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Três jovens de origem palestina que estavam em Burlington, no Estado norte-americano de Vermont, para o feriado de Ação de Graças, que ocorreu na quinta-feira, 23, foram baleados e feridos, um deles gravemente, perto da Universidade de Vermont (UVM), informou a polícia neste domingo, 26. As autoridades disseram que o ataque pode ter sido um crime de ódio.

Os tiros foram disparados por volta das 18h25 de sábado, 25, perto do campus da UVM, de acordo com o chefe de polícia de Burlington, Jon Murad. Ele acrescentou que a polícia está a procura do atirador.

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Duas das vítimas estão em condições estáveis, mas a terceira sofreu "ferimentos muito mais graves", disse Murad em comunicado de imprensa. Os três, todos de 20 anos, visitavam a casa de um deles e caminhavam quando foram confrontados por um homem branco armado.

"Sem falar, ele disparou pelo menos quatro tiros da pistola e acredita-se que tenha fugido", disse Murad em comunicado. "Todas as três vítimas foram atingidas, duas no torso e uma nas extremidades baixas."

Murad disse que os três homens são descendentes de palestinos. Dois são cidadãos dos Estados Unidos e um é residente legal. Dois dos homens usavam lenços "kafia" palestinos preto e branco. Murad acrescentou que não há informações adicionais que sugiram o motivo do suspeito.

"Minhas mais profundas condolências às vítimas e suas famílias", disse Murad no comunicado. "Neste momento de tensão, ninguém pode olhar para este incidente e não suspeitar que pode ter sido um crime motivado pelo ódio. Já entrei em contato com colegas federais e a promotoria para me preparar para isso, caso seja comprovado."

O FBI, a polícia federal dos EUA, disse estar ciente do ocorrido. "Se, no decurso da investigação local, surgirem informações sobre uma potencial violação federal, o FBI está preparado para investigar", disse Sarah Ruane, porta-voz do FBI baseada em Albany, Nova York, em comunicado.

Protestos têm se proliferado e as tensões estão aumentando nos Estados Unidos frente ao avanço do número de mortos na guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, Palestina.

O palestino médio em Gaza vive com dois pedaços de pão árabe feito com farinha que as Nações Unidas armazenaram na região, mas o principal refrão que agora se ouve nas ruas é "Água, água", disse o diretor de Gaza da agência da ONU para Refugiados palestinos.

Thomas White, que contou ter viajado "por toda a extensão de Gaza nas últimas semanas", descreveu o local como um "cenário de morte e destruição". Nenhum lugar é seguro agora, disse ele, e as pessoas temem pelas suas vidas, pelo seu futuro e pela sua capacidade de alimentar as suas famílias.

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A agência palestina para os refugiados, conhecida como UNRWA, está apoiando cerca de 89 padarias em Gaza, com o objetivo de levar pão a 1,7 milhão de pessoas, disse White a diplomatas dos 193 países membros da ONU em um vídeo informativo de Gaza.

Mas, disse ele, "agora as pessoas não procuram mais pão. Está procurando água."

A vice-coordenadora da ONU para o Oriente Médio, Lynn Hastings, que também é coordenadora humanitária para os territórios palestinos, disse que apenas uma das três linhas de abastecimento de água de Israel está operacional.

"Muitas pessoas dependem de águas subterrâneas salobras ou salinas, se é que dependem", disse ela. Fonte: Associated Press

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou, nesta quinta-feira (2), uma imagem em que compara o povo palestino a ratos sendo caçados por uma águia israelense. As asas da ave carregam as cores da bandeira dos Estados Unidos, num cenário comparado à Faixa de Gaza completamente bombardeada.

A postagem de ataque aos palestinos foi acompanhada de um versículo bíblico, o texto de Isaías 40:11, que diz: "Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão, caminharão, e não se fatigarão".

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A publicação foi repudiada nas redes sociais. A página "Palestina Hoy" no X (antigo Twitter) escreveu que o conteúdo compartilhado pela deputada é inaceitável. A guerra entre Israel e o Hamas atingiu a marca de 10 mil pessoas mortas em menos de um mês, de acordo com levantamentos da rede de notícias Al Jazeera.

Mais de 9 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O número é contestado por Israel. Em virtude do pequeno acesso da imprensa internacional à Faixa de Gaza, não é possível verificar esses números de maneira independente. Do lado de Israel, são 1,4 mil mortos e 242 reféns.

Para o professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, a publicação de Zambelli reflete um comportamento da extrema direita de desumanização do povo palestino.

"Você tem a águia e o rato na perspectiva de uma guerra eterna, onde o rato é o árabe e deve ser caçado e exterminado. É uma perspectiva de extermínio típica da extrema-direita", avaliou o professor, que também é pesquisador no Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém.

Como mostrou o Estadão, o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro e a resposta israelense com ataques aéreos e por terra, e a invasão da Faixa de Gaza, levou a uma alta de casos de antissemitismo e islamofobia no Brasil e no exterior. Analistas consultados pela reportagem atribuem essa alta a um preconceito enraizado contra judeus e muçulmanos em diversas sociedades.

Há exatamente duas semanas, em 7 de outubro, o grupo Hamas fez ataques aéreos e terrestres a Israel, invadindo casas e levando reféns. Israel respondeu de imediato, com dezenas de aviões de combate bombardeando vários pontos da Faixa de Gaza. Com a escalada da violência, áreas residenciais e escolas foram bombardeados.  

Até o Hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, sofreu um ataque que matou 470 pessoas. O grupo Hamas acusa Israel de ter liderado o ataque aéreo que atingiu o hospital. Militares israelenses, no entanto, negam a responsabilidade pela ação e alegam que a unidade foi atingida por um lançamento fracassado de um foguete pela Jihad Islâmica.  

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Representantes das comunidades israelense e palestina no Brasil revelaram à Agência Brasil suas percepções sobre o conflito e o que sabem sobre a situação de parentes e conhecidos que estão na região. 

Antissemitismo

O presidente executivo da Federação Israelita do estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, conta que a comunidade tem mantido contato com quem está em território israelense e que lá estão muito abalados, preocupados e tristes. Daqui, a federação tem ofertado ajuda psicológica a eles. 

“Estamos vivendo um luto e uma tristeza muito grande com o acontecido no último dia 7 de outubro em Israel. Todos nós temos família e amigos no país e ainda estamos tentando entender o que aconteceu naquele sábado”, disse.

Segundo Berkiensztat, a comunidade acredita que Israel tem o direito e o dever de se defender e que, para que a paz volte à região, é preciso desmantelar o Hamas. 

Em relação à rotina da comunidade aqui no Brasil após a deflagração da guerra, ele aponta que sentiram aumento do antissemitismo. “E, para tanto, estamos atentos à segurança da comunidade em contato direto com os órgãos públicos para evitar quaisquer tipos de ameaça”, relatou. 

“As mídias sociais são o termômetro desta radicalização dos discursos de ódio que nos preocupam sobremaneira. Cancelamos todos os eventos festivos na comunidade judaica e temos investido na capacitação das pessoas sobre a história deste conflito e também em atendimento psicológico aos familiares que têm gente vivendo em Israel”, acrescentou Berkiensztat. 

Xenofobia

Coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, a jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh avalia que há uma crescente xenofobia e racismo contra palestinos no Brasil, neste momento, “em função da propaganda agressiva de guerra protagonizada pelos meios de comunicação de massa”. Ela ressalta que o ataque aos palestinos dura mais de 75 anos.

“Se não se compreender isso, vai se cair na propaganda de que é uma guerra entre Hamas e Israel, pontual e circunstancial. Não é isso”, acrescentou. 

“Intelectuais e políticos que se manifestam em solidariedade ao povo palestino e contra o genocídio em curso têm sido expostos e também perseguidos. Sabemos de ameaças, demissões e discurso de ódio contra a comunidade árabe e o povo palestino que é o oprimido na contínua Nakba [palavra árabe que significa catástrofe e designa a expulsão de palestinos de áreas que se tornariam Israel, em 1948]. Muitas fake news e muita criminosa irresponsabilidade em sua difusão precisam parar imediatamente”, denunciou. 

Sobre a população que está nos territórios atacados, ela relata que estão em uma situação muito perigosa e que todos estão em risco de limpeza étnica na Cisjordânia e sob bombardeios em Gaza. “Um brasileiro-palestino que conhecemos, Hasan Rabee, está em Gaza com sua família à espera de ser repatriado. Seu primo, a esposa dele, filhos e netos do casal foram mortos num bombardeio ao prédio em que moravam”, contou. 

Em relação à dificuldade de evacuação de palestinos, ela avalia que é importante um corredor humanitário para entrada de ajuda humanitária e o cessar-fogo imediato. “Porém é preciso ir além, é necessário o governo brasileiro reconhecer o apartheid israelense e romper imediatamente relações e acordos com o Estado de Israel”, acrescentou.

 

Os palestinos bloqueados na Faixa de Gaza aguardam desesperados, nesta quinta-feira (19), a entrada dos caminhões com ajuda humanitária prometidos por Estados Unidos e Egito, no 13º dia de uma guerra que não dá trégua, apesar dos intensos esforços diplomáticos.

Os caminhões que transportam ajuda humanitária para o pequeno território que tem de 2,4 milhões de habitantes estão bloqueados há vários dias na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que viajou a Israel na quarta-feira, afirmou que seu homólogo do Egito, Abdel Fatah al Sisi, aceitou a entrada de até 20 caminhões em Gaza.

Este será o primeiro comboio de ajuda para a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas executou um ataque sem precedentes contra Israel, onde matou 1.400 pessoas, a maioria civis, e tomou quase 200 reféns.

Desde então, Israel mantém o território sob cerco total, com uma onda de bombardeios aéreos e o bloqueio do enclave palestino, além de milhares de soldados preparados para uma incursão terrestre.

A situação em Gaza é crítica, com hospitais saturados e mais de 3.450 mortos e 12.500 feridos desde o início da represália israelense, segundo os números divulgados pelo ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Bairros inteiros foram destruídos e os moradores não têm água, alimentos ou energia elétrica.

- "Estamos preparados" -

Dezenas de pessoas se reuniram na manhã de quinta-feira na passagem de Rafah na expectativa de uma autorização para atravessar a fronteira.

"Estamos preparados com nossas malas", disse Mohammed, 40 anos, que trabalha para uma instituição italiana e aguarda há três dias com a família.

Após a visita a Israel e de muitos contatos por telefone com as autoridades do Egito, Biden anunciou que um número limitado de caminhões deve passar pelo posto de Rafah.

"Queremos a passagem do maior número possível de caminhões. Acredito que há quase 150", disse o presidente americano na quarta-feira à noite.

Biden, no entanto, destacou que a entrada de um segundo comboio dependerá de "como acontecerá a distribuição do primeiro".

"Se o Hamas confiscar a assistência, não deixar passar (...) então será o fim", alertou em uma escala na Alemanha em seu retorno a Washington.

Durante a visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos isentou Israel de qualquer responsabilidade no bombardeio do hospital Ahli Arab de Gaza. Palestinos e israelenses trocam acusações sobre o ataque.

O ministério da Saúde do território palestino afirmou que o bombardeou matou 471 pessoas, incluindo deslocados que seguiram para o hospital em busca de refúgio.

Porém, uma fonte de um serviço de inteligência europeu entrevistada pela AFP afirmou que o número de vítimas seria muito menor.

"Não há 200 nem 500 mortos, talvez algumas dezenas, provavelmente entre 10 e 50", disse a fonte, que pediu anonimato. O porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, também questionou o número de 471 mortos divulgado pelo Hamas: "Onde estão todos os corpos?", perguntou.

Fotos e vídeos feitos pela AFP mostram dezenas de corpos debaixo de lençóis ou em sacos pretos.

"Com base nas informações que temos até o momento, parece que (o ataque contra o hospital Ahli Arab) foi resultado de um foguete fora de controle disparado por um grupo terrorista de Gaza", disse Biden, que mencionou provas do Pentágono.

- "Evidências" -

Israel afirma ter "evidências" de que a Jihad Islâmica, outro movimento islamita palestino, foi responsável pelo ataque contra o hospital.

Segundo a Jihad Islâmica, grupo aliado do Hamas e considerado terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel, uma bomba lançada por um avião das Forças Armadas de Israel provocou a tragédia.

Milhares de pessoas protestaram na quarta-feira nos países árabes para expressar indignação com o ataque, que os manifestantes atribuem a Israel, apesar das negativas do país.

Grandes manifestações aconteceram em Amã, Túnis, Beirute, Damasco e outras capitais após o ataque, que gerou apelos por um "dia de fúria" em todo o mundo árabe.

Vários países atuam para evitar uma conflagração regional. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, visita Israel nesta quinta-feira para pedir o fim da escalada bélica.

O presidente egípcio e o rei Abdullah II da Jordânia examinarão o conflito em uma reunião no Cairo nesta quinta-feira. Os dois países, que já atuaram diversas vezes como mediadores entre israelenses e palestinos, são contrários a um "deslocamento forçado" de palestinos para seus territórios.

A tensão também persiste na fronteira com o Líbano, onde o Exército israelense e o grupo Hezbollah executam ataques, assim como na Cisjordânia, onde 64 palestinos, incluindo 18 crianças, morreram desde 7 de outubro, segundo os dados mais recentes da ONU.

Palestinos deixam em massa a região norte de Gaza depois que o governo de Israel ordenou que cerca de 1 milhão de pessoas deixem a região para o sul do território. Tal fato sugere que o exército israelense pode em breve realizar uma ocupação militar na região para combater militantes do Hamas.

As Nações Unidas alertaram que a ordem para que cerca de metade da população de Gaza deixe a área em 24 horas poderá gerar uma calamidade e pediu para o governo de Israel revogá-la. Famílias em carros, caminhões e carroças puxadas por burros repletos de cobertores e outros objetos se concentravam na principal rodovia da Cidade de Gaza, em meio a bombardeios de aviões que continuam a atingir a região.

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O Hamas divulgou pela sua assessoria de comunicação que jatos israelenses atacaram carros em direção ao sul, o que provocou a morte de 70 pessoas. As forças militares de Israel informaram que tropas ingressaram em Gaza em ataques temporários para combater militantes e buscar pistas das 150 pessoas mantidas como reféns pelo Hamas, após os ataques brutais ocorridos no último fim de semana.

Embora o Hamas tenha orientado a população no norte de Gaza a ignorar a ordem de saída, muitos palestinos hesitaram e preferiram deixar a região porque não estavam seguros em permanecer lá. O território está fechado para receber alimentos, água e suprimentos médicos e está sob um virtual blackout de energia.

O ministério da saúde de Gaza informou que 1.800 pessoas foram mortas na região, sendo mais da metade menores de 18 anos ou mulheres. Os ataques do Hamas mataram 1.300 israelenses, a maioria civis.

Milhares de pessoas participaram, nesta quinta-feira (12), de manifestações de apoio aos palestinos na França, apesar de as autoridades as terem proibido por temerem "distúrbios públicos" em meio ao conflito entre Israel e o grupo islamista Hamas.

Em Paris, as forças de segurança dispersaram os manifestantes da Praça da República com gás lacrimogêneo e canhões d'água, conforme constatado pela AFP. Segundo a polícia, dez pessoas foram detidas entre as três mil presentes.

O Ministro do Interior, Gérald Darmanin, havia proibido as "manifestações pró-palestinas" em todo o país, considerando-as "suscetíveis de provocar distúrbios públicos" após o ataque perpetrado pelo Hamas no sábado em Israel.

Na capital francesa, os manifestantes gritavam "Palestina vencerá" e "Israel assassino", enquanto agitavam bandeiras palestinas. A frase "Free Palestine" (Palestina Livre) foi pintada no monumento da praça.

De Rennes (noroeste) a Nimes (sudeste), passando por Toulouse (sul) e Lille (norte), várias cidades registraram concentrações em apoio aos palestinos desde quarta-feira à noite.

Várias associações tentaram anular a proibição, mas o tribunal administrativo de Paris decidiu nesta quinta-feira mantê-la por temer que a violência em Israel "seja exportada" para a França, que abriga a maior comunidade judaica da Europa.

No sábado, centenas de combatentes do Hamas cruzaram a fronteira israelense a partir da Faixa de Gaza em veículos, pelo ar e pelo mar, e mataram cerca de 1.200 civis nas ruas, em suas casas ou em um festival de música.

Durante um ataque, cuja extrema violência abalou o país até seus alicerces, capturaram cerca de 150 reféns israelenses, com dupla nacionalidade e estrangeiros, que o grupo islamita ameaça matar.

Israel tem respondido com ataques aéreos e de artilharia durante seis dias contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza, um enclave onde vivem 2,3 milhões de pessoas em condições precárias, resultando em mais de 1.400 mortes.

burs-tjc/sag/am/mvv

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, conclamou a comunidade internacional a encontrar uma solução pacífica para encerrar o conflito entre israelenses e palestinos.

No último sábado (7), o grupo islâmico Hamas bombardeou Israel, provocando a morte de, ao menos, 1.200 pessoas e o sequestro de outras 100. Três brasileiros estão desaparecidos. Pacheco prestou condolências aos familiares das vítimas e declarou que nada justifica o uso da violência.

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O senador Hamilton Mourão (Republicanos -RS) destacou o papel do Brasil em busca da paz com total respeito à não-intervenção e à soberania dos países. Já o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) avalia que Israel vai retomar o controle da situação.

Em homenagem às vítimas, o Senado projetou na cúpula a bandeira de Israel na noite desse domingo (8).

*Da Agência Senado

Três palestinos foram mortos depois que abriram fogo contra soldados israelenses no norte da Cisjordânia ocupada, perto de Nablus, informou o exército do Estado hebreu neste domingo.

Um comunicado militar afirma que os "agressores armados abriram fogo" contra os soldados em um posto do exército, perto do cruzamento de Jit, ao oeste de Nablus, e os soldados responderam com fogo letal.

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"Três agressores armados foram neutralizados durante a troca de tiros. Outro homem armado se entregou às forças de segurança e foi detido", acrescentou o exército.

A violência aumentou no último ano na Cisjordânia, mas a situação está mais grave desde que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, retornou ao poder em dezembro, em uma coalizão com judeus ultraortodoxos e a extrema direita.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino matou 81 palestinos (adultos e menores de idade), incluindo militantes e civis.

No mesmo período, 12 civis israelenses, incluindo três crianças e um policial, além de uma cidadã ucraniana, morreram em atos de violência, de acordo com um balanço da AFP baseado em fontes oficiais dos dois lados.

O novo ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou nesta terça (3) a Esplanada das Mesquitas, e irritou militantes palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O Hamas, que controla Gaza, acusou Ben-Gvir - um radical de direita que se aliou ao premiê, Binyamin Netanyahu - de provocar uma escalada de violência na região.

No passado, grupos radicais palestinos responderam com lançamento de foguetes a visitas de autoridades israelenses ao à Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã e o mais sagrado do Judaísmo, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestino anexado por Israel.

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Não muçulmanos podem visitar o local em determinados horários, mas não podem rezar. Nos últimos anos, porém, um número crescente de judeus nacionalistas têm ido à esplanada para fazer orações, o que os palestinos denunciam como provocação.

Ben-Gvir lidera o partido de extrema direita Poder Judaico. Ele foi várias vezes à Esplanada das Mesquitas como deputado e já havia anunciado sua intenção de ir como ministro.

"A Esplanada das Mesquitas é o lugar mais importante para o povo de Israel. Mantemos a liberdade de movimento para muçulmanos e cristãos, mas os judeus também irão ao local e aqueles que fazem ameaças deverão ser tratados com mão de ferro", disse Ben-Gvir, após a visita.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As forças de segurança israelenses mataram, nesta quinta-feira (8), quatro palestinos em dois incidentes separados na Cisjordânia ocupada, informaram fontes oficiais palestinas.

Três morreram em uma incursão do exército israelense na cidade de Jenin, um foco de tensão na Cisjordânia ocupada, e o quarto foi um menor de 16 anos, que atirava pedras, em Ramallah.

Nos últimos meses, o Exército israelense tem realizado quase diariamente incursões na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, após uma série recente de ataques mortais contra israelenses.

"Três mortos por tiros da ocupação israelense durante sua agressão em Jenin ao amanhecer de hoje", informou o Ministério da Saúde palestino em nota.

As Forças Armadas de Israel confirmaram a operação, durante a qual prenderam Khaled al-Hija, um palestino suspeito de "atividade terrorista".

"Durante a operação, suspeitos atiraram explosivos e atiraram com munição letal contra os soldados, que responderam com munição letal", afirmou o exército em um comunicado.

O grupo Jihad Islâmica informou que seus combatentes entraram em "confronto violento" com as forças israelenses em Jenin.

O diretor da organização Crescente Vermelho palestina em Jenin, Mahmud al-Saadi, disse à AFP que uma ambulância foi atingida por tiros "a partir de um prédio onde havia israelenses armados" durante a retirada de feridos.

Questionado sobre o tema, o exército israelense respondeu à AFP que não estava a par das alegações.

Mais tarde nesta quinta-feira, soldados israelenses abriram fogo contra palestinos que atiravam pedras e garrafas em veículos em uma rua no nordeste de Ramallah, informou o exército.

Um palestino morreu neste incidente, segundo o ministério palestino.

Uma fonte de segurança disse que se tratou de um menor de 16 anos, procedente da localidade vizinha de Beit Riam. Outros dois palestinos ficaram feridos e foram hospitalizados.

O primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh, pediu à comunidade internacional para "proteger" o povo palestino "diante dos contínuos crimes diários e do derramamento de sangue palestino".

O aumento da violência este ano provocou as mortes de pelo menos 150 palestinos e 26 israelenses na Cisjordânia, Israel e na cidade disputada de Jerusalém.

O número inclui mais de 40 palestinos mortos na área de Jenin durante operações das forças israelenses. A lista inclui ativistas, crianças e a jornalista Shireem Abu Akleh, que tinha cidadania americana e palestina.

Israel ocupa a Cisjordânia e o leste de Jerusalém desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.

Um enviado das Nações Unidas para a paz no Oriente Médio, Tor Wennesland, advertiu esta semana que a situação na Cisjordânia "chegou ao ponto de ebulição".

Quando Hussein obteve permissão para ir trabalhar em Israel, esse palestino de Gaza não hesitou nem por um segundo em interromper os custosos estudos que estava prestes a terminar para poder, finalmente, ganhar a vida.

Ter a possibilidade de trabalhar fora deste enclave bloqueado por Israel desde 2007 é como se "os portões do paraíso se abrissem diante de mim", afirmou o jovem mestrando em relações públicas no pobre território palestino.

"Não trabalho há anos e tenho US$ 3.500 de dívidas para pagar meus estudos", acrescenta este pai de três filhos, que prefere omitir seu sobrenome por se sentir, assim como os demais palestinos, envergonhado por ter de aceitar pequenos trabalhos em Israel para ganhar a vida.

Depois de deixar as salas de aula da Universidade da cidade de Gaza há alguns meses, Hussein é entregador em Yafa, um bairro de Tel Aviv. Para ele, esse emprego é uma oportunidade de melhorar a renda de sua família e, posteriormente, de retomar os estudos.

A Faixa de Gaza, um minúsculo território com mais de 2 milhões de habitantes arrasado por guerras, tem uma taxa de pobreza de cerca de 60% e um desemprego endêmico que oscila em torno de 50%.

A renda por habitante se situa em torno de US$ 1.400 por ano, segundo dados oficiais.

- Reabertura -

Mahmud, de 40 anos, foi contratado por um restaurante de Herzliya, uma cidade litorânea ao norte de Tel Aviv, depois de anos trabalhando para organizações internacionais em Gaza. Estas últimas estão entre os empregadores mais desejados por seus salários elevados.

Sua licenciatura em serviço social não lhe serve de nada no estabelecimento onde trabalha agora, mas esta não é a prioridade no momento. Fazendo muitas horas extras, pai de três filhos pode ganhar até 550 shekels (US$ 170) por dia, além de comida e hospedagem, números que estão muito longe dos padrões de Gaza.

Em Israel, a maioria dos trabalhadores de Gaza ganha entre 250 e 700 shekels (US$ 78 e US$ 218) em agricultura e construção, muito mais do que se ganharia em Gaza, embora não disponham de seguridade social.

Desde o bloqueio de Gaza por parte de Israel, decorrente da chegada do movimento islâmico Hamas ao poder na Faixa de Gaza, "não há mais oportunidades de trabalho", lamenta Mahmud.

Antes de 2007 e do bloqueio israelense, cerca de 120.000 habitantes de Gaza trabalhavam em Israel.

Em 2019, Israel voltou a conceder permissões para homens casados com mais de 26 anos que atendam a certos critérios de segurança.

Nos últimos meses, após quase um ano e meio de fechamento da passagem fronteiriça de Erez, no norte de Gaza, devido ao coronavírus, as autoridades israelenses emitiram 12.000 autorizações. A maioria dela tem seis meses de duração, renováveis.

Desde então, o estacionamento do posto de controle de Erez, entre Gaza e Israel, está lotado de táxis e micro-ônibus esperando por eles.

- Sem proteção social -

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Gaza, Sami al-Amsi, diz que Israel pode conceder permissões para mais palestinos deste território em um futuro próximo. Embora veja isso como uma boa notícia, também pede que a proteção social seja garantida nos contratos.

Hoje, os habitantes de Gaza estão cobertos contra acidentes, apenas se seu empregador concordar em pagar pelo seguro, o que raramente acontece, diz a organização israelense Kav LaOved.

Há algumas semanas, um homem de Gaza foi atropelado por um veículo em seu local de trabalho em Israel. Mas "sua família não recebeu nenhuma indenização", lamenta Al Amsi.

Isso não assusta Adham, um homem de 35 anos com três diplomas em saúde pública e ciência da computação.

"Não tenho exigências, poderia trabalhar em um restaurante, supermercado, ou numa fábrica", garante.

Abu Oday, que recentemente solicitou uma permissão de trabalho, também não.

"Trabalho há 15 anos como jornalista freelancer", diz o fotojornalista de 38 anos, que prefere se apresentar sob pseudônimo. "Mas não consigo pagamentos decentes, salvo quando há uma guerra", acrescenta.

Os palestinos da Cisjordânia ocupada começaram a votar neste sábado (11) em eleições municipais marcadas pelo boicote do principal partido opositor Hamas, no poder em Gaza, como protesto pelo adiamento indefinido das eleições parlamentares e presidenciais.

As eleições presidenciais ou legislativas não são celebradas nos territórios palestinos há 15 anos. As últimas eleições municipais aconteceram em 2017 e também foram boicotadas pelo Hamas.

Das 367 cidades da Cisjordânia que vão às urnas, 60 não possuem nenhum candidato e em outras 162 só foi apresentada uma lista. Sendo assim, haverá uma eleição propriamente dita apenas em 154 municípios.

A eleição municipal acontece em duas fases e em março de 2022 acontecerá a segunda para as cidades.

O porta-voz da Comissão Eleitoral Central Palestina, Fareed Taam Allah, disse à AFP que as urnas abriram em todas as cidades previstas.

As urnas estarão abertas até as 19h00 locais, com um censo potencial de 405.000 eleitores, segundo o comitê eleitoral.

As eleições são "irrelevantes politicamente porque ocorrem em pequenas cidades e não nas grandes" e são "fúteis" na ausência do Hamas, segundo o analista político Jihad Harb.

O grupo armado, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, boicota a votação como protesto ao presidente Mahmud Abas que adiou indefinidamente as eleições parlamentares e presidenciais programadas para este ano.

Um homem armado matou uma pessoa e deixou quatro outras feridas antes de ser morto a tiros pela força de segurança israelense, perto da entrada de um local sagrado na Cidade Velha de Jerusalém, neste domingo (21), conforme informou a polícia de Israel. De acordo com os policiais, o atirador era palestino.

A polícia disse que o ataque ocorreu perto da entrada de um santuário contestado por judeus, que o chamam de Monte do Templo, e mulçumanos, que conhecem o local como Santuário Nobre. A violência em torno do espaço sagrado desencadeou confrontos anteriores entre israelenses e palestinos.

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As autoridades policiais também disseram que o atirador era um palestino, residente de Jerusalém Oriental, na casa dos 40 anos. O Ministro da Segurança Pública, Omer Bar Lev, disse a repórteres que o homem era membro do braço político do grupo militante Hamas e que a esposa dele havia deixado o país três dias antes.

Sem assumir a autoria do ataque, o Hamas elogiou o atirador, chamando o incidente de uma "operação heroica". "A resistência de nosso povo continuará sendo legítima por todos os meios e ferramentas contra os ocupantes sionistas até que nossos objetivos sejam alcançados e a ocupação seja expulsa de nossos locais sagrados e de todas as nossas terras", disse o porta-voz Abdel Latif al-Qanou.

No Twitter, o embaixador da União Europeia em Israel, Dimiter Tzantchev, disse que seus pensamentos estavam "com as vítimas do ataque covarde na Cidade Velha de Jerusalém" e condenou o ataque. "Violência nunca é a resposta."

O incidente foi o segundo desse tipo no local nos últimos dias. Na quarta-feira, 17, um adolescente palestino, de 16 anos, foi morto a tiros depois de esfaquear dois policiais israelenses.

A queda do premiê Binyamin Netanyahu não significa um avanço da paz com os palestinos. O novo governo israelense, liderado por Naftali Bennett, um defensor dos colonos, é tão ruim quanto o anterior, disse nesta segunta, 14, o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayeh. "Este novo governo é igual ao anterior. Nós condenamos os anúncios do novo primeiro-ministro, Naftali Bennett, em apoio aos assentamentos israelenses", disse Shtayeh. "O novo governo não tem futuro se não levar em consideração o povo palestino e seus direitos legítimos."

Ontem, a frase que mais se ouvia entre os palestinos para definir o novo governo, seja em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia ocupada ou na Faixa de Gaza, era: "Mais do mesmo". Para o analista palestino Hamada Haber, a diversidade de ideologias do novo governo e a mínima maioria que possui no Parlamento impedirão qualquer reaproximação com as autoridades palestinas, o que ele acredita que causaria o colapso do gabinete.

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Além disso, de acordo com Haber, a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, está muito enfraquecida após os 11 dias de conflitos em maio, liderados pelo Hamas, na Faixa de Gaza, que teria se transformado no principal interlocutor dos palestinos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aplicativo de mensagens WhatsApp bloqueou as contas de dezenas de jornalistas palestinos, após os recentes confrontos entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza - disseram repórteres.

Pouco depois da entrada em vigor do cessar-fogo, às 2h da última sexta-feira (21), que encerrou 11 dias de um intenso conflito, dois jornalistas da redação da AFP em Gaza receberam anúncios do WhatsApp em árabe, informando que suas contas estavam bloqueadas.

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Outros jornalistas, em Jerusalém, Gaza e na Cisjordânia ocupada, também relataram que suas contas foram bloqueadas. Uma equipe do canal de notícias do Catar Al Jazeera afirmou que suas contas foram reabertas depois de reclamarem com o Facebook, proprietário do WhatsApp.

O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, Tahseen al-Astall, observou que "cerca de 100 jornalistas" em Gaza tiveram a conta bloqueada.

O Centro Árabe de Desenvolvimento de Redes Sociais disse que o bloqueio de contas do WhatsApp não é um incidente isolado. Em um novo relatório, o grupo baseado em Haifa documentou 500 casos, nos quais os "direitos digitais" dos palestinos foram violados entre 6 e 19 de maio.

O presidente dos EUA, Joe Biden, telefonou nesta segunda-feira (17) para o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e defendeu um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Na ligação, Biden demonstrou preocupação com o conflito, mas não exigiu uma trégua imediata, como quer a ala progressista do Partido Democrata.

Como sempre, Israel vem contando com o socorro diplomático do governo americano e Biden ainda não deu sinais de que pretende mudar a posição histórica dos EUA. No entanto, a proteção inabalável da Casa Branca vem colocando em risco o apoio de parte da base democrata, especialmente da ala progressista do partido.

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A violência completou ontem uma semana, com mais de 200 palestinos mortos em ataques aéreos de Israel, deflagrados em resposta a milhares de foguetes lançados pelo Hamas, que mataram 10 israelenses. Biden e seu secretário de Estado, Antony Blinken, disseram que o governo israelense "tem direito de se defender", mas evitaram ao máximo críticas ao aliado e até agora não fizeram nenhum pedido de moderação nos bombardeios.

A posição vem deixando Biden exposto às críticas crescentes dos eleitores progressistas e de congressistas de seu partido, que exigem uma política mais dura com relação a Israel - uma mudança gradual, mas perceptível, na disposição dos democratas.

O senador Bob Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, considerado pró-israelense, disse estar "profundamente preocupado" com os ataques a Gaza, exigindo uma completa "prestação de contas" por parte de Israel. Bernie Sanders, também senador e porta-voz informal da juventude do partido, chamou a situação de "inconcebível" e disse que os Estados Unidos deveriam reavaliar os US$ 4 bilhões anuais em ajuda militar a Israel.

Sanders, que é judeu, e outros progressistas veem o conflito cada vez mais sob o prisma da justiça social, especialmente porque o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu se apega ao poder por meio de uma aliança com a extrema direita e abordou o problema de maneira ideológica, especialmente durante a presidência de Donald Trump.

Em artigo no New York Times, Sanders escreveu que Netanyahu "cultivou um tipo cada vez mais intolerante e autoritário de nacionalismo racista". A deputada hispânica Alexandria Ocasio-Cortez, uma das estrelas do Partido Democrata, pediu uma ação da Casa Branca contra o "apartheid" israelense, um termo que enfurece Israel, mas que foi recentemente endossado pela ONG Human Rights Watch, que lamentou que o governo israelense adote "uma política de domínio" sobre os palestinos.

Logan Bayroff, diretor de comunicação do grupo pró-Israel J Street, disse que há uma percepção crescente de que a ação israelense, incluindo a expulsão de famílias palestinas de Jerusalém Oriental, contribui para a crise. "Existe mais disposição dentro do Partido Democrata de criticar não apenas os foguetes do Hamas, mas também a política do governo israelense", disse Bayroff. "Isso cria um grande contraste com o governo Biden."

Apoio

Do outro lado, os republicanos acusam Biden de não dar apoio suficiente a Israel e afirmam que a ala esquerda democrata se aliou ao Hamas. "Não há equivalência moral entre Israel e Hamas", afirmou o líder republicano da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy. "Os EUA deveriam apoiar inequivocamente nosso aliado Israel e o povo judeu."

Segundo o Washington Post, alguns senadores democratas demonstraram insatisfação com um acordo de US$ 735 milhões para a venda de armas de precisão para Israel, aprovado no dia 5, menos de uma semana antes de o conflito começar. "Permitir que esta venda de bombas inteligentes siga sem pressionar Israel a concordar com um cessar-fogo abre caminho para mais carnificina", afirmo ao jornal um deputado do partido, membro do Comitê de Relações Exteriores da Câmara.

Os esforços diplomáticos por um cessar-fogo, apoiados por Biden, são liderados pelo presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, e pelo rei da Jordânia, Abdullah II. De acordo com diplomatas ouvidos pelo Washington Post, no entanto, o governo israelense até agora recusou a mediação. Eles disseram que o comando militar e político de Israel pretendem causar o máximo de danos à infraestrutura do Hamas antes de aceitar uma trégua. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ataques aéreos de Israel na cidade de Gaza derrubaram três edifícios e mataram ao menos 33 pessoas neste domingo, 16, marcando o dia mais violento desde que o conflito entre o país e o grupo terrorista Hamas começou, há quase uma semana. Autoridades de saúde no território dizem que pelo menos dez mulheres e oito crianças estão entre os mortos, com outros 50 feridos nos bombardeios.

Militares israelenses disseram que destruíram a casa do líder do Hamas em Gaza, Yahiyeh Sinwar, em um ataque separado na cidade de Khan Younis, no sul. O ataque atingiu a casa de Sinwar e de seu irmão Muhammad, outro membro sênior do Hamas.

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No sábado, 15, os bombardeios israelenses na região mataram outras dez pessoas de uma mesma família palestina, entre elas oito crianças e duas mulheres. Um bebê de cinco meses sobreviveu.

No mesmo dia, os ataques aéreos também destruíram o edifício al-Jalaa, de 12 andares, onde ficavam apartamentos residenciais e escritórios de meios de comunicação, como da agência de notícias Associated Press (AP) e da rede de TV Al-Jazeera.

Também houve protestos palestinos na sexta-feira, 14, na Cisjordânia, em que as forças israelenses atiraram e mataram 11 pessoas, segundo os palestinos.

Nos últimos dias, Israel intensificou ataques para causar o maior dano possível no Hamas enquanto mediadores internacionais tentam negociar um cessar-fogo. Um diplomata norte-americano, Hady Amr, está na região para apaziguar as tensões desde sexta-feira.

Neste domingo, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) irá se reunir para discutir a situação. Israel já rejeitou uma proposta egípcia de uma trégua de um ano -- o Hamas havia concordado.

A violência entre israelenses e palestinos começou no início do mês, em Jerusalém, quando moradores árabes do bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, protestaram contra tentativas de serem retirados de suas casas e também após a polícia de Israel impedir a entrada na Mesquita de Al-Aqsa nos últimos dias do Ramadan, local e mês sagrados para os muçulmanos.

Na segunda-feira, o Hamas lançou mísseis contra o território israelense. Desde então, 181 palestinos foram mortos em Gaza, incluindo 52 crianças e 31 mulheres, além de 1.225 feridos.

Do lado israelense, oito pessoas morreram - entre elas, um menino de 5 anos e um soldado.

Aos 16 anos, Muhammad Najib é um adolescente como qualquer outro, um fã de videogames. Mas esse jovem palestino da Faixa de Gaza há alguns dias tem a impressão de que vive dentro de um jogo de guerra, rodeado por prédios destruídos pelo exército israelense.

Grandes buracos na rua, casas reduzidas a pó, escombros: os habitantes de Gaza acordaram nesta sexta-feira em um enclave devastado por bombardeios israelenses noturnos.

Segundo vários habitantes, é como se seu território sofresse um "terremoto contínuo", já que Israel decidiu intensificar sua ofensiva contra grupos armados em Gaza, liderados pelo movimento islâmico Hamas no poder, que lançou centenas de foguetes contra Israel, causando nove mortes.

Desde o início de uma nova escalada de violência na segunda-feira, mais de 100 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses. Essas vítimas incluem 31 crianças, de acordo com as autoridades locais.

"Esses bombardeios caem sem parar como em um videogames", comparou Muhammad Najib, que mora na cidade de Gaza, muito perto da torre Al-Shoruk, que foi pulverizada e se transformou em uma enorme nuvem negra na quarta-feira. "Foi assustador", relembra.

Em Beit Hanun, ao norte do enclave de dois milhões de habitantes, localizado entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, Jassar Fayyad não tem mais casa. Na quinta à noite, “de repente ouvimos barulho de explosões (...) Bombardearam cerca de 10 vezes sem avisar”, lamenta.

"A eletricidade foi cortada e não podíamos nos ver, corremos para o hospital. Meu pai perdeu os dois pés, minha tia perdeu um olho e dois de meus parentes ficaram gravemente feridos", relata à AFP este jovem, que veste uma camisa toda ensanguentada.

“Costumo ficar acordado até tarde, agora odeio a noite”, admite Dima Talal, uma estudante de 17 anos do ensino médio. "Nestes últimos quatro dias, só dormi quatro horas por causa do medo".

“Estou mais assustada hoje do que em todos os outros dias de tensão, porque o barulho dos mísseis israelenses é muito alto, terrível, louco”, reitera a jovem moradora da Cidade de Gaza.

- "Eu não sei porque ele faz isso" -

Tiroteios entre o Hamas e o exército israelense são frequentes, e os dois inimigos travaram três guerras no enclave em menos de 15 anos (2008, 2012, 2014).

Para Ahmed Fatum, de 16 anos, não há "escalada" sobre o que os habitantes de Gaza vivem hoje. “É uma verdadeira guerra”, afirma.

“Israel destrói tudo: casas, edifícios e até terras agrícolas à nossa frente”, critica o jovem. No entanto, "não somos culpados de nada", acrescenta.

Aos 73, sua avó, Um Jallal Fatum, não está vivendo seus primeiros bombardeios, mas garante nunca ter visto ataques tão "violentos" em Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que os bombardeios em Gaza "ainda não acabaram".

“Ele é um criminoso porque mata crianças e destrói casas. Não sei por que ele faz isso”, lamenta Um Jallal Fatum.

O novo ciclo de violência começou na segunda-feira após dias de confrontos entre palestinos e policiais israelenses em Jerusalém Oriental, a porção palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, que causou centenas de feridos.

As imagens da polícia israelense jogando granadas ensurdecedoras ou balas de borracha na Esplanada das Mesquitas para dispersar os palestinos, que revidaram com objetos e projéteis, causaram comoção.

O Hamas havia ameaçado lançar foguetes contra Israel se suas forças não se retirassem da Esplanada, o terceiro local mais sagrado do Islã e o local mais sagrado do judaísmo.

“Ele (Netanyahu) fez mal a Jerusalém e é por isso que os palestinos dispararam foguetes. Ele deve ir embora”, pede Um Jallal Fatum, acrescentando que esta é a única solução para a "paz" pela qual anseia.

Atrás de uma parede de pedra perfurada onde uma porta foi colocada, figuram alguns quartos estofados com almofadas: o palestino Ahmed Amarneh vive com sua família em uma caverna na Cisjordânia há mais de um ano, mas estão ameaçados de expulsão.

Engenheiro civil de 30 anos, ele vive com sua esposa grávida de cinco meses e sua filha em Farasin, uma aldeia no noroeste da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, onde a construção de uma casa às vezes deve ser aprovada pelas autoridades israelenses.

Em alguns setores da Cisjordânia, essas autoridades emitem avisos de demolição de estruturas julgadas ilegais. Farasin não é uma exceção, o que incluiria a caverna. "Tentei construir duas vezes, mas as autoridades de ocupação me disseram que é proibido construir nesta área", disse à AFP.

Diante das rejeições, Amarneh decidiu instalar sua morada em uma caverna formada ao pé de uma colina, que do alto domina a aldeia. Ao refletir sobre o assunto, ele chegou à conclusão de que viver em uma caverna não requer nenhuma autorização oficial, por se tratar de uma formação natural muito antiga, além de estar localizada em um terreno registrado com seu nome pelas autoridades palestinas. A família mora lá há um ano e meio, comenta.

Permissão para uma caverna? -

No entanto, em julho ele recebeu um aviso de demolição por parte das autoridades israelenses, assim como cerca de vinte famílias desta aldeia que é alvo de uma disputa de Israel com seus pares palestinos. O órgão israelense responsável pelas operações civis nos Territórios Palestinos (Cogat) disse à AFP que esses avisos de demolição foram emitidos porque essas casas foram construídas "ilegalmente", "sem os autorizações necessárias".

"Fiquei surpreso!", porque "eu não criei a gruta. Ela existe desde a Antiguidade", suspira Amarneh. Segundo Mahmud Ahmad Naser, chefe do Conselho da aldeia, Farasin foi criada em 1920, mas foi abandonada durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas seus antigos habitantes retornaram partir de 1980 e atualmente cerca de 200 pessoas povoam o local.

Farasin, na verdade, não parece uma aldeia. Em vez disso, assemelha-se a uma constelação de pequenas casas separadas umas das outras, sem estradas pavimentadas e sem rede elétrica.

A Autoridade Palestina lhe concedeu um status oficial em março mas, segundo o Conselho, a pandemia de COVID-19 impediu a implementação de medidas concretas de desenvolvimento, como por exemplo o acesso à eletricidade.

De acordo com a ONG israelense anticolonização B'Tselem, apesar da pandemia, Israel demoliu 63 casas de palestinos devido ao plano Trump para a região, que inclui a anexação de partes da Cisjordânia.

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