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Madleen Sabagh, grávida de sete meses, chora no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, a morte de seu marido, uma das últimas vítimas da violência entre Israel e os palestinos, e teme que isso se transmita como uma maldição para seus filhos.

Sentada perto de uma janela com vista para o superlotado campo de refugiados, a mulher explica que parou de comer após a morte de Mohamed, de 30 anos, em uma operação das forças israelenses no início de novembro.

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"Meu marido foi morto sem motivo", diz à AFP. Mas "o que nos preocupa agora não é o que aconteceu, mas o que vai acontecer", afirma, acrescentando que os soldados israelenses "têm como alvo os homens jovens".

O casal tinha três filhos, mais o que está a caminho. "Como mãe, me preocupo com a segurança deles", explica a viúva de 24 anos. "Agora sou a mãe e o pai deles", acrescenta.

Centenas de palestinos - combatentes, meros transeuntes e menores - morreram este ano em operações israelenses, dezenas deles em Jenin, considerada há muito tempo um foco da "resistência" palestina.

A violência eclodiu na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967 e bastião do movimento Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, após o ataque sangrento do movimento islamista Hamas em 7 de outubro em Israel, que respondeu com uma ofensiva poderosa em Gaza.

Os Sabagh são uma das muitas famílias que perderam entes queridos. "Isso não é vida: os mártires têm sorte, porque são os vivos que estão realmente mortos", diz Eman Sabagh, mãe de Mohamed, que assegura que seu filho não tinha "nada a ver" com a "resistência".

- 'As crianças gritam' -

No início dos anos 2000, o campo de Jenin foi um dos focos da segunda Intifada, a "revolta" contra a ocupação israelense.

Em 2002, o Exército israelense sitiou este assentamento por mais de um mês. Nos confrontos, 52 palestinos e 23 soldados israelenses morreram, e centenas de casas foram destruídas.

Fotos de jovens palestinos vítimas das forças israelenses cobrem as paredes, perfuradas por balas.

Os filhos de Sabagh brincam, sem reagir aos tiros de honra disparados durante o funeral de um jovem de 21 anos, morto em um recente ataque israelense.

Vários moradores de Jenin dizem à AFP que a violência tem impacto em toda a sociedade, especialmente na saúde mental dos habitantes.

"A maioria das crianças não consegue dormir à noite, e suas mães também ficam acordadas. As crianças gritam quando as sirenes tocam", explica Majd Abu Salameh, funcionária de um centro para mulheres.

"Quase todos os 'mártires' eram frequentemente o único sustento da família", diz. "Ao percorrer o campo de refugiados, você só vê crianças" e "idosos".

- Uma cama vazia -

Israel ocupa a Cisjordânia há 56 anos, e o processo de paz israelense-palestino está há anos em um impasse.

Às vezes, aqueles que se levantam contra as forças israelenses são apenas adolescentes, como Yamen Jarar, de 16 anos, morto em 3 de novembro. Ao lado de sua cama vazia, há dezenas de fotos dele.

"Enquanto outros sonham em viajar, por exemplo, ele sempre quis se tornar um mártir", explica sua mãe, Jihan Jarar. "Quando alguém está profundamente ligado à sua terra, não se pode detê-lo", acrescenta.

Enquanto um de seus irmãos olha as fotos com os olhos marejados, sua mãe diz que não quer "outro mártir" entre seus descendentes.

As dificuldades econômicas, que tornam praticamente inacessíveis o custo das mensalidades escolares, e a dor da família repercutem nas crianças.

"Quando não há escola nem nada para fazer, o que os jovens podem fazer?", pergunta Samiha Zued, avó de Yamen Jarar.

Pouco depois da entrevista da família com a AFP, as sirenes tocaram em Jenin, alertando que as forças israelenses estavam se aproximando. Tiros e explosões, juntamente com o zumbido constante de drones militares, são uma constante durante a noite.

No dia seguinte, três homens são enterrados. O Exército israelense afirma ter matado cinco.

Madleen Sabagh afirma que "sempre terá medo". "Não sabemos o que pode acontecer com nossos filhos".

A aeronave VC2 (Embraer 190) da Presidência da República pousou no Recife (PE), as 5h35 desta quinta-feira (2), trazendo 32 brasileiros e familiares vindos da Cisjordânia. Nesta escala, seis deles desembarcaram e o voo segue para Brasília, com os demais 26 repatriados, com o pouso previsto para 8h15 da manhã. 

A aeronave presidencial decolou de Amã na tarde desta quarta-feira (1º), com destino ao Brasil. Esta nova repatriação ocorreu após a atuação do Ministério das Relações Exteriores, por meio do Escritório de Representação do Brasil em na cidade palestina de Ramala, e das Embaixadas em Amã, na Jordânia, e Tel Aviv, em Israel. 

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O Itamaraty providenciou veículos e garantiu a passagem dos brasileiros que viviam na Cisjordânia por postos de fronteira administrados por Israel e Jordânia, na ponte Allenby/Rei Hussein, além de seu traslado, em segurança, a partir de diferentes pontos na Cisjordânia até o aeroporto de Amã. 

A aeronave presidencial que chegou há pouco ao Brasil aguardava, no Cairo (Egito), a repatriação dos brasileiros que ainda deixarão a Faixa de Gaza. O. Ministério das Relações Exteriores informou que este avião será substituído por outro de igual porte, a espera dos brasileiros que aguardam deixar Gaza pela passagem de Rafah, no Egito. 

Desde 10 de outubro, 1.445 pessoas deixaram Israel e a Cisjordânia em nove voos da Força Aérea Brasileira (FAB), pela Operação Voltando em Paz.

A Operação Voltando em Paz realizou nesta quarta-feira (1°) mais uma ação para repatriar brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio, dessa vez da Cisjordânia. Foram resgatados 33 brasileiros de 12 famílias (12 homens, 10 mulheres e 11 crianças) que manifestaram interesse em deixar a Palestina.  

Eles foram conduzidos em vans e ônibus de 11 cidades diferentes da Cisjordânia até a cidade de Jericó. De lá, todos cruzaram a fronteira em um ônibus fretado pelo governo brasileiro até Amã, a capital da Jordânia, em um deslocamento de pouco mais de uma hora.  

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O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, informou que os veículos foram identificados com a bandeira do Brasil para evitar bombardeios. "Para fins de segurança, as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel", destacou.  

Os brasileiros devem embarcar no Aeroporto Internacional Queen Alia, em Amã, em uma aeronave cedida pela Presidência da República que já está no local com destino à Base Aérea de Brasília. Já no território nacional, eles seguirão para cinco capitais – São Paulo, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba –, além de Foz do Iguaçu (PR).  

Com isso, o total de brasileiros repatriados da região do conflito chega a 1.446. Foram oito voos patrocinados pelo governo brasileiro.

Outro grupo, de 34 brasileiros e familiares, ainda aguarda para deixar a Faixa de Gaza. Eles estão no Sul do enclave, nas cidades de Khan Yunis e Rafah, próximos à fronteira com o Egito.

Nesta quarta-feira (1), a fronteira foi aberta pela primeira vez desde o início do conflito para a saída de palestinos feridos e de um grupo de cerca de 450 estrangeiros.

“Novas listas serão publicadas em breve e nossos brasileiros devem estar nelas”, afirmou o embaixador Candeas.

Cisjordânia

O território da Palestina reconhecido internacionalmente é formado pela Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, e pela Cisjordânia, controlada parcialmente pela Autoridade Palestina, entidade essa que, ao contrário do Hamas, é reconhecida por Israel e pela maior parte da comunidade internacional como o legítimo representante do povo palestino. 

Desde o início das atuais hostilidades na Faixa de Gaza, há 26 dias, a violência na Cisjordânia cresceu com uma série de assassinatos e confrontos entre palestinos, forças de segurança israelenses e da Autoridade Palestina e ataques de colonos contra palestinos. Os colonos são os israelenses que vivem em assentamentos dentro da Cisjordânia.

Do dia 7 de outubro até esta terça-feira (31), foram registrados 123 assassinatos de palestinos na Cisjordânia, incluindo 34 crianças. Outros 2.206 ficaram feridos. Do lado israelense, foi registrada a morte de 1 soldado e outros 13 feridos. 

 

As forças israelenses mataram dois palestinos, em um ataque neste domingo (24) na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, em um contexto de aumento dos surtos de violência no conflito entre ambas as partes.

"Dois palestinos morreram por tiros israelenses na cabeça" em Tulkarem, disse o Ministério palestino da Saúde, identificando os mortos como Osaid Abu Ali, de 22 anos, e Abd al Rahman Abu Daghash, de 32.

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Em um comunicado, o movimento islâmico palestino Hamas disse que o "mártir Osaid Abu Ali" era um de seus combatentes.

O Exército israelense confirmou que fez atividades "antiterroristas" e que um soldado foi "moderadamente ferido por fragmentos de balas" em confrontos no acampamento de refugiados de Nur Shams, perto de Tulkarem.

A corporação relatou que suas tropas desmantelaram "um centro de comando operacional" dentro de um prédio do campo e também descobriram um grande número de artefatos explosivos.

"Durante a atividade, os suspeitos abriram fogo e lançaram dispositivos explosivos contra as forças, que responderam com disparos", acrescentou o Exército.

Ibrahim al-Nimer, residente do acampamento e representante do Clube dos Prisioneiros Palestinos, uma associação de defende dos direitos dos palestinos detidos por Israel, disse que "ambos eram civis".

"O Exército entrou no acampamento depois das 2 da manhã (…) e demoliu as ruas e algumas casas do acampamento", contou.

Um jornalista da AFP que pôde ir ao local poucas horas depois viu o teto de um edifício e muros desabados.

Três facções palestinas (Hamas, Jihad Islâmica e Frente Popular para a Libertação da Palestina) pediram o "fortalecimento da resistência, especialmente a resistência armada" contra a "crescente agressão sionista".

Em outro incidente durante a noite, o Exército prendeu "oito suspeitos procurados" na Universidade Birzeit, na Cisjordânia, alegando que o grupo "planejava realizar um ataque terrorista".

Israel ocupa a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.

Excluindo a anexada Jerusalém Oriental, o território abriga, hoje, cerca de 490 mil israelenses que vivem em assentamentos considerados ilegais, segundo o Direito Internacional.

Os palestinos, que querem criar seu próprio Estado independente, exigem a retirada de Israel de todas as terras ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias e o desmantelamento de todas as suas colônias. O governo de coalizão de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu favoreceu a expansão destas colônias.

Pelo menos 241 palestinos, 32 israelenses e duas pessoas de outras nacionalidades morreram desde o início do ano em atos de violência relacionados com esse conflito, segundo balanço da AFP baseado em fontes oficiais.

Estes números incluem, do lado palestino, combatentes e civis, e, do lado israelense, uma maioria de civis e três membros da minoria árabe.

- Novos surtos de violência em Gaza -

Nos últimos dias, a violência também se estendeu para a Faixa de Gaza.

Desde 13 de setembro, surtos de violência quase diários colocam manifestantes palestinos contra as forças israelenses em ambos os lados da barreira de separação entre Israel e o território palestino de Gaza, controlado pelo Hamas.

Os palestinos fizeram repetidos protestos na fronteira depois de Israel ter fechado recentemente a passagem de Erez entre Israel e a Faixa de Gaza. A decisão foi criticada por uma ONG israelense, que a considerou uma "punição coletiva", já que afeta vários milhares de trabalhadores palestinos.

No sábado, o Exército israelense lançou um ataque com drones, após protestos violentos, nos quais três palestinos foram feridos por tiros israelenses. Este ataque teve como alvo "um posto militar pertencente à organização terrorista Hamas", segundo o Exército.

Seis palestinos foram mortos, e quase 100 ficaram feridos na fronteira, desde 13 de setembro, conforme dados do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

As forças israelenses mataram um palestino durante confrontos noturnos em um campo de refugiados da Cisjordânia, informou o ministério da Saúde palestino.

A vítima foi identificada como Ayed Samih Khaled.

Os moradores do campo de refugiados de Nur Shams, perto de Tulkarem, norte da Cisjordânia, afirmaram que as forças israelense entraram no complexo por volta da meia-noite (18H00 de Brasília, segunda-feira).

"Pouco depois da entrada no campo, os confrontos explodiram entre alguns militantes e os soldados", afirmou um morador, que pediu anonimato.

"O exército veio com escavadeiras para destruir algumas ruas dentro do campo"”, acrescentou.

Um centro desportivo de Nur Shams sofreu muitos danos durante a operação.

A violência vinculada ao conflito palestino-israelense aumentou desde o início do ano na região da Cisjordânia.

Ao menos 226 palestinos, 32 israelenses e duas pessoas de outras nacionalidades morreram desde o início do ano vítimas do conflito, segundo um balanço da AFP baseado em informações divulgadas por fontes oficiais.

Do lado palestino as vítimas incluem combatentes e civis. Do lado israelenses, três membros da minoria árabe estão entre os mortos.

Um palestino morreu e dois ficaram feridos nesta segunda-feira (10) em uma operação militar israelense perto Jericó, na Cisjordânia, anunciou o ministério da Saúde palestino em um comunicado.

O exército israelense anunciou uma operação em Aqabat Jaber, um campo de refugiados próximo a Jericó, sem revelar detalhes.

Em um comunicado, o ministério da Saúde palestino informou que uma pessoa foi morta "a tiros pela ocupação (israelense) em Jericó".

Poucos minutos antes, o ministério anunciou que duas pessoas foram feridas a tiros nas pernas e levadas para o hospital.

O Crescente Vermelho palestino informou que transportou para o hospital da cidade uma pessoa atingida por um tiro na cabeça.

A operação acontece um dia após os funerais de duas jovens israelenses que morreram na sexta-feira em um ataque palestino na área de Jericó.

Duas israelenses morreram e uma terceira ficou ferida nesta sexta-feira (7) em um ataque a tiros contra o veículo em que viajavam na Cisjordânia, anunciaram os serviços de emergência de Israel e o exército.

"As equipes de emergência constataram as mortes de duas mulheres na faixa de 20 anos e prestaram atendimento a outra, gravemente ferida", anunciou o Magen David Adom, o equivalente israelense Cruz Vermelha.

O exército informou que as duas vítimas eram israelenses e que o veículo foi atacado na passagem de Hamra, ao norte do vale do rio Jordão, na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O exército israelense afirmou que bloqueou as estradas na área e iniciou as operações para encontrar os "terroristas" que abriram fogo contra o veículo.

O ataque aconteceu em plena escalada da tensão, iniciada na quarta-feira, após um período de relativa calma no conflito israelense-palestino desde o início do mês de jejum muçulmano do Ramadã, em 23 de março.

As forças israelenses atiraram e mataram três militantes palestinos neste domingo, 12, ao abrirem fogo contra as tropas nas áreas ocupadas da Cisjordânia. A operação faz parte de mais um derramamento de sangue de uma onda de violência que já dura um ano na região.

A Brigada dos Mártires de Al-Aqsa, uma ramificação armada do partido Fatah do presidente palestino Mahmoud Abbas, reivindicou os homens assassinados como membros do grupo. O Ministério da Saúde palestino declarou que os homens foram mortos por tiros israelenses perto da cidade de Nablus e os identificou como Jihad Mohammed al-Shami, 24, Uday Othman al-Shami, 22 e Mohammed Raed Dabeek, 18.

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Os militares disseram que confiscaram três rifles M16 dos militantes após o tiroteio e que um atirador se entregou e foi preso. As mortes de domingo elevam para 80 o número de palestinos mortos desde o início do ano, após Israel ter intensificado as operações de detenção na Cisjordânia.

Ataques palestinos contra israelenses mataram 14 pessoas em 2023. Os embates recentes incluem um ataque militar israelense na semana passada na Cisjordânia, na aldeia de Jaba, onde três militantes palestinos foram mortos. Horas depois, um atirador palestino abriu fogo em uma via movimentada de Tel-Aviv no início do fim de semana, ferindo três pessoas antes de ser baleado e morto.

A atual rodada de violência é uma das piores entre israelenses e palestinos em anos na Cisjordânia. Ela começou na primavera passada do Hemisfério Norte, depois de uma série de ataques palestinos contra israelenses que desencadearam ataques israelenses noturnos na Cisjordânia.

Cerca de 150 palestinos foram mortos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental em 2022, tornando-se o ano mais mortal nessas áreas desde 2004, de acordo com o principal grupo de direitos humanos israelense B'Tselem. Ataques palestinos contra israelenses durante o mesmo período mataram 30 pessoas.

Segundo os militares israelenses, em sua maioria os palestinos mortos eram militantes. Mas também foram mortos jovens que atiravam pedras enquanto protestavam contra as incursões israelenses e outros que não estavam envolvidos nos confrontos.

Israel alega que os ataques são essenciais para desmantelar as redes militantes dos palestinos, prevenindo futuros ataques. Mas os ataques parecem estar se intensificando, em vez de diminuir. Os palestinos veem os ataques como um reforço de Israel de sua ocupação indefinida de 55 anos de terras que eles buscam para seu futuro Estado. Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental na Guerra de 1967. Os palestinos reivindicam esses territórios para seu futuro Estado independente.

Três palestinos foram mortos depois que abriram fogo contra soldados israelenses no norte da Cisjordânia ocupada, perto de Nablus, informou o exército do Estado hebreu neste domingo.

Um comunicado militar afirma que os "agressores armados abriram fogo" contra os soldados em um posto do exército, perto do cruzamento de Jit, ao oeste de Nablus, e os soldados responderam com fogo letal.

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"Três agressores armados foram neutralizados durante a troca de tiros. Outro homem armado se entregou às forças de segurança e foi detido", acrescentou o exército.

A violência aumentou no último ano na Cisjordânia, mas a situação está mais grave desde que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, retornou ao poder em dezembro, em uma coalizão com judeus ultraortodoxos e a extrema direita.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino matou 81 palestinos (adultos e menores de idade), incluindo militantes e civis.

No mesmo período, 12 civis israelenses, incluindo três crianças e um policial, além de uma cidadã ucraniana, morreram em atos de violência, de acordo com um balanço da AFP baseado em fontes oficiais dos dois lados.

As forças de segurança israelenses mataram, nesta quinta-feira (8), quatro palestinos em dois incidentes separados na Cisjordânia ocupada, informaram fontes oficiais palestinas.

Três morreram em uma incursão do exército israelense na cidade de Jenin, um foco de tensão na Cisjordânia ocupada, e o quarto foi um menor de 16 anos, que atirava pedras, em Ramallah.

Nos últimos meses, o Exército israelense tem realizado quase diariamente incursões na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, após uma série recente de ataques mortais contra israelenses.

"Três mortos por tiros da ocupação israelense durante sua agressão em Jenin ao amanhecer de hoje", informou o Ministério da Saúde palestino em nota.

As Forças Armadas de Israel confirmaram a operação, durante a qual prenderam Khaled al-Hija, um palestino suspeito de "atividade terrorista".

"Durante a operação, suspeitos atiraram explosivos e atiraram com munição letal contra os soldados, que responderam com munição letal", afirmou o exército em um comunicado.

O grupo Jihad Islâmica informou que seus combatentes entraram em "confronto violento" com as forças israelenses em Jenin.

O diretor da organização Crescente Vermelho palestina em Jenin, Mahmud al-Saadi, disse à AFP que uma ambulância foi atingida por tiros "a partir de um prédio onde havia israelenses armados" durante a retirada de feridos.

Questionado sobre o tema, o exército israelense respondeu à AFP que não estava a par das alegações.

Mais tarde nesta quinta-feira, soldados israelenses abriram fogo contra palestinos que atiravam pedras e garrafas em veículos em uma rua no nordeste de Ramallah, informou o exército.

Um palestino morreu neste incidente, segundo o ministério palestino.

Uma fonte de segurança disse que se tratou de um menor de 16 anos, procedente da localidade vizinha de Beit Riam. Outros dois palestinos ficaram feridos e foram hospitalizados.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, pediu à comunidade internacional para "proteger" o povo palestino "diante dos contínuos crimes diários e do derramamento de sangue palestino".

O aumento da violência este ano provocou as mortes de pelo menos 150 palestinos e 26 israelenses na Cisjordânia, Israel e na cidade disputada de Jerusalém.

O número inclui mais de 40 palestinos mortos na área de Jenin durante operações das forças israelenses. A lista inclui ativistas, crianças e a jornalista Shireem Abu Akleh, que tinha cidadania americana e palestina.

Israel ocupa a Cisjordânia e o leste de Jerusalém desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.

Um enviado das Nações Unidas para a paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, advertiu esta semana que a situação na Cisjordânia "chegou ao ponto de ebulição".

As forças israelenses mataram nesta segunda-feira (5) um palestino durante uma operação do Exército na Cisjordânia ocupada, indicaram fontes oficiais.

"Um cidadão morreu ao ser atingido por tiros no peito no acampamento de refugiados de Dheisheh, em Belém", no sul da Cisjordânia, informou o Ministério da Saúde palestino.

A vítima é Omar Manaa, de 22 anos, indicou o Clube de Prisioneiros palestinos, uma organização civil de defesa dos palestinos detidos em Israel.

Outras 14 pessoas foram presas em batidas noturnas na Cisjordânia, disse a mesma fonte.

Por sua vez, o Exército israelense afirmou que as tropas abriram fogo durante uma operação contra supostos integrantes da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP).

A FPLP é uma organização marxista de braço armado, considerada "terrorista" por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE).

"Durante a operação, os suspeitos lançaram pedras, bombas incendiárias e artefatos explosivos sobre as forças de ordem, que responderam ao ataque", indicou o Exército de Israel em nota, sem confirmar a morte.

No norte da Cisjordânia, as forças israelenses também prenderam Yahya al-Saadi, "um alto responsável da Jihad Islâmica suspeito de atividades terroristas", afirmou o Exército.

Ao menos 146 palestinos e 26 israelenses morreram desde o início do ano na Cisjordânia, em Israel e Jerusalém em meio às operações de segurança ou a atentados.

Israel ocupa a Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Nesta segunda-feira, um enviado das Nações Unidas pela paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, alertou que a situação na Cisjordânia "chegou ao ponto de ebulição".

Um palestino matou três israelenses na Cisjordânia ocupada nesta terça-feira (15), esfaqueando dois homens até a morte e ferindo vários outros, depois matando outro com um carro roubado antes de ser morto a tiros, disseram autoridades.

A mais recente onda de violência ocorreu horas antes de Israel jurar em seu novo Parlamento, com legisladores de extrema-direita prestes a serem membros do gabinete com a promessa de uma repressão à violência palestina.

O exército israelense relatou um "ataque com faca" perto da Zona Industrial de Ariel, no norte da Cisjordânia.

"Um terrorista chegou no portão de entrada da zona e esfaqueou civis na área", disse um comunicado do Exército.

O serviço médico de emergência israelense Magen David Adom (MDA) afirmou que um homem de 35 anos morreu devido a uma facada, enquanto outro homem morreu no local. Duas pessoas foram gravemente feridas.

O atacante então se dirigiu a "um posto de gasolina próximo e esfaqueou outros civis", disse o Exército, roubou um carro e fugiu.

"O terrorista fugiu do posto de gasolina dirigindo um veículo roubado (...) cometeu um acidente de carro pretendido e atropelou outro civil", disse o comunicado.

Segundo o serviço de emergência, um homem de 50 anos morreu no acidente e outro homem esfaqueado na estrada foi levado ao hospital em estado grave.

Os feridos foram levados para um hospital em Petah Tikvah, informou o serviço de emergência israelense.

O Exército disse que um soldado então "neutralizou" o agressor, acrescentando que as tropas lançaram uma busca a um segundo indivíduo suspeito de envolvimento.

O Ministério da Saúde palestino identificou o palestino morto a tiros pelas forças israelenses como Mohammed Souf, 18 anos, sem fornecer mais detalhes.

Um jornalista da AFP afirmou que o Exército havia invadido a casa de Souf em Hares, uma cidade próxima a Ariel.

A violência se intensificou nos últimos meses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967. O exército israelense intensificou as operações após ataques anti-israelenses e os confrontos deixaram mais de 120 palestinos mortos, o maior número de vítimas em sete anos, segundo a ONU.

Um jovem palestino morreu nesta sexta-feira (21) em confrontos com o exército de Israel na cidade de Jenin, norte da Cisjordânia ocupada, informou o ministério da Saúde palestino.

A vítima foi identificada como Salah al Buraiki, de 19 anos, atingida por um tiro no pescoço, de acordo com um comunicado do ministério.

O exército israelense afirmou que, durante uma operação na cidade da Cisjordânia, "suspeitos lançaram artefatos explosivos e atiraram contra as forças de segurança, que responderam com munição letal".

Os soldados "prenderam um indivíduo suspeito de envolvimento em atividades terroristas", afirma um comunicado das Forças Armadas de Israel.

Três palestinos ficaram feridos nos confrontos, informou o ministério palestino da Saúde.

A violência no conflito israelense-palestino aumentou nos últimos meses, com a intensificação dos ataques contra as forças israelenses e a multiplicação das operações militares do exército do Estado hebreu na Cisjordânia ocupada.

Mais de 100 palestinos morreram desde o início do ano, o balanço mais elevado na Cisjordânia em quase sete anos, segundo a ONU.

Nos últimos meses, o exército israelense executou operações praticamente diárias na área de Jenin e em outros pontos da Cisjordânia, após uma série de atentados em território israelense em março e abril.

Israel ocupa a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.

Um ataque a um ônibus israelense no norte da Cisjordânia ocupada neste domingo deixou seis soldados e um civil feridos, disse o exército israelense.

Após o ataque, que ocorreu perto de Tubas, no Vale do Jordão, o exército prendeu dois suspeitos, anunciou o ministro da Defesa, Benny Gantz.

De acordo com o exército, um soldado ficou gravemente ferido e outros cinco, além de um civil, sofreram ferimentos leves.

Os dois suspeitos foram detidos quando se encontravam próximos dos restos carbonizados do veículo que teriam utilizado.

O porta-voz do exército assinalou que o automóvel "provavelmente pegou fogo por causa de um coquetel Molotov que estava dentro do veículo" e acrescentou que os dois detidos foram atendidos com queimaduras.

A princípio, o Magen David Adom (Mada), o equivalente israelense da Cruz Vermelha, havia relatado que os socorristas estavam atendendo "duas pessoas com ferimentos de bala" e "três outras com lesões provocadas por estilhaços de vidro". Os feridos foram levados para hospitais israelenses.

A autoria do ataque não foi reivindicada por nenhum grupo até o momento.

Contudo, o Hamas, movimento islâmico armado no poder na Faixa de Gaza, descreveu a operação como "heroica".

A tensão na Cisjordânia vem crescendo nos últimos tempos, com o exército israelense realizando múltiplas operações na área, especialmente no norte do território, que ocupa desde 1967, após vários ataques anti-israelenses.

Essas operações, realizadas especialmente nas regiões de Nablus e Jenin, visam prender suspeitos, segundo o exército. Frequentemente, essas ações são marcadas por confrontos com os moradores locais.

Em 14 de agosto, um palestino disparou contra um ônibus no centro de Jerusalém, ferindo oito pessoas, incluindo cidadãos americanos.

Um palestino morreu nesta quarta-feira durante uma operação do exército israelense em Jenin, norte da Cisjordânia, informaram fontes palestinas.

Mohammad Marei, de 25 anos, morreu ao ser atingido por um tiro no peito, anunciou o ministério palestino da Saúde.

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A agência palestina Wafa também informou que soldados israelenses o mataram durante uma operação em Jenin, norte da Cisjordânia ocupada.

O exército israelense informou que os soldados prenderam dois palestinos "procurados por atividades terroristas" em Jenin.

"Durante as operações, vários suspeitos jogaram artefatos explosivos contra os soldados, que responderam com tiros", afirmou o exército em um comunicado.

Um palestino foi atingido pelos tiros, acrescenta o comunicado sem revelar mais detalhes.

O exército israelense intensificou nas últimas semanas as operações em Jenin, cujo campo de refugiados é um reduto das facções armadas palestinas, de onde procedem alguns dos autores dos recentes atentados em Israel.

Desde o fim de março, as forças israelenses realizam operações quase diárias na Cisjordânia, após uma série de ataques de palestinos e árabes israelenses em Israel e na Cisjordânia que mataram 19 pessoas, a maioria civis.

Nas operações do exército israelense, pelo menos 48 palestinos e três agressores árabes israelenses foram mortos - alguns deles membros de grupos armados -, mas também civis, incluindo uma famosa jornalista palestina que cobria uma operação em Jenin.

O exército israelense realizou, neste domingo (10), uma nova operação na região de Jenin, na Cisjordânia, bastião de facções armadas palestinas de onde procedem os autores dos recentes atentados mortais em Tel Aviv.

"As forças armadas israelenses estão realizando, neste momento, uma operação na cidade de Jenin", disse o exército, também enviado a outros setores da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

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O ministério palestino da Saúde informou que houve dez feridos palestinos, dos quais três são de Jenin e quatro de Tulkarem, enquanto foram reportadas 24 detenções pelas forças de Israel.

Neste domingo (10), as autoridades israelenses informaram, por sua vez, sobre atos de "vandalismo" no provável túmulo de José, filho do patriarca Jacó, na cidade palestina de Nablus na Cisjordânia ocupada, local de peregrinação judaica.

No sábado (9), o exército israelense e a polícia fronteiriça fizeram uma incursão no campo de refugiados de Jenin, limítrofe com a cidade de mesmo nome, provocando um intenso tiroteio no qual morreu um palestino de 25 anos, membro da Jihad Islâmica, principal movimento islamista armado palestino depois do Hamas.

Na última hora de sábado (9), Israel anunciou medidas para reforçar o controle da região de Jenin, como o fechamento das passagens israelenses para a cidade, a restrição de entrada e de saída e o "aumento" dos controles de segurança.

- "Fazer tudo o que for necessário" -

"Faremos tudo o que for necessário, pelo tempo que for e onde for para restabelecer a segurança", declarou o chefe do exército de Israel, Aviv Kochavi, a soldados na Cisjordânia, de acordo com um vídeo divulgado pela instituição.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros perpetrados por árabes israelenses vinculados à organização jihadista Estado Islâmico (EI) e os dois últimos por palestinos originários da região de Jenin, bastião histórico das facções palestinas armadas.

Esses ataques deixaram um total de 14 mortos em Israel. Segundo uma contagem da AFP, dez palestinos, entre eles os agressores, foram mortos nos enfrentamentos de 22 de março.

O último ataque, na quinta-feira (7), em pleno coração de Tel Aviv, deixou três mortos e dez feridos, muitos deles ainda hospitalizados.

Os funerais dos três civis israelenses mortos na quinta (7) - Eitam Megini, Tomer Morad e Barak Lufan - nesse atentado em Tel Aviv vão acontecer neste domingo (10) na localidade de Kfar Saba e no kibutz Ginosar.

Os movimentos islamitas armados palestinos Hamas e Jihad Islâmica comemoraram esse atentado, que foi condenado pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, também chefe do partido laico Al Fatah.

Há 20 anos, Jenin foi cenário de uma grande ofensiva israelense em plena segunda intifada palestina e após sangrentos atentados contra Israel. Ao menos, 53 palestinos, a maioria deles civis, e 23 soldados israelenses morreram após 10 de dias de combates.

Um ataque deixou ao menos dois mortos e vários feridos nesta quinta-feira (7) em Tel Aviv, onde houve cenas de caos, em um novo episódio de violência nas últimas semanas em Israel e na Cisjordânia.

O serviço de emergências israelense Magen David Adom declarou que 16 feridos tinham sido levados para hospitais locais.

"Recebemos até agora dez feridos, mas apesar do esforço dos médicos, dois morreram", informou o hospital Ichilov em um comunicado, acrescentando que quatro feridos "se encontram em estado crítico".

"Há pessoas com ferimentos graves, sobretudo no tórax, no abdômen e alguns no rosto", declarou à AFP o diretor deste centro, Ronni Gamzu.

Testemunhas disseram à AFP ter presenciado cenas de caos no centro de Tel Aviv, onde a polícia mobilizou um efetivo importante, e ter ouvido disparos.

"Há um clima de guerra com soldados e policiais por todas as partes (...), revistaram o restaurante, tem gente chorando e pessoas correndo por todas as partes", contou à AFP Binyamin Blum, funcionário de um estabelecimento perto do local onde ocorreu o ataque.

- Mensagem à população -

A polícia israelense pediu à população que evite sair às ruas para não virar alvo, visto que "o incidente ainda está se desenrolando".

O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, acompanha os acontecimentos do quartel-geral do exército em Tel Aviv, segundo seu gabinete.

Este é o quarto ataque em pouco mais de duas semanas em Israel.

Na semana passada, um palestino da Cisjordânia ocupada, que atirou de dentro de seu veículo, matou cinco pessoas (entre eles dois ucranianos e um policial árabe-israelense) na cidade judaica ortodoxa de Bnei Brak, perto de Tel Aviv.

Alguns dias depois, dois policiais morreram em um tiroteio reivindicado pela organização jihadista Estado Islâmico em Hadera (norte).

Em 22 de março, uma pessoa vinculada ao EI matou a facadas e por atropelamento quatro israelenses - dois homens e duas mulheres - na cidade de Beersheva (sul de Israel).

O atacante foi identificado como um professor condenado em 2016 a quatro anos de prisão por planejar viajar para a Síria para combater com o EI e por fazer apologia desta organização.

A partir destes ataques, a polícia e os serviços de segurança doéstica israelenses detiveram dezenas de pessoas por sua suposta relação com o EI.

Ao menos três combatentes da Jihad Islâmica, o segundo movimento armado islamita mais importante dos Territórios Palestinos depois do Hamas, morreram na semana passada em um tiroteio relacionado a operações policiais e Jenin.

O ataque no centro de Tel Aviv ocorre enquanto forças da polícia israelenses se preparam para ativar o alerta máximo antes da primeira oração do Ramadã na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, nesta sexta-feira.

O Hamas mencionou nesta quinta uma "operação heroica" e a Jihad Islâmica "comemorou" um ataque que considerou uma "resposta natural" aos "crimes" de Israel, entre eles a operação em Jenin.

No ano passado ocorreram confrontos entre palestinos e policiais durante as concentrações para o Ramadã em Jerusalém oriental, setor ocupado por Israel desde 1967.

Um palestino esfaqueou nesta quinta-feira (31) um passageiro, que ficou gravemente ferido, em um ônibus no sul da Cisjordânia ocupada, antes de ser morto por um civil armado, informaram o exército israelense e o Magen David Adom, o equivalente israelense da Cruz Vermelha.

"Um terrorista esfaqueou um passageiro de um ônibus perto da colônia de Elazar. O passageiro ficou ferido e está sendo atendido em um hospital. Um civil que estava no ônibus atirou e matou o terrorista", afirmou o exército em um comunicado.

O passageiro gravemente ferido, um homem de 30 anos, foi levado para o hospital Shaarei Tsedek de Jerusalém e passa por cirurgia, informou o centro médico.

O ministério da Saúde palestino identificou o agressor como Nidal Juma Jaafra, de 30 anos.

Poucas horas antes, dois palestinos morreram em uma operação do exército israelense ao norte da Cisjordânia ocupada, de acordo com o ministério.

Os dois palestinos, de 17 e 23 anos, morreram em "ações das forças de ocupação israelenses na área de Jenin", afirmou o ministério.

Desde quarta-feira, as forças israelenses intensificaram as operações na Cisjordânia ocupada, depois que um atentado na terça-feira deixou cinco mortos nas ruas de Bnei Brak e Ramat Gan, subúrbios de Tel Aviv. Foi o terceiro atentado com vítimas faais em uma semana.

O autor do atentado de terça-feira foi um jovem palestino de Yaabad, uma localidade próxima de Jenin, no norte da Cisjordânia.

Jerusalém, Cisjordânia ocupada e Israel registraram ataques anti-israelenses desde outubro de 2015, a maioria cometidos por jovens palestinos que não integram nenhuma organização.

Apesar de uma redução no número de ataques desde então, a violência e os confrontos aumentaram na Cisjordânia durante o último ano, de acordo com dados recentes do exército israelense e da ONU.

Depois de dois anos vazios, os 228 quartos do Hotel Ararat de Belém estavam prontos para receber os turistas, mas o coronavírus voltou a arruinar as esperanças de um Natal normal na cidade onde nasceu Jesus.

O pinheiro com bolas douradas e a figura do Papai Noel decoram o grande átrio de mármore, mas a recepção do estabelecimento está deserta.

Aqui, como em outros hotéis de Belém - cidade palestina da Cisjordânia -, os responsáveis nem se dão ao trabalho de abrir as portas. As decorações servem apenas para animar os poucos funcionários que não foram demitidos.

Os habitantes de Belém pensavam que haviam virado a página sombria do coronavírus depois de um Natal desconsolador no ano passado, o primeiro da era Covid-19.

Desde de 1º de novembro, turistas e peregrinos estavam autorizados a voltar para Belém depois que Israel, cujo exército ocupa a Cisjordânia desde 1967 e controla todas as entradas desse território palestino, abriu suas portas para os visitantes vacinados.

No entanto, menos de um mês depois, quando os comércios já haviam feito seus pedidos para repor os estoques e os hotéis estavam mais uma vez prontos, o país voltou a fechar as fronteiras após a confirmação de um caso da ômicron.

Desde então, Agustín Shomali, diretor do hotel Ararat, verifica "todos os dias as informações sobre o aeroporto de Tel Aviv", esperando sua reabertura aos turistas, a única salvação possível para seu estabelecimento situado a poucos minutos da Basílica da Natividade, local do nascimento de Jesus, segundo a tradição cristã.

- Aprender a viver com o coronavírus -

"A taxa de ocupação do hotel deveria ser de 70% para o Natal, mas todas as reservas do exterior foram canceladas", explica Shomali. Terá que se contentar com o turismo local, mas este "não supera os 5%", afirma.

Antes da pandemia de coronavírus, mais de três milhões de pessoas visitavam Belém todo ano, em média.

Esta cidade, onde o índice de desemprego passou de 23% para 35% em dois anos, foi afetada pela crise sanitária como nenhuma outra na Cisjordânia, já que depende exclusivamente do turismo, afirma Carmen Ghattas, diretora de relações públicas da prefeitura.

Em seu escritório na Praça de Manjedoura, onde foi colocado um presépio de tamanho real ao pé de um gigantesco pinheiro, ela lamenta não ter controle algum sobre a entrada dos turistas em sua cidade, onde a maioria dos habitantes está vacinada.

Em outros lugares do mundo, os pontos turísticos estão abertos aos visitantes vacinados, se respeitarem as normas sanitárias, diz Ghattas. "Aqui, os turistas estão simplesmente proibidos de entrar e isso está afetando a nossa economia. É necessário que abram (o aeroporto) porque o coronavírus não vai desaparecer, temos que aprender a viver com ele", considera.

Ciente das dificuldades e em forma de compensação, o governo palestino doou 700 shekels (menos de 226 dólares) aos comerciantes que apresentaram uma solicitação. "Uma gota d'água", segundo Ghattas.

Os palestinos da Cisjordânia ocupada começaram a votar neste sábado (11) em eleições municipais marcadas pelo boicote do principal partido opositor Hamas, no poder em Gaza, como protesto pelo adiamento indefinido das eleições parlamentares e presidenciais.

As eleições presidenciais ou legislativas não são celebradas nos territórios palestinos há 15 anos. As últimas eleições municipais aconteceram em 2017 e também foram boicotadas pelo Hamas.

Das 367 cidades da Cisjordânia que vão às urnas, 60 não possuem nenhum candidato e em outras 162 só foi apresentada uma lista. Sendo assim, haverá uma eleição propriamente dita apenas em 154 municípios.

A eleição municipal acontece em duas fases e em março de 2022 acontecerá a segunda para as cidades.

O porta-voz da Comissão Eleitoral Central Palestina, Fareed Taam Allah, disse à AFP que as urnas abriram em todas as cidades previstas.

As urnas estarão abertas até as 19h00 locais, com um censo potencial de 405.000 eleitores, segundo o comitê eleitoral.

As eleições são "irrelevantes politicamente porque ocorrem em pequenas cidades e não nas grandes" e são "fúteis" na ausência do Hamas, segundo o analista político Jihad Harb.

O grupo armado, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, boicota a votação como protesto ao presidente Mahmud Abas que adiou indefinidamente as eleições parlamentares e presidenciais programadas para este ano.

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