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Os guardas municipais que foram humilhados pelo desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Eduardo Siqueira, vão ser homenageados pela prefeitura de Santos. Cícero Hilário Roza Neto e Roberto Guilhermino da Silva abordaram o funcionários do poder judiciário, que estava sem máscara, item obrigatório na cidade. O vídeo da agressão verbal contra os agentes viralizou nesse domingo (19).

Apesar de serem humilhados e chamados de analfabetos no vídeo os guardas não reagiram ao insulto. A cerimônia que homenageará os guardas pelos "relevantes serviços prestados a sociedade", contará com a presença do prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa do PSDB. 

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Em nota a Prefeitura repudia o ocorrido e disse que é contra atos de abuso de poder. O desembargador será investigado pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

A Polícia Civil de São Paulo busca parceiros do guarda-civil Rodrigo Gonçalves Oliveira, preso por participar do assassinato dos cinco jovens encontrados mortos em Mogi das Cruzes, no domingo. Dois guardas-civis de Santo André foram ouvidos ontem e há uma lista com outros dez nomes, que devem prestar depoimento na próxima semana no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia ainda apura suposta adulteração da cena do crime e ação para tentar incriminar policiais militares.

Segundo a delegada Elisabete Sato, diretora do DHPP, não há um número fechado de suspeitos de participação no crime. "Um homicídio múltiplo como esse é um quebra-cabeça de mil peças. Estamos começando a juntar." Conforme o Estado informou ontem, Oliveira confessou ter sido o autor da armadilha que atraiu os jovens da zona leste para uma falsa festa em Ribeirão Pires. "Mas ele diz que a intenção era prender os rapazes quando eles chegassem. Ele conta que marcou com eles em uma frutaria na Avenida Rotary, em Ribeirão Pires, mas não apareceram. Então, ficou até as 5 horas na casa de uma mulher."

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Para Elisabete, a história é "inverossímil". "Para prender uma pessoa, são necessários dois guardas. Para prender dois, quatro. Como ele iria prender cinco pessoas sozinho?" Oliveira, segundo a diretora, agiu para vingar a morte do colega Rodrigo Lopes Sabino, assassinado durante o roubo a seu carro, em 24 de setembro. A arma do guarda também foi levada na ação.

"Ele (o preso) disse que, no velório, vários colegas o procuraram para dizer que estavam à disposição para o que precisasse", disse Elisabete. Assim, segundo a delegada, ele havia se sentido "na obrigação" de tomar uma atitude. O guarda-civil pertence a um grupo chamado Rondas Ostensivas Municipais (Romu), que tem uniformes semelhantes aos da Rota estadual. Era instrutor de tiros da corporação e já havia matado duas pessoas em atos de resistência seguida de morte.

Além disso, ainda conforme a delegada, ele tinha um perfil falso feminino no Facebook, com o nome Terezinha e imagem de "uma mulher de seios voluptuosos", de acordo com Elisabete, para fazer investigações criminais - o que não era sua função legal. "Ele falou que tinha se perdido e ido mais longe do que devia. Então, queimou o computador e o celular."

Oliveira chegou aos rapazes mortos quando o carro do colega Sabino foi localizado. Um informante lhe disse quem havia deixado o veículo. A ação para retirar o carro foi feita em caráter oficial: guardas-civis foram à cidade vizinha e preservaram o local para a Polícia Civil.

Um ponto da investigação ainda sem resposta é sobre a chegada dos rapazes até a armadilha. Segundo a delegada, o Santana que o grupo usava de fato estava quebrado. O veículo foi encontrado e guinchado no dia 23, dois dias depois do desaparecimento dos jovens.

PM

O tenente-coronel Levi Felix, da Corregedoria da PM, afirmou que o local do crime foi adulterado antes da perícia. A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de que as cápsulas de bala calibre .40 encontradas no local, que faziam parte de lotes da empresa CBC compradas pela PM, possam ter sido plantadas ali. O sitiante que primeiro localizou os corpos os encontrou no dia 29. Ele demorou dois dias para avisar seu patrão.

Quando PMs foram até o terreno pela primeira vez, sem o sitiante, voltaram para a base sem encontrar os corpos. Somente no segundo chamado, já com o homem para indicar o local exato, os corpos foram localizados. "Ele disse que, entre a primeira e a segunda vez, muita coisa havia mudado", afirmou a delegada.

O secretário da Segurança Pública, Mágino Alves, afirmou ontem que Oliveira pode ter "plantado" as cápsulas para incriminar os policiais. "Ele tinha acesso à munição", disse. A Corregedoria da PM destacou que os lotes das armas deveriam ter sido consumidos até 2013. O lote teve balas distribuídas por batalhões da zona leste da capital, para a Polícia Militar Rodoviária e para a Academia da PM.

Em nota, a prefeitura de Santo André informou que está colaborando com o DHPP, ao lado da Guarda Civil Municipal. E ressaltou que não compactua com ações ilegais.

Uma operação do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) prendeu cinco guardas civis municipais por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas, na noite desta segunda-feira, 17, em Ibiúna, no interior paulista. Entre os presos está um agente que ocupava posto de comando na Guarda Civil da cidade. Os suspeitos foram detidos pela Polícia Militar e levados para a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP em Sorocaba.

A PM cumpriu três mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária contra os agentes de segurança do município. Os guardas foram detidos durante a troca do turno da noite, e alguns estavam de uniforme, em seus postos de trabalho. Outros receberam voz de prisão já em casa.

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Os detidos passaram a noite na Cadeia Pública de Pilar do Sul e foram transferidos, nesta terça-feira, 18, para o Centro de Detenção Provisória de Sorocaba. Os guardas são suspeitos de acobertar a ação de traficantes e participar diretamente do tráfico na cidade. Eles também são acusados de abuso de poder. O Gaeco informou que as investigações ainda estão em curso.

A prefeitura de Ibiúna informou, em nota, que ainda não teve acesso à investigação, mas que vai acompanhar as apurações e adotar as medidas administrativas em caso de confirmação de qualquer ato ilícito.

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