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A onda de frio que vai atingir grande parte do país até domingo (22) deixa agricultores em alerta, principalmente os que plantam hortaliças, banana e cana-de-açúcar. Isso porque, em caso de geada, essas culturas costumam ser mais sensíveis, dizem os especialistas em produtos agrícolas. Caso esses alimentos sejam afetados, o frio pode resultar em produtos com menos qualidade e ainda mais caros – sendo que alguns legumes, frutas e café estão entre os itens que mais subiram o preço nos 12 últimos meses, até abril.  

A geada ocorre quando é formada uma camada de gelo nas superfícies por conta da intensa redução de temperatura quando a umidade do ar está elevada.  Há ainda uma chance do atual cenário de massa de ar polar trazer geadas esta semana. Todas as regiões brasileiras produzem hortaliças folhosas. Entretanto, as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte da produção.

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“Com a geada, sempre haverá a perda do limbo foliar (parte principal) e, consequentemente, afetará a planta. Claro que as hortaliças folhosas, por a folha ser justamente o produto comercial, são as mais afetadas”, afirmou Thiago de Oliveira, chefe do setor da economia da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).  

Para o gado de corte, por exemplo, a principal orientação para evitar a queima do pasto com geadas muito fortes é usar o máximo da vegetação para alimentar o gado antes do frio intenso, principalmente onde se cultiva aveia, que é mais sensível ao frio. Outra cultura prejudicada pelo frio é a apicultura,  pois baixas temperaturas provocam o resfriamento do ninho e até a mortalidade das larvas.  

Por Camily Maciel

 

A semana começará com geada na Campanha Gaúcha; neve em Santa Catarina e na Serra Gaúcha; frio adentrando na Região Centro-Oeste; e ventos cada vez mais forte no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. É o que prevê o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Tudo em decorrência da formação e deslocamento de uma frente fria pelo país, que deverá causar também chuvas fortes em áreas do Mato Grosso do Sul, no sul do Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais e em áreas de São Paulo e Rio de Janeiro.

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Ciclone subtropical

Preocupados com a possibilidade de alguns efeitos mais extremos causados pela mudança no clima, o Inmet e a Marinha divulgaram uma nota conjunta na qual informam haver “condições favoráveis para a formação de um ciclone subtropical em alto-mar, na posição 36°S 042°W, aproximadamente 530 milhas náuticas (980 km) ao sul da costa do estado do Rio Grande do Sul, com rápido deslocamento para sudoeste e posterior deslocamento para oeste/noroeste, a partir da manhã do dia 16 de maio”.

Ainda de acordo com a nota, caso as condições atmosféricas persistam, o sistema deverá ser classificado como “tempestade subtropical”. “A atuação deste sistema meteorológico poderá causar ventos de até 55 nós (100 km/h) no entorno do ciclone, principalmente nos setores leste e sudeste desse sistema, até a noite do dia 16 de maio”, complementa a nota.

Na internet, a Marinha mantém atualizados os alertas de mau tempo. Informações meteorológicas podem ser visualizadas também por meio do aplicativo Boletim ao Mar, disponível para download para os sistemas Android e iOS.

Terça-feira

De acordo com o Inmet, a madrugada de terça-feira (17) é de formação de geada no norte de Santa Catarina e em grande parte do Paraná e no sul e sudoeste do Mato Grosso do Sul, podendo ser forte no centro e sul do Paraná.

O instituto prevê queda mais acentuada nas temperaturas de áreas das regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como no sul da região Amazônica.

“No decorrer do dia, um ciclone extratropical avança próximo ao litoral do Rio Grande do Sul intensificando ainda mais os ventos no sul e leste do estado. As rajadas de vento poderão ultrapassar os 100 km/h em algumas localidades do extremo sul do Rio Grande do Sul”, complementa o Inmet.

Ainda segundo o instituto, a massa de ar frio continuará atuando em grande parte do Brasil até o final da semana.

Nesta última semana de julho, o inverno pode passar a ser mais rigoroso no Brasil, especialmente nas regiões Sul, Centro-Sul e nos eixos serranos. Segundo estudos preliminares da MetSul Meteorologia, uma massa de ar frio de origem polar de grande intensidade vai invadir o país na próxima semana e tem potencial para ser uma das mais intensas deste século, com neve e sensação térmica de -25ºC. De acordo com a empresa, a massa de ar polar deve avançar na região entre terça (27) e quarta-feira (28) e durar até o próximo fim de semana.

Apesar da previsão ser preliminar, uma nota divulgada pela MetSul nesse sábado (24) já compara o comportamento climático aos mais intensos dos últimos cem anos, todos acontecidos entre 2000 e 2021. Segundo modelos numéricos analisados pelos especialistas, a temperatura será inferior às do final de junho e início de julho deste ano.

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Regiões com altitudes acima de 1.800 m, como o Morro da Igreja, em Santa Catarina, devem ter sensação térmica entre -20°C e -25°C. O Rio Grande do Sul também deve experimentar até -20°C de sensação térmica, com a mínima nos termômetros de até -5°C. O estudo deve atualizar ou confirmar as previsões até esta segunda-feira (26). Caso confirmado, cidades de São Paulo e de Mato Grosso do Sul podem ter geadas, com sensação térmica de 0 °C.

“Para se ter ideia do que isso representa, somente ondas de muito frio intensas atingem valores tão baixos e que raramente são observados. As ondas de frio intensas de julho de 2000 e de julho de 2007, por exemplo, tiveram valores nestes patamares”, diz a nota.

As regiões Norte e Nordeste não são mencionadas em nenhuma das notas, mas já se sabe que a massa de ar frio nas regiões inferiores do Brasil subiram e influenciaram temperaturas mais amenas e sensações térmicas mais baixas nas duas áreas. O litoral nordestino enfrentou menos chuvas torrenciais em 2021, mas por outro lado, teve chuvas fracas e sensação de frio mais constante. 

“Que será uma onda de frio intensa não se tem dúvida, mas faltando ainda quatro dias para a sua chegada existem pontos em aberto como sua intensidade definitiva, o alcance do ar gelado no território brasileiro, e a possibilidade de neve, sua extensão e eventual acumulação e quantidade. Estes cenários devem ficar mais claros ao longo deste fim de semana e na segunda-feira com a maior proximidade do evento”, pontua a publicação, sobre as informações que ainda devem ser confirmadas.

Modelos indicam que haveria um reforço de ar ainda mais gelado chegando no decorrer do episódio já muito frio. Divulgação/MetSul Meteorologia

Será a terceira massa de ar frio de origem polar de grande intensidade em apenas um mês no Brasil, o que é pouco comum, e as conseqüências econômicas já graves impostas pela temperatura baixa e geada nos dois primeiros episódios gelados tendem a agravar ainda mais as perdas registradas no campo com impacto em milho, cana de açúcar, café, e o setor hortifrutigranjeiro.

A queda de temperatura prevista na semana passada pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) se confirmou e provocou geadas e temperaturas negativas no sul do país. A tendência apontada pelos meteorologistas é de que o frio continue “intenso” até quarta-feira (21) em grande parte do Brasil, principalmente nas madrugadas, devido à “massa de ar frio de origem polar bastante seca”.

Em nota, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que na segunda-feira (19), no Sul do Brasil, a menor temperatura foi registrada em General Carneiro, no sul do Paraná: -5,2°C. Até então, a menor temperatura do ano havia sido registrada no dia 29 de junho (-3,9°C).

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Foram também registradas temperaturas negativas no planalto sul catarinense e no sul do Paraná. Em Bom Jardim da Serra (SC), a temperatura registrada ficou em -4,3°C. Em Inácio Martins (PR), a temperatura ficou em -2,4°C. Localizada na Área noroeste do Rio Grande do Sul, Santa Rosa registrou -1,8°C.

Algumas localidades da Serra da Mantiqueira (MG) também negativaram. Em Monte Verde chegou a gear, e a temperatura registrada chegou a -1,2°C. Segundo o SNM, Rio Brilhante (MS) foi a cidade com temperatura mais baixa (-1,5°C). Nevou em pontos isolados de Campos de Cima da Serra (RS) e no alto do Planalto Sul Catarinense entre a noite de domingo (18) e o amanhecer da segunda-feira (19).

“Ventos fortes, com velocidade acima dos 80 km/h, sopraram na faixa leste do Rio Grande do Sul (Pelotas atingiu 84km/h) em função do ciclone extratropical que se desloca pelo Atlântico, a leste-sudeste do Rio Grande do Sul”, informou o Inmet.

Em São Paulo, a menor temperatura foi em Rancharia, no sudoeste, com -1°C. A queda de temperatura abrangeu também o noroeste do estado. Em Valparaíso, a mínima chegou a 0,7°C.

A previsão de “geada de intensidade moderada a forte” continua para “uma ampla área da Região Sul, centrossul do Mato Grosso do Sul, parte do interior de São Paulo e sul de Minas Gerais incluindo a Serra da Mantiqueira na madrugada e nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (20)”.

Para quarta-feira (21), a previsão é de que a geada diminua em sua área de abrangência e em sua intensidade, “mas ainda ocorre com moderada intensidade em área mais restrita ao sul do país, e de fraca intensidade sobre parte do leste de São Paulo e Mantiqueira (divisa do Rio com São Paulo)”.

O amanhecer desta sexta-feira, 20, deve ser muito frio pelo segundo dia consecutivo no Rio Grande do Sul. As geadas que ocorreram nesta quinta-feira, 19, vão se repetir, enquanto a temperatura pode cair para até dois graus abaixo de zero, conforme previsão do 8º Distrito de Meteorologia do Inmet. A máxima do período deve chegar a 18 graus à tarde. O céu permanece claro a parcialmente nublado.

Nesta quinta-feira a mínima do Estado, registrada pela MetSul Meteorologia, foi de 5,4 graus negativos em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra. A máxima, verificada pelo 8º Distrito de Meteorologia, chegou a 17 graus em Iraí, na divisa com Santa Catarina.

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A chegada de uma nova massa de ar polar deve derrubar a temperatura no Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (9). Um aviso especial emitido pelo 8º Distrito de Meteorologia do Inmet informou que as condições serão favoráveis à formação de geada no sul do Estado.

Neste domingo (8), a mínima registrada no território gaúcho foi de 7 graus, em Quaraí, na fronteira com o Uruguai, e a máxima chegou a 20,2 graus em Iraí, na divisa com Santa Catarina. Nesta segunda-feira, a temperatura tende a cair para 4 graus durante a madrugada e subir para até 20 graus à tarde.

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A onda de ar polar que trouxe neve e geada em proporções atípicas para o tradicional inverno catarinense também representou prejuízos para dezenas de municípios. A forte e extensa geada que se formou na manhã desta quarta-feira (24), representou perda de 70% da produção agrícola do município de Angelina, distante cerca de 70 quilômetros de Florianópolis.

Plantações de repolho, couve-flor, brócolis, alface, beterraba, fumo e morango, entre outras hortaliças, que representam 80% da economia da cidade de 5,7 mil habitantes, foram completamente destruídas.

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As cidades de Rancho Queimado, Major Gercino, Leoberto Leal, Chapecó, Joinville, Jaraguá do Sul e Lages também contabilizaram perdas na agricultura e pecuária. Apiúna, na região do vale do Itajaí, registrou prejuízo de R$ 500 mil das plantações de fumo e reflorestamento de eucaliptos.

O frio intenso, combinado com o acúmulo de gelo, provocou quedas de árvores sobre as linhas transmissão que levam energia para as cidades. Itaiópolis, no Planalto Norte, chegou a decretar situação de emergência. Na madrugada de terça-feira, cerca de 35 mil casas dos municípios de Canoinhas, Major Vieira, Monte Castelo, Papanduva e Santa Terezinha foram afetadas.

Além das perdas na agricultura e falta de energia, a neve causou prejuízos com o desabamento de cobertura de galpões, de ginásios de esportes, postos de combustíveis e telhados de algumas residências com estrutura inapropriada para suportar o acúmulo do gelo.

A temperatura voltou a cair para abaixo de zero em diversas regiões do Rio Grande do Sul na madrugada desta quarta-feira, 24. A mínima registrada pelo 8º Distrito de Meteorologia foi de 3,8 graus negativos em Bom Jesus e São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra. Não houve mais ocorrência de neve como na segunda-feira, 22, e na terça-feira, 23, mas a geada cobriu grande parte do território gaúcho. O fenômeno foi considerado "forte" em Bom Jesus, Cambará do Sul, Passo Fundo e Lagoa Vermelha, na metade norte do Estado, e Encruzilhada do Sul e Santana do Livramento, na metade sul.

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