O Índice de Confiança da Indústria de Transformação de Pernambuco (ICI-PE) caiu 1,4% entre setembro e outubro (de 114,1 para 112,5 pontos), considerando o ajuste sazonal. É o que aponta a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação de Pernambuco, divulgada nesta terça-feira (8) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Agência Condepe/Fidem. Apesar da queda, o índice da indústria de Pernambuco ainda está acima dos 100 pontos e se mantém em situação favorável com relação à média nacional, com 4,8% acima da média histórica, desde abril de 2005, enquanto o indicador nacional está 3,9% abaixo da média do mesmo período.
O resultado mostra que o setor industrial pernambucano segue na fase de desaceleração, iniciada no segundo trimestre de 2011, com expectativas de caminhar neste ritmo até o final do ano. A redução do ICI-PE entre setembro e outubro foi influenciada principalmente pela queda da confiança no segmento minerais não-metálicos (-2,8%) e material para construção (-4,1%).
Em outubro, o Índice da Situação Atual (ISA) - que agrega os índices de estoque e demanda, além da situação atual dos negócios - avançou 0,9% (121,6 pontos), ficando 6,7% superior à média da série. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 3,8% (104,2 pontos), ainda acima da média de 101,3 pontos. Ambos os indicadores compõem o Índice de Confiança da Indústria.
A Indústria de Transformação apresentou, em outubro deste ano, estoque negativo em 4,5%, resultado da diferença entre a incidência de empresas com estoque insuficiente (11,8%) e excessivo (7,3%). Os segmentos com maior proporção de empresas com estoques insuficientes são nos segmentos de química (-16,5%) e produtos alimentares (-13,6%), onde o açúcar e o álcool tiveram forte influência. Por outro lado, os setores de material elétrico e metalurgia apresentaram estoques excessivos em, respectivamente, 9,2% e 0,2%.
EMPREGO
Com relação à demanda por empregos no setor, a parcela de empresas que apontavam melhora do nível de emprego no trimestre outubro-dezembro diminuiu de 28,0% em setembro para 23,6% em outubro; enquanto as que projetam piora ficaram praticamente estáveis em 18,8%. Entre setembro e outubro, o segmento metalúrgico apresentou variação negativa de 10,8%.
Jorge Braga, coordenador técnico da FGV, lembrou que a queda na contração do setor tem ocorrido não só em Pernambuco. “Mesmo com o estoque ajustado, o emprego fica desfavorável para o quarto trimestre. Esta é uma tendência mundial, inclusive. Pois estamos em um momento econômico de incertezas”, destacou. Porém o especialista ainda notou que em Pernambuco a situação da indústria, apesar de cair em alguns aspectos, encontra-se em uma situação favorável. “Pernambuco está em situação de acomodação. Se comparado ao índice nacional, está uma condição favorável”, advertiu.
NUCI
Pelo terceiro mês consecutivo, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou, passando de 81,1% em setembro para 81,3% em outubro, influenciado pelos segmentos de produtos alimentares (0,6%) e química (0,4%). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o NUCI é superior em três segmentos: minerais não-metálicos, metalúrgica e produtos alimentares.
A proporção de empresas que estão aumentando a produção sem maiores dificuldades aumentou de 44% em julho para 57% em outubro. A insuficiência da demanda foi apontada como o principal fator de entrave por 16% das empresas, contra 25% em julho passado.
CRÉDITO
Após atingir níveis elevados nos primeiros meses do ano, chegando ao percentual de 48% em março, em função das medidas de contenção de crédito adotadas pelo governo no final de 2010, a parcela de empresas que consideram alto o grau de exigência para obtenção de crédito baixou para 31% em outubro, retornando ao nível de novembro de 2010. No momento, 4% das empresas avaliam que o grau de exigência está baixo.
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Confira AQUI o vídeo com o Jorge Braga.