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Uma das maiores lideranças políticas que trabalhou para redemocratização do Brasil, voz atuante com princípios humanos, além ser um grande articulador político, o ex-ministro da Justiça, Fernado Lyra, ajudou a escrever e implantar a Constituição Federal de 1988.
O corpo do ex-ministro começou a ser velado às 12h na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e antes de levarem para o sepultamento no cemitério Morada da Paz, em Paulista (Região Metropolitana do Recife) recebeu as devidas honrarias de vários companheiros de lutas e lideranças políticas. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), chegaram por voltas das 15h e comentaram a perda.
Eduardo cumprimentou os familiares e amigos de Fernando Lyra, depois, seguiu até o cemitério Morada da Paz, onde houve o sepultamento no final da tarde. Amigo de Fernando e de toda a família o governador participou de toda a cerimônia fúnebre e confortou as filhas, a esposa, Márcia Lyra, e o irmão, o vice-governador João Lyra Neto (PDT).
“A trajetória de Fernando Lyra é exemplar para a cidadania brasileira. Foi um homem inteiramente dedicado à causa pública cuja passagem deixou marcas que não serão esquecidas“, disse Eduardo, lembrando que acompanha o ex-deputado desde que era criança.
“Ele foi um dos primeiros políticos brasileiros que encontrou com meu avô (o ex-governador Miguel Arraes) no exílio. Fernando foi portador, muitas vezes, de notícias para parte da minha família que estava aqui, ele levava correspondência, trazia correspondência, protegido pela imunidade parlamentar”, relembrou Eduardo.
Já o prefeito Geraldo Julio (PSB), ressaltou que se sentiu honrado em contar com a participação do político na sua primeira campanha eleitoral, em 2012. "Fernando sempre foi uma referência para todo mundo, principalmente para a minha geração. Nós tínhamos inspiração em Fernando para construir uma política diferente nesse País; na sua coragem, força no combate à Ditadura e dedicação de uma vida inteira à democracia no Brasil”, destacou Geraldo Julio.
O deputado estadual e líder do governo na Alepe, Waldemar Borges (PSB), relembrou ideias defendidas pelo ex-ministro da Justiça, que tinha um grande poder de articulação e intuição política. “Ele dizia que o Brasil precisava remover os entulhos do autoritarismo, um compromisso com a democracia na intenção de superar a ditadura militar. Sua principal característica era o bom humor, que o exemplo dele servia para iluminar os caminhos”, lamentou Borges.
Antes do corpo ser levado para o sepultamento na Morada das Paz, o ex-preso político e jornalista, Marcelo Mário de Melo, realizou um discurso enaltecendo a bandeira da democracia defendida por Lyra. “Símbolo de resistência, tinha relação com Dom Helder Câmara e os setores oprimidos e reprimidos que eram os presos políticos, veiculando as denúncias que encaminhávamos da prisão para ele”, ressaltou.
Marcelo Mário Melo contou que o ex-ministro, nesse momento, estava preocupado com a reforma política e o sistema de representação, para se aprimorar a democracia no Brasil.
“O seu principal legado foi a luta pela democracia, a articulação de forças políticas para derrubar a ditadura militar e a articulação como constituinte na construção da Constituição Federal de 1988”, destacou.