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Em dezembro, os magistrados do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) registraram, mais uma vez, os maiores contracheques das Cortes estaduais do País. Encorpados pela gratificação natalina e pagamentos retroativos, os subsídios de juízes e desembargadores paraenses bateram os R$ 800 mil, em valores brutos.

O maior beneficiado foi o desembargador José Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior, corregedor-geral de Justiça do Pará. Seu contracheque registrou R$ 549,8 mil sob tal rubrica. O montante fez o salário do magistrado atingir R$ 856 mil, em valores brutos - R$ 678 mil líquidos, após descontos.

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A Corte paraense indicou que os pagamentos de valores retroativos 'são relativos a direitos pretéritos de magistrados ativos e inativos relacionados à indenização de licença-prêmio e ao adicional de tempo de serviço'. "São passivos retroativos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Justiça, bem como por outros Tribunais Pátrios", anotou o TJ.

Em novembro, Bezerra Júnior já havia recebido R$ 90 mil em pagamentos retroativos. O desembargador tem 58 anos e nasceu em Belém do Pará. Tem 33 anos de magistratura e se tornou desembargador em 2018. Foi advogado cível e criminal e tem passagem pela Justiça militar.

No último mês de 2023, a Corte liberou os retroativos a todos os seus magistrados. O desembolso chegou a R$ 19 milhões a 136 desembargadores e juízes. Não é especificado a que gratificações e benefícios esses pagamentos se referem.

Como mostrou o Estadão, os subsídios dos magistrados do Pará já haviam sido abastecidos por gratificações em novembro - a desembargadora Maria de Nazaré Saavedra Guimarães recebeu R$ 621 mil líquidos, (do total, R$ 595 mil transferidos sob a justificativa de 'pagamentos retroativos').

Em valores brutos, a folha de pagamento do Tribunal paraense apontou, em novembro, gastos de R$ 61 milhões com férias, gratificações, pagamentos retroativos e indenizações a desembargadores e juízes. O desembolso em dezembro foi maior e chegou a R$ 88 milhões.

O aumento nos gastos também está ligado ao pagamento da gratificação natalina, que, na prática, acaba saindo como um 14ª salário da toga. O desembargador José Roberto Pinheiro Maia Bezerra Júnior recebeu R$ 54 mil, o que representa cerca de 140% de seu subsídio mensal, de R$ 37,5 mil.

No mês passado, o Tribunal de Justiça do Pará gastou R$ 19 milhões com o pagamento dessas gratificações. Os valores foram transferidos para as contas de 496 magistrados estaduais. O maior montante foi pago à magistrada Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos: R$ 60,5 mil.

Tanto os retroativos, como a gratificação natalina, estão no rol dos direitos eventuais dos magistrados. Sob o mesmo guarda-chuva estão benefícios como indenização de férias, gratificação por exercício cumulativo ou por encargo, além de jetons.

O holerite dos magistrados também é abastecido com indenizações, que incluem desde auxílio saúde até valores por férias-prêmio.

Os benefícios contidos nos contracheques são incluídos nos subsídios da toga a partir de previsões expressas na Lei Orgânica da Magistratura - em vigor desde 1979 -, nos Regimentos Internos dos tribunais e em legislações.

Nesta seara, a lista de indenizações aos magistrados ainda indica outra particularidade em dezembro: o aumento da gratificação no mês das festas. O auxílio alimentação da Corte paraense triplicou: foi de R$ 2,5 mil para R$ 7,5 mil.

Em dezembro, o Tribunal de Justiça do Pará pagou até R$ 212 mil aos magistrados a título de indenizações. Um grupo de 248 integrantes da Corte estadual recebeu indenização marcada como 'outra', sem detalhamento. Os valores variaram de R$ 78,5 mil a R$ 199 mil - este último, pago individualmente a 47 magistrados. Bezerra Júnior, por exemplo, recebeu R$ 176 mil sob tal rubrica.

O levantamento leva em consideração informações de parte das Cortes estaduais enviadas ao Conselho Nacional de Justiça até esta terça-feira, 16, - os tribunais do Amapá, Bahia, Espírito Santo, Pará, Sergipe, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Os Tribunais do Ceará e do Piauí remeteram os dados ao CNJ, mas apenas em valores totais.

Em novembro, no Rio de Janeiro, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti recebeu R$ 1,1 milhão líquidos.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ

"O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) informa que os pagamentos de valores retroativos são relativos a direitos pretéritos de magistrados ativos e inativos relacionados à indenização de licença-prêmio e ao adicional de tempo de serviço. São passivos retroativos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Justiça, bem como por outros Tribunais Pátrios.

O TJPA informa que o pagamento retroativo é pontual, sem caráter permanente, decorrente de esforço institucional de mitigar passivos existentes em direitos reconhecidos, com observância à disponibilidade orçamentária-financeira do Poder Judiciário. Todos os subsídios se submetem ao teto constitucional."

A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu investigação sobre a conduta do desembargador do Pará que disse que "gravidez não é doença" em uma sessão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8º Região realizado em Belém nesta terça (10).

A advogada Suzane Teixeira, que estava em trabalho de parto nesta terça, pediu para que a audiência de um caso em que fazia parte fosse adiado. Em resposta, o desembargador Georgenor de Sousa Franco Filho, que é presidente da 4ª Turma do TRT, disse que a sua gestação não era um motivo suficiente para suspender o julgamento e citou uma fala atribuída a um ex-governador do Pará.

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"Gravidez, já dizia Magalhães Barata, que já foi governador do Pará, gravidez não é doença", disse Filho. Em seguida, uma desembargadora respondeu: "Não é uma doença, mas é um direito".

Georgenor também disse que Teixeira não era uma parte do processo, e sim "apenas uma advogada" e que poderia ter sido substituída por outro defensor. "Mandava outro substituto, essa é a coisa mais simples que tem. São mais de dez mil advogados em Belém e acho que todos tem as mesmas qualidades e qualificações", disse.

Conselheiros dizem que desembargador desprezou gravidez

Após a divulgação das declarações de Georgenor, quatro conselheiros apresentaram uma representação formal à Corregedoria do CNJ pedindo a abertura de uma reclamação disciplinar. O CNJ afirmou que irá analisar se o desembargador teria adotado posturas que podem configurar uma "violação de deveres funcionais da magistratura".

Na representação, os conselheiros argumentaram que o Georgenor teria desprezado o contexto de gravidez da advogada e teria denotado uma discriminação de gênero após o pedido de adiamento da sessão. Assim que viu a gravação da sessão, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, apontou que a postura do magistrado pode ter "violado o dever de urbanidade para com os colegas e partes", mas afirmou que é preciso analisar uma possível inconformidade com direitos que são assegurados para as defensoras em período de parto.

"É preciso, durante todo o processo judicial, questionar se as assimetrias de gênero estão, de qualquer forma, presentes no conflito apresentado, com especial atenção ao tratamento das partes envolvidas, como advogadas, promotoras, testemunhas e outros atores relevantes. O magistrado comprometido com o julgamento com perspectiva de gênero deve estar sempre atento às desigualdades estruturais que afetam a participação dos sujeitos em um processo judicial", ressaltou o ministro.

Em 2016, foi sancionada a lei nº 13.363/2016, que concedeu garantias para advogada gestantes, sendo entre elas a suspensão de até 30 dias dos prazos processuais quando estiver sob trabalho de parto. O pedido de adiamento é concedido desde que haja uma notificação escrita da solicitante, como foi o caso em Belém.

Desembargador pediu desculpas

Nesta quarta-feira, 11, o desembargador Georgenor enviou uma nota ao Estadão informando que verificou que a sua manifestação foi "profundamente indelicada e infeliz" e pediu desculpas para a advogada grávida e outras colegas de profissão que "tenham se sentido ofendidas". O juiz do TRT disse também que é "impossível não cometer erros, mas imprescindível reconhecê-los para podermos seguir a eterna estrada do aprendizado".

"Até mesmo em respeito às mulheres de minha vida (minha falecida mãe, minha mulher, minha filha, minha nora e minha neta), lamento profunda e sinceramente pelo ocorrido e reitero meu respeito a todas as mulheres profissionais que não medem esforços a cumprir com a difícil missão de observarem suas jornadas múltiplas", disse o desembargador.

O desembargador Adalberto de Oliveira Melo é novo presidente do TRE Pernambuco. Ele assumiu o cargo no final da sessão desta terça-feira (3), por aclamação, após a renúncia do então presidente, desembargador André Guimarães, cujo biênio na Corte Eleitoral se encerra no próximo dia 6 de outubro.

O novo presidente fez um rápido discurso, agradecendo a confiança dos pares, ressaltando a condução do Tribunal pelo desembargador André Guimarães nas Eleições 2022 e citou a preparação para as eleições municipais do próximo ano como o objetivo central da sua gestão.

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Ele ficará no cargo até julho de 2024, quando se encerra seu biênio na Justiça Eleitoral.

*Do TRE-PE 

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (14), a operação Patronos, que investiga a participação de advogados em negociações de decisões judiciais de Desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia.

Nesta fase da investigação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, em endereços residenciais e profissionais dos investigados, na cidade de Salvador-BA.

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Foi determinado ainda o bloqueio de, aproximadamente, R$ 37 milhões em bens e valores dos investigados, em razão das suspeitas de sua origem ilícita, bem como a suspensão do levantamento pelos investigados de cerca de R$ 7 milhões, vinculados aos processos em que foram proferidas as decisões investigadas.

O terceiro dia de julgamento da ação rescisória do Povo Xucuru do Ororubá, do município de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, nesta quarta-feira (6), chega ao fim após novo pedido de vista, dessa vez feito pelo desembargador Edvaldo Batista da Silva Júnior, na sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), no Recife.  

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Desembargador Edvaldo Batista pediu vista, suspendendo o julgamento. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá/Arquivo 

O desembargador Leonardo Resende Martins, que havia http://leiaja.com/noticias/2023/08/09/povo-xucuru-com-placar-de-3-1-julg...">pedido vista no último julgamento, no dia 9 de agosto, fez o segundo voto em favor do Povo Xucuru, sendo contrário à manutenção do pedido de reintegração de posse dos fazendeiros, que alegam ser proprietários da região da Aldeia Caípe. 

Durante a sustentação oral, o magistrado observou a necessidade de reconhecer a inelegibilidade e a inexequibilidade da reintegração de posse, tendo em vista os direitos e garantias fundamentais presentes da Constituição Federal de 1988. 

O desembargador Edvaldo Batista chegou a pedir a suspensão total do julgamento, sob a justificativa de aguardar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca do Marco Temporal, que transita na corte atualmente. Não havendo acordo unânime entre os desembargadores pela suspensão, o magistrado viu como alternativa pedir vista do processo. Uma nova data será informada em breve. 

 

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça aposentou compulsoriamente o desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, por supostamente beneficiar indevidamente - durante um plantão - um município alagoano de 51 mil habitantes ao decidir sobre créditos tributários (ICMS) de R$ 445 milhões - à época, ele presidia o Tribunal de Justiça do Estado e assumia todos os plantões da Corte. O desembargador presidiu o TJ em duas gestões, a última entre 2015 e 2016.

A aposentadoria compulsória é a sanção mais grave aplicada à toga, de acordo com a Lei Orgânica da Magistratura. Neste caso, o juiz passa para a inatividade, mas continua recebendo seus subsídios proporcionais ao tempo de serviço.

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Em julgamento finalizado nesta terça, 22, a maioria dos conselheiros seguiu o voto-vista de Vieira de Mello Filho, que havia pedido mais tempo para analisar o caso.

Ele concordou com o relator, Bandeira de Mello, apontando 'violação do princípio do juiz natural' e 'abuso' por parte de Damasceno Freitas, mas defendeu a imposição da pena mais grave prevista na Lei Orgânica da Magistratura, a aposentadoria compulsória.

Em voto no início de agosto, Mello havia defendido que o colegiado aplicasse pena de disponibilidade ao magistrado 'por ele encarnar a figura do presidente do tribunal'.

Neste caso, o desembargador seria afastado da função com vencimentos proporcionais por dois anos, no mínimo.

Já Vieira de Mello Filho considerou que seria necessário aplicar a pena mais gravosa a Freitas, considerando a jurisprudência do CNJ. Segundo o conselheiro, em julgamentos semelhantes, outros magistrados receberam pena de aposentadoria compulsória.

Ao apresentar seu voto-vista, o conselheiro ressaltou que o desembargador decidiu, durante plantão judiciário, 'uma matéria sem qualquer urgência comprovada envolvendo R$ 445 milhões'. "O objetivo foi de beneficiar indevidamente o município de Delmiro Gouveia, causando grave lesão à ordem econômica e perigo de dano reverso a mais de uma centena de outros municípios", ressaltou.

O conselheiro frisou que, durante um plantão judiciário, é realizado um revezamento entre o presidente e o vice, sendo que a regra não era observada no Tribunal de Justiça de Alagoas, 'já que todos os plantões eram feitos' por Freitas .

"Ele já havia recebido reprimenda anterior do Superior Tribunal Federal (STF), em razão de comportamento semelhante", indicou Vieira de Mello Filho. Ele ainda classificou a conduta de Freitas como 'imprudente e reiterada'.

"Atuando no mais alto posto da Justiça alagoana utilizou-se dessa circunstância para beneficiar uma das partes do processo causando iminência de dano. O requerido é contumaz nesse Conselho, cujas condutas são incompatíveis com os deveres da magistratura", frisou.

COM A PALAVRA, O DESEMBARGADOR

A reportagem do Estadão entrou em contato com o desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, por email enviado ao Tribunal de Justiça de Alagoas e ainda não havia recebido uma resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Felipe Salomão, abriu uma reclamação disciplinar para apurar a conduta do desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), investigado sob suspeita de manter uma mulher com deficiência em regime análogo ao escravo.

O Estadão apurou que o procedimento vai correr em sigilo para preservar a identidade da mulher.

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A Polícia Federal tomou o depoimento da funcionária na última terça-feira, 6, quando também fez buscas na casa do desembargador. A mulher é surda e muda e, segundo o Ministério Público do Trabalho, não recebia salário. Borba ganha cerca de R$ 37,5 mil por mês.

Testemunhas ouvidas na investigação relataram que a mulher era vítima de maus tratos e submetida a jornadas exaustivas e condições degradantes.

Jorge Luiz de Borba é desembargador há 15 anos. Antes de entrar para a magistratura, foi advogado por quase 30 anos e presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Blumenau.

Com a repercussão da operação, ele divulgou uma nota em que afirma que a mulher era como ‘membro da família’. O desembargador disse ainda que seus propósitos eram ‘humanitários’.

"Aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo suspeita de trabalho análogo à escravidão, na verdade, expressa um ato de amor", diz o comunicado.

A assessoria do desembargador enviou nesta sexta-feira, 9, uma nova nota ao blog (leia a íntegra abaixo). Ele nega nega veementemente qualquer irregularidade e afirma que foi surpreendido com a operação da Polícia Federal.

"Todos os esclarecimentos estão e continuarão sendo prestados à exaustão para evidenciar que a denúncia apresentada não condiz com a verdade", afirma.

COM A PALAVRA, O DESEMBARGADOR

 

O desembargador divulgou uma nova nota, que o blog reproduz integralmente abaixo. O Estadão removeu apenas o nome completo da mulher, para preservar sua identidade.

"O desembargador catarinense Jorge Luiz Borba nega veementemente qualquer acusação de trabalho análogo à escravidão em sua residência, assim como de maus tratos ou condições insalubres, conforme investigação em andamento. Todos os esclarecimentos estão e continuarão sendo prestados à exaustão para evidenciar que a denúncia apresentada não condiz com a verdade.

A família Borba, desde o primeiro momento que foi surpreendida com a diligência da Polícia Federal no último dia 6, tem como principal foco de preocupação o bem estar físico e emocional de S., que possui deficiências de cognição, fala e audição. Acreditando que a verdade prevalecerá e tudo será esclarecido, reitera sua total disposição em colaborar com a Justiça."

 

O desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), Jorge Luiz de Borba, alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Federal na última terça-feira (6), comunicou, em nota à imprensa, que a suspeita de que ele tenha submetido sua empregada a trabalho análogo à escravidão por ao menos 20 anos se trata na verdade de "um ato de amor". Ele nega os crimes.

A operação, que contou com a participação da Polícia Federal, Ministério Público Federal e agentes do Ministério do Trabalho, resgatou uma trabalhadora com deficiência auditiva que era mantida pelo desembargador catarinense e sua esposa. Segundo a investigação, a vítima vivia em condições análogas a escravidão, além disso, não tinha direito a remuneração.

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Em nota, o MPF informou que a mulher também seria vítima de maus-tratos por conta das condições materiais em que vive e "em virtude da negativa dos investigados em prestar-lhe assistência à saúde". A Promotoria afirmou ainda que a trabalhadora não possui convívio social e nunca teve instrução formal.  Jorge Luiz de Borba com o intuito de se defender sobre o caso, afirma ter acolhido a mulher como uma familiar há mais de 30 anos. Além disso, o magistrado disse que a vítima recebeu ao longo desse período o mesmo tratamento dado aos seus filhos.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) ainda não se posicionou sobre o caso.

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aposentou compulsoriamente o desembargador do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Ronaldo Eurípedes de Souza, acusado de vender decisões judiciais. A pena administrativa - a mais severa imposta à toga prevista na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) - implica o recebimento, pelo magistrado, de vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Mesmo afastado das funções há cerca de três anos, Souza continuou recebendo seu contracheque. Em maio, por exemplo, de acordo com o Portal da Transparência do TJ do Tocantins, ele recebeu subsídios de R$ 39.711,96 - ou R$ 26.600,72 líquidos.

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Denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o desembargador está fora de atividade desde 2020 por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

DESVIRTUAMENTO

Anteontem, o CNJ julgou o processo administrativo disciplinar contra o desembargador, o qual tramitou sob relatoria do conselheiro Sidney Madruga. Segundo o conselheiro, o magistrado "beneficiava um grupo de advogados".

Madruga afirmou que o desembargador "fazia parte de um esquema criminoso de obtenção de vantagens financeiras por meio de intermediação de sentenças, demonstrando desvirtuamento da atividade judicante, em prol de interesses privados ilícitos".

"Demonstrou-se incontroversa a violação aos princípios éticos da independência, da imparcialidade, da transparência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro, imprescindíveis ao exercício da atividade jurisdicional", destacou o relator no julgamento.

Ronaldo Eurípedes de Souza foi denunciado perante o STJ pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2021. A acusação afirma que o desembargador atuou de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), em troca de R$ 1,3 milhão em propinas. O valor, ainda de acordo com a denúncia, teria sido lavado por meio de contratos simulados.

Na ocasião, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo também solicitou a manutenção do afastamento do desembargador do cargo. Conforme Lindôra, o magistrado "comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados". À época da denúncia, a defesa de Souza classificou as acusações como inconsistentes.

A reportagem procurou o desembargador e representantes do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), mas não houve resposta até as 21h de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma nova resolução do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), com validade retroativa, desde 1º de abril, aumentou a remuneração dos desembargadores e juízes de direito. A decisão foi publicada no Diário Oficial na última terça-feira (4). A remuneração dos desembargadores, na forma de subsídio, passa a ser de R$ 37.589,96. Em 2024, haverá outro aumento para R$ 39.717,69, a partir de 1º de fevereiro. Por fim, o aumento passa para R$ 41.845,49, a partir de 1º de fevereiro de 2025.

Segundo a resolução, os juízes de direito de Terceira Entrância receberão “noventa e cinco por cento do subsídio de Desembargador, observando-se, quanto aos demais juízes de primeira instância, escalonamento, de uma para outra entrância, de cinco por cento“. A aplicação da resolução vai se estender aos magistrados aposentados e aos pensionistas de magistrados do Poder Judiciário do Estado. Segundo o Diário Oficial, as despesas serão pagas por recursos próprios do TJPE.

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O aumento decorre do reajuste de 18% concedido por lei federal aos ministros do Supremo Tribunal Federal. O Senado aprovou, em dezembro de 2022, o aumento da remuneração dos ministros, também parcelado em três anos.

Por meio de nota, o TJPE informou que o reajuste "observa a regra contida no art. 140, da Lei Complementar Estadual nº 100, de 21 de novembro de 2007, e implementa as determinações da Lei nº 14.520/2023, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional".

O tribunal também disse que os subsídios da magistratura estadual não tinham aumento desde 2019. Além disso, "os percentuais autorizados pelo Congresso Nacional ficam longe de repor as perdas inflacionárias do período".

 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julga a abertura de um processo disciplinar que pode levar ao afastamento do desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE) Luiz Antônio Araújo Mendonça. Ele é suspeito de vender habeas corpus e de participar do homicídio do beneficiário da decisão. Segundo a Polícia Federal, Mendonça também é suspeito de negociar decisões judiciais em favor de outros três traficantes. A defesa nega envolvimento do magistrado nos casos.

O julgamento começou na terça-feira passada (14), com o voto do corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, favorável ao afastamento cautelar. "Há elementos suficientes para, na atual fase procedimental, sustentar a conclusão de que a permanência do desembargador no cargo colocará em risco a instrução processual", disse.

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Mendonça foi promotor de Justiça e procurador, e atuou por duas vezes como secretário de Segurança Pública do Estado. Apareceu no noticiário nacional quando escapou de um atentado: foi alvo de uma rajada de metralhadora em Aracaju, em 2010.

Em agosto de 2014, Mendonça passou a ser investigado pela PF quando seu nome foi mencionado em interceptações telefônicas da Operação Poço Vermelho, que apurava um grupo de extermínio ligado à venda de drogas e armas. De acordo com as investigações, a organização tinha como líder José Augusto Aurelino Batista. Interceptações apontam ele citando suposta tratativa com o magistrado.

Conforme a PF, em uma das conversas, José Augusto ouve de um interlocutor que o "desembargador está na fazenda". "Porque por telefone é complicado. (...) Ele disse 'se vim tarde num consegue, não', porque ele disse que tem um compromisso." No mesmo dia, de acordo com a investigação, que tinha como base a quebra de sigilos, José Augusto esteve na fazenda do magistrado.

O encontro é admitido por Mendonça. Em sua defesa, o desembargador disse ter se assustado com a abordagem e afirmou que, a distância, antes do portão da propriedade, ordenou que o acusado por tráfico fosse embora.

Três dias depois, Mendonça votou pela revogação do mandado de prisão de José Augusto, que, em um dos grampos feitos pela PF, comemora a decisão: "Deu. Ganhamos o alvará. Se não fosse o negócio de sábado lá na fazenda do homem, era pau!!!". Nas conversas, José Augusto reclama com um interlocutor da cobrança de seu advogado por honorários, porque, em sua visão, foi ele "quem correu atrás". Em outra gravação, ele citou nominalmente o desembargador e contou a outro investigado que passou em sua fazenda.

Contato

O julgamento foi derrubado pelo TJ-SE. Após a decisão, a PF identificou uma série de tentativas de contato de José Augusto com o desembargador. Na madrugada de 15 de outubro de 2014, José Augusto foi morto por policiais civis que foram à sua casa às 3 horas para cumprir o mandado de prisão. A perícia mostrou que ele foi alvejado à queima-roupa e nas costas.

A PF identificou que os policiais que participaram da ação foram promovidos, assim como o promotor original do inquérito, e o caso foi arquivado. Investigadores apontaram que, no dia da morte de José Augusto, o celular de Mendonça fez diversos contatos com a polícia em Poço Verde, cidade onde ele foi morto.

A corporação ainda apurou outros três casos em que há suspeita de venda de habeas corpus pelo magistrado. Mendonça é também investigado por lavagem de dinheiro em transações imobiliárias.

O desembargador é defendido pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Em sustentação oral, ele afirmou ao CNJ que os grampos mostram estratégias de advogados para cobrar honorários. Disse ainda que a morte de José Augusto se deu após troca de tiros com os policiais, e que não ficou provada a execução. "Onde está a prova da ordem, do comando? Não há." Procurado Cardozo não se manifestou até a publicação deste texto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal (PF) encontrou R$ 270 mil na casa do filho do desembargador do Tribunal Regional da 1º Região, Candido Ribeiro. O advogado Ravik Ribeiro e o seu pai são alvos da operação Habeas Pater, nesta terça-feira (14). O dinheiro foi encontrado em um endereço do Maranhão e Ravik terá que explicar a origem dos valores. 

Candido e Ravik Ribeiro são investigados por suspeita de vender sentenças judiciais a traficantes internacionais de drogas. A operação Habeas Pater foi deflagrada para combater possíveis crimes de corrupção ativa e passiva.

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Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão na cidade de Brasília/DF, sete mandados de busca e apreensão em cidade de Belo Horizonte/MG e um mandado de busca e apreensão na cidade de São Luiz/MA.

Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça e tem ligação com investigados da Operação Flight Level II, também deflagrada hoje pela Polícia Federal em Minas Gerais. Caso pai e filho venham a responder pelos crimes, poderão ser condenados a até 12 anos de prisão.

Com o Salão Nobre do Palácio da Justiça de Pernambuco lotado, o novo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Paulo Augusto de Freitas Oliveira, tomou posse formal nesta segunda-feira (28). A cerimônia foi presidida pelo 1º vice-presidente do TJPE, desembargador Antenor Cardoso, representando o presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo. 

 Participaram ainda da solenidade o 2º vice-presidente do TJPE, desembargador Frederico Neves; o corregedor geral de justiça do Estado, desembargador Ricardo Paes Barreto; o governador do Estado, Paulo Câmara; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Eriberto Medeiros; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Ranilson Ramos; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado, desembargador André Guimarães; e o secretário de Defesa Social de Pernambuco de Pernambuco, Humberto Freire, dentre outras autoridades.

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Desembargadores, juízes, representantes do Ministério Público, advogados e defensores públicos, além da família do novo desembargador também compareceram à cerimônia. 

No início do evento, o mais novo integrante do 2º grau da Corte pernambucana fez a leitura do Juramento Regimental. Após este momento, o secretário judiciário da instituição, Carlos Gonçalves, leu o Termo de Posse, que foi devidamente assinado pelo 1º vice-presidente do TJPE, Antenor Cardoso, e pelo empossado.  Após saudar todos os presentes, Paulo Augusto de Freitas Oliveira falou da expectativa para assumir o novo cargo num ano singular em que o TJPE completa o bicentenário de sua instalação.

“Nesta Corte darei o meu melhor como profissional contribuindo para o desenvolvimento pleno do Poder Judiciário de Pernambuco. Com 30 anos de carreira de serviço público, passando por diversas outras instituições, considero integrar a Egrégia Corte do TJPE o maior desafio profissional da minha vida. Espero somar experiências e compartilhar visões de Direito nesta Casa. Como bom pernambucano, oriundo da Faculdade de Direito do Recife, a partir de hoje com muita honra e com imensa gratidão me junto a todos que fizeram e fazem parte dos 200 anos de história do Judiciário estadual pernambucano para a construção de uma Justiça cada vez mais promissora”, pontuou.   

Paulo Augusto de Freitas Oliveira também destacou o aperfeiçoamento funcional e tecnológico das instituições públicas nos últimos anos e como esse desenvolvimento tem contribuído para servir de forma mais célere ao cidadão.

“Nesse contexto, percebo o Poder Judiciário enquanto instituição vocacionada institucionalmente a servir ao povo totalmente integrado às mudanças que a sociedade moderna vem exigindo face à grande dinâmica das relações humanas. Trago comigo a visão de que o Estado Democrático de Direito, numa perspectiva contemporânea, exige do magistrado a sua efetiva aproximação da realidade social, sendo além disso responsável pelo bem da sociedade por meio da pacificação social”, destacou. Por fim, de forma emocionada, o novo desembargador agradeceu à família, especialmente à esposa Tayna Calado, e aos filhos Paulo Victor Calado, e Letícia Calado.   

Na sequência, o 1º vice-presidente do TJPE, desembargador Antenor Cardoso Júnior, fez um discurso de boas-vindas ao novo membro do segundo grau do TJPE. “As minhas palavras são de acolhimento a Paulo Augusto de Freitas Oliveira, num momento ímpar no qual ao mesmo tempo em que nós estamos inovando com mais tecnologia e projetos voltados à cidadania, estamos recebendo mais um membro do Ministério Público com a sua experiência naquela instituição como procurador geral de Justiça.

Todos nós estaremos à disposição de Vossa Excelência, contribuindo para um trabalho voltado ao cidadão. Tenho absoluta certeza de que a experiência trazida nos cargos ocupados anteriormente no serviço público se somam com muita efetividade e consistência ao trabalho de todos nós. Seja bem-vindo ao Poder Judiciário pernambucano”, enfatizou.   

Eleição - O promotor de justiça Paulo Augusto de Freitas Oliveira foi escolhido como novo desembargador do TJPE, no dia 28 de outubro. O nome do então procurador geral de justiça integrou a lista tríplice eleita pelos desembargadores do Judiciário estadual de Pernambuco, em sessão do Pleno, presidida pelo presidente do TJPE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, que objetivou o preenchimento do cargo de desembargador do TJPE na vaga reservada ao Quinto Constitucional do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

Após a escolha dos três nomes, no Palácio da Justiça, a lista foi levada ao governador do Estado, Paulo Câmara, que elegeu Paulo Augusto de Freitas Oliveira como novo desembargador do TJPE. O magistrado ocupará a vaga deixada pelo desembargador Fernando Ferreira em virtude de sua aposentadoria. A lista tríplice eleita foi composta pelos promotores Paulo Augusto Freitas de Oliveira, com 30 votos; André Felipe Barbosa de Menezes, que teve 28 votos; e Luís Sávio Loureiro da Silveira, que obteve 26 votos. 

Experiência - Com 47 anos de idade, Paulo Augusto de Freitas Oliveira é natural do Recife. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no ano de 2001. É especialista em Segurança Pública e Cidadania, pela Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), e também tem MBA em Gestão do Ministério Público, pela Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP/UPE). Iniciou sua carreira no MPPE em 2005, inicialmente na comarca de Floresta tendo, posteriormente, atuação (titular e exercício pleno) nas Promotorias de Buíque, Sanharó, Belo Jardim, Arcoverde, Cachoeirinha, Taquaritinga do Norte e na Central de Inquéritos de Caruaru. Desde 2012, é titular da 4ª Promotoria de Defesa da Cidadania de Caruaru, com tutela da Saúde e do Consumidor. 

Como coordenador da 6ª Circunscrição Ministerial de Caruaru, foi eleito e reeleito pelos seus pares, no período de 2012 a 2016. Foi o idealizador do Projeto Pacto dos Municípios pela Segurança Pública, premiado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Atuou como secretário do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ) a partir de 2017 até novembro de 2020.

*Da assessoria 

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PTB), teve a elegibilidade mantida por uma decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Néviton Guedes, que rejeitou um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para tornar sem efeito a decisão que suspendia a inelegibilidade do ex-parlamentar.

A decisão questionada pelo MPF também foi do TRF-1, desta vez do desembargador Carlos Augusto Pires Brandão. O magistrado suspendeu o item da cassação do mandato do ex-deputado que o proibia por oito anos de concorrer a qualquer cargo eletivo. Cunha teve o mandato cassado por 450 votos a 10, acusado de mentir em depoimento para a CPI da Petrobras.

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Sendo assim, Cunha poderá disputar as eleições deste ano, apesar de já ter sido condenado em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Para ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o ex-deputado teria que ter uma condenação na segunda instância. O petebista registrou-se no Tribunal Superior Eleitoral como candidato a deputado federal por São Paulo.

 O presidente Jair Bolsonaro (PL) cedeu à pressão do ministro do STF Kassio Nunes e mudou um dos indicados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dois nomes foram anunciados para integrar o corpo de ministros, mas antes precisam ser sabatinados e aprovados em votação no Senado. 

A escolha de Bolsonaro foi adiada pela oposição do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao nome do desembargador Ney Bello, um dos preferidos do presidente, segundo o Uol. Nunes Marques teria insinuado a interlocutores de Bolsonaro que poderia romper com o presidente se Bello fosse indicado ao STJ. 

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Bolsonaro atendeu à cobrança e optou pelo atual presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Messod Azulay Neto, e pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região Paulo Sérgio Domingos. Caso sejam aprovados pelos senadores, eles deverão ocupar as cadeiras dos ministros recém-aposentados Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro. 

No ano em que completa 40 anos de magistratura, o desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo teve a carreira coroada com a Presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e promete esforços para encaminhar a construção do Fórum Criminal no Recife.

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o atual chefe do Judiciário no estado comentou sobre as aspirações e os desafios do seu biênio na cadeira mais alta do Palácio da Justiça. 

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Eleito para o cargo até 2024, Luiz Carlos Figueirêdo tomou posse no dia 1º de fevereiro e enxerga sua posição como uma oportunidade de servir melhor ao povo. "Há uma lógica com a qual eu nunca compactuei: 'o Judiciário é um poder inerte e o juiz fica lá sentado, bonitinho, esperando que alguém vá procurá-lo’. Um ambiente 'Palácio da Justiça', só o nome é intimidatório, e o povo tem dificuldade de acessar. Então, eu em nenhum momento acho que isso seja razoável", afirmou. 

  População próxima ao Judiciário 

Para desafogar os processos que aguardam julgamento, ele pretende expandir o sistema de digitalização iniciado na implantação do registro eletrônico em varas da Fazenda. De acordo com o desembargador, a produção quase decuplicou com a informatização. 

"Veio para ficar. Nós tivemos uma época que uma vara da Fazenda tinha mais de 700 mil processos. Quer dizer, se o cara terminar o mês e tiver dado 3 mil sentenças, não foi uma gota d’água no oceano. Então, o mecanismo eletrônico conseguiu reduzir menos de 50% do estoque", destacou.

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Além das audiências, as próprias reuniões internas passaram a ser remotas, o que proporcionou uma resposta mais efetiva da Justiça, enfatizou. 

Como exemplo, citou a celeridade na análise dos pedidos de adoção na pandemia, área a qual domina e escolheu para alicerçar a maior parte da carreira. A defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente foi o compromisso defendido pelo juiz, que apresentou projetos de referência para todo o Brasil e é um dos autores do projeto da Lei Nacional de Adoção, que resultou na Lei 12.010/09. 

"No auge da pandemia, em processos de pedido de adoção, as visitas domiciliares eram feitas virtualmente. Quase todo mundo tem um smartphone, então, além de falar com o juiz, ele pode mostrar toda a casa, se tá organizada, se tem um quarto para receber o bebê. Não é a mesma coisa da presença do profissional, mas pior seria se a gente tivesse passado dois anos sem fazer isso", indicou. 

      Requalificação da estrutura 

Entre a lista de desafios, o gestor se desdobra para atender à cobrança dos magistrados por uma requalificação da infraestrutura, principalmente em comarcas do interior. Para manter a presença do Judiciário em áreas mais afastadas, o desembargador estuda ampliar a frota do atendimento itinerante motorizado para campanhas específicas, como já ocorre com casos de abuso sexual. 

"A Justiça não é uma sala bonita com móveis de luxo. Justiça é a realidade do dia a dia do povo. Nós temos várias instalações físicas no estado completamente colapsadas e deterioradas. Especialmente, eu diria, em Vitória de Santo Antão, Paulista, Cabo, e nós precisamos de soluções criativas porque nem os juízes nem os servidores, e muito menos o público, merece ser atendido naquelas condições", apontou.   

Fórum Criminal fora do papel 

O importante é não deixar o serviço parar e, para isso, a opção seria abrir editais de licitação para alugar imóveis durante o período de reforma dos prédios públicos. Nesse quesito, sua atenção também se volta a deixar um legado irreversível à população com o início das obras do Fórum Criminal. A falta do dispositivo deixa a Justiça de Pernambuco atrás de outros estados. 

“Há a necessidade no município de criar um fórum criminal. É desagradável para todo mundo misturar a família da vítima e do criminoso por perto, sofrendo também", definiu.

   Com a proposta de equipar o edifício com cadeia e alojamento para segurança, ele entende que o projeto não ficará pronto em sua gestão. Contudo, disse que já checa com a Prefeitura do Recife a possibilidade de usar o terreno em frente ao Fórum da capital, no bairro de Joana Bezerra, na área Central. 

"Eu tô temperando aquilo que já era bom. Tô procurando dar ênfase a uma área que eu acho que é importante. E insisto: a importância de programa social do judiciário é dar sentença rápida e de qualidade. É não deixar demorar", concluiu.

Filho de um desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Júlio César Lorens Júnior, de 28 anos, foi morto por uma facada desferida por um idoso, de 67. O suspeito é seu vizinho e o teria golpeado durante uma briga em um prédio na área nobre de Belo Horizonte. 

A briga foi motivada pelo barulho de móveis e marteladas no apartamento do idoso, que realizava uma mudança. Incomodado com o morador de cima, na manhã dessa quinta-feira (19), Júlio foi ao imóvel para reclamar. 

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Ao ser atendido, ele jogou spray de pimenta no rosto do vizinho. Os dois entraram em luta corporal no corredor do andar e o vizinho conseguiu esfaqueá-lo no tórax.

O jovem, que dá aulas de História em um pré-vestibular na capital, foi socorrido para o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, onde deu entrada ainda com vida. Ele não resistiu ao ferimento e teve a morte confirmada à noite.

A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) lamentou a morte. "Manifestamos nossa solidariedade ao colega magistrado e a seus familiares e nos colocamos à disposição", comunicou.

O TJMG também se solidarizou com os familiares. "Em nome do Poder Judiciário, o presidente Gilson Lemes expressa solidariedade e condolências pela irreparável perda a familiares e amigos", afirmou a nota.

O idoso foi capturado ainda em flagrante e encaminhado ao sistema prisional. A investigação do homicídio ficou a cargo do Departamento Estadual de Proteção à Pessoa (DHPP).

O corpo de Júlio Cesar será velado a partir das 13h desta sexta-feira (20h), no Cemitério da Paz, na capital.

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4º Região (TFR-4), Rogério Favreto, responsável por conceder o habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho de 2018, relatou ter sofrido “perseguição” e disse que tentaram lhe “cancelar” após a assinatura da medida favorável ao ex-alvo da Operação Lava Jato.

Hoje presidenciável mais uma vez, o petista estava preso à época, por determinação do ex-juiz Sergio Moro.

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"Houve uma perseguição de todas as formas: fizeram representação no CNJ, que depois foi arquivada, e também um processo criminal que foi solicitado pela então procuradora geral da República, Raquel Dodge, dizendo que eu prevariquei, porque decidi em favor de amigos meus. Eu não sou amigo do ex-presidente, não sou amigo dos autores do Habeas Corpus", declarou à Fórum Café, da revista Fórum, em entrevista veiculada nesta segunda-feira (2).

O processo de prevaricação, aberto por Dodge, argumentou que Favreto prevaricou por ser "amigo" do petista, fato que nega de forma veemente. Ele detalhou ainda o que pensa ter sido a sua participação no processo, em 2018.

“Eu fui o lambari que quis atravessar a correnteza, o fluxo do rio da imprensa conservadora e do sistema judicial e, como disse uma jornalista na ocasião, mostrei naquele dia que havia outras luzes e visões no Judiciário”.

O juiz afirma que, além do âmbito profissional, também sofreu perseguição na vida privada, com ameaças virtuais direcionadas aos seus familiares, além de ter seu número pessoal exposto por jornalistas e por políticos.

“Então houve [ainda] uma perseguição pessoal, familiar, tive que andar com segurança, minha mãe, meus filhos foram ameaçados nas redes sociais, meu telefone foi divulgado. Quiseram me cancelar. Queriam me exonerar, me excluir, me tirar da minha função, porque, se eu fosse 'culpado' por isso, iriam dizer 'ele está errado', e eles estão certos, ou seja, tinham que reafirmar aquelas arbitrariedade e aquele sistema ilegal, autoritário e parcial que estava ocorrendo”, continuou.

O desembargador diz ter tomado decisão favorável a Lula por princípios básicos do direito, por ter compreendido que havia uma “violação” dos direitos do ex-presidente. Ele acredita ter sofrido ataques pelo seu histórico de defesa da democracia.

"Todo ataque sofri, distorção, acusação que tinha contra a minha pessoa era minha [devido a minha] história, porque sou um homem da democracia, militei por políticas públicas, essa é minha história e carrego com honra, teria vergonha se fosse o contrário. Então decidi conforme a compreensão constitucional e jurídica que tive", destacou, ressaltando que "ninguém" recorreu de sua decisão, nem a então procuradora-geral, Raquel Dodge.

"Ninguém recorreu da minha decisão. Quando você está descontente com uma decisão, você recorre aos tribunais superiores, tinha que recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), ou ao STF (Superior Tribunal Federal), mas não houve esse recurso", completou.

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu denúncia e colocou no banco dos réus o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Carlos Roberto Caníbal, por supostas ameaças físicas e psicológicas à sua ex-mulher, entre 2018 e 2019.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, o magistrado teria ameaçado causar mal injusto e grave à integridade física e moral da vítima, de seus filhos e de seu ex-marido.

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A Procuradoria ressaltou alegações do acusado de que ele iria contar para terceiros que a ex-mulher 'teria sido prostituta no passado, que iria restringir sua liberdade, internando-a em uma clínica psiquiátrica, bem como as informações de que "ela estava acabada como mulher"'. Para o MPF, tal contexto era capaz de justificar o temor da vítima.

A decisão da Corte Especial foi tomada na sessão da última quarta-feira, 20. Por unanimidade, os ministros acompanharam o voto do relator, ministro Jorge Mussi, no sentido de receber a denúncia ofertada pela Procuradoria considerando a incidência de prescrição de fatos anteriores a abril de 2019. O caso tramita em segredo de Justiça.

"A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que inexiste ilegalidade no fato de a acusação referente a delito praticado em ambiente doméstico ou familiar estar lastreada no depoimento ofertado pela vítima, já que tais ilícitos geralmente são praticados na clandestinidade, sem a presença de testemunhas, e muitas vezes não deixam rastros materiais, motivo pelo qual as palavras da vítima possuem especial relevância", ponderou o ministro em seu voto.

Ao se manifestar pelo recebimento da denúncia, Mussi chegou a ler o depoimento da ex-mulher do desembargador quando esta denunciou as ameaças à Polícia. Além disso, o magistrado reproduziu trechos da oitiva da vítima perante à Justiça. Segundo ela, o desembargador lhe dizia: "Eu sou o poder e você não sabe do que eu sou capaz."

O ministro ainda votou por manter medidas protetivas decretadas pelo STJ em favor da vítima, até que ela seja ouvida no âmbito do processo aberto naquela corte.

Segundo Mussi, em julho de 2019, o então presidente do STJ, João Otávio de Noronha, deferiu medidas como a suspensão da posse ou porte de arma do desembargador, a entrega das cinco armas do magistrado à Justiça e proibição de aproximação da vítima.

Em sustentação oral, a defesa do desembargador alegou que a denúncia da Procuradoria apresentava vícios e seria "inapta, inepta, vaga, imprecisa, indeterminada e genérica".

Segundo o advogado que representa Caníbal, a acusação descreveu fatos que não se encaixam no tipo penal imputado ao desembargador. Para a defesa, haveria no caso, 'no máximo' um crime contra a honra.

Já o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos classificou como "insuficientes" as alegações dos advogados de Caníbal contra a imputação do crime de ameaça em contexto de violência doméstica e familiar. "A denúncia descreveu os crimes imputados ao acusado de modo claro e concatenado, com detalhamento amplo da sua conduta ilícita. Os elementos coligidos aos autos afiguram-se como lastro suficiente ao recebimento da inicial acusatória", alegou.

O subprocurador-geral também rebateu as alegações da defesa sobre o suposto descumprimento das medidas protetivas pela própria vítima e a falta de menção explícita ao número de ameaças sofridas por ela e quando elas ocorreram.

Santos afirmou que "é comum que os agressores tentem se esquivar da responsabilidade pela violência psicológica no contexto familiar, atribuindo suas condutas ao comportamento da vítima".

Além disso, o subprocurador-geral ponderou que a narrativa de que a mulher apresenta comportamento contraditório "não invalida a degradação psicológica sofrida e tampouco afasta a caracterização do delito".

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo busca contato com a defesa do desembargador Carlos Roberto Canibal e deixou espaço aberto para manifestação.

As autoridades do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, que se reuniram de maneira remota na última quarta-feira (2), presenciaram uma cena inusitada e que rendeu bastante nas redes sociais nos dias seguintes. O desembargador Yedo Simões, ao empurrar a cadeira para trás, acabou batendo contra uma falsa estante de livros que servia como fundo da sua chamada de vídeo, e o objeto desabou. O susto aconteceu durante uma sessão das Câmaras Reunidas, aberta a todos os públicos. 

Após notar que o fundo falso caiu, o desembargador levantou sem falar nada e colocou o objeto caído no chão de volta no lugar. Os demais desembargadores não comentaram o ocorrido e apenas observaram o colega se recompor. A gravação do momento viralizou nas redes sociais e foi compartilhada centenas de vezes durante a tarde dessa quinta-feira (3). 

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A cena pode ser vista no minuto 43 do vídeo da sessão remota, compartilhado no perfil do YouTube do Tribunal. Confira: 

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Nas redes sociais, o momento ainda não parou de repercutir:

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