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O risco anunciado se concretizou. Após mais de um ano da desocupação do Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, zona sul do Recife, parte do bloco C do condomínio desabou por volta das 4h da manhã desta sexta-feira (1º). Exceto dois vigias que faziam a segurança do local, não havia moradores e ninguém ficou ferido no incidente. Ex-moradores visitaram a antiga moradia e o misto de sentimentos foi inevitável.

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“Revolta, tristeza, imobilidade. É tudo junto. O pior é ainda pagar os impostos pelo imóvel como se utilizássemos, se ainda morássemos aí. Estou morando de aluguel e só eu sei como todo fim de mês consigo pagar”, afirmou, indignada, a ex-moradora do apartamento 203, Maria Gorete Impieri. Segundo a antiga residente do Emílio Santos, há pessoas que não terminaram o financiamento e continuam a pagar as taxas da compra do apartamento.

Ex-síndico do local, Márcio Costa garantiu que as burocracias para a indenização dos condôminos não foram resolvidas pela Justiça. “A chamada tutela antecipada já foi concedida, mas ainda não há prazo para os pagamentos de fato das indenizações. A multa já passa os R$ 16 milhões contra a Sulamérica Seguradora. Tememos é a Justiça engessar o processo”, explicou Costa. Ao todo, 32 famílias foram prejudicadas pelo imóvel edificado pela extinta construtora Irmãos Nunes.

Secretário-executivo da Defesa Civil do Recife, Adalberto Freitas, disse que, devido ao problema, o objetivo agora é requerer a demolição do imóvel o mais rápido possível. “O risco já existia e por isso interditamos no ano passado. Pelo padrão construtivo deficitário ser o mesmo em todo o condomínio, há o risco de novos desabamentos”, disse o secretário. Segundo a Defesa Civil, não há assistência direta aos moradores, como a provisão de moradias momentâneas, já que os envolvidos não pediram este tipo de auxílio. Todos moradores estão em casas de parentes ou morando de aluguel, desde a desocupação.

“Parecia a guerra de Israel”

Se a falta de vítimas trouxe mínimo alívio para os ex-moradores e vizinhos do Emílio Santos, o susto causado pelo desabamento parcial vai demorar a ser esquecido por quem presenciou o fato. Morador de uma comunidade vizinha ao edifício, o bombeiro civil João Manoel Cardoso disse que estava acordado na hora do incidente e o barulho foi incrível.

“Foi um estrondo só. Parecia a guerra de Israel, uma bomba mesmo, porque o chão chegou a tremer. Pela minha experiência, vejo que o material utilizado não é bom. E do jeito que ficou, se tiver uma chuva com vendaval mais forte, este prédio desaba todo”, asseverou João Manoel.

Localizado na Avenida Hélio Falcão, o prédio foi construído em 1990 e é dividido em três blocos: A, B e C. Foi interditado em maio de 2013, após fissuras aparecem em alguns apartamentos deste mesmo bloco C. A área foi isolada, mas o processo de demolição segue na 12ª Vara. De acordo com a ex-moradora Auxiliadora Marins, a boa localização do imóvel resultava em alugueis com mensalidades de aproximadamente R$ 1.500.

Cerca de 27.000 pessoas evacuadas dos arredores da devastada central nuclear de Fukushima foram excepcionalmente autorizadas a passar as festas de Natal em suas casas abandonadas, anunciaram os prefeitos de vários municípios.

As cidades de Minamisoma, Naraha, Kawauchi e Iitate, em particular, permitiram que parte de seus ex-moradores de diferentes bairros voltassem para suas casas por alguns dias, durante o Natal e o Ano Novo, sendo que estava proibido pernoitar nas mesmas.

Partes destas cidades podem ser visitadas durante o dia para limpeza e descontaminação das casas, que continuam sendo consideradas inabitáveis enquanto forem mantidos os níveis de radioatividade acima do considerado aceitável e até que as infraestruturas vitais não sejam reconstruídas.

Este ano, as casas poderão ser ocupadas por seus ex-moradores entre 25 de dezembro e 7 de janeiro (ou desde 28 de dezembro a 5 de janeiro, segundo os casos), após se inscrever previamente nas autoridades competentes.

Contudo, não parece que este benefício será aproveitado por milhares de pessoas que nunca mais dormiram em suas casas após a catástrofe na central nuclear de Fukushima Daiichi, ocorrida há dois anos e nove meses.

Segundo a imprensa, no dia 19 de dezembro, apenas 1.701 pessoas (que ocupavam, no total, 556 casas) solicitaram a permissão necessária.

Muitas das casas destruídas pelo terremoto e pelo tsunami de 11 de março de 2011, apesar de manter suas estruturas firmes, se encontram insalubres e expostas a níveis de radioatividade muito elevados, o que não anima a seus ex-moradores a voltar, mesmo de forma pontual.

Além disso, na quarta-feira, a empresa que administra a central acidentada, a Tokyo Electric Power (Tepco), disse que apresentará durante o dia um novo plano de reestruturação para fazer frente aos custos exorbitantes em consequência da catástrofe nuclear. O plano deve contar com o apoio do governo japonês.

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