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Um incêndio atinge, na tarde desta quinta-feira (28) a favela do Moinho, na região central de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 15 viaturas foram deslocadas para a Avenida Rio Branco, na altura do número 1000. Por volta das 17h15, os bombeiros apagavam as chamas no último barraco atingido.

Segundo a corporação, seis barracos foram incendiados. O fogo começou por volta das 16h20. Quarenta e cinco bombeiros trabalham no combate ao fogo. Ainda não há informações sobre vítimas.

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A favela do Moinho já registrou dois grandes incêndios nos últimos quatro anos. Em dezembro de 2011, uma pessoa morreu, três ficaram feridas e 380 famílias ficaram desabrigadas. Em setembro de 2012, um novo incêndio deixou mais um morto e destruiu 80 barracos.

Em reunião nesta sexta-feira com moradores da Favela do Moinho, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), não assegurou mais que o terreno localizado às margens da linha férrea da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Bom Retiro, na região central da capital paulista, onde ainda moram cerca de 400 famílias, será reurbanizado.

Em 2012, porém, durante a campanha eleitoral, Haddad afirmou que iria "trabalhar muito para regularizar a situação do terreno". Equipes que trabalhavam na produção da publicidade eleitoral gratuita na televisão gravaram cenas do drama das famílias desalojadas pelo incêndio em parte dos barracos em outubro, quando um morador morreu. Desde o dia 4, moradores da ocupação cobram o cumprimento da promessa dele. Eles pedem asfalto, luz elétrica e água encanada. Haddad disse que pediria para a AES Eletropaulo e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) analisarem a viabilidade da demanda.

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Mas o prefeito de São Paulo não disse se será possível ou não reurbanizar a área, que pertence ao governo federal, como ele havia dito na campanha. De imediato, Haddad pediu que a Subprefeitura da Sé solicite aos bombeiros a possibilidade de serem montadas rotas de fuga no local, em caso de novas ocorrências de fogo.

Em maio, a Secretaria Municipal de Habitação anunciou aos moradores que uma das possibilidades era construir dois empreendimentos habitacionais no centro para remover as pessoas, uma vez que o governo de São Paulo pretende construir no local onde está a favela a futura Estação Bom Retiro da CPTM.

Mas os residentes rechaçam a possibilidade de sair do centro. Eles argumentam ter obtido o usucapião urbano da área, após ação civil pública em 2003 movida por estudantes de direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Haddad se reunirá com os secretários de Relações Governamentais, João Antônio, de Habitação, Floriano Marques, e de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, para tentar elaborar "uma proposta de diálogo permanente com os moradores".

O prefeito da capital paulista um "diagnóstico jurídico" do terreno, de acordo com a assessoria dele. Uma das líderes comunitárias que participaram da reunião desta sexta-feira, Alessandra Moja Cunha, disse que os moradores discutirão em assembleia neste domingo, 14, que posição tomar após o encontro com Haddad. Mas afirmou que não houve nenhuma garantia de reurbanização para a área.

Um dia após o confronto entre a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e moradores da Favela do Moinho, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) acusou o PT de "explorar eleitoralmente a tragédia" e disse que a ação do partido é uma "tentativa de tumultuar". O prefeito também negou que a GCM tenha sido truculenta. O conflito deixou nove pessoas feridas: três guardas e seis moradores, um deles baleado na perna.

"Estão usando as pessoas simples, com dificuldades na vida, para que com essa utilização haja exploração eleitoral. O PT à frente", disse Kassab, durante evento no Anhembi. O prefeito afirmou ainda que o tráfico e o PT impedem a ação do poder público na favela. E criticou a atuação do senador Eduardo Suplicy (PT), que foi ao local anteontem. "No primeiro incêndio (em dezembro), ele fez de tudo para que os moradores continuassem debaixo do viaduto, todos sabem, tanto é que continuaram."

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Kassab ressaltou ter distribuído bolsa-aluguel para os desabrigados da favela e defendeu a ação da Guarda Civil Metropolitana. "A GCM não atira com bala de borracha", disse, questionado os relatos de moradores que dizem ter sido agredidos.

Os moradores do Moinho negam o viés político e dizem que não foram atendidos pela Prefeitura. "Em nove meses (desde o primeiro incêndio), eles (os agentes públicos) não fizeram nada, tanto que tem gente que mora em barraca improvisada", afirmou a líder comunitária Alessandra Moja Cunha, de 28 anos.

Procurado, o senador Suplicy disse que foi ao local em dezembro e voltou anteontem a convite dos moradores. E diz ter visto pelo menos sete atingidos por balas de borracha. "Tentar me transformar em responsável pelos abusos das autoridades é virar coisas de cabeça para baixo."

Propaganda

O candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, gravou cenas para a propaganda eleitoral de TV na Favela do Moinho, que foram exibidas na sexta-feira. A campanha de Haddad diz que ele esteve na favela, na quarta de manhã, para prestar solidariedade às famílias. "A gravação foi feita porque a Favela do Moinho é um exemplo da ausência de política habitacional do prefeito Gilberto Kassab", disse o vereador José Américo Dias, coordenador de Comunicação de Haddad. "A política habitacional da Prefeitura, hoje, é o bolsa-aluguel."

Dias rebateu Kassab e ressaltou que ele "fala absurdos" quando sustenta que o PT quer fazer uso político da tragédia. "O problema do Kassab é a resistência que ele tem ao programa Minha Casa, Minha Vida para até 3 salários." O presidente do PT municipal, Antonio Donato, afirmou, em nota, que ao acusar o partido de exploração política, Kassab tenta "encobrir a maneira covarde como sua guarda vem tratando a população mais pobre". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O edifício da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, foi implodido às 17h35 deste domingo, com um pouco de atraso provocado por problemas técnicos. Aparentemente, a ação não foi totalmente bem-sucedida já que os quatro últimos andares do prédio permaneceram inteiros mesmo com a queda dos pavimentos abaixo.

A sirene de segurança tocou três minutos antes de os explosivos serem acionados. Cerca de 5 mil moradores da região, num raio de 500 metros do prédio, tiveram de deixar suas casas para a implosão.

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Com toneladas de cimento vindo abaixo, uma grande nuvem de poeira cobriu a região do Bom Retiro. As autoridades ainda não comentaram se houve falha na operação.

O prédio corria o risco de cair após um incêndio que atingiu a região da favela, destruindo quase 370 barracos. Duas pessoas morreram e cerca de 1,5 mil ficaram desabrigadas por causa do acidente.

Com isso, a circulação de trens nas linhas Rubi e Diamante da CPTM foi suspensa até a próxima terça-feira, das estações Luz e Júlio Prestes para a Barra Funda, respectivamente.

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