As forças de segurança israelenses mataram, nesta quinta-feira (8), quatro palestinos em dois incidentes separados na Cisjordânia ocupada, informaram fontes oficiais palestinas.
Três morreram em uma incursão do exército israelense na cidade de Jenin, um foco de tensão na Cisjordânia ocupada, e o quarto foi um menor de 16 anos, que atirava pedras, em Ramallah.
Nos últimos meses, o Exército israelense tem realizado quase diariamente incursões na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, após uma série recente de ataques mortais contra israelenses.
"Três mortos por tiros da ocupação israelense durante sua agressão em Jenin ao amanhecer de hoje", informou o Ministério da Saúde palestino em nota.
As Forças Armadas de Israel confirmaram a operação, durante a qual prenderam Khaled al-Hija, um palestino suspeito de "atividade terrorista".
"Durante a operação, suspeitos atiraram explosivos e atiraram com munição letal contra os soldados, que responderam com munição letal", afirmou o exército em um comunicado.
O grupo Jihad Islâmica informou que seus combatentes entraram em "confronto violento" com as forças israelenses em Jenin.
O diretor da organização Crescente Vermelho palestina em Jenin, Mahmud al-Saadi, disse à AFP que uma ambulância foi atingida por tiros "a partir de um prédio onde havia israelenses armados" durante a retirada de feridos.
Questionado sobre o tema, o exército israelense respondeu à AFP que não estava a par das alegações.
Mais tarde nesta quinta-feira, soldados israelenses abriram fogo contra palestinos que atiravam pedras e garrafas em veículos em uma rua no nordeste de Ramallah, informou o exército.
Um palestino morreu neste incidente, segundo o ministério palestino.
Uma fonte de segurança disse que se tratou de um menor de 16 anos, procedente da localidade vizinha de Beit Riam. Outros dois palestinos ficaram feridos e foram hospitalizados.
O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, pediu à comunidade internacional para "proteger" o povo palestino "diante dos contínuos crimes diários e do derramamento de sangue palestino".
O aumento da violência este ano provocou as mortes de pelo menos 150 palestinos e 26 israelenses na Cisjordânia, Israel e na cidade disputada de Jerusalém.
O número inclui mais de 40 palestinos mortos na área de Jenin durante operações das forças israelenses. A lista inclui ativistas, crianças e a jornalista Shireem Abu Akleh, que tinha cidadania americana e palestina.
Israel ocupa a Cisjordânia e o leste de Jerusalém desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.
Um enviado das Nações Unidas para a paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, advertiu esta semana que a situação na Cisjordânia "chegou ao ponto de ebulição".