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O tamanho da área desmatada na Amazônia durante os quatro primeiros meses deste ano foi 36% menor que no mesmo período de 2022, segundo monitoramento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização que desde 1990 reúne pesquisadores que se dedicam a estudar aspectos relativos ao uso e conservação dos recursos naturais da região.

Entre janeiro e abril deste ano, a retirada parcial ou total da cobertura vegetal amazônica atingiu uma área de 1.203 km². No primeiro quadrimestre do ano passado, foram desmatados 1.884 km².

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Apesar da redução de quase um terço em comparação ao último período, a área devastada nos quatro primeiros meses deste ano representa o terceiro pior resultado nos esforços de preservação do bioma desde o ano de 2008.

Considerando apenas os últimos 16 anos, a área degradada a cada primeiro quadrimestre do ano foi maior não só em 2022, como também em 2021, quando o desmatamento aumentou expressivamente, atingindo 1.963 km².

A partir da análise das imagens de monitoramento por satélites, os pesquisadores do Imazon concluíram que, em abril deste ano, a queda no desmatamento chegou a 72%, caindo de 1.197 km² em abril de 2022 para 336 km² no mesmo mês deste ano.

“A redução observada em abril é positiva, porém, a área desmatada [no mês] ainda foi a quarta maior desde 2008 para o mês”, destaca a pesquisadora Larissa Amorim, referindo-se aos resultados para o mesmo mês registrados nos três anos anteriores: 1.197 km² (2022), 778 km² (2021) e 529 km² (2020).

“Isso indica que precisamos implantar ações emergenciais de fiscalização, identificação e punição aos desmatadores ilegais nos territórios mais pressionados, focando nas florestas públicas que ainda não possuem uso definido e nas áreas protegidas, principalmente com a chegada do verão amazônico, onde historicamente o desmatamento tende a aumentar”, acrescenta Larissa, em nota divulgada pelo instituto.

Apesar de o desmatamento na Amazônia como um todo ter sido menor no primeiro quadrimestre deste ano, nos estados de Roraima e Tocantins houve um aumento da área degradada. A “situação mais crítica”, conforme o Imazon, ocorreu em Roraima, onde a devastação aumentou 73%, passando de 63 km² de janeiro a abril de 2022 para 107 km² no primeiro quadrimestre deste ano.

Em Tocantins, o crescimento do desmatamento foi da ordem de 25%, passando de 4 km² de janeiro a abril de 2022 para 5 km² no mesmo período deste ano.

Mesmo registrando uma queda no desmatamento no último período, Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem como os estados com as maiores áreas derrubadas na Amazônia. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso devastou 400 km² de floresta, Amazonas 272 km² e Pará 258 km², o que representa 33%, 23% e 21% do total na região, respectivamente. Ou seja, juntos, esses estados foram os responsáveis por 77% da floresta destruída no primeiro quadrimestre deste ano.

A Agência Brasil pediu ao governo de Roraima e à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins uma manifestação sobre os dados divulgados pelo Imazon e aguarda respostas.

A área de Floresta Amazônica desmatada em 2022 é a maior dos últimos 15 anos, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em um novo levantamento. De agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, área que equivale a sete vezes a cidade de São Paulo. Os dados foram publicados nesta quarta-feira (17). 

O mapeamento de área desmatada contempla a Amazônia Legal, que corresponde à região de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) delimitada por lei, com o objetivo de definir a delimitação geográfica da região política de atuação do órgão. Ou seja, define a parte brasileira da floresta, que atravessa nove estados e 772 municípios do país. 

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Os novos dados do Imazon foram obtidos por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto, que difere da metodologia do Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de um hectare, enquanto os alertas do INPE levam em conta áreas maiores que três hectares. 

Foi a segunda vez consecutiva em que o desmatamento passou dos 10 mil km² no período. Somadas, as áreas destruídas nos últimos dois calendários chegaram a 21.257 km², quase o tamanho de Sergipe. Também foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o maior patamar desde 2008, quando o Imazon iniciou o monitoramento com o SAD. Confira no gráfico abaixo: 

Gráfico mostra mapeamento de área total destruída na Amazônia Legal, de 2008 a 2022. Foto: Divulgação/Imazon

Comparando os períodos de janeiro a julho, a área de floresta perdida neste ano cresceu 7% em relação a 2021, passando de 6.109 km² para 6.528 km². Isso significa que, somente em 2022, a região já viu um território de mata semelhante a cinco vezes a cidade do Rio de Janeiro ser posto abaixo. E esse também foi o maior desmatamento para o período dos últimos 15 anos. 

Esses recordes nos acumulados ocorreram mesmo com uma redução no desmatamento em julho, que passou de 2.095 km² em 2021 para 1.739 km² em 2022, um decréscimo de 17%. O que não significa que a destruição está em baixa: a área de floresta derrubada no mês passado foi a segunda maior para julho em 15 anos, também desde o início do SAD. 

Quase 40% da destruição ocorreu na Amacro 

Levando em conta o desmatamento ocorrido nos últimos 12 meses, 36% ocorreu apenas na região conhecida como Amacro, onde se concentram 32 municípios na divisa entre Amazonas, Acre e Rondônia. Nessa área, há um processo de expansão do agronegócio, que derrubou quase 4 mil km² de florestas entre agosto de 2021 e julho de 2022. 

E, assim como na Amazônia, a destruição na Amacro também atingiu o maior patamar dos últimos 15 anos para o período. Só que, enquanto a devastação cresceu 3% na região amazônica, a alta foi de 29% na área de divisa entre o Amazonas, Acre e Rondônia. 

 

Apenas nos cinco primeiros meses de 2022, a Amazônia Legal registrou recorde de desmatamento e em 151 dias derrubou 3.360 km² de floresta, conforme aponta levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado na última sexta-feira, 17. A área desmatada é a maior em 15 anos e os municípios mais afetados são, respectivamente, Apuí (AM), Altamira (PA), Lábrea (AM), Novo Progresso (PA) e Novo Aripuanã (AM).

Com 1.476 km² de floresta desmatada, o último mês de maio também foi o pior maio já registrado desde 2008, ano em que o Imazon passou a monitorar a Amazônia. O Estado do Amazonas é o que teve a maior área desmatada, e corresponde a 38% do desmatamento total registrado em maio.

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O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr., alerta para novos recordes nos próximos meses, fato a ser intensificado por causa da seca e das eleições, conforme nota divulgada pela instituição. Segundo o pesquisador, em ano eleitoral as fiscalizações tendem a diminuir e, portanto, há aumento da devastação.

Em relação à área degradada em maio, o Estado de Mato Grosso corresponde a 94% de todo valor registrado.

Os dados foram levantados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), baseado em imagens de satélites, que oferece análises mensais sobre o ritmo da degradação e desmatamento na Amazônia.

O SAD considera degradação florestal quando há dano decorrente de exploração madeireira ou fogo. Já o desmatamento é analisado quando ocorre corte raso da floresta, sendo as principais causas a pecuária, agricultura e garimpo.

Terras indígenas invadidas

A terra indígena mais desmatada em maio foi a Apyterewa, localizada no Pará. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a região é de potencial conflito por causa da invasão de fazendeiros e gado que ameaçam indígenas. A T.I. Apyterewa foi homologada em 2007 e, desde então, a única possibilidade de atividade econômica na área precisa ser autorizada e conduzida pelos indígenas.

Ainda de acordo com o MPF, há 12 anos uma sentença judicial, que obriga o governo federal a retirar invasores e ocupantes não indígenas da TI Apyterewa, segue sem ser cumprida. Sem haver a retirada de invasores, a área permanece sendo palco de conflitos, inclusive contra agentes do Estado.

Entre novembro e dezembro de 2020, um grupo de 50 a 70 pessoas cercou uma base da Funai na TI Apyterewa e atacou agentes federais que realizavam fiscalização ambiental na região. Os invasores colocaram pregos em pontes, atiraram com armas de fogo, rojões e fogos de artifício contra fiscais e cercaram carros e motocicletas. O objetivo era impedir que a fiscalização prosseguisse, afirma o MPF.

As outras terras indígenas mais desmatadas em maio foram a T.I. Karipuna (RO) e T.I. Cachoeira Seca (PA).

Inpe

Os dados do Imazon vão ao encontro do que mostrou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em maio. Pela primeira vez, a área derrubada da floresta ficou acima de mil quilômetros quadrados em abril, segundo dados de alertas do sistema Deter, do Inpe. Ao todo, foram 1.012 quilômetros quadrados perdidos, valor 74% maior do que o recorde anterior para o mês (580 km quadrados, atingidos em abril do ano passado). A área de 1 mil quilômetros quadrados equivale a mais de 140 mil campos de futebol.

A área desmatada em abril de 2022 é 165% maior em comparação com a média para o mês. Desde agosto do ano passado, os alertas de desmate estão batendo sucessivos recordes: em outubro, janeiro, fevereiro e agora em abril. Procurado, o Ministério do Meio Ambiente não se manifestou.

A gestão Jair Bolsonaro tem sido marcada por recordes nos índices de desmatamento, aumento de focos de incêndio florestal e críticas da comunidade internacional em relação à atuação do País na área.

Após uma série de compromissos assumidos pelo governo na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), em Glasgow, o embaixador britânico no Brasil, Peter Wilson, chegou a afirmar em entrevista ao Estadão em dezembro do ano passado que o País teria de provar que protege efetivamente o meio ambiente para conseguir atrair investimentos estrangeiros, incluindo o do Reino Unido. "O Brasil quer mais investimento em sua economia, mas, no futuro, não vai ser possível atrair os fundos maiores sem uma política ambiental clara nos níveis federal e estaduais", disse Wilson.

O boletim de julho do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do @imazonoficial publicado dia 19 de agosto mostrou que tanto a destruição da floresta amazônica no último mês de junho quanto o acumulado dos últimos 12 meses foram os maiores da década. O Pará foi o Estado da Amazônia Legal com maior índice de desmatamento em junho. Segundo o estudo, o Estado foi responsável por 36% de toda a área desmatada na Amazônia no último mês.

Em Belém, temporais fora de época, fortes ondas de calor são reveladores de mudanças climáticas relevantes. Serão resultado do desmatamento? Para responder a essa e a outras perguntas acerca do assunto, o portal Leia Já Pará procurou especialistas que falaram sobre as consequências e formas de combate ao desmatamento. 

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Segundo o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), os impactos ambientais causados pelo desmatamento são muito grandes. Entre eles estão a perda da biodiversidade, ocasionada pela extinção de espécies de animais e plantas, e a destruição dos rios. Além disso, há o aumento da emissão dos gases de efeito estufa, o que, consequentemente, contribui para intensificar o aquecimento global. O desmatamento também compromete o uso sustentável da floresta e ameaça povos tradicionais.

O pesquisador Marco Valério de Albuquerque Vinagre, doutor em Engenharia de Recursos Naturais, explica como essas mudanças estão afetando negativamente o ecossistema regional: “Aumento da vulnerabilidade às secas e incêndios florestais, afetando negativamente uma grande variedade de espécies. Grandes prejuízos ao ciclo hidrológico, pois o desmatamento diminui a evapotranspiração das árvores e vegetais e prejudica o ciclo hidrológico, que é essencial ao ecossistema afetado, e assim a redução das precipitações e da umidade facilita o início e propagação de incêndios nessas áreas”.

Marco Vinagre explica que o calor “insuportável” e as chuvas fora de época são consequências diretas das mudanças climáticas tanto de caráter global quanto local. “Devemos todos estar conscientes da realidade das mudanças climáticas de caráter global e local, e fazer cada um de nós o que estiver ao nosso alcance, combatendo a poluição, a emissão de CO2, de calor, o desmatamento e tendo atitudes sustentáveis em relação ao meio ambiente natural e urbano. Para nós da Amazônia, considero o principal risco a desertificação de nosso delicado ecossistema, pois a floresta se autossustenta, e sem ela nossos solos desprotegidos tendem fortemente a tornarem-se áreas de cerrado e em seguida desertificar-se”, afirmou.

O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas para pecuária. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.

A pesquisadora do Imazon Larissa Amorim citou ações que precisam ser feitas pelos governos e órgãos públicos. “Para conter o desmatamento na Amazônia Legal é necessário intensificar as ações de fiscalização, priorizando principalmente aquelas áreas mais pressionadas em relação ao desmatamento. É necessário também identificar e punir os responsáveis por esse desmatamentos ilegais, embargando as áreas que foram apropriadas de forma indevida, e realizar urgentemente o ordenamento territorial, que nada mais é do que destinar as áreas de florestas públicas principalmente para conservação, ou seja, tornar esses territórios unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas”, assinalou.

Nas redes sociais, o Imazon recomenda dez ações para combater o desmatamento, como consumir produtos que garantam renda aos povos e comunidades tradicionais, participar de abaixo-assinados para proteção da floresta, apoiar grupos e ONGs que trabalham para a proteção ambiental, entre outros.

Confira o post: https://www.instagram.com/p/CSwRMH3FC-j/?utm_source=ig_web_copy_link

Por Maria Rita Araújo (com apuração de Sabrina Avelar).

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A floresta amazônica vem sendo devastada no maior ritmo dos últimos 10 anos. Apenas em julho, 2.095 km² foram desmatados, 80% a mais do que no mesmo mês em 2020, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Essa área é maior do que a cidade de São Paulo e representa o pior índice da década para julho. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses também foi o maior desde 2012.

De agosto de 2020 a julho de 2021, período conhecido como o “calendário do desmatamento”, o bioma viu 10.476 km² de floresta serem destruídos, área que equivale a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro. Esse acumulado é 57% superior ao desmatamento registrado no calendário anterior, de agosto de 2019 a julho de 2020, quando 6.688 km² foram devastados. Os dados foram obtidos através do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que utiliza imagens de satélite e de radar para monitorar a Amazônia desde 2008.

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Em relação aos Estados, o Pará foi o que mais desmatou em julho, com 771 km² de floresta destruídos, o que representa 37% do registrado em todo o bioma. Além disso, sete das 10 terras indígenas e cinco das 10 unidades de conservação mais atingidas pelo desmatamento no período estão em solo paraense.

“No Pará, 48% da área de floresta destruída em julho se concentrou em apenas quatro cidades: Altamira, São Félix do Xingu, Itaituba e Novo Progresso. São municípios críticos que deveriam estar recebendo ações prioritárias de combate ao desmatamento, pois são regiões que estão há anos entre as que mais desmatam na Amazônia”, explica Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon. O Pará também foi o Estado com a maior área desmatada nos últimos 12 meses: 4.147 km², 43% a mais do registrado no calendário anterior.

Avanço pelo Amazonas

Assim como observado em meses anteriores, a destruição da floresta segue avançando pelo Sul do Amazonas, o que fez o Estado ficar em segundo lugar no ranking dos que mais desmataram em julho. No período, foram devastados 402 km² em solo amazonense,19% do registrado no bioma.

O Estado também ficou em segundo lugar no ranking dos que mais desmataram nos últimos 12 meses, com o acumulado de 1.831 km². Essa área é 62% maior do que a destruída no calendário anterior. “Nestes últimos 12 meses, percebemos um intenso desmatamento na região do Sul do Amazonas. Isso ocorreu devido à escassez de grandes áreas de florestas em regiões que já foram devastadas anteriormente, em Estados como Mato Grosso e Rondônia. Com isso, houve um deslocamento do desmatamento”, afirma a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.

O terceiro estado que mais desmatou em julho foi Rondônia, com 319 km² (15%), e o quarto foi o Acre, com 313 km² (15%). Ambos ultrapassaram o Mato Grosso, que vinha em terceiro lugar nos últimos meses, mas em julho registrou desmatamento de 203 km² (10%), ficando em quinto no ranking.

“Mato Grosso, por muitos anos, esteve entre os Estados que mais desmataram na Amazônia, principalmente devido à conversão da floresta para o plantio de grãos. Porém, desde 2019, o Amazonas ocupou o segundo lugar do ranking, indicando um deslocamento dos desmatadores de áreas consolidadas para regiões com mais florestas disponíveis”, aponta Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o terceiro Estado que mais desmatou foi justamente o Mato Grosso, com 1.536 km² de florestas destruídas, 58% a mais do que no calendário anterior. Em seguida ficaram Rondônia (1.352 km²) e Acre (927 km²), que tiveram aumentos respectivos de 63% e 95% em relação ao período de 2019-2020.

A análise do desmatamento por categoria do território indicou que 63% ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, 23% em assentamentos, 11% em unidades de conservação e 3% em terras indígenas. Já as florestas degradadas somaram 32 km² em junho, sendo 75% da degradação detectada no Mato Grosso, 19% no Pará, 3% no Acre e 3% no Amazonas.

O Imazon classifica o desmatamento como o processo de realização do “corte raso”, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa mata é convertida em áreas para pecuária. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.

O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites (incluindo radar) para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas são importantes para a proteção ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam os órgãos de controle a planejarem operações de fiscalização e identificarem desmatadores ilegais.

Mais informações no site do Imazon.

Da assessoria do Imazon.

 

O desmatamento da floresta amazônica bateu novo recorde. De acordo com a ONG de pesquisa Imazon, a devastação acumulada nos últimos 12 meses é a maior desde 2012. De agosto de 2020 a julho deste ano, 10.476 km² da floresta tropical foram destruídos, área equivalente a nove vezes a cidade do Rio.

Os dados obtidos por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) mostram que o acumulado é 57% maior em relação ao registrado entre agosto de 2019 e julho de 2020, quando 6.688 km² foram devastados. O recorde negativo se confirma em qualquer uma das análises possíveis. Em julho foram 2.095 km² desmatados, 80% a mais que no mesmo mês de 2020, segundo o Imazon. Essa área é maior que a cidade de São Paulo e representa o pior índice da década para julho.

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O Estado do Pará encabeça a lista dos maiores desmatamentos do mês, com 37% do total. Ele é seguido por Amazonas (19%), Rondônia (15%), Acre (15%), Mato Grosso (10%) e Maranhão (4%). Quanto ao tipo de áreas atingidas, o desmatamento se deu da seguinte forma: terras privadas (63%), assentamentos (23%), Unidades de Conservação (11%) e Terras Indígenas (3%).

No Brasil e no exterior, a gestão Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido alvo de críticas por causa da alta do desmatamento e do número de incêndios. Como o Estadão mostrou, há entraves na fiscalização ambiental. Em 2019 e 2020, a média de processos com multas pagas por crimes que envolvem a vegetação nos Estados da Amazônia Legal despencou 93% na comparação com a média dos quatro anos anteriores.

No início do mês, os dados mais recentes do Deter, sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência, apontaram que o desmatamento acumulado entre agosto de 2020 e julho deste ano na Amazônia foi o segundo maior da gestão Bolsonaro e o terceiro maior da série histórica, iniciada em 2015.

A área de 8.712 km² registrada em alertas de desmate do Deter coloca o período 2020/2021 atrás apenas dos 9.216 km² desmatados entre agosto de 2019 e julho do ano passado, conforme os números dos últimos seis anos. Houve queda de 5,79% em relação ao ano anterior, que registrou recorde.

Procurados, o Ministério do Meio Ambiente e a Vice-Presidência da República - que ocupa a presidência do Conselho da Amazônia Legal - não se manifestaram até as 20h40.

Neste ano, após dois anos e meio no cargo, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou o comando da pasta. Ele não resistiu ao desgaste provocado pelas suspeitas de envolvimento em um esquema ilegal de retirada e venda de madeira e se tornou alvo de inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em seu lugar assumiu o então secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, Joaquim Álvaro Pereira Leite.

Ameaça

O Cerrado é outro bioma sob pressão no País. Os dados de alertas Deter, do Inpe, indicam 661 km² de desmatamento em julho, totalizando 5.102 km² entre agosto de 2020 e o último mês - alta de quase 24% em relação ao ano anterior (2019-2020).

A destruição do Cerrado tem sérias consequências, pois ele desempenha papel essencial no apoio ao ciclo da água no Brasil, já que é fonte de oito das 12 bacias hidrográficas do País. O desmate contínuo reduz as chuvas e aumenta as temperaturas locais, colocando também em risco a vegetação remanescente e a produção de alimentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Às vésperas da cúpula climática convocada pelos Estados Unidos, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou que a floresta registrou o maior desmatamento para o mês de março nos últimos 10 anos.

De acordo com boletim divulgado nesta segunda-feira (19), a destruição na Amazônia Legal totalizou 810 quilômetros quadrados no mês passado, um aumento de 216% em relação a março de 2020.

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A derrubada se concentrou sobretudo no Pará, com 35% do total, seguido por Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%).

"O acumulado de janeiro a março em 2021 [1.185 quilômetros quadrados] também apresenta recorde de desmatamento: o total desmatado é o maior da série de 10 anos, mais do que o dobro do registrado em 2020", diz o Imazon, que utiliza uma ferramenta de monitoramento baseada em imagens de satélites e chamada Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).

Já a degradação na Amazônia, que mede o "distúrbio parcial provocado pela extração de madeira ou por incêndios", totalizou 64 quilômetros quadrados em março, crescimento de 156% em relação ao mesmo período de 2019.

O relatório chega em meio às negociações entre os governos de Brasil e Estados Unidos para um financiamento bilionário contra a devastação da Amazônia.

Em carta a seu homólogo Joe Biden, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a zerar o desmatamento ilegal até 2030, mas o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, cobrou "ações imediatas" e "engajamento com a população indígena e a sociedade civil" para que a promessa se transforme em "resultados concretos".

A proteção da Amazônia deve ser tema da cúpula de líderes convocada por Biden para discutir a crise climática, em 22 e 23 de abril.

Da Ansa

Na contramão dos estados amazônicos, o Pará registrou redução na devastação florestal entre agosto de 2014 a julho deste ano. A queda foi de 14% em relação ao período anterior, de acordo com o levantamento anual do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O índice da região aumentou em 63%.

Além do Pará, somente o Tocantins apresentou queda no índice de desmatamento (-86%). O primeiro lugar do ranking dos estados que mais desmatam agora é ocupado por Mato Grosso, que responde por 31% das áreas desflorestadas no período. Em toda a Amazônia, o desmatamento alcançou 3,322 quilômetros quadrados – quase um terço a mais do que o registrado pelo SAD 2014. 

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Segundo o Imazon, somente 732 quilômetros quadrados foram desmatados em território paraense. “Pela primeira vez no histórico deste índice o Pará registrou queda, enquanto o restante da Amazônia caminhou no sentido contrário, acumulando índices crescentes”, disse o secretário extraordinário do Programa Municípios Verdes (PMV), Justiniano Netto.

O Pará, contudo, está presente na lista dos dez municípios que mais desmataram no período de análise do SAD 2015. Altamira, na região do Xingu, onde é finalizada a construção da hidrelétrica de Belo Monte, é a segunda colocada, com desmate de 27,6 quilômetros quadrados. Portel, no Arquipélago do Marajó, ficou em sexto lugar, com 20,2 quilômetros quadrados.

Comparativo - O município líder da lista apresentada pelo Imazon é Lábrea, no Amazonas, com 52,6 quilômetros quadrados de desmate – o equivalente à área total do Arquipélago das Bermudas, no Oceano Atlântico, ou praticamente duas vezes o território do município de Laranjal do Jari, no Amapá.

 

O desmatamento da Amazônia foi de 42 quilômetros quadrados em fevereiro de 2015, um aumento de 282% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram devastados 11 quilômetros quadrados. Os números são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), mantido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O SAD produz um monitoramento não oficial da Amazônia Legal - área que se estende por mais de 5 milhões de quilômetros quadrados em 9 Estados - e tem seus dados divulgados mensalmente.

De acordo com o boletim do Imazon, em fevereiro o desmatamento se concentrou em Mato Grosso (37%), Roraima (28%), Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). Os municípios mais desmatados foram Porto dos Gaúchos (MT) e Vitória do Xingu (PA).

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A maior parte da destruição ocorreu em áreas privadas: 79%. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (18%), unidades de conservação (2%) e terras indígenas (1%).

A devastação acumulada nos sete primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento - entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 - chegou a 1.702 quilômetros quadrados. O aumento foi de 215% no período anterior, quando foram desmatados 540 quilômetros quadrados.

Entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, o Mato Grosso desmatou 595 quilômetros quadrados, o que corresponde a 35% de toda a área devastada. O Pará desmatou 433 e Rondônia 342 quilômetros quadrados, o que corresponde, respectivamente, a 25% e 20% da área florestal destruída.

Além dos dados sobre o corte raso, o boletim inclui os números sobre florestas degradadas - aquelas que não foram inteiramente suprimidas, mas foram intensamente exploradas ou atingida por queimadas. Em fevereiro, as florestas degradadas somaram 49 quilômetros quadrados - o que representa uma redução de 2% em relação a fevereiro de 2014, quando foram registrados 50 quilômetros quadrados de florestas degradadas.

Os dados obtidos pelo SAD em fevereiro têm limitações, já que mais da metade da área florestal da Amazônia Legal (59%) estava coberta por nuvens e, portanto, fora do alcance dos satélites. Em fevereiro de 2014, a cobertura de nuvens foi ainda maior, deixando 69% da área inacessível ao monitoramento. O boletim do Imazon destaca que, por causa dessas condições, os dados de desmatamento e degradação florestal para fevereiro podem estar subestimados.

O SAD utiliza imagens dos mesmos sensor e satélite empregados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal as informações sobre as novas áreas de desmatamento na Amazônia. As metodologias utilizadas pelo Inpe e pelo Imazon, porém, são diferentes - o que explica eventuais disparidades entre os resultados dos dois sistemas.

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