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Atingido por declarações reiteradas do ministro da Economia, Paulo Guedes, o PSDB divulgou, nesta quarta-feira (8), uma carta aberta assinada pelo presidente do partido, Bruno Araújo, com uma dura resposta ao chefe da equipe econômica.

Recentemente, em entrevista à CNN Brasil veiculada no último domingo (5), Guedes afirmou que, "se o Plano Real fosse tão extraordinário", o PSDB não teria perdido diversas eleições presidenciais consecutivas nas últimas duas décadas.

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"Parece coisa de gente que até agora não conseguiu ser parte relevante de um único momento memorável sequer da história do nosso país. Só isso, ou alguma absoluta amnésia, explica a tentativa do atual ocupante do Ministério da Economia de tentar diminuir a relevância do Plano Real ou de outras conquistas econômicas e sociais promovidas pelo PSDB em seus governos", respondeu Araújo, na carta.

O presidente do PSDB lembra que antes do Real o Brasil lidava com a hiperinflação, que corroía o poder de compra, sobretudo, da população mais pobre. "Paulo Guedes talvez não se importe com coisas desta natureza", continuou.

Araújo ainda recomenda que o ministro se ocupe com uma agenda que busque melhorar a vida das pessoas, citando a atual crise decorrente da pandemia de covid-19. Ele critica também as promessas da equipe econômica sobre o envio das reformas tributária e administrativa ao Congresso - sempre adiadas -, além da demora na privatização de estatais.

"Até agora, passados 18 meses, o ministro da Economia continua no vermelho, continua devendo. Até agora, Paulo Guedes foi apenas o ministro do 'semana que vem nós vamos', ministro de uma semana que nunca chega", completou.

O presidente do PSDB ataca ainda o fraco resultado do crescimento econômico em 2019, com alta de apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). "Mesmo antes da pandemia, o tão esperado crescimento econômico - aquele que Paulo Guedes vivia dizendo que 'estava decolando' - nunca ocorreu. Agora não passa de miragem, sabe-se lá para quando", acrescentou.

A carta do PSDB segue citando medidas adotadas nos governos chefiados pelo partido, como as privatizações de telefonia, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a criação de programas de transferência de renda, a universalização da Educação e a criação dos medicamentos genéricos.

"No período em que o PSDB fazia tudo isso, Jair Bolsonaro, o chefe do atual ministro, mantinha-se gostosamente abraçado ao Partido dos Trabalhadores na trincheira contra a modernização do País. Votava contra todas as reformas, contra o Plano Real, contra as privatizações e sempre pela manutenção e pela ampliação de privilégios e interesses corporativos. Talvez seja isso que explique a raiva que Paulo Guedes sente pelo PSDB", concluiu Araújo.

Para celebrar os 25 anos do Plano Real, o PSDB começa a divulgar a partir desta segunda-feira (1º) uma série de filmes curtos para as redes sociais mostrando a passagem histórica do plano implantado em julho de 1994, liderado por Fernando Henrique Cardoso, que foi eleito presidente da República em seguida. 

A campanha será veiculada no Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e divulgado em grupos de WhatsApp ligados ao partido. O alvo da campanha é, principalmente, os 42% da nossa população com menos de 25 anos de idade, que não tinham nascido quando a primeira cédula de real circulou. 

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Atualmente, há 127 milhões de brasileiros com menos de 40 anos, 66% da população segundo o IBGE, que não acompanharam o processo de combate à alta diária de preços da moeda.

 “O Real é visto como plano econômico. Mas foi na verdade o maior programa social já implantado no Brasil. Na época da hiperinflação, por não conseguirem se proteger da alta de preços, os mais pobres chegavam a perder metade de seus salários em um mês. Com o real tiveram ganho de renda imediata. O plano garantiu mais comida na mesa das famílias”, afirma o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

O dólar subiu 1,17% e fechou a quinta-feira, 13, com o maior valor do Plano Real, em R$ 4,1998. Preocupações com as eleições seguiram ditando o ritmo das cotações no mercado de câmbio e o real se descolou de outras moedas de países emergentes, que hoje subiram ante a divisa americana. A Argentina foi outra exceção e o dólar chegou muito perto de 40 pesos, o que também contribuiu para o clima de maior nervosismo por aqui. No mercado futuro, o dólar para outubro fechou R$ 4,2140, sinalizando que a moeda pode testar esse novo patamar.

Até hoje, a maior cotação do Plano Real, implementado em 1994, havia sido atingida em 21 de janeiro de 2016, de R$ 4,1705, refletindo uma decisão inesperada do Banco Central de manter a taxa Selic inalterada, quando todo o mercado esperava uma alta de 0,25 ponto porcentual. O BC seguiu fora do mercado hoje, sem ofertar novos recursos, fazendo apenas a rolagem de contratos de swap. A última atuação da autoridade monetária foi dia 31 de agosto, quando realizou leilões de linha com compromisso de recompra.

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No cenário político, os profissionais destacam que o clima é de cautela, com os investidores aguardando a nova pesquisa do Datafolha, que sai na noite desta sexta-feira, e monitorando os rumos da campanha de Jair Bolsonaro (PSL), após ele ser submetido a nova cirurgia ontem, de emergência. Hoje, o deputado Major Olímpio (PSL), aliado de Bolsonaro, disse que é a orientação médica que vai ditar os próximos passos do militar reformado na campanha, e não o calendário eleitoral. Para o operador de câmbio da Fair Corretora, Hideaki Iha, a preferência do mercado era Geraldo Alckmin (PSDB), mas os agentes têm menos medo de Bolsonaro do que de Ciro Gomes (PDT) ou Fernando Haddad (PT).

O analista da gestora Bulltick em Miami, Klaus Spielkamp, disse que atende clientes de vários países da América Latina e a percepção deles em relação ao Brasil é a mesma: a elevada incerteza sobre o resultado das eleições, que pode ter a volta de um governo de esquerda ou a vitória de um nome de extrema direita ou ainda outros com perfis mais moderados. "Como o segundo colocado está muito indefinido ainda, ninguém consegue montar um único cenário do resultado, e acabam tendo que montar muitos cenários possíveis", ressalta ele. Na dúvida, afirma o analista, muitos agentes preferem ficar fora do risco Brasil por enquanto, ajudando na disparada do dólar, das taxas do Credit Default Swap (CDS), derivativo de crédito que protege o investidor contra calotes na dívida soberana, e do EWZ, maior fundo de índice que reproduz ativos brasileiros em Nova York. Hoje, o EWZ caiu 1,7% e acumula perda de 25% no ano.

A candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, exaltou aliados da sua candidatura que tiveram influente participação em iniciativas populares no País, como o André Lara Resende, no Plano Real, Ricardo Paes de Barros, principal responsável pela formulação dos programas sociais dos governos petistas, além de Eduardo Jorge, seu vice na chapa e que articulou recursos mínimos ao Sistema Único de Saúde (SUS). "Eu tenho a felicidade de ter pessoas muito eficientes para governar comigo", disse, e emendou: "Nós vamos dar um basta na ineficiência do Brasil".

A fala veio em resposta a pergunta sobre como melhorar o sistema dos Correios no Brasil e questionava, entre outras coisas, a possibilidade de se privatizar a estatal ou abrir mais o mercado a outras empresas. Segundo Marina, a "roubalheira e politicagem" foram responsáveis pela falta de eficiência dos Correios. "O que é publico não é necessariamente ineficiente. No meu governo vamos escolher as pessoas com ética e capacidade técnica para blindar as instituições públicas", afirmou.

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Após dois pregões de queda, a cotação da moeda norte-americana aproximou-se hoje (28) da barreira dos R$ 4,15, com alta de 1,48%, cotado a R$ 4,1424 para venda. O valor é o segundo maior desde o Plano Real, ficando atrás apenas do registrado em janeiro de 2016, quando bateu o valor de R$ 4,1655.

O principal índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou o pregão de hoje (28) em baixa de 0,59%, com 77.473 pontos. Os papéis das empresas de grande porte, chamadas de blue chip, puxaram o índice para baixo, com Petrobras terminando o dia em queda de 1,71%, Bradesco com desvalorização de 0,96%, Itau fechando em baixa de 0,72% e Vale com menos 0,20%.

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, confirmou nesta segunda-feira, 19, que o economista Persio Arida fará seu programa econômico para a eleição presidencial. Pré-candidato do PSDB ao Planalto, Alckmin classificou Arida como um "craque" e afirmou que o programa terá um lema: crescimento e inclusão. Um dos formuladores do Plano Real, em 1994, Arida foi presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.

A informação foi antecipada nesta segunda pela coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, no estadao.com.br. Após a publicação da notícia, Alckmin fez o anúncio oficial por meio de suas redes sociais. Em postagem no Facebook e no Twitter, disse que Arida é um dos economistas mais respeitados do País e um dos idealizadores do Plano Real. "Homem de grande trajetória na vida pública, no setor privado e acadêmico. É craque!", afirmou o governador.

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"Para o crescimento, agenda de competitividade, abertura da economia, exportação, importação, tirar as amarras do desenvolvimento, desburocratizar, uma agenda de reformas", disse o tucano, em vídeo.

A escolha de Arida para comandar o programa econômico da campanha é vista com um aceno de Alckmin ao mercado. Ele tem sido aconselhado a adotar discurso reformista, enquanto tenta se colocar como principal nome do centro político.

No início do mês, em uma palestra para empresários da construção civil, Alckmin afirmou que "muitos setores da Petrobrás devem ser privatizados", em um discurso no qual flertou com a bandeira liberal.

"Se tivermos um bom marco regulatório, você pode até privatizar tudo no futuro, sem nenhum problema", disse o governador. A declaração foi criticada pelo atual presidente da estatal, Pedro Parente.

Alckmin ainda não decolou nas pesquisas de intenção de voto para presidente. Seu nome oscila entre 6% e 11%, cenário que colocou em dúvida até mesmo seu nome como candidato viável ao Planalto. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, chegou a afirmar que a candidatura de Luciano Huck seria boa para o Brasil. O apresentador, no entanto, já desistiu oficialmente da disputa.

São Paulo

Alckmin afirmou nesta segunda que o PSDB não tem motivo para ter pressa em escolher seu candidato ao governo do Estado nem para buscar partidos para formar alianças.

"Não há nenhum atraso nem razão de pressa. As convenções partidárias só podem ser feitas no fim de julho ou começo de agosto. Só se vai ter candidato mesmo no segundo semestre. Agora, o que se pode ter é uma definição política", disse o tucano ao ser questionado se a demora na definição do partido não atrapalha a legenda.

"Sempre defendi que termos um candidato único da base, a base aliada que elegeu o governador e o prefeito João Doria na capital, seria melhor. Mas temos mais de uma candidatura", declarou o governador.

Prévias

A executiva estadual do PSDB definiu na noite desta segunda a data das prévias para a escolha do candidato do partido ao governo do Estado. Serão duas votações: em 18 de março (1.º turno) e no dia 25 do mesmo mês (2.º turno). Ao menos quatro nomes pleiteiam a indicação do partido: Doria, Floriano Pesaro, José Aníbal e Luiz Felipe d'Ávila. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na noite desta terça-feira (27), o Cinema São Luiz, localizado Centro da capital pernambucana, recebeu a 21ª edição do Cine PE. Entre as exibições apresentadas, o público pode conferir os curtas 'Los Tomates de Carmelo' e 'Diamante, o Bailarina'. Já a abertura do longa ficou por conta do filme 'Real, o plano por traz da história' - um dos filmes que motivou sete realizadores retirarem os trabalhos da mostra competitiva.

De acordo com os cineastas, o festival favorecia um discurso partidário alinhado à direita conservadora. A decisão foi tomada devido à escolha dos longas 'Real, o plano por traz da história' e 'O Jardim das Aflições'. Em entrevista ao LeiaJa.com, um dos produtores do filme que aborda o Plano Real, Ricardo Rihan defendeu o seu trabalho e criticou a atitude dos realizadores que saíram da mostra.

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"O cinema, ultimamente, só retrata as mazelas do País. Já o Plano real apresenta uma conquista muito importante e que precisa ser apresentada para os jovens. Além disso, se o filme defender uma ideia partidária, qual o problema", questionou Ricardo Rihan, que criticou também a decisão dos realizadores. "A cultura tem que ser plural! Essa atitude foi infeliz, espero que eles tenham se arrependido", disse. 

Ainda em entrevista, Rihan apontou ato como Fascista. "Eles perdem em não participar do Festival, devido à atitude Fascista que prima apenas por um único pensamento. Acho que eles devem viver em um gueto", concluiu.  

Um desafio: falar em voz alta, e sem titubear, o nome de todos os Piratas do Caribe lançados até então. Esqueceu de algum? Não tem problema, até porque quase todos os filmes da franquia seguem o mesmo enredo. O que não muda muito no quinto capítulo que chegou aos cinemas nesta quinta-feira (25). Os piratas invadem o EstreiaJá desta semana, mas não vêm desacompanhados. O programa também aborda demais lançamentos importantes como o dos brasileiros “Muito Romântico” e “Real: O Plano por trás da História”, dentre outros.

O EstreiaJá é apresentado pelo jornalista e crítico de cinema Rodrigo Rigaud e é publicado todas as quintas feiras no LeiaJá.

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Confira o programa completo no vídeo abaixo:

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O dólar à vista fechou nesta quinta-feira, 21, em alta de 1,72% e atingiu R$ 4,1705, maior valor da história do Plano Real. Foi a terceira alta consecutiva da moeda americana, que desde terça-feira reflete os ruídos de comunicação na política monetária do Banco Central. A manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, em meio à desconfiança de influência política na decisão do BC, manteve o mercado de mau humor.

O BC vinha sinalizando que elevaria a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, como forma de fazer a inflação convergir para as metas. Na terça-feira, 19, no entanto, o presidente Alexandre Tombini surpreendeu o mercado ao indicar, por meio de nota, que havia desconforto com a piora de previsões do FMI sobre a economia brasileira. Os mercados se ajustaram até ontem para uma elevação de 0,25 ponto porcentual, com menos apostas na manutenção que acabou se concretizando.

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A mudança na comunicação foi mal recebida, por indicar que as preocupações do governo com a recessão no País podem ter influenciado o Banco Central, que deve ter autonomia na condução da política monetária. Um dia antes do início da reunião do Comitê de Política Monetária do BC, Tombini havia tido uma reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Com a percepção de que a credibilidade do Banco Central foi fortemente afetada nesse episódio, o dólar reagiu com forte alta desde a abertura dos negócios e atingiu a máxima de R$ 4,1725 (1,77%) logo na primeira hora de negociação. A alta se sustentou durante todo o dia, apesar de o dólar ter registrado queda diante de moedas de países emergentes e exportadores de commodities.

À tarde, a disparada dos preços do petróleo, que chegou a superar 6%, contribuiu para reduzir a pressão sobre a moeda, mas não o suficiente para evitar o novo recorde da cotação. Somente em janeiro, o dólar acumula alta de 5,31%. Em um ano, a moeda já subiu 60,4%.

A história do nascimento do Plano Real ganhará as telas do cinema do ano de 2016, sob a direção de Heitor Dalia. Inspirado em uma obra homônima de Guilherme Fiuza, autor do livro “Meu Nome Não é Johnny”, o longa será intitulado de “3000 dias no bunker” e tem previsão de estreia ainda para o primeiro semestre.

No enredo da produção, que se passa no ano de 1993, a história é contada a partir da grande inflação no país devido aos planos econômicos que não surtiram efeito e o iminente pedido de impeachment do presidente. O então quarto ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, forma uma equipe econômica com uma missão de reformar o estado e controlar a inflação, criando assim o Plano Real.

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Integrando a equipe do filme, além do diretor Heitor Dalia, também estão o cineasta Cacá Diegues, de “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1979), “Tieta do Agreste” (1996), “Deus é Brasileiro" (2003). O roteiro e de Mikel Faleiros de Albuquerque .

“3000 dias no bunker” terá o orçamento de R$10,3 milhões e com todos os recursos das fases de desenvolvimento, pré-produção e filmagem já captados, agora irá em busca de valores que cubram a fase de pós-produção e distribuição. Para isso irá utilizar um sistema de “crowdfunding” (campanha de financiamento coletivo) para tentar arrecadar cerca de R$ 1 milhão.

Uma nova sessão de estresse e aversão ao risco fez o dólar à vista subir 1,84% no fechamento desta terça-feira, 22, atingindo o histórico patamar de R$ 4,050. É o maior valor nominal já alcançado pela moeda norte-americana no Plano Real (1º julho de 1994) e representa, principalmente, a busca dos investidores por proteção, em um ambiente marcado por muitas incertezas nos campos político e econômico. No mercado futuro, o dólar para liquidação em outubro subia 1,64% às 16h47, aos R$ 4,065.

O Banco Central não fez intervenções extras no mercado. Na segunda-feira, a autoridade monetária havia promovido leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de até US$ 3 bilhões, que contiveram a alta do dólar por apenas quatro minutos.

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Nesta terça-feira, o nervosismo dos investidores se manteve vivo durante todo o dia, diante das mesmas incertezas de sempre: crise política, dificuldade do governo em avançar no ajuste fiscal, risco de rebaixamento, etc.

No cenário político, as atenções se concentraram na expectativa em torno da sessão conjunta da Câmara e do Senado para apreciação de vetos da presidente Dilma Rousseff que buscam impedir gastos públicos de R$ 127,8 bilhões até 2019. Em princípio, a sessão está prevista para ter início às 19 horas, mas pode ser adiada, conforme estratégia da base governista. O governo passou o dia contando votos para avaliar se há condição de vitória. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu o adiamento da sessão e afirmou que uma derrota do governo seria uma "sinalização horrorosa" para o mercado.

Apesar de a agência de classificação de risco Moody's ter garantido que não vai mexer no rating brasileiro neste ano, os temores de novo rebaixamento continuam presentes nas mesas de operação. As atenções se voltaram principalmente para a Fitch Ratings, que tem uma equipe no Brasil para avaliar a situação econômica do País. Nos encontros com os técnicos da Fitch, o governo busca mostrar seu esforço para que não sofra novo rebaixamento. Vale lembrar que o rating brasileiro pela Fitch está dois níveis acima do "grau especulativo". Para tirar o selo de bom pagador do Brasil, a agência precisaria, portanto, rebaixar o País em dois patamares.

A venda de itens de higiene e beleza tem crescido num patamar acima da média dos bens de consumo rápido, de acordo com pesquisa da Beauty Fair, realizada pela Nielsen. O estudo destaca que em 20 anos desde 1994, a cesta de Higiene e Beleza cresceu 185% enquanto a média dos itens de consumo rápido foi de alta de 124% no tamanho da cesta.

Em nota, o coordenador de atendimento ao varejo da Nielsen, Carlos Gouveia, considerou que a venda de itens dessa categoria tende a ser preservada mesmo durante cenários de piora na economia. "A compra por indulgência aumenta em tempos de crise", considerou.

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A Nielsen ainda destaca o forte ritmo de lançamentos no setor. Foram lançados 2.102 produtos de 2013 até julho de 2014, enquanto a média de lançamentos de outros produtos (alimentos, bebidas, produtos de limpeza) é de 960 no mesmo período.

O argumento de que o consumo de higiene e beleza se sustenta durante crises foi justificado por uma pesquisa que estudou o comportamento das famílias durante 2009, ano de deterioração na economia global. Naquele ano, apenas 17% das pessoas de um grupo entrevistado disseram que reduziriam gastos com abastecimento do lar e, dentre elas, 86% afirmaram que manteriam sua cesta de higiene e beleza.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em gravação de áudio, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "se enganou tanto" ao ter sido "descrente" com o Plano Real que "depois se esforçou, quando presidente, para manter a moeda estável". No registro, divulgado na página que mantém na rede social Facebook, Fernando Henrique recorda a adoção da nova moeda, que entrou em vigor em 1º de julho de 1994 e completa duas décadas nesta terça-feira, 1º.

"Houve os descrentes. O presidente Lula dizia que o real não era um sonho, era um pesadelo; se enganou", afirmou. O ex-presidente tucano criticou também as atuais "dificuldades com a estabilização". "O povo todo está à espera de medidas que mantenham a moeda estável porque o povo aprendeu que a inflação, a carestia, é o seu pior inimigo", disse.

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De acordo com FHC, o Plano Real foi "fruto de um enorme esforço" de uma equipe econômica que ele comandava como ministro da Fazenda na gestão do ex-presidente Itamar Franco. "O País havia estado cansado da inflação, 20%, 30% ao mês. Não havia salário que fosse suficiente para fazer frente à carestia, ao aumento de preços", disse. O ex-presidente declarou na gravação que, quando a economia foi estabilizada, a inflação começou a cair imediatamente e houve uma diminuição da pobreza de 40% para 30%. "As pessoas podiam confiar que não precisavam sair correndo para fazer compra mal recebessem o salário, porque confiavam que a moeda poderia ser estável", prosseguiu.

"Graças a isso", acentuou, "houve a possibilidade de novas políticas sociais, de novas políticas econômicas". "Tão importante quanto (as novas políticas), reganhamos a crença no futuro do Brasil." Segundo FHC, há muito o que celebrar pelas duas décadas de real. "É por isso que, com emoção, eu me refiro a esses dias e volto a falar ao povo de Poços de Caldas, cidade na qual, pela primeira vez, senti a emoção de termos conseguido criar uma moeda nova, o real", acrescentou.

O aniversário de 20 anos do Plano Real será celebrado nesta quarta-feira, 2, a partir das 14 horas, no Palace Hotel, em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. A moeda foi lançada no município pelo então presidente Itamar Franco e por FHC.

Futuros adversários na disputa por uma vaga no segundo turno da eleição presidencial contra a petista Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB) abraçaram a bandeira da ortodoxia econômica e foram buscar na equipe que criou o Plano Real os formuladores de seus programas de governo. A três meses do começo oficial da campanha, os dois oposicionistas têm enviado sinais cada vez mais claros ao mercado financeiro de que já definiram o "núcleo duro" de suas equipes econômicas e resgatarão os pilares do processo de estabilização da moeda promovido por Fernando Henrique Cardoso como mote eleitoral.

Não por acaso, o movimento da dupla acompanha o da Bolsa de Valores, que subiu na mesma medida que Dilma perdeu popularidade nas últimas pesquisas de opinião. Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e um dos integrantes da equipe econômica que formulou o Plano Real, o economista André Lara Resende é, segundo aliados de Campos, um dos principais conselheiros do pré-candidato na formulação do seu plano de governo e o principal responsável por construir pontes com o mercado financeiro.

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Em entrevista recente ao Estado, Resende declarou sua preferência: "Em nome da alternância e da mudança de ângulo, eu gostaria de ver um governo de Eduardo Campos e Marina Silva". Além dele, o ex-governador conta com o filósofo e economista Eduardo Giannetti, que se aproximou por intermédio da ex-ministra.

Outra fonte de inspiração para o ex-governador é o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central. Já Aécio Neves elegeu como seu "porta-voz" no mercado financeiro o também ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

O tucano revelou na semana passada mais dois nomes de peso para seu time: José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 1995 e 1998, e Mansueto Almeida, ex-coordenador-geral de Política Monetária do Ministério da Fazenda. "Precisamos recuperar os pilares da economia que possibilitaram que o Brasil tivesse uma moeda forte. Os princípios do Plano Real são atuais", afirma o deputado Beto Albuquerque (RS), líder do PSB na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é um país de "preços surreais", avalia o economista Edmar Bacha, diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças. "Todos os preços são extremamente mais elevados do que ocorre em outros países com que comerciamos", disse, durante evento organizado nesta quarta-feira (12), pelo Instituto FHC para debater os 20 anos do Plano Real. Bacha criticou a carga "excessiva" de impostos no País e sua alta complexidade. "É difícil imaginar algo mais importante no início do primeiro ano do novo governo, no ano que vem, do que dedicar-se à reforma tributária no País", comentou.

Ele afirmou ainda que o Brasil é um participante "mínimo das correntes de comércio internacional". "Todos os países que emergiram da renda média para o desenvolvimento o fizeram através de integração de suas economias com o comércio internacional", destacou o economista. Por esses fatores, a prioridade para o novo governo a partir do segundo ano de mandato deve ser "definir uma programação de integração competitiva da economia no cenário internacional".

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O economista André Lara Resende, que também participou do evento, afirmou que o primeiro ponto de uma nova agenda deve ser "voltar ao rumo correto, à boa prática macroeconômica e fazer com que o País escape da armadilha da renda média". Resende afirmou que para aumentar a produtividade do trabalho é preciso investimento em capital fixo e também em educação. "Nós apostamos num ensino superior universitário comercializado." Ele criticou ainda o fato de o Brasil ser um País que "poupa pouco e investe pouco", falando tanto do setor privado como do público, e também o "isolamento comercial" do País.

Por fim, Resende disse ser necessário "rever o Estado brasileiro". "É preciso rever o caráter patrimonialista", disse ele, defendendo ainda um "radical e sério" direcionamento no sentido da "redução rápida das desigualdades de oportunidades".

Já o economista Pérsio Arida disse que a estabilidade financeira, iniciada justamente com a adoção do real, não está inteiramente completa. Segundo ele, as taxas de juros ainda são muito elevadas. Segundo Arida, é preciso colocar em práticas reformas profundas, pois, para ele, "reformas tópicas" perdem força com o tempo. "Precisamos de uma agenda liberal", disse, ressaltando que não se trata de adotar políticas neoliberais.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quarta-feira, 12, ao fim da primeira parte do evento que comemora os 20 anos do Plano Real, em São Paulo, que o Brasil "perdeu o rumo". "O País se sente sem saber para onde vai".

"As apostas implícitas nas decisões governamentais foram de que, com a crise mundial, o mundo ia mudar na direção da prevalência do terceiromundismo, não é o que está acontecendo", disse FHC, que criticou ainda a perda de liderança do Brasil na América Latina.

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"A liderança passou para o Chávez e depois para países do Pacífico, nós ficamos acovardados, não conseguimos defender o que é nosso", afirmou o ex-presidente. Segundo ele, o País não sabe mais se "convém defender a liberdade e a democracia, ou não".

O ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria Integrada, fez críticas nesta manhã (12) à gestão atual da economia durante evento realizado pelo Instituto FHC e avaliou os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um governo que "plantou pouco".

"Em 2002 havia a percepção de que um novo governo, do PT, poderia arrancar todas aquelas árvores que haviam sido plantadas. O governo Lula foi inteligente: não derrubou as arvores, foi muito bom para colher os frutos", disse Loyola, em referência às conquistas econômicas da época da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Agora, será que ele plantou alguma coisa? Muito pouco", completou. "De 2008 para cá começamos a cortar as raízes das árvores, criar situação em que essas árvores em algum momento acabarão morrendo por falta de cuidados."

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Loyola afirmou que houve retrocessos nos últimos anos e que é preciso "retomar o fio da meada". "A expansão fiscal dos bancos centrais serviu de pretexto no Brasil para demolir políticas que caracterizavam estabilidade monetária", disse o ex-presidente do Banco Central, mencionando a tentativa também de "obter a qualquer custo redução dos juros". De acordo com ele, desde 2008 o Brasil começou a flertar e adotar políticas "muito heterodoxas".

Ele criticou a chamada "nova matriz econômica". "Perdemos transparência fiscal, reduzimos artificialmente taxas de juros, relativizamos o conceito de meta para inflação, houve intervencionismo exagerado no mercado de cambio, uso abusivo dos bancos públicos".

Como resultado de "erros" na gestão econômica, de acordo com Loyola, o País vive inflação elevada e perda de credibilidade. "As instituições monetárias e fiscais estão mancas, mas há tempo para serem reparadas", completou.

O Brasil atravessa um momento no qual a sociedade sente que algo deve ser feito para que o País "reengate" um futuro melhor, na opinião do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na abertura do seminário "20 anos depois do Plano Real: um debate sobre o futuro do Brasil". As manifestações de junho e julho, segundo ele, tiveram um sintoma curioso, uma vez que não tinham um direcionamento específico para "A, B ou C".

"É uma espécie de mau humor, que vem junto a algo mais preocupante, um rancor. Há um mal estar", avaliou o ex-presidente. Segundo ele, esse mal estar, contudo, não deriva do fato de não ter ocorrido progresso no Brasil. Cardoso acredita que houve progresso no País. No entanto, o futuro do Brasil, conforme ele, depende do salto para a qualidade e do que as pessoas desejam no âmbito de uma melhor qualidade de vida, saúde e educação. "O Brasil precisa se reengatar no mundo pós crise", avaliou.

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A sessão solene do Senado, em comemoração aos 20 anos do Plano Real, também foi marcada por uma enxurrada de tiros tucanos na mira da economia do Brasil, gerida pela presidente Dilma Rousseff (PT). O senador e presidenciável, Aécio Neves (PSDB-MG), declarou que o PT “mergulhou” o país em um “ambiente de desesperança”. Segundo o tucano, a legenda petista foi adversária do Plano Real e o atual governo coloca a estabilidade da moeda em risco.

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“Os 12 anos de governo do PT levaram o Brasil a estar hoje mais uma vez mergulhado em um ambiente de desesperança e descrença no futuro. Até a valiosa estabilidade na nossa moeda vem sendo colocada em risco sob ataques sorrateiros daqueles que foram seus mais aguerridos adversários”, disparou Neves.

Em defesa ao PT, o senador Humberto Costa, líder do partido na Casa rebateu as críticas do rival e pontuou os avanços do país ao longo do período que o PT comanda a União. "O Brasil recuperou a esperança ao longo desses 11 anos de governo do PT. Desesperança era quando o desemprego tinha taxa de dois dígitos, a inflação era altíssima e o dólar atingia a sua cotação mais alta", respondeu. "Nós avançamos e continuamos avançando. Temos a menor taxa de desemprego e contas públicas equilibradas", cravou.

Ao chegar, nesta terça-feira (25), para sessão solene destinada a comemorar os 20 anos de lançamento do Plano Real, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o programa de estabilização econômica lançado para controlar a hiperinflação que assolava o país só deu certo em razão da adesão da população. Em julho de 1994, ele era ministro da Fazenda, tendo sido responsável por comandar a equipe de economistas que elaborou o programa.

"A véspera do lançamento do plano foi um dia muito tenso. Havia muita incompreensão. As pessoas tinham receio que a URV fosse prejudicar os trabalhadores. Havia muita resistência de ministros, mas o presidente Itamar (Franco) foi firme. Em pouco tempo, a população entendeu e aderiu. Isso que é importante. Está na hora de tomar outras decisões, não vou dizer o que é, mas o povo sente que está na hora de apontar um novo rumo", afirmou o ex-presidente.

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Questionado sobre um possível descontrole da inflação hoje, o ex-presidente ponderou que o índice de 5,91% registrado no ano passado não pode ser considerado elevado, em comparação com a situação que encontrou quando assumiu o Ministério da Fazenda durante o governo Itamar Franco. Mas Fernando Henrique observou que o governo deve estar sempre atento às mudanças no cenário econômico.

"Não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Isso não quer dizer que não tenhamos que continuar controlando. Eu me preocupo sim com a questão de cumprir o programa de metas da inflação e com a responsabilidade fiscal. A política econômica não é receita, é navegação. Temos que ver a cada momento o que se deve fazer. O Brasil está um pouco em um compasso diferente do resto do mundo", avaliou.

*Com as informações da Agência Senado

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