando e o com otimismo diante do cenário do país, os eleitores (58%) inquiridos pelo Instituto de Pesquisas Uninassau disse preferir um candidato a presidente que traga a certeza de que tudo continuará melhorando, (20%) apresente um bom passado e (7%) ofereça incertezas.  

Ao analisar os dados da pesquisa o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, ponderou que o eleitor tem esperança que exista um candidato novo e livre da corrupção nas eleições de 2018, mas também está “farto com a situação econômica e quer a melhoria de vida”. 

“Há duas questões: se tiver um candidato novo e com estrutura de campanha política ele tende a crescer, mas a pergunta é será que este candidato será disponibilizado para o eleitor ou não?  O segundo ponto que temos que considerar é que a variável econômica existirá, no sentido de que eu prefiro o novo, mas se está disponível um candidato que fez pela economia em algum momento ou que recuperou a economia diante desta crise, esses dois candidatos terão chances de disputar a eleição com possibilidade de vitória”, salientou.

“Como eu prevejo que não terá um candidato novo com estrutura de campanha, a ordem será mantida. A eleição será disputada com base na economia”, acrescentou o estudioso que também é coordenador do levantamento.

O Instituto foi às ruas da capital pernambucana nos dias 4 e 5 de outubro. Foram ouvidas 624 pessoas. O nível de confiança da amostra é de 95% e a margem de erro é estimada em 4 pontos percentuais.

O deputado federal líder da oposição no Congresso, Bruno Araújo (PSDB), declarou que o governo federal está comprometendo cada vez mais a estabilidade econômica conquistada com o plano Real e agindo com total irresponsabilidade.

Segundo Araújo, algumas ações do governo federal têm afetado o câmbio livre, o cumprimento de metas da inflação e o superávit primário, usando de ‘manobras’ contábeis para fechar as contas de 2012 publicadas no Diário Oficial da União.

Outro tema levantado pelo deputado diz respeito à desoneração tributária dos itens da cesta básica no Brasil. O tucano pretende entrar nesta semana com um requerimento de informação na Comissão Representativa do Congresso, para saber o resultado dos trabalhos realizados pelo grupo formado para analisar o assunto.

Ao falar sobre o veto da presidenta Dilma a emenda do PSDB da Medida Provisória 563, que zerava as alíquotas de IPI, PIS e Cofins, o tucano argumentou que a medida foi uma maneira de evitar que chegasse na opinião pública a informação de que a desoneração da cesta básica teve a iniciativa do PSDB.

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