A Frente de Lutas pelo Transporte Público de Pernambuco realizou nesta sexta-feira (23) uma coletiva, onde deram explicações sobre as ações do grupo e também sobre os atos de vandalismo e conflitos com a Polícia Militar (PM) registrados no último protesto. De acordo com os representantes do movimento, o ‘Black Bloc’ – responsáveis pela depredação do patrimônio público - não faz parte da Frente, mas só aconteceu devido à chegada truculenta do Batalhão de Choque.
“Nós da Frente de Lutas, apenas puxamos os atos. As manifestações são abertas pra quem quiser. Nossa Frente não incentiva e nem nunca discutimos atitudes para depredação ou vandalismo. Desde o primeiro ato, sempre fizemos todos de maneira pacífica.” Explicou Raíssa Bezerra, uma das líderes do movimento.
##RECOMENDA##A jovem afirmou ainda os “Black Bloc” não fazem parte do Frente de Luta. “Eles são autônomos nas decisões, são um grupo – que nem é um grupo de verdade – que vão para os protestos para proteger os outros militantes. Eles fazem o que querem e nós não interferimos, já que eles não fazem parte da Frente de Lutas pelo Transporte. Acreditamos que a atitude agressiva da polícia, foi o estopim para toda a confusão que aconteceu. Não cabe a frente de Luta resolver as atitudes tomadas pelo Black Bloc e sim à polícia.”
“Os estudantes aproveitaram a reunião para criticar a atitude do presidente da Câmara Vicente André Gomes, que segundo Raíssa, teria feito promessas ao receber os representantes do movimento. “André Gomes não cumpriu o que foi prometido. Ele nos recebeu da última vez e prometeu que iria ser um veículo de conversa, agora ele fechou as portas de negociação com o movimento.” Pontuou.
Entretanto, na semana seguinte ao protesto que invadiu a Câmara dos Vereadores, a comissão não pode entrar para cobrar as medidas prometidas pelo presidente da casa. O requerimento enviado pelo movimento, segundo os estudantes, foi arquivado e até agora, somente o vereador Raul Jungman assinou a proposta da CPI dos Transportes.
A organização do grupo explicou que irão participar do protesto que haverá no dia 7 de setembro, mas que ele não faz parte do calendário de atos da Frente. “Ainda não temos data para um novo protesto. Faremos uma plenária aberta ao público, nesta segunda-feira (26), às 21h, no DCE da Católica.” afirmou Ingrid Farias. Além deste ato, os jovens também participarão da paralisação nacional que acontecerá no dia 30 de agosto.
Perseguição
A Frente de Lutas afirmou que alguns integrantes estão sofrendo perseguição por parte da polícia civil e do Governador Eduardo Campos. Pedro Paulo, o jovem que foi atingido por uma bala de borracha na manifestação falou que recebeu uma ligação de um policial, chamando-o para depor. “Como é que alguém chama uma pessoa pra depor no meio do parque 13 de Maio? Ele me ligou dizendo que se eu quisesse, poderia ir à minha casa, inclusive sabia meu endereço e o nome da minha mãe. Estou com medo do que pode acontecer comigo”.
Rodrigo Dantas, um dos líderes da Unidade Vermelha, afirmou que irá processar o Secretário de Defesa Social Wilson Damázio. “Eu não vi a entrevista dele, mas meus amigos falaram que viram na TV que ele afirmou que eu tinha bombas na minha casa, quando na verdade, tudo que a polícia encontrou foram bolas de gude e um estilingue.”
Confira o vídeo com o depoimento de Rodrigo:
[@#video#@]