Um dos assuntos introdutórios em história do Brasil, o período colonial é importante não só para fazer provas, mas também para que possamos conhecer melhor os elementos e as relações que formaram a cultura do nosso país. Saber o que ocorria no Brasil dos séculos 17, 18 e 19 ajuda nas notas escolares e também pode dar uma força naquele papel de “guia turístico” para os visitantes da sua cidade. Como estudar, então, esse assunto? Os professores de história Luiz Neto e Luís Henrique listaram alguns tópicos importantes para estudar o período. Confira:
Séculos XVI e XVII:
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Capitanias hereditárias
Implementadas no Brasil em 1534, as capitanias hereditárias dividiam 15 pedaços de terras para 12 donatários diferentes, nobres de confiança do rei Dom João III. Eles não recebiam incentivo financeiro para cuidar desses pedaços de terra, mas tinham “direitos” como escravizar índios, cobrar tributos e usufruir de todos os bens dados pela terra (como madeira e minérios). As capitanias só foram extinguidas oficialmente em 1759 pelo Marquês de Pombal.
Economia do açúcar e chegada dos holandeses
No meio da sociedade açucareira, o senhor de engenho, também chamado de “fidalgo do açúcar”, alimentava a figura de superioridade do pai, do homem. No contexto do açúcar, também é importante estudar a chegada dos holandeses no Brasil. “Exceto a Bahia, todo o Nordeste foi conquistado pelos holandeses”, lembra o professor Luiz Neto. Um importante reflexo da presença de holandeses no Brasil foi a construção de fortes para a resistência de cidades como Recife, Fortaleza e Rio Grande do Norte.
Escravidão
A escravidão tem relação direta com a economia açucareira. “A partir da elite açucareira, as configurações sociais do Brasil Colonial estavam pautadas na posse da terra e dos escravizados e, sobretudo, na cor da pele”, conta o professor Luís Henrique. A escravatura foi abolida oficialmente do Brasil por meio da Lei Áurea, no ano de 1888. Um século depois, o país ainda carrega heranças racistas no meio de relatos diários de violência. “O fera precisa lembrar que devemos considerar a escravidão como uma instituição social da época, pois regulava as relações entre os indivíduos, para além do fator econômico”, afirma o docente.
A prova do Enem, porém, pode ser “previsível” ao cobrar o assunto. “Uma questão certa é aquela que aborda temas de matriz africana. Religião, relação com o tráfico negreiro, quilombos, todas essas questões que envolvem o negro no Brasil são importantes”, explica Luiz Neto.
Século XVIII:
Movimentos emancipacionistas
Os movimentos emancipacionistas eram organizados para a busca pela independência do Brasil. “A inconfidência mineira e a conjuração baiana foram bons exemplos de movimentos emancipacionistas”, afirma o professor Luiz. A primeira foi reprimida pela coroa portuguesa em 1789, culminando no enforcamento de Tiradentes. A segunda, por sua vez, foi reprimida em 1799. No caso da Bahia, o número de mortos em praça pública foi maior: quatro pessoas foram enforcadas e tiveram seus restos mortais pendurados em locais movimentados de Salvador para servirem como “lição”.
Economia aurífera
Com a monocultura da cana de açúcar e a ocupação da costa brasileira, a exploração do ouro e dos metais preciosos no Brasil “tardou” e só foi efetivada no século 18 com explorações em busca de índios no interior do País. O encontro inesperado de ouro em Minas Gerais deu início à ocupação do Vale do Ouro Preto. Muitos portugueses migraram para o Brasil em busca de prosperidade com os minérios e os escravos também foram trazidos em massa à região para serem explorados na busca pelo ouro.
Século XIX e a chegada da Família Real
No ano de 1808, a família real portuguesa chega ao Brasil fugindo do avanço das tropas de Napoleão Bonaparte na Europa. Esse é considerado o primeiro passo para a efetiva declaração de independência feita por Dom Pedro às margens do Rio Ipiranga em 7 de setembro de 1822.
Abordagens na prova
Nenhum dos professores considera o período colonial como principal foco da prova do Enem. Acertar uma questão do assunto no exame, porém, pode contribuir para os pontos de diferença que classificam candidatos nos vestibulares. “República ainda é mais cobrado, mas sempre há questões de Brasil Colônia”, lembra professor Luiz.
Para o professor Luís Henrique, uma pergunta do Enem aplicado em 2010 pode trazer um exemplo de estrutura de questão importante para quem vai fazer a prova. “Uma questão trazia dois textos: um sobre a homossexualidade considerada como um ‘pecado nefando’ no século XVIII do Brasil e outro sobre a homofobia e o movimento LGBT dos tempos atuais. Não que eu acredite que vá cair algo acerca da homofobia, mas é bom estar atento a essa estrutura”, analisa. A comparação das sociedades pode aparecer das mais diversas formas no exame.