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Ao menos 58 pessoas morreram no naufrágio de um barco na costa da Mauritânia, anunciou nesta quinta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em um comunicado.

"É com enorme tristeza que anunciamos que durante uma de nossas patrulhas de segurança, nossas Forças Armadas e de segurança descobriram os sobreviventes do naufrágio de uma embarcação que naufragou", informou o ministério do Interior da Mauritânia em comunicado.

"Trata-se, essencialmente, de imigrantes em situação irregular que tentavam chegar à Espanha provenientes de Banjul, na Gâmbia, segundo as primeiras informações recolhidas junto aos sobreviventes", acrescentou o ministério.

O naufrágio aconteceu na quarta-feira cerca de 25 km ao norte da cidade de Nouadhibou, próximo da fronteira com o Saara Ocidental, informou à AFP uma fonte da segurança da Mauritânia.

"A embarcação se chocou com um rochedo no mar. Começou a entrar água e o motor parou de funcionar. Eles não estavam muito distantes da costa, mas as fortes ondas impediu-os de chegar à costa de barco", de acordo com esta fonte.

"Eles não tinham mais comida a bordo, estavam com fome, estavam com frio, então abandonaram o barco e começaram a nadar", explicou.

De acordo com um comunicado de imprensa da OIM, 83 passageiros conseguiram nadar até a costa. A embarcação havia zarpado de Gâmbia em 27 de novembro.

Os sobreviventes explicaram aos funcionários da OIM que pelo menos 150 pessoas, incluindo mulheres e crianças, estavam no barco.

"Sabemos que esta embarcação precária transportava entre 150 e 180 pessoas, incluindo mulheres e, sobretudo, jovens com entre 20 e 30 anos", afirmou por sua vez o ministério mauritano em seu comunicado.

"Infelizmente, contabilizamos 58 mortos e 10 sobreviventes em situação que demanda atenção hospitalar de emergência. No total, 85 sobreviventes foram recolhidos e acolhidos de acordo a solidariedade humana, fraternidade e hospitalidade", acrescenta o comunicado publicado em Nouakchott.

"As autoridades mauritanas cooperam de forma eficaz com as agências presentes em Nuadibu", declarou Laura Lungarotti, chefe da missão da OIM na Mauritânia.

"Nossa prioridade é atender os sobreviventes e dar a ajuda necessária", completou.

Os feridos foram levados para um hospital da cidade.

As autoridades mauritanas contactaram os serviços consulares de Gâmbia e se reunirão com o embaixador deste país na Mauritânia.

"Esta situação nos faz recordar a tragédia que causa o fenômeno da imigração clandestina, que dizima a juventude africana. Ela nos faz olhar para a necessidade de unir esforços para acabar com essa espiral mortífera", considerou o ministério mauritano do Interior.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu neste sábado que o presidente em fim de mandato de Gâmbia, Yahya Jammeh, entregue o poder ao presidente eleito depois de o primeiro rejeitar o resultado das eleições.

Em uma resolução aprovada por unanimidade, os 15 membros do Conselho de Segurança pediram a Jammeh que "respeite a decisão soberana do povo de Gâmbia, como fez em 2 de dezembro de 2016, e entregue o poder, sem condições, nem postergações, ao presidente eleito, Adama Barrow".

No poder deste país oeste-africano há 22 anos, Jammeh tinha aceitado a derrota no dia seguinte à eleição de 1º de dezembro, uma atitude que surpreendeu seus críticos.

Mas na sexta-feira, ele voltou atrás e anunciou que não aceitaria os resultados.

Os membros do Conselho de Segurança "condenaram firmemente" a decisão de Jammeh de rechaçar os resultados e convocar uma nova eleição.

Solicitaram-lhe que "faça um processo de transição pacífico e ordeiro e pediram-lhe que garanta a segurança do presidente eleito Adama Barrow e de todos os cidadãos de Gâmbia".

Candidato por consenso e apoiado por uma coalizão de grupos da oposição, Barrow pediu no sábado a Jammeh que aceite a derrota, argumentando que não tinha base legal para não aceitar os resultados das eleições.

Membro não permanente do Conselho de Segurança, o Senegal pediu uma reunião para discutir a crise e, segundo diplomatas, poderá ser realizada na segunda-feira.

A Fifa alertou Gâmbia sobre o risco de enfrentar "severas sanções" após o governo dissolver a federação de futebol nacional depois da seleção perder uma partida das Eliminatórias da Copa Africana de Nações. Nesta terça-feira, a Fifa anunciou ter escrito para a Associação de Futebol de Gâmbia (GFA, na sigla em inglês) insistindo que não reconhece e tolera a decisão do ministério gambiano da Juventude e do Esporte.

"Em particular, o 'comitê interino' não-governamental instituído não será reconhecido e/ou negociará com a Fifa", disse o órgão dirigente do futebol, que pediu aos dirigentes eleitos que foram expulsos para informarem sobre suas situações até quinta-feira. "Decorrido este prazo, a apresentação do presente caso ao Comitê de Emergência da Fifa será avaliado", alertou a Fifa.

A comissão de emergência presidida pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, pode suspender federações nacionais se entender que os governos interferem na gestão esporte. O ministério demitiu dirigentes da federação de Gâmbia na última sexta-feira, depois que a equipe perdeu por 2 a 1 para a Argélia, em casa, pelas Eliminatórias da Copa Africana de Nações de 2013.

Uma suspensão do futebol mundial impede que as equipes e dirigentes participem de jogos internacionais e reuniões. A Fifa também corta financiamentos e subsídios. "A Fifa sublinha que medidas tomadas contra o comitê executivo da GFA constituiriam uma clara interferência governamental e, portanto, violam o estatuto da Fifa, o que poderia levar a graves sanções", disse a carta de advertência.

A disputa pode atingir o Brikama United, que enfrentará o Esperance, da Tunísia, pela Liga dos Campeões da África no final de março. Já o próximo compromisso da seleção de Gâmbia está marcado para 1º de junho, em um amistoso contra o Marrocos. O jogo de volta contra a Argélia está previsto para 15 de junho.

A federação de Gâmbia é presidida por Kinteh Seedy, que é membro do comitê de desenvolvimento da Fifa, que destina milhões de dólares para financiamento de projetos anualmente.

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