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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a transferência do controle societário indireto das oito concessionárias do Grupo Rede à Energisa. O processo deverá ser concluído até 15 de abril deste ano. Até 60 dias após esse ato, a Energisa terá de prestar contas sobre o período de intervenção. A Aneel ainda terá de aprovar decisão para homologar o fim da intervenção.

Com a decisão, a Energisa assumirá o controle de oito empresas, que atuam nos Estados de Tocantins, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, Paraná e de São Paulo. São elas: Centrais Matogrossenses (Cemat), Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul), Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), Caiuá Distribuição (Caiuá-D), Empresa Elétrica Bragantina (EEB), Vale Paranapanema (EDEVP), Companhia Nacional de Energia Elétrica (CNEE) e Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (Celtins).

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O Grupo Rede pertencia ao empresário Jorge Queiroz de Moraes Junior, mas estava sob intervenção administrativa da Aneel desde agosto de 2012. Na época, o grupo enfrentava sérios problemas financeiros e já havia entrado com pedido de recuperação judicial para a Celpa, distribuidora da holding no Pará. Para evitar que isso ocorresse com as outras distribuidoras do grupo, o governo se antecipou e editou uma Medida Provisória autorizando a intervenção administrativa. No mesmo dia, a Aneel aprovou a intervenção.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está no aguardo de uma resolução do juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo, a respeito do plano de recuperação do Grupo Rede, para definir o futuro das oito distribuidoras de energia da holding. Caso o plano seja aprovado, a Aneel analisará, posteriormente, as condições da Energisa de assumir os ativos do Rede e viabilizar os investimentos considerados necessários para as operações das distribuidoras.

"Se a proposta for aprovada, vamos analisar a capacidade do grupo de aportar capital (nas distribuidoras)", informou o diretor da Aneel André Pepitone da Nóbrega, citando, em seguida, a previsão da Energisa de que serão necessários investimentos de R$ 1,1 bilhão. "Se for rejeitada e se for declarada a falência de distribuidoras, a Aneel extingue a concessão e promove um novo processo licitatório para encontrar um novo acionista", complementou.

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Pepitone destacou que a Aneel pode, em qualquer cenário, prorrogar o prazo de intervenção das distribuidoras por 24 meses. "Mas os fatos não estão conduzindo para esta direção", afirmou o diretor, minutos após a conclusão do segundo leilão de transmissão deste ano, feito pela Aneel nesta sexta-feira, 12, na capital paulista. O prazo de intervenção da Aneel nas distribuidoras do Rede se encerra no fim de agosto.

O representante da agência destacou também que o principal problema das distribuidoras do Rede não está na questão operacional, mas na capacidade de as empresas realizarem novos investimentos. "As informações dos interventores dão conta de que são equipes qualificadas e comprometidas com as empresas", ressaltou. Ele também lembrou que as operações das quatro distribuidoras controladas pela Energisa, cuja proposta foi aprovada pelos credores do Rede, apresentam padrões de qualidade de serviço considerados satisfatórios.

A Energisa apresentou as condições de sua proposta para aquisição e recuperação do Grupo Rede. Os termos revelados pelo Goldman Sachs, assessor financeiro da Energisa nesse processo, são válidos exclusivamente para esta quarta-feira, 3, conforme destacado pelos representantes da companhia.

A proposta, que ainda deverá ser avaliada pelos credores do Rede, está estimada em R$ 1,95 bilhão, dos quais R$ 850 milhões a serem destinados aos credores com garantia real e R$ 1,1 bilhão aos credores quirografários. Esse valor não inclui o montante previsto no Plano Aneel, estimado pela Energisa em um valor adicional de R$ 1,1 bilhão.

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A cada grupo de credores foram apresentadas três alternativas. No caso dos credores com garantia real, há uma oferta de pagamento do valor proposto em parcela única, a ser liquidada em um prazo de 22 anos. O montante será corrigido anualmente por uma variação da taxa de referência (TR) mais 2%. A segunda opção também prevê o pagamento em parcela única em um total de 22 anos, mas com correção de TR mais 4%. A diferença, nesse caso, é explicada porque, na segunda opção, a Energisa vincula as condições ao ingresso de "dinheiro novo" dos próprios credores na empresa. O valor do aporte deve respeitar a relação de 90% sobre o valor devido ao credor.

A terceira opção prevê o pagamento à vista, mas com desconto de 75% sobre o valor devido - a proposta anterior, de CPFL/Equatorial, apontava um desconto de 85%.

Para os credores quirografários, a opção A prevê o pagamento sem desconto dentro de 22 anos, com juros de 1%. A opção B também prevê que os credores aportem "dinheiro novo" na empresa, na proporção de 90% de crédito, com correção anual de IPCA mais 1% e pagamento dentro de 22 anos. Na terceira opção, o pagamento seria feito em até 30 dias após a homologação da decisão, com desconto de 75% sobre o valor total.

A conclusão dos representantes da Energisa é de que a proposta feita pelo grupo traz um valor presente líquido (VPL) superior à oferta de CPFL/Equatorial em um total entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões.

Credores

Após a apresentação da proposta da Energisa, o representante do consórcio CPFL/Equatorial na assembleia alertou que a oferta da Energisa prevê que os próprios credores do Rede precisarão aportar R$ 630 milhões na companhia. O prazo para a decisão é de até 60 dias. "Se um credor não fizer (o aporte), não há plano", destacou o advogado Eduardo Munhoz, que representa CPFL/Equatorial.

Munhoz também ponderou que os credores devem "analisar a coerência, a credibilidade e a seriedade do trabalho" de CPFL/Equatorial ao longo do último ano juntamente com os controladores do Grupo Rede.

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) divulgou, na noite desta quarta-feira, que desistiu de apresentar uma oferta para aquisição dos ativos do Grupo Rede. Segundo o comunicado da empresa enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a decisão foi tomada tendo em vista "os prazos exíguos estabelecidos para encaminhamento de proposta definitiva e a disciplina financeira prevista na política de investimentos da Copel".

Em consórcio formado com a Energisa, as empresas apresentaram oferta de R$ 3,2 bilhões pelos ativos operacionais (oito distribuidoras e uma geradora) do Grupo Rede na última segunda-feira, 10. A proposta exclui a compra das holdings do grupo, em recuperação judicial. Copel e Energisa propuseram pagar R$ 1,8 bilhão pelos ativos e mais R$ 1,4 bilhão para assumir todas as obrigações das concessionárias e para substituir as fianças e avais concedidas pelas

holdings às distribuidoras.

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O plano de recuperação judicial do Grupo Rede foi apresentado em março, baseado no acordo de compra e venda das holdings do grupo para a CPFL Energia e a Equatorial. A próxima assembleia de credores está marcada para 3 de julho.

A nova versão do plano de recuperação judicial do Grupo Rede admite a entrada de outro sócio para a compra da companhia. Segundo consta no documento, a CPFL Energia e a Equatorial têm liberdade de incluir um parceiro no negócio, se desejarem. Isso confirma a informação que circulava entre os credores, na assembleia da última quarta-feira, 5. A Cemig chegou a ser apontada como o "sócio oculto" no processo, mas a estatal mineira negou participar da compra de ativos do Rede.

O documento informa aos credores que os investidores envolvidos na operação de compra das holdings do Grupo Rede são a CPFL Energia e a Equatorial, mas abre espaço para parceiros. O texto do documento autoriza "qualquer outra empresa do setor elétrico ou com interesse em investir no setor elétrico com comprovada capacidade econômico-financeira e técnica, que seja incluída por Equatorial e CPFL na transação objeto do compromisso". Esse parágrafo é muito diferente da versão original do plano, que só citava como investidores CPFL e Equatorial.

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A nova versão do plano de recuperação foi protocolada em 29 de maio, quarta-feira da semana passada, mas só foi disponibilizada na quinta, 6, pelo Grupo Rede na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A primeira assembleia dos credores da companhia ocorreu na última quarta-feira e a próxima foi marcada para o dia 3 de julho. Essa assembleia tende a ser decisiva sobre o futuro da companhia, uma vez que o prazo de proteção da Justiça se encerra no dia 15 de julho e o Grupo Rede poderia ter a sua falência decretada.

Além da CPFL Energia e da Equatorial, a Copel e a Energisa apresentaram proposta pelo Grupo Rede. A diferença é que a oferta de R$ 3,2 bilhões da estatal paranaense é para adquirir os ativos operacionais do grupo, e não as holdings, que estão em recuperação judicial. Vale lembrar que a CPFL e a Equatorial têm um acordo de exclusividade com o controlador do Grupo Rede, o empresário Jorge Queiroz, para compra de toda a empresa.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 7, esperar que o processo de recuperação judicial do Grupo Rede e sua transferência de controle para a Equatorial possa ser concluído o mais rápido possível. "Vamos cobrar uma resposta melhor sobre a qualidade do serviço. Esperamos urgência para a solução dos problemas dessas distribuidoras", afirmou.

As distribuidoras de energia envolvidas no caso já estão sob intervenção da Aneel desde o segundo semestre do ano passado, mas a transferência definitiva do controle para a Equatorial depende da conclusão da recuperação judicial. "A intervenção tem recursos limitados para reverter o quadro em que essas empresas se encontram", completou, referindo-se aos índices de qualidade dessas companhias, que estão muito abaixo das metas estipuladas pelo órgão regulador.

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De acordo com Rufino, caso o processo não seja concluído de forma satisfatória, a Aneel poderá inclusive retomar as concessões. "Se não funcionar, vamos buscar alternativas, que podem ser até mesmo a caducidade dessas concessões", concluiu.

A Equatorial Energia fechou nesta quarta-feira a compra do controle do Grupo Rede Energia. O controlador do Grupo Rede, Jorge Queiroz de Moraes Junior, vendeu suas participações direta e indireta na empresa por R$ 1,00.

Sob os termos do contrato assinado, a Equatorial e a CPFL farão os investimentos necessários para a recuperação operacional e financeira das sociedades do Grupo Rede, inclusive das distribuidoras do grupo que se encontram sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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Esses investimentos serão realizados por meio de estrutura ainda a ser definida e que depende da evolução de certas condições, informou a Equatorial em comunicado. Entre essas condições estão a anuência prévia da Aneel, com o consequente fim das intervenções, a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e a aprovação do plano de recuperação judicial por credores do Grupo Rede e das demais sociedades do grupo em recuperação judicial.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou que o órgão regulador ainda avalia o plano de recuperação para as oito distribuidoras do Grupo Rede apresentado pelo controlador da companhia, o empresário Jorge Queiroz. "Nós encaminhamos esse plano para todos os interventores das distribuidoras, porque eles têm um conhecimento e um domínio maior da situação real das empresas", disse o executivo, que participou nesta terça-feira (27) de evento realizado na cidade de Campinas (SP).

Pelo plano de recuperação apresentado por Queiroz, as oito distribuidoras do Grupo Rede, que estão localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins, precisam de um aporte de R$ 773 milhões. "Os interventores estão avaliando se aqueles valores de investimento e capitalização previstos para cada uma das concessionárias são razoáveis e satisfatórios ou se serão necessários ajustes no plano", explicou. Hoje, as concessionárias do Grupo Rede estão sob intervenção da Aneel por força da Medida Provisória (MP) nº 577/12.

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Segundo Hubner, essas análises serão repassadas pelos interventores à Aneel posteriormente e serão consolidadas às avaliações em curso elaboradas pela área técnica da agência. "A partir daí, nós iremos retornar à empresa para ajustar o que for necessário ao plano", disse.

A aprovação pelo regulador do plano de recuperação das oito concessionárias do Grupo Rede é uma das condicionantes para a efetivação do compromisso de compra e venda da empresa pelo consórcio CPFL Energia/Equatorial, conforme noticiou a Agência Estado nesta terça-feira (27) à noite com exclusividade. Segundo uma fonte do mercado próxima à operação, as duas empresas irão assinar a compra da fatia acionária de Queiroz no Grupo Rede dentro das próximas semanas, muito provavelmente antes do dia 20 de dezembro. "As negociações já estão super avançadas", disse a fonte.

Além da aceitação do plano de recuperação das distribuidoras, outra condicionante se refere à aprovação do plano de reestruturação da dívida do Grupo Rede pelos seus credores. Na última sexta-feira (23), o empresário Jorge Queiroz ingressou com um pedido de recuperação judicial para as holdings do grupo. A partir do momento que a Justiça aceitar o pedido, a companhia terá até 60 dias para apresentar esse plano aos credores. Feito isso, vão mais 120 dias para que a proposta seja aprovada ou não pelos credores. "Esse plano já irá refletir a visão dos compradores do Grupo Rede sobre essa questão", informou a fonte.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta sexta-feira que a direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está reunida neste momento para avaliar a possível intervenção no Grupo Rede. O ministro explicou que a MP 577 justamente transferiu a responsabilidade sobre essa decisão à Aneel. "Se houver necessidade de intervenção, a Aneel fará", afirmou. "A Aneel está reunida neste momento para examinar essa possível intervenção no Grupo Rede."

O Grupo Rede possui diversas concessionárias de energia elétrica, entre elas a Celpa, que entrou em processo de recuperação judicial em fevereiro. Em dificuldades financeiras, o Grupo também é dono das concessionárias Caiuá, Cemat, Celtins, Enersul, Nacional, Bragantina, Vale Paranapanema e Força e Luz do Oeste.

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De acordo com o advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, em caso de necessidade, o interventor poderá ficar até um ano na empresa. Nesse período, todos os bens ficam indisponíveis e não podem ser arrendados até a liquidação final de suas responsabilidades. "Os bens ficam indisponíveis e serão utilizados para reparação financeira caso haja extinção da concessão. Não pode alienar o bem."

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