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Uma pessoa hospitalizada na Inglaterra morreu vítima da febre de Lassa, anunciou nesta sexta-feira (11) a agência de vigilância sanitária do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês).

Endêmica na Nigéria, a febre hemorrágica de Lassa é da mesma família dos vírus ebola e de Marburg, mas muito menos virulenta.

Na quarta-feira, a UKHSA havia confirmado dois casos de febre de Lassa na Inglaterra relacionados com viagens recentes à África Ocidental. Trata-se de dois membros de uma mesma família.

"Confirmamos a triste morte de um paciente em nosso hospital que tinha um caso confirmado de febre de Lassa", anunciou nesta sexta-feira um porta-voz da Bedfordshire Hospitals NHS Foundation Trust, no sul da Inglaterra, citado no comunicado da UKHSA.

A entidade detalhou que está "fazendo contato com as pessoas que estiveram em contato próximo com os casos antes que fossem confirmadas as infecções" e enfatizou que "o risco para o público continua sendo muito baixo". Os últimos casos da doença no Reino Unido foram registrados em 2009.

A febre de Lassa se transmite através das excreções de roedores ou por contato direto com sangue, urina, fezes e outros fluídos corporais de uma pessoa infectada. Uma vez declarada, a febre pode provocar hemorragia nos casos mais graves, que são aproximadamente um em cada cinco.

A febre hemorrágica de Lassa deixou 72 mortos neste ano em 18 estados da Nigéria, informou nesta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Citando dados do Centro Nacional de Controle de Epidemias (NCDC), a OMS apontou em um comunicado que "o número de casos confirmados durante esses dois meses já ultrapassa o número total de casos confirmados durante todo o ano de 2017".

Segundo o NCDC, foram registrados 317 casos desta doença neste ano, enquanto em todo 2017 houve 143 casos declarados.

A maioria dos casos confirmados ocorreu no Estado de Edo, no sul da Nigéria, região endêmica do vírus.

"Existe um centro especializado para a febre de Lassa, o único junto com o de Lagos [capital econômica do país] em toda a Nigéria", explicou Crusoe Osagie, porta-voz do governo local, à AFP.

"Mas esse centro é uma propriedade federal e estava em decadência", acrescentou Osagie. "Não estão preparados para acolher tantos casos".

O governador desbloqueou fundos para comprar material de segurança e equipamentos de diálise, mas a situação continua sendo preocupante, dado que a maioria dos casos se encontra em zonas rurais e afastadas.

"Nossa capacidade para detectar rapidamente os casos de infecção nas comunidades e comunicá-los às estruturas especializadas aumenta as possibilidades de sobrevivência dos pacientes", detalhou a OMS em seu comunicado, assegurando que está colaborando com os governos locais para frear a epidemia.

Segundo a OMS, a febre de Lassa é uma infecção viral da mesma família de vírus que o de Marburg e o do Ebola. Seu nome se deve a uma localidade do norte da Nigéria em que foi identificada pela primeira vez, em 1969.

A febre de Lassa, que castiga duramente a Nigéria, Guiné, Libéria e Serra Leoa, não apresenta sintomas em 80% dos casos, mas nos outros pode provocar danos graves, hemorrágicos ou neurológicos.

É transmitida pelas excreções de roedores ou por contato direto com o sangue, urina, fezes ou outros fluidos de uma pessoa doente.

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